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sábado, 5 de abril de 2014

"Ciência à flor da pele".

O filósofo inglês Francis Bacon, em seus estudos, passa a buscar uma forma mais confiável para obter o conhecimento, que segundo ele não era intrínseco ao ser humano. A solução obtida por Bacon é a elaboração de um método científico, baseado na interpretação dos fenômenos da natureza através dos sentidos, o Empirismo.
Inicialmente Bacon critica a ação científica apenas como um labor da mente, ou seja, a ciência não pode ser fundamentada apenas nas previsões da mente, mas sim fundamentar-se no conhecimento concreto obtido através da observação dos fenômenos. Um exemplo disso é a diferença existente entre as ciências modernas e a filosofia clássica, no qual a segunda, por se embasar apenas nas previsões, produziu um conhecimento unicamente contemplativo, enquanto as ciências modernas se embasam na observação e sistematização de fenômenos, produzindo um conhecimento útil ao ser humano. Ou seja, como o intelecto humano é passível de erros e sofre turgidez por parte das paixões, e por isso, não se devem seguir cegamente seus princípios.
O método descrito por Bacon descreve uma possível cura para as discrepâncias geradas pela mente humana, já que a experiência passa a ser vista como um método regulatório para a ação do intelecto. Ou seja, para se obter com realidade o conhecimento é necessário a intervenção da experimentação na razão humana. Além disso, Bacon afirma que as antecipações feitas pela mente são a base para o senso comum, ou seja, dá origem a um conhecimento com nenhuma base afirmada, corroborando o caráter falho das previsões da mente humana.
Segundo Bacon, existem dois métodos para se chegar ao conhecimento, o cultivo das ciências e a descoberta cientifica. O primeiro consiste em um método de uso exclusivo do intelecto, sem necessidade da verificação feita pela experiência, enquanto o segundo explora os fenômenos através da observação empírica.
Bacon afirma a existência de ídolos, maneiras distorcidas das representar os fenômenos do mundo, que possuem diferentes formas de atuação. Os ídolos são: Ídolo da tribo, da caverna, do foro e do teatro. Esses ídolos têm grande influencia no comportamento humano, conferindo interferência nos sentidos, formação moral do indivíduo, relações sociais, e equivocações.

Bacon busca através desse método renovar os métodos científicos, formando uma nova ciência capaz de abandonar a contemplação residente nos períodos clássicos, e buscar uma ciência útil na luta contra a natureza. E através dessa ciência, utiliza-la como uma maneira de prevenir o acaso, de maneira a utilizar a experiência para controlar o intelecto humano. No entanto, para que essa ciência tenha esses valores efetivados a favor do ser humano é necessário que a ciência sempre tenha seu foco no infinito, nunca se limitando a limites humanos.
Gustavo Alarcon Rodrigues- 1º Ano Direito Matutino

Teoria dos sistemas vivos

O filme Ponto de Mutação é instigante e contribui para uma visão multifacetada do mundo. O enredo é básico e consiste na articulação de um diálogo entre três pessoas que advém de contextos diversos: um político - ex-candidato à presidência dos Estados Unidos - um poeta e uma física. A discussão travada entre eles circunda aspectos diversos da vivência e do conhecimento humano, como a filosofia, a política, a ciência e a ecologia.
No filme, há a proposta de que os problemas não podem ser tratados sob uma perspectiva individualista e fragmentada, uma vez que todos engendram partes de uma grande crise da perspectiva humana. O mundo, em diversas áreas, continua a ser pautado em uma visão cartesiana, responsável por colocar os seres humanos como meras máquinas independentes, o que é extremamente retrógrado, tendo em vista uma atualidade dinâmica e plural.
Além da crítica à visão de mundo cartesiana, há também a contraposição à ideia baconiana, visto que a defesa de que “Saber é poder” é danosa, sobretudo às gerações futuras. Isso porque, em tal visão, não há a preocupação com as consequências dos atos humanos, o único fim a se pretende é a dominação da natureza e sua utilização para proveito do homem.
Há, então, a proposta de uma nova visão de mundo, pautada na interdependência e no estabelecimento de relações entre os seres e a natureza como um todo. Tal visão holística, dita dos sistemas vivos, coloca em xeque o mundo cartesiano e pragmático e propõe um mundo dinâmico e plural.
Para a efetivação da teoria dos sistemas vivos e interdependentes é necessária uma mudança da percepção humana, um ponto de mutação, um novo paradigma, como diria Thomas Kuhn. Assim, as conexões deveriam ser compreendidas para posterior resolução de problemas.

