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sexta-feira, 21 de março de 2025

A Imaginação Sociológica e a Crise da Saúde Mental na Era Digital

 A imaginação sociológica, conceito desenvolvido por C. Wright Mills, conecta as estruturas sociais mais amplas com as experiências pessoais. Na época em que vivemos, que se encontra cada vez mais imersa no mundo digital, é fácil observar que a crise da saúde mental se tornou um tema cada vez mais relevante e, por meio desse conceito, podemos ilustrar com clareza a interseção causada pela imaginação sociológica.

Nas últimas décadas, a crescente utilização das redes sociais tem sido um fator fortemente associado ao aumento dos casos relacionados à saúde mental, principalmente entre os jovens. A constante comparação com outras pessoas, somada à pressão social para se encaixar nos padrões estabelecidos nas redes e à presença do cyberbullying para aqueles que não se encaixam em tais padrões, são algumas das inúmeras situações que acabam afetando a saúde emocional e a autoestima das pessoas. A partir da imaginação sociológica, conseguimos compreender que tais fenômenos são reflexos de uma cultura onde a aparência e a validação externa se tornam o centro de todos os aspectos da sociedade.

Além disso, após a pandemia de COVID-19, é possível perceber a ampliação desses problemas, pois, com o isolamento social, a ansiedade e a depressão se intensificaram entre as pessoas. A rápida transição do trabalho e do ensino para a forma remota trouxe à tona a importância das interações sociais presenciais para a saúde mental. A imaginação sociológica nos ajuda a perceber que a crise da saúde mental não é apenas uma questão de saúde individual, mas um sintoma de uma sociedade que, em muitos aspectos, falhou em proporcionar suporte emocional e conexões significativas.

Outro fator que desempenha um papel crucial nessa crise em que vivemos é a desigualdade social, na qual grupos marginalizados enfrentam barreiras adicionais para conseguir acesso a cuidados com a saúde mental, agravando suas dificuldades. Com a imaginação sociológica, podemos visualizar como as estruturas sociais moldam as experiências de bem-estar psicológico e o acesso a recursos.

Portanto, ao se discutir a crise da saúde mental na era digital, é necessária a adoção da perspectiva sociológica. Isso nos ajuda a entender que, para abordar esses desafios, precisamos ir além das soluções individuais e considerar as mudanças sociais necessárias para criar um ambiente mais saudável e solidário. Assim, a imaginação sociológica torna-se uma ferramenta importante para compreender as complexidades da vida contemporânea e ajuda a impulsionar um diálogo profundo sobre o bem-estar coletivo.

Maria Clara Rodrigues Dias - 1° Ano Direito - Matutino 

A Imaginação Sociológica e o sistema global burguês

  Nos últimos dias, o governo federal apresentou um projeto que visa à isenção fiscal para quem ganha até cinco mil reais, beneficiando, portanto, a classe trabalhadora. Entretanto, uma proposta que deveria contar com o vasto apoio popular foi alvo de diversos ataques nas redes sociais. Pessoas pobres, guiadas unicamente por uma ideologia, acabaram atacando a si mesmas. Mas por que pessoas comuns, pobres, lutariam pelos interesses da classe dominante? 

  Para respondermos essa questão, podemos recorrer ao livro "A Imaginação Sociológica" de C. Wright Mills. Basicamente, o conceito de ‘Imaginação Sociológica’ é que cada indivíduo deve compreender que sua vivência individual está atrelada a uma estrutura social ampla, que influencia seu modo de viver, pensar e se comportar. Nesse sentido, compreende-se que a alienação é exatamente o que a burguesia deseja, uma vez que, sem a imaginação sociológica, o indivíduo se vê diante da individualização do ser. ‘Mas por que a individualização é crucial para o capitalismo?’, você pode estar se perguntando. E aqui está a explicação: a individualização é fundamental para a sustentação do capitalismo, pois, com o cidadão dominado por esse espírito individualista, não haverá espaço para uma coletividade que busque seus direitos, assegurando, por conseguinte, a preservação do status quo.

