Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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domingo, 18 de março de 2012
Aplicações práticas de Descartes no século XXI
O método da dúvida é o ponto de partida de sua obra, no qual duvida-se de todos os conhecimentos adquiridos, duvidando até dos próprios sentidos, para assim então, só restar o que for incontestável. Enquanto o método da desconfiança é utilizado para evitar a crença em conhecimentos previamente concebidos pela sociedade ou conhecimentos ditos "populares".
Com o crescimento dos meios de comunicação em massa, principalmente da internet, as informações se tornaram de fácil acesso, podendo ser formatadas e publicadas por qualquer um, facilitando a divulgação de informações equivocadas. Assim sendo, é possível aplicar os conceitos de Descartes nessa situação, já que não se pode tomar como verdade qualquer informação obtida por esses meios.
Ao obter-se uma informação através desse meio é prudente a utilização dos métodos cartesianos anteriormente citados. Aplicando-se o método da dúvida é necessário considerar todo e qualquer dado fornecido pela rede como duvidoso, sendo assim necessita-se a procura do mesmo dado em outras fontes para certificar-se da sua veracidade, de modo que a informação final se torne o mais incontestável possível.
Quanto ao método da desconfiança, é possível aplicá-lo no que se diz respeito aos sites considerados "confiáveis", pois, mesmo estes podem conter informações que não condizem com a verdade. Desta forma, qualquer conteúdo destes sites deve passar pelo crivo da desconfiança.
Logo, é perceptível a importância de conceitos antigos no contexto da atualidade, fazendo-se necessário o estudo e a reflexão a respeito de tais filósofos. René Descartes é um desses filósofos, suas ideias, apesar de serem criadas baseadas numa sociedade Moderna, demonstram um grande poder de aplicação nos dias atuais.
A ferramenta de busca de Descartes
Tendo por base uma série de máximas enunciadas pelo mesmo, René Descartes inicia um processo de desprendimento de toda e qualquer verdade que lhe tenha sido apresentada anteriormente,de questionamento e contestação,buscando assim alcançar uma verdade absoluta e incontestável.
Essa verdade, o akasha pessoal de Descartes, se apresenta como sua máxima "eu penso, logo existo", uma afirmação inquestionável, que prova a eficácia do metodo empregado pelo autor.
Tal método é o que realmente chama a atenção para a obra, e a torna única. Descartes não se propõe a responder a todas as questões existenciais da humanidade, mas dá ao homem uma ferramenta importante para fazê-lo. O método criado por Descartes liberta o homem das amarras de ideologias, da contaminação de preconceitos, e propõe que o universo seja estudado de um ponto de vista imparcial, tomando por fatos apenas aquilo que se apresentar como fato por si só, e não para atender às expectativas do observador.
Acaba então por traçar um estilo de vida e de concepção de realidade que ainda podem ser considerados atuais, para não dizer ideais a todos os seres humanos, pois não prega a abominação a tudo aquilo que não se mostrar absolutamente correto ( como por exemplo algumas normas de convivência social ), mas sim a concientização das falhas presentes nesses preceitos, o discernimento para saber acatar aquilo que se mostra necessário acatar e abandonar o que se mostra desnecessário, e a força de vontade para levar adiante as decisões tomadas graças às duas características apresentadas anteriormente.
O Discurso do método mostra-se, portanto, uma grande obra não apenas pela revolução de pensamento que causou quando foi concebido, mas também por propor uma linha de raciocínio ainda hoje extremamente adequada para aqueles que buscam obter verdades por si mesmos, e não esperar obtê-las através de terceiros.
Diversidade de Opