Muito se fala do meio ambiente e a consequente intervenção, danosa, humana neste. A liberação de dióxido de carbono, o tão famoso e popular "efeito estufa", o desmatamento cada vez mais veloz da Floresta Amazônica, a possível falta de água potável futuramente (num futuro que ocupa a casa ao lado), a grande produção de lixo enchem as capas de revistas, as páginas dos jornais e ocupam espaço nos noticiários. A tão proclamada "sustentabilidade" perde para a busca incessante do lucro e o constante consumo, padrinhos de batismo dos tempos pós- modernos. Todos sabem e têm consciência de que o modelo de produção e consumo industrial não só colabora, mas comanda a degradação ambiental. Porém, medidas capazes de deixar menos profundas as pegadas irresponsáveis da humanidade vagam pelo reino das bonitas palavras e promessas vazias. Efetivamente nada se faz.
Compra-se a tranquilidade e a segurança em condomínios fechados distantes do burburinho dos grandes centros; compra-se o corpo desejado com intervenções cirúrgicas e inúmeros tratamentos estéticos; compra-se, da mesma forma, os recursos naturais, utilizados indiscrinadae até ilegalmente como meio de obtenção de benefícios particulares, negando o coletivo. Assim, desmata-se área protegida legalmente para a construção de resorts e venda de madeira de lei; negociam-se "cotas" de poluição, em que os países mais ricos podem, pelo simples poder aquisitivo, poluir mais que os menos desenvolvidos; adotam-se países como "caçamba de entulhos" , destinado a eles o lixo produzido por outros por míseros dólares.Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Apenas um bebê recém-nascido...
Meu ou dele?
É a vida em jogo
O Direito é a formalização da tentativa de adequar as relações humanas. Busca o que é intrínseco ao homem para que suas paixões possam ser equilibradas de maneira satisfatória à sociedade. É consequência disso o ramo ambiental do direito, o qual atenta à preservação da natureza unida ao desenvolvimento sustentável, ou seja, é a normatização da proteção do meio ambiente além da regulamentação do seu uso pelo homem.
Há uma tênue linha entre o público e o privado que precisa ser superada de modo a tornar um o corpo de indivíduos que cotidianamente cooperam com a luta ambiental. O privado, ou seja, as pessoas em suas relações próximas, optam por não aderir os cuidados com os recursos naturais e dificilmente se preocupam de fato com a depredação ambiental. Vê-se as pesquisas como um “exagero verde”, ou algo demasiadamente longínquo para que a vida deles tenha mesmo que mudar de hábitos agora. Outro lado da moeda (privada) são as empresas e indústrias, as quais já sofrem a cobrança de produtos “verdes” e ganham consumidores com a campanha de plantação de arvores, no entanto, ainda sofrem processos por dejetos tóxicos jogados nos rios. Um paradoxo do consumo, que se satisfaz com a mascara ecológica das propagandas.
O público é de todos, o que se refere à totalidade de Estados e indivíduos que compõem nosso planeta azul. Contudo a luta pelo publico, infelizmente, começa acontecer quando o privado é atingido direta e duramente. Quando se encontrarem caríssimas garrafas d’agua a venda, quando o petróleo faltar nos automóveis, ou a casa de praia for atingida pela agua do mar. Enquanto o perigo está nos polos, as atitudes serão tao frias quanto, e o desejo de agir em comunidade estará deste mesmo modo distante.
Enquanto isso, o direito procura exercer o seu papel, garantir os direitos humanos, mesmo que difusos e de difícil visualização. O discurso pode ser, por parte de alguns, apenas retórico ou político, mas o fato de trazer a discussão a tona e com credibilidade significa que a mentalidade esta mudando. Uma pequena amostra da mudança de mente quem acontecendo está na música “É fogo!” do músico e compositor Lenine:
O verde em cinzas se converte logo, logo...
É fogo! É fogo!
Há só um sentimento que é de dó e de Malogro...
É fogo... é fogo..
É a vida em jogo!"