  Desse modo, verifica-se que a falta de noção do proletariado sobre o mundo que o cerca é algo pensado e arquitetado, hoje, principalmente através da internet, com notícias falsas e rápidas que se alastram com uma facilidade nunca antes vista. Recentemente, nos Estados Unidos, vimos grandes CEOs das redes sociais apoiando Trump, com a falácia da liberdade de expressão, que, na verdade, é apenas uma forma de liberarem o preconceito e a desinformação em suas plataformas. Os maiores burgueses do mundo se aliariam de forma aleatória? Obviamente não, eles necessitam suprimir a classe trabalhadora da Imaginação Sociológica para não sucumbirem. 

  Logo, identificamos, então, que o povo brasileiro acompanha esse cenário crítico mundial de manipulação e, consequentemente, justifica os ataques que ocorreram. Um povo sem entendimento coletivo está fadado à escravidão sistêmica.


João Marcos Borges Silva -  1º ano - Direito (noturno)

Oque Descartes falaria sobre a existência das IAs?

 Hoje, ao fazer uma pesquisa no Google, me atentei ao fato de que agora todas as vezes que fazemos uma pesquisa, a primeira fonte que aparece respondendo perfeitamente e especificamente a pergunta é uma IA. Isso me fez refletir um fato incontestável que é a dominação cada vez mais abrangente da inteligência artificial em nossas vidas, e me recordou da famosa frase de Descartes "Penso, logo existo", sendo essa até então aplicada a nós, seres humanos.


Apesar de originalmente o conceito de René ser designado as pessoas, teria esse uma chance de ser ressignificado e se estender até as IAs? Já que se o pensamento é a prova da existência, a inteligência artificial poderia realmente adquirir o "existir" como ser consciente? A estas poderiam ser confiadas nossas tomadas de decisões racionais, ou essa capacidade ainda está atribuída apenas ao seres humanos?


Tenho certeza de que René não ampliaria seu conceito racionalista ao campo das inteligências artificiais, já que para ele o pensamento envolve além de processamento de dados e informações, baseia-se na existência do eu consciente e na formulação de dúvidas e reflexões internas próprias, formuladas em autoconsciência. Para ele uma inteligência que apenas guarda, processa, simula respostas e entrega conhecimento que já existe, não tem subjetividade, emoções ou dúvidas próprias, a ela não se aplica pois não possui alma.


Contrariando isto por um lado, não devemos endemoniar as IAs, e nem descartá-las como não constituintes da evolução da sociedade, estou convicta de que René as veria como uma continuação de nossa própria evolução intelectual, uma reflexão da capacidade humana de entender e transformar o mundo. Mas e se algum dia houvessem a criação de IAs que pudessem pensar por si próprias e questionar a sua existência? Será que Descartes com o seu conceito cartesiano de conhecimento, consideraria algum dia as Inteligências artificiais seres pensantes que existem? São perguntas que deixo a você caro leitor.

Lana Laura - 1° ano direito - noturno

Desinformação como ferramenta de manipulação no mundo moderno.

“Alienar”, no âmbito social, normalmente indica que alguém se encontra desconexo da realidade. Num contexto de mundo globalizado onde as informações navegam pelo mundo todo em questão de milésimos de segundos, considerar que alguém pode estar aquém da situação política, econômica e social do mundo parece improvável, no entanto, nota-se que ao contrário do que se espera, atualmente a desinformação e as manipulações de dados são mais fortes do que nunca, o que gera um movimento de desprendimento da realidade por parte de grupos e indivíduos, que ao consumirem essas fontes de informação de veracidade duvidosa, acabam se isolando em uma bolha e não enxergam o que de fato se passa no mundo. Assim, essas pessoas se tornam suscetíveis ao controle de qualquer um com um grau de liderança e eloquência mais elevados, independente se suas propostas e ideias são lógicas, éticas e aplicáveis a nossa realidade. 

Tendo isso em mente, esse empobrecimento intelectual das pessoas através da alienação é perceptível com a mais nova onda de ascensão da ideologia fascista e da perda do sentido original na utilização do termo. Em diversos países atualmente, grupos de tamanho considerável se reúnem virtualmente e em locais públicos para defender ideias originadas nesse pensamento político e social extremista que surgiu na Europa durante os anos 1930 e foi responsável pela morte de milhões de pessoas integrantes de grupos minoritários.  