A visão holística e a ruptura com o modelo tradicional de ciência, propostos pelo filme Ponto de Mutação, tornariam possível um crescimento sustentável, pautado na interdependência entre os seres e a natureza, e que seria responsável pela efetivação do desenvolvimento humano e científico. 

Nicole Bueno Almeida
1º ano, Direito Noturno

Do pensamento baconiano

Francis Bacon foi um importante filósofo e político inglês da segunda metade do século XVI e primeira metade do século XVII. Como filósofo, Bacon propôs uma ruptura com o método científico dedutivo, - a dita antecipação da mente - a utilização do Empirismo como forma de obtenção das verdades efetivas e a ciência como instrumento de transformação social.
Em sua teoria, Bacon afirmava que o conhecimento humano estava impregnado de ídolos, os quais seriam responsáveis pelo falseamento científico e que, por isso, deveriam ser eliminados para a obtenção do verdadeiro saber. Como forma de combate aos ídolos do conhecimento humano, Bacon propôs a observação e a experimentação, reguladas pelo raciocínio lógico, as quais seriam a instrumentalização do conhecer. A ciência passaria a ser, então, útil à sociedade.
Para Bacon, a utilização da experiência é a possibilidade de utilizar a natureza e seus instrumentos para proveito do homem. O conhecimento seria, então, forma básica para a manipulação de uma dada situação, o que resume-se na famosa frase baconiana: “Saber é poder”. Tal ideologia foi utilizada pela burguesia da época como forma de transformação de sua realidade, tendo em vista a sua ascensão a partir da articulação do conhecimento com a economia.

É inegável a grande influência baconiana, tanto em sua época, quanto nos dias atuais, visto que seu método de experimentação é, atualmente, utilizado como forma de verificação cientifica para o verdadeiro saber. A própria ciência jurídica carrega a perspectiva de Bacon, já que preza pela existência de provas. Assim, a ruptura com a ciência dedutiva, proposta por Bacon, e a utilização da experiência são essenciais para a compreensão da ciência moderna.

Nicole Bueno Almeida
1º ano, Direito Noturno

A transformação do Saber em Poder

       De todos os conceitos estabelecidos por Francis Bacon, certamente o que foi mais inovador e interessante para a época foi o de que a Ciência não deve ser algo inscrito somente no plano das ideias, mas algo que traduza a dimensão dos fatos. Dessa maneira, ela se torna um instrumento de transformação da condição humana e não apenas uma proposta especulativa. Para ele, esse seria o maior desafio da Ciência. 
             Bacon considerava que o conhecimento só conseguiria progredir se tivesse uma base sólida, sendo preciso para esse fim confrontar qualquer ciência que não tenha o homem como elemento principal. Por isso sua crítica às ciências sobrenaturais, ao senso comum e à filosofia dos gregos ("sabedoria farta de palavras, mas estéril de obras"), acreditando que a verdadeira Ciência só seria arquitetada por meio do conhecimento empírico. O empirismo é explicado pela experimentação sem limites, e não pela antecipação da mente como a antiga filosofia previa. Mas essa construção seria dinâmica e permanente, sempre existindo inovação para buscar o bem-estar do ser humano e a dominação da natureza.
             A burguesia, cujo surgimento foi contemporâneo à Bacon, muito auxiliou na propagação e entendimento de suas ideias. Formada por artesãos e pequenos comerciantes, a classe acreditou no conhecimento e na ciência como ferramenta para mudar sua condição social. Assim, apodera-se da experiência, expondo a crença de que o trabalho é positivo, e articulando o conhecimento com a economia muda a realidade onde estava inserida. Isso transforma o mundo e tem reflexos até os dias de hoje, visto que as atuais potências mundiais são as mesmas que possuem o maior conhecimento científico. Por outro lado, mecanismos de experiência regulam a mente da humanidade, dando a falsa impressão de que já possuímos todas as percepções do mundo. Ao dinamizar o conhecimento, inovamos nossa visão de mundo e buscamos respostas cada vez mais.

