Movimentos sociais,
revoluções e protestos são situações que fomentam a discórdia e
repugnância no meio social. Nessa perspectiva, percebe-se que
estamos condicionados a viver em uma caixa, regrada, mecanizada e
padronizada e quando negamos a ela somos automaticamente
marginalizados. Esse quadro social, foi estudado por Émile Durkheim,
sociólogo francês, que baseou suas ideias no funcionalismo social
regido e fundamentado em normas de conduta.
Quando
crescemos somos expostos a milhares de regras, sejam elas
determinando que roupa devemos usar, qual o comportamento adequado
para indivíduos do sexo feminino e até mesmo como devemos nos
portar diante uma mesa de restaurante. Nisso, a repetição contínua
de frases proferidas do senso comum fortalece e mantém o que
Durkheim denomina como fato social, o hábito coletivo promove uma
consciência coletiva. Desse modo, reproduzir a ideia de que mulheres
são submissas e apresentam o papel doméstico no círculo social só
corrobora ainda mais para que as taxas de feminicídios no país
aumentem e assim, preceitos inseridos desde que nascemos faz com que
nos tornamos indivíduos dessa massa funcional.
Nesse panorama,
os ensinamentos coercitivos presentes no meio social destacam o
coletivo. O sentimento de pertencer a um determinado grupo conforme
suas vestimentas, vocabulário, ou poder aquisitivo é característica
de sociedades modernas e ao elemento que não se encaixa ao
agrupamento é fadado a exclusão. Em suma, vivemos em um país
diverso e com alta desigualdade, grupos que contrariam a ordem da
sociedade funcional são alvo de punições físicas, como exemplo os
movimentos que contrariam a ordem patriarcal proposta, o que leva
marginalização presente na vida cotidiana.
Absorvendo
essas características nos deparamos com um organismo social,
interdependente que necessita de harmonia e equilíbrio para sua
manutenção ignorando a felicidade e satisfação de seus
integrantes.
Observando
a ideologia de Durkheim caímos em uma serie de questionamentos como
o direito punitivo ainda é presente mesmo em sociedades consideradas
orgânicas. Atos contrários a normatividade ainda são sinônimo de
eliminação, percebe-se que para atingir a ordem vidas são pagas,
percebe-se que a permanência de uma consciência coletiva
patriarcal, machista e discriminatória permeiam nos tecidos sociais
e aqueles que não se adaptam a ela são levados a enfrentar
consequências severas em nome de uma sociedade harmônica e utópica.
Ana Laura Albano 1ºano - Direito (noturno)
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