Fato é que com o fim da Segunda Guerra Mundial, era esperado que uma tragédia semelhante nunca mais ocorresse e o pensamento nazifascista acabasse junto da guerra, no entanto, graças principalmente a falta de conhecimento sobre história e política (alienação), o ressurgimento desses ideais perigosos e extremistas foi possível com auxílio das tecnologias de informação, o que nos permite voltar a um dos pensamentos do autor, filósofo, cientista e político inglês Francis Bacon. 

Em sua obra Novum Organum, Bacon afirma que é de fundamental importância que sejam conservados e respeitados os conhecimentos e acontecimentos do passado, para que assim seja possível lidar com desafios presentes e não repetir erros cometidos. Nesse sentido, nota-se que uma população alienada a respeito de história e política está condenada a repetir fatos horríveis como o massacre feito por nazistas durante a Segunda Guerra. 

Sendo assim, é interessante perceber que a alienação tem uma origem, e essa origem está centrada num interesse: Manipulação. Pessoas alienadas são facilmente manipuladas por alguém que se destaca por uma melhor capacidade de discursar, a alienação foi utilizada por Hitler na Alemanha, Mussolini na Itália e pelos militares brasileiros durante a ditadura; Portanto, cabe a nós refletir a quem interessa essa alienação mundial e qual o interesse final por trás disso tudo, o estudo de todas as ciências é fundamental nessas situações, para não cairmos em armadilhas como essas. 

A Imaginação Sociológica e a redução da taxa de vacinação

            A pandemia da Covid-19 reavivou discussões sobre a eficácia das vacinas, pois uma parcela da sociedade desconfiou da velocidade de desenvolvimento da vacina contra o coronavírus. De tal modo, nos anos seguintes houve uma queda na taxa do programa de imunização oferecido pelo sistema de saúde pública brasileiro. Assim, percebe-se a interferência da opinião na razão. 

            Em primeiro lugar, é válido discutir sobre essa distorção da percepção pública pela pessoal. Consoante ao sociólogo Wright Mills, a imaginação sociológica é o meio de superar as convicções íntimas e construir um pensamento crítico. Nesse viés,  identifica-se que as pessoas desacreditadas nas vacinas deixam de lado o uso da imaginação sociológica e priorizam suas opiniões pessoais. Assim, isso afeta a sociedade no geral em relação à imunização coletiva para que doenças já erradicadas não acabem ressurgindo.

Em segundo plano, pode-se destacar a causa dessa descrença científica: o excesso de notícias consumidas diariamente, sendo que as falsas acabam passando despercebidas. À luz disso, Mills afirma que não é apenas de informações que precisamos, mas também de uma qualidade de espírito que nos permitirá assimilar as notícias e desenvolver a razão a fim de apreender o que está acontecendo no mundo. Desse modo, seríamos capazes de averiguar a veracidade das informações recebidas de tal modo não deixariamos que convicções pessoais interferissem na percepção científica.

Portanto, a redução da taxa de vacinação pós-pandemia é fruto de dois problemas. Sendo um deles, o não uso da imaginação sociológica para abandonar as percepções pessoais. Enquanto o outro problema é a falta da qualidade de espírito que ajuda a averiguar as notícias falsas que influenciam nas convicções individuais afetam as convicções públicas.

                                                                                                                                                                  Maria Júlia Miranda Loureiro - 1º ano Direito (matutino)

O porquê da ascensão do conservadorismo no Brasil de acordo com os conceitos da Imaginação Sociológica.

 

Atualmente, nosso país vive uma explosão de ideais conservadores, levando assim a recorrentes discussões sobre quais costumes e valores devem orientar a sociedade brasileira. Isso nos leva a refletir o porquê dessa súbita expansão dos pensamentos tradicionalistas em nosso território.

          Primeiramente precisamos entender que no Brasil ainda se perpetuam estruturas segregacionistas, como o racismo, o machismo e a homofobia. Todavia, nas últimas 2 décadas houve expressivos avanços que vêm rompendo com essas estruturas coloniais, patriarcais e preconceituosas. A exemplo disso, podemos citar o reconhecimento do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2011, da união estável entre pessoas do mesmo sexo, equiparando-as à união estável entre homens e mulheres. Esse entendimento representa uma grande conquista para comunidade LGBTQIA+ e quebra com esse padrão heteronormativo que regia no país.