Vitória Schincariol Andrade
1º ano - Direito Noturno

Bacon e a aplicabilidade do conhecimento

  Francis Bacon foi um dos mais conhecidos defensores do empirismo. Para ele, a experiência seria peça chave para a verdadeira compreensão de mundo. Assim sendo, ela deveria nortear o pensamento e o uso da razão, fazendo-se determinante para vencer a natureza.
  Daí a crítica baconiana ao pensamento da filosofia clássica: para ele, os filósofos gregos apresentavam teorias utópicas, inatingíveis. De nada valia propor uma solução para a problemática social se aquela não pudesse ser efetivada. Desse modo, tal filosofia não servia para o bem estar do homem, uma vez que não trazia a possibilidade de mudança.
  Surge então a proposta de um novo método para se estudar os fenômenos naturais, advindo da observação aliada ao uso da razão, opondo-se assim ao racionalismo aristotélico. A experiência torna-se o princípio do método, sendo base para que o conhecimento seja construído.
  Na atualidade, em contrapartida, vê-se que nem sempre a experimentação precede a formulação de hipóteses. Prova disso é a Matemática, que, em suas formas mais avançadas, carece de fenômenos práticos, observáveis. A Física Moderna também foge do tal método, uma vez que não há comprovações empíricas, experimentais, de sua válidez. Conclui-se que Bacon não apresentou um método absoluto, isento de falhas, mas um método revolucionário, que possibilitou uma nova ótica para os cientistas que o sucederam.

Victor Bernardo C. Dantas - 1º ano Direito Diurno

Mudança Cíclica


Descartes teoriza que o homem é constituído por duas substâncias: a de natureza pensante e a de natureza material. O filósofo acredita que o corpo age como uma máquina, funcionando de acordo com as leis universais. Com essa ideia inicia-se um debate entre os três personagens principais do filme "O Ponto de Mutação", devido a justificativa da física (Sonia Hoffmann) de não votar, já que os políticos possuem uma visão, segundo ela, mecanicista e antiquada da natureza e do homem, assim como Descartes. Aquela personagem se justifica ao político (Jack Edwards) e ao poeta (Thomas Harriman), e então os três iniciam uma caminhada na qual discutirão correntes filosóficas, a essência da natureza pela física quântica, e ideologias pessoais.

A física entrou em um período sabático, após ter sua descoberta utilizada na confecção de armas de guerra; se mostra frustrada com o relacionamento entre os homens e a natureza, que necessitam de "uma nova visão de mundo e uma ciência mais abrangente" para apoiar a todos; com isso  passa a maior parte do seu tempo divagando sobre as mazelas mundanas; sem no entanto ser capaz de resolver o menor de seus problemas, como os pessoais.

O poeta, se encontra numa crise de meia-idade, questiona sua vivência e o fracasso de seus poemas, vê as ações humanas como o jogar de uma rede, como Pablo Neruda. E contesta as diferentes visões de mundo que nada fazem para realmente alterar o mundo. Enquanto o político,amigo de longa data do poeta, encontra-se ligeiramente depressivo devido ao fracasso de sua campanha politica e o aparente desinteresse das pessoas na política, e busca saber nas ideias dos colegas como adaptar a política a atualidade. No final os três se mostram em um caminho de mudança de ideologia, abrindo a mente a novos preceitos.

