Marx
vem expor a crítica sobre o caráter religioso, da filosofia do direito de
Hegel. Ele se baseia no fundamento de que foi o homem quem criou a instituição
da religião, e não o oposto. Para o autor, o universo do ser humano é
constituído de instituições concretas, como o Estado, a sociedade e o próprio
homem, desvinculando assim a realização
fantasmal da consciência humana, que é o mundo invertido da religião, da realidade. Para se obter a
verdadeira felicidade do homem é necessário abolir a religião.
Karl
Marx também discorre uma trajetória não só histórica da Alemanha, mas também
social, política e estrutural sobre seu país. É possível depreender dessa
análise um combate corpo a corpo de
classes da sociedade. O passado alemão do Antigo Regime vai desencadear no
regime político (da época vivida pelo autor – século XIX) anacrônico, de
contradições dos axiomas universais aceitos.
A
filosofia alemã do direito e do Estado é
a única que representa a verdadeira história da Alemanha, de acordo com a época
moderna oficial. Por causa disso que o partido alemão exigia a não aceitação
desta filosofia. Marx é intransigente ao afirmar que não é possível extinguir a
filosofia, sem antes colocá-la em prática, deixar ela se concretizar. Pois a
partir das transformações desencadeadas por esta ciência, o status quo político alemão será abalado.
Na
conclusão de seu pensamento acerca deste assunto, o autor é categórico ao
clamar por uma revolução que permita o início dessas metamorfoses necessárias
ao povo alemão. E este movimento só será possível se for incitado pela classe
operária. Pois, o proletariado é a dissolução de todas as demais classes, tem cadeias radicais e possui sofrimentos
universais. Logo, a filosofia é a raiz de sustentação da emancipação alemã e
humana, e o proletariado é o seu tronco de crescimento e desenvolvimento.