Por conseguinte, os avanços dessas minorias acabaram rompendo com uma bolha tradicional e indo além de uma opção sexual individual, tomando como exemplo as causas LGBTQIA+, e se transformando em uma comunidade com um sentimento mútuo de luta por uma igualdade perante a constituição brasileira. Em decorrência disso, esse grupo conservador, que teve seus costumes e valores ameaçados, organizou-se com um movimento reacionário a essas inovações nos campos sociais e políticos.

Portanto, essa ascensão do conservadorismo no nosso país vem como resposta a movimentos inovadores, que dispõem de uma outra perspectiva a respeito de temas que antes eram tidos como consolidados em nossa sociedade. Devido a isso, esses conservadores se sentiram ameaçados, uma vez que, em seus ambientes particulares, confundiam essas questões sociais com questões psicológicas individuais, promovendo por exemplo uma ideia de cura gay, e se assustando ao perceber a eclosão de uma comunidade LGBTQIA+.

 

Paulo Henrique Possobom Carrenho, 1°Ano Direito Noturno, Unesp Franca.

''Pobres de direita'' analisando tal fenômeno a partir da imaginação sociológica

 

Comecemos com uma pergunta; ‘’O que acontece quando um sujeito não entende o seu contexto social?’’. Para acharmos a resposta dessa, usaremos do livro ‘’ A imaginação sociológica’’ de Wright Miils. Segundo o autor, o ser humano é resultado do contexto histórico em que vive, entretanto, atualmente, há no imaginário da sociedade, uma manipulação que desgruda o ‘’individuo’’ de sua realidade social e histórica. A partir disso, inicia-se a discussão desse texto, o do porquê haver uma crescente no fenômeno chamado ‘’Pobres de direita’’.

A priori, é necessário contextualizar nosso cenário atual. Modernamente, houve uma intensificação nos discursos conservadores, ou seja, em regimes políticos de direita, no Brasil tivemos o governo Bolsonaro. Outros grandes exemplos são os deputados Nikolas Ferreira e Cleytinho.  O discurso dessa ideologia politica é muito simples, e se consiste no fato de separar o sujeito do seu coletivo, ou seja, fazer com que o indivíduo não se enxergue como pertencente a sua classe social. ‘’Mas com qual objetivo ?’’; A partir de que o sujeito se separa do coletivo, esse perde forças, sendo impossível se opor contra o Estado em determinadas situações, a direita faz com oque o pobre lute contra seus direitos. ‘’Mas como isso acontece ?’’; Pense bem, uma das pregações desses políticos, por exemplo, é de que a partir de um trabalho autônomo (Ifood, Uber, etc...), esse indivíduo tem mais chances de ter uma ascensão social, a partir disso tal pessoa que pertencia a classe ‘’CLT’’  por exemplo, separa-se desse coletivo, e começa a lutar contra os direitos que possuía, para que assim, tente conquistar sua autonomia e consequentemente a falsa ideia da ascensão social, não que seja impossível, mas são exceções os que conseguem, como já dizia Capitão Nascimento ‘’ O sistema é foda’’. ‘’Mas o porquê isso acontece?’’ Isso ocorre devido a diversos fatores, mas o principal muitas vezes é a falta de educação, essa que é responsável por fazer que com o indivíduo entenda a sua realidade Histórico-social, por isso as pessoas de classes socias mais baixas são as que mais sofrem manipulações a partir desse discurso da direita, visto que muitos carecem desse direito básico.

Portanto, chegamos à resposta da primeira pergunta feita. Quando isso acontece, infelizmente o indivíduo fica anestesiado, e acaba se prejudicando ou podendo prejudicar os demais, não conseguindo entender as reais necessidades de sua realidade e deixando de lutar pelos seus principais direitos.


Felipe Ferreira Gomes - 1º ano - Direito (noturno)

“Pejotização” e a crise da ambição no século XXI

    Na obra “Imaginação Sociológica”, Charles Wright Mills defende a tese de que o ser humano é, fundamentalmente, fruto do contexto histórico em que se insere. Nesse sentido, o pensador alega haver, no imaginário da sociedade moderna, um pensamento falacioso e alienado o qual, na contramão das ciências sociais, desconhece o vínculo entre a vida privada do sujeito e o momento histórico deste.