Barbara Oliveira, Direito diurno - 1° Ano

Método Cartesiano e Baconiano - Um relógio que deveria ter parado de funcionar

No filme "Ponto de Mutação", um importante questionamento acerca da validade dos métodos cartesianos e baconianos é trazido à tona. Estes, que representaram grandes passos para a evolução científica e que atualmente configuram-se como os métodos mais prestigiados pela sociedade para a obtenção de conhecimento, são vistos por uma das personagens do filme como ultrapassados para a atualidade, assim como é obsoleto um relógio de pêndulo hoje quando se tem os digitais. 
A consideração feita por esta personagem em minha concepção é válida e muito real, posto que ambos os métodos nos levam a um pensamento científico e racional, todavia, trouxeram consigo, a partir da especialização do conhecimento, a perda da visão do todo, e consequentemente, a não percepção dos efeitos que determinadas medidas gerarão na sociedade. Quando se inventa por exemplo, automóveis que se utilizam de combustíveis fosseis para a sua combustão interna, não se consideram os impactos ambientais gerados por estes. Desta forma, a falta da visão do todo somada ao capitalismo selvagem que visa lucros cada vez mais exorbitantes gera impactos ambientais e sociais enormes, fazendo com que por exemplo, enquanto uns andam de jato particular, milhares morram de fome diariamente. 
A questão do progresso científico, ao meu ver, configura-se como um paradoxo. De um lado a tecnologia evolui de maneira absurda, mas ao mesmo tempo esta tecnologia não é utilizada a favor das mazelas sociais. Ao contrário, é usada como forma de destruição em guerras, como forma de controle e de medo. Talvez o relógio de pêndulo devesse ter parado no tempo, e Descartes e Bacon devessem ter ficado em seu tempo. Porque, às vezes, muito método e muita objetividade podem gerar uma ciência maligna. 

Daniela Negri 1o ano Direito- turno Matutino. 

Mutação da mente

Andando pelas ruas sob o sol matutino, os burburinhos da feira inundavam com vivacidade os ouvidos de quem por lá passava. Um ambiente de intensa agitação e diferenças, mas ainda assim harmônico, de experiências enriquecedoras e diversidade grandiosa de crenças, costumes, hábitos e culturas. Um local tão diverso, mas que ainda costuma ser visto uniformemente, como uma máquina de engrenagens, em que cada parte, insensível e imutável, deve permanecer tal como está.
Mas permanecer imutável. É possível essa afirmação dentro de um sistema tão dinâmico como o nosso? Globalização, comércio internacional, informações a todo momento de países próximos ou distantes, tecnologias das mais diversas áreas do conhecimento, tudo contribui para o ser humano não constituir uma sociedade estática, imobilizada no espaço e no tempo. E é justamente sobre esse princípio que se mostra obsoleta os princípios cartesianos. Como analisar os problemas, fragmentando-os, quando, na atualidade, geram-se cada vez mais teias de interdependência entre nós, entre os Estados, entre as sociedades? Os empecilhos constituem-se cada vez mais de questões não somente relacionadas ao interior, mas também ao exterior, às relações construídas com o mundo.
Muitas vezes recorre-se à solução direta do problema, como um analgésico, para aliviar a dor de maneira eficaz. No entanto, de que adianta curar especificamente algo, quando se sabe que voltará a ocorrer? Mesmo existindo um remédio, a causa do problema não será tratado, gerando um ciclo vicioso de recaída e prejuízos por esforços inúteis. Buscamos sempre novos tratamentos com efeitos mais rápidos e duradouros, mas essa busca, na maioria das vezes, também resulta em desequilíbrio quando posto na balança, pendendo para o lado dos prejuízos novamente.
Mais fácil que tentar criar novas tecnologias para aumentar o conforto humano, por qual motivo não alterar comportamentos que facilitem o seu alcance? Tirar esse pó que recai sobre nossos ombros dos antepassados obsoletos e modificar algumas práticas, amigas da inércia e do conformismo, para superar essa crise de percepção e avançar de modo a deixar um legado digno e um meio ambiente para as futuras gerações.


Leonardo Eiji Kawamoto - 1º Direito/Matutino

O mundo como um todo X o todo do mundo


  O filme "Ponto de Mutação" tem sua trama em torno de um diálogo principal. Uma cientista frustrada por descobrir que seu trabalho estava a ser usado na manutenção da guerra, um político frustrado por se ver incapacitado e silenciado em meio a seus acessores e a mídia, sem a devida liberdade de expressão e um poeta, em meio a sua crise de meia idade dissertam acerca da conjuntura na qual os seres humanos estão inseridos e da forma de entendimento dessa.
  Cria-se então um interessante debate: é válido o desmembramento dos objetos de estudo (tais como a organização social e o meio ambiente) para que se tenha um entendimento específico das partes que o compõe e uma posterior noção do todo? Não seria melhor tentar entender todas as relações, isto é, iniciar a busca pelo conhecimento diretamente pelo objeto de estudo?
  Ao meu ver, o filme contrapõe as noções de mundo como um todo e do todo do mundo. A partir do pensamento cartesiano, configura-se a tentativa de tentar entender o todo do mundo, ou seja, de explicar todas as partes que o formam para que - posteriormente - se entenda o mecanismo completo. Essa busca, no entanto, parece inútil, uma vez que há uma infinidade de partes a serem compreendidas.
  Dessa forma, tentar entender todos os diferentes componentes específicos do objeto em questão seria uma forma de suprir o ego humano, que não aceitaria admitir a existência de aspectos incompreensíveis dentro de algo compreensível a ele. Assim, a noção de mundo como um todo, ou seja,  entender a totalidade e as relações com as mais diversas áreas do conhecimento para que se tenha compreensão do objeto amplo a ser estudado, é deixada de lado. Em consequência disso, a ciência torna-se ineficaz devido a sua forma, que não prioriza o essencial, mas sim o completo (gastando tempo com o estudo do desnecessário).

Victor Bernardo C. Dantas - 1º ano - Direito Diurno

Uma busca pelo saber

Conta-se que há muito, muito tempo atrás, em um pequeno reino, vivia um rei que acreditava que a maior riqueza do mundo era o conhecimento. Queria este rei conhecer tudo aquilo que estava à sua volta: Como surgiram as estrelas, o sol, a lua, os animais, o homem, como era possível uma planta saber quando é primavera para florir,  como era possível o sol nascer e se pôr diariamente, enfim... eram tantos os questionamentos deste rei, e era tão grande a sua insatisfação com as explicações que seus conselheiros lhe davam que, um certo dia, o rei convocou uma reunião em seu palácio. Pediu para que chamassem os homens mais sábios de seu reino, pois um deles elegeria para ser o seu mestre.
Pois bem, o grande dia chegou. Muitos intelectuais se aproximaram do rei e expuseram seus conhecimentos, seus estudos e observações. Eram todos  muito inteligentes, mas nenhum agradou ao rei. Quando o rei perguntava como haviam aprendido tudo aquilo, todos, sem exceção, respondiam que haviam lido os livros mais completos e estudados com os melhores tutores, e que, por isso, seriam os mais aptos a atender às suas necessidades. O rei, todavia, se entristecia. Queria alguém que realmente o trouxesse algo novo e que fosse o autor deste conhecimento. Mas parecia que todos os intelectuais eram meramente reprodutores da sabedoria, decorando informações e aceitando avidamente tudo aquilo que lhes era dito que era correto.
Quando já perdia as esperanças, um candidato adentrou o palácio. Era sério e quieto. O rei lhe deu a palavra e ele começou:
- O verdadeiro conhecimento está não no labor da mente, não naquilo que nos dizem como o correto, não nas deduções aparentemente tão racionais mas ao mesmo tempo tão persuasivas de nossa mente. O verdadeiro conhecimento está no plano sensível, na experiência como forma de obtenção do saber, no alcance do conhecimento através dos axiomas. Vocês, que se julgam tão inteligentes, não mais fazem que decorar e reproduzir ideias das quais nem vocês mesmo mesmos sabem a veracidade da origem. O que proponho é uma revolução na maneira de pensar, através da comprovação das teses por meio de experiências. Só assim poderemos conhecer, só assim faremos Ciência. 
O rei se encantou com a proposta deste homem tão ousado em sua colocação mas ao mesmo tempo tão sincero e sábio. Nomeou-o seu conselheiro particular. E uma das obras deste conselheiro, recentemente, foi achada nas ruínas do castelo real, cujo reino até hoje é chamado de "O reino da sabedoria". O nome da obra? "Novum Organum". O autor? Francis bacon. 