Embora analise o século XX, Mills discorre sobre tendências que perduraram na sociedade contemporânea, como a recorrente alternância entre ansiedade e indiferença quanto a fugazes mudanças. Ao exemplificar, o autor define a sociedade estadunidense dos anos 60, permeada por instabilidades econômicas e políticas, como marcada por essa dicotomia, a qual culminou em uma “crise da ambição”. Analogamente, o hodierno também tem sido marcado pelos sentimentos de “inquietação e  indiferença”, pois o sujeito,  mesmo que note a influência direta da crise econômica sobre a própria qualidade de vida, sendo destituído de imaginação sociológica, é incapaz de relacionar a angústia “pessoal” com a conjuntura histórica na qual se insere. Nesse ínterim, vê-se no Brasil atual, no tangente ao labor, não apenas a “demonização” da CLT pelos jovens, mas uma verdadeira “crise da ambição”, em que o trabalho perde, além da valorização, o próprio sentido. Isso pois, o cidadão é permeado, concomitantemente, pelo sentimento de aversão à CLT, ou seja, ao exercício do trabalho registrado, sob as “amarras” da lei, e por discursos neoliberais meritocráticos, dos chamados “coaches”, os quais defendem que o êxito profissional depende exclusivamente de habilidades individuais, cujo desenvolvimento está a cargo do trabalhador. Dessa forma, o proletariado contemporâneo, pressionado ideológica e estruturalmente a ser autônomo, além de ter seus próprios direitos desmantelados, é condicionado, compulsoriamente, à autogestão. Assim, lançado à própria sorte no mercado de trabalho, sob o pretexto de ser livre da subordinação à CLT, o cidadão sente-se inapto ao exercício do tão exaltado empreendedorismo, posto que este exige atributos idealizados pelo sistema neoliberal.


Diante desse cenário, em que a ansiedade perante o mercado de trabalho leva os jovens a repudiarem os ofícios com carteira assinada, é fulcral o fomento à prática da imaginação sociológica e, em contrapartida ao pensamento de Francis Bacon, da filosofia, pela população brasileira. É necessário, portanto, buscar atingir a “qualidade de espírito” defendida por Mills. Essa última, por meio da articulação crítica das informações e do desenvolvimento da razão, promove ao ser a lucidez quanto às realidades tanto externa quanto interna a ele, ou por outra, representa o resultado advindo da imaginação sociológica. Doravante, apenas por intermédio da criticidade sociológica será possível não só evitar a extinção das leis trabalhistas brasileiras como conhecemos no presente, mas também recuperar a visão positiva acerca dessa conquista, a CLT, tão arduamente alcançada pelos trabalhadores e trabalhadoras do nosso país, entre os jovens. 


Laura Xavier de Oliveira - 1º ano - Direito (matutino)


Os 4 Receptores

Um computador

Um burguês

Um ufanista

E um burocrata

Recebem, através de suas visões

A imagem de uma pessoa desempregada


O computador cataloga ela como 05

Monta um gráfico com a quantidade de pessoas nessa situação

Atribui isso como uma característica da sociedade

E afirma que ela tem desemprego estrutural


O burguês vê a oportunidade de um substituto em caso de greve

Precariza as condições de trabalho

Culpa a ausência de mérito de parte da sociedade

E enxerga tudo isso como simples parte da natureza humana


O ufanista tenta ignorar a imagem

Afirma que sua pátria jamais passaria por tal situação

Defende que sua nação é o baluarte do desenvolvimento econômico

E vai erguer um muro nas fronteiras para impedir que alguém diferente dele entre


O burocrata pergunta se o 05 tem documentos

Analisa se há processos no qual ele está envolvido

Verifica se a pessoa está dentro de propriedade registrada em cartório

E culpa a falta de documentos registrados


Menti o título

Há um quinto receptor

Já parou para pensar

Na imaginação sociológica

Não dos outros em relação ao 05

Mas sim

Do 05 em relação aos outros?


Meu nome não é 05

Meu nome é Vic

Meu nome é Giovana

Meu nome é Carlos

Estou aqui

Tenho minha subjetividade e compreensão da sociedade

E enxergo ela de uma perspectiva que você precisa ver também


- Felipe Lopes Gouveia Clauz Morlina, Direito Noturno, 1ºsemestre, UNESP Franca