Daniela Negri 1o ano Direito- turno matutino. 

O paradigma cartesiano


  O filme "Ponto de Mutação" retrata três pessoas com vidas e ideias diferentes, uma cientista (Sonia Hoffman), um político (Jack Edwards) e um poeta (Thomas Harriman), e por possuírem pensamentos tão distintos uma discussão sobre política, ciência e filosofia acaba tendo início, quando a mulher é convidada por Thomas a dar sua opinião sobre a invenção do relógio e as consequências que vieram com ele.

   Sofia faz uma crítica ao pensamento cartesiano e sua visão mecanicista, de que a natureza funciona como um relógio e quando desmontada e reduzida em um monte de peças simples, fica fácil analisá-la e entender o todo, tratando o mundo como uma mera máquina, enquanto Jack não entende o que há de errado com Descartes, pois seus pensamentos ainda estão em voga e segundo ele funcionam, mas para ela os tempos mudaram e as pessoas e a natureza não podem mais ser vistas como máquinas.

   Hoffman defende que devemos ver o mundo de uma nova maneira, não pensar na ciência apenas como um instrumento de transformações que deve ser usada para potencializar tudo que for possível e arrecadar cada vez mais poder, explorando a natureza de forma indiscriminada, mas como algo que melhore as condições de vida das pessoas e preserve os bens naturais.  

 Portanto, para ela o paradigma cartesiano (mecanicista), é ultrapassado e deve ser vencido por novos paradigmas que tratem a natureza e os homens não mais como peças soltas, mas interconectadas e para mudar o pensamento das pessoas é necessário mudar a educação que lhes é passada. 

Karen Yumi Saito
1°ano- Direito Noturno 

A experimentação científica e a interpretação do mundo.

Em sua obra “Novum Organum” Francis Bacon propõe a interpretação do mundo por meio da experiência. Desenvolver o conhecimento e descobrir a natureza por meio da experimentação científica também se encaixam na proposta de Bacon.

O filósofo teceu críticas com relação à ciência como mero exercício da mente, pois acreditava que o conhecimento era fruta das investigações, da exploração da natureza como forma de compreendê-la, interpretá-la e vencê-la. Bacon também exprime que esse estado negativo da mente ocorre devido ao fato da mente estar ocupada pelos usos do convívio cotidiano, pelas doutrinas viciosas e pela mais vã idolatria. Assim compreende que deve ocorrer a “cura da mente” através da sua regulação por mecanismos da experiência. Sua obra aborda também a questão dos ídolos como falsas percepções do mundo. Essas falsas noções obstruem o intelecto humano e assim dificultam o acesso da verdade.

Outro ponto relacionado a ciência refere-se a busca de uma ciência útil na luta contra a natureza. Para Bacon, fazer ciência é pensar na dinâmica de inovação permanente, além disso, não se deve esperar que as coisas aconteçam. É preciso utilizar a ciência como método para antecipar o acaso.


Júnior Henrique de Campos - 1º Direito noturno.

Instrumento de transformações

  Francis Bacon, um filósofo inglês que pretendia instaurar, o que ele denominava, Instauratio Magna (Grande Revolução), novos métodos científicos que teriam por objetivo a interpretação dos fenômenos naturais pela experiência, revolucionou o modo de pensar do século XVI, ocupando-se especialmente da metodologia científica e do empirismo.
  
  Por adição, Bacon defendia a busca do conhecimento através da experimentação e interpretação da natureza física e social, indo à campo, não apenas imaginando, uma crítica à filosofia anterior, na qual havia muito discurso e pouca ação. 
  
  Pensando em tal crítica, a realidade atual já nos vêm à mente, quantos são os brasileiros que reclamam todos os dias da situação na qual o país se encontra e dos políticos, porém não tomam nenhuma atitude para melhorar a realidade? Se todos esses descontentes tivessem saído de suas casas quando houveram as manifestações de junho, votassem de forma consciente e não em artistas, ou naquele que faz mais campanhas, quais seriam as condições agora?
  
  Sendo assim, Bacon criticava o uso da ciência como mero exercício da mente, tal ferramenta deve ser usada para melhorar as condições humanas e posteriormente políticas, saindo do campo das ideias e reproduzindo a realidade,  fazendo da ciência  um instrumento de transformações que proporcionem melhorias.

Karen Yumi Saito
1° ano - Direito Noturno 
      
    
    
            SABER NEM SEMPRE É PODER.


  Considerado por muitos o 'Pai da Ciência Moderna', Francis Bacon enfatizava o uso da ciência como benéfica para o homem e assim, dar -lhe poder sobre a natureza, o qual seria alcançado através de seu método baseado em hipóteses e de uma reforma completa do conhecimento,sendo este um meio vigoroso e seguro para obtê-lo. No entanto, essa mentalidade científica somente seria adquirida após o expurgo de uma série de preconceitos por Bacon chamados de ídolos – falseamento da realidade. Concomitantemente, propõe uma ruptura com a metafísica e faz uma crítica aos gregos antigos e à sua filosofia – Bacon dizia que a filosofia tradicional não serviria ao bem estar do homem – descrita na passagem de sua obra 'Novum Organum' : ''Os gregos (…) possuem o que é próprio das crianças : estão sempre prontos para tagarelar,mas são incapazes de gerar,pois, a sua sabedoria é farta em palavras,mas estéril em obras.'' Este pensamento baconiano em em meio ao século XVII referente à critica aos antigos atravessou os séculos e está presente na sociedade brasileira atual, principalmente nos discursos daqueles que se consideram de esquerda – revolucionários – que gritam e erguem cartazes por mudança da forma política vigente no país mas que entretanto, ficam presos somente em idealizações - '' no mundo da metafísica'' – apenas tagarelando e vendo o país ainda estagnado nos mesmos problemas de antes.
     Esse tipo de comportamento faz da máxima de Bacon ‘Saber é Poder’ parecer inútil quando usado de maneira errada por esses jovens que acreditam saber ou possuir todo o conhecimento necessário sobre o fenômeno política e consequentemente o poder de decisão sobre qualquer assunto.
 Seu método essencialmente empirista posteriormente influencia as ideias de grandes filósofos e cientistas como Locke,Hobbes,Newton entre outros,permanecendo atual em meio a tantos clamores daqueles que se auto intitulam ''revolucionários'' num Brasil onde se dá mais valor às palavras em prol de uma reforma política e social e cada vez menos aos atos que de fato mudariam a situação em vigência em nosso país.

Maiara Lima 1° ano Direito noturno.

Mindwalk - Vida é Auto-Organização

           O filme analisado trata de realizar a junção de praticamente todas as ciências em uma única, a ciência da vida, da existência do universo. Por meio de diálogos entre os personagens, são apresentadas as refutações de ambos os pensamentos cartesianos e baconianos, nos quais tudo depende da matéria, tudo depende do empirismo, deixando-se de lado a análise pura filosófica.

           A personagem Sonia trabalha com a ideia de que a existência não pode ser simplesmente catalogada por não se tratar de algo meramente concreto, mas sim algo relativo, dependente das relações entre tudo o que existe. Ela defende que a vida é auto-organização, no sentido de que ela sempre se renova, mesmo que não demonstrando, sempre procura maneiras de se adaptar à toda e qualquer situação.

           Trabalha-se também a ideia de aproximação da realidade, pois, como é mostrado pelo personagem Jack, é extremamente difícil se realizar a junção entre o pensamento acerca da sustentabilidade, da consideração da existência holística, e as ações concretas, possibilitadas através da política, pois, como é argumentado pelo mesmo, os meios políticos estão pesadamente dominados pelo poder econômico, cujos preceitos vão integralmente contra qualquer pensamento benéfico à sociedade em favorecimento de seu próprio lucro.A mudança de visão perceptiva é exaltada para que se haja mudança, para que se haja entendimento e para que possamos caminhar progressivamente de forma positiva.

Victor Luiz Pereira de Andrade - Direito Matutino - 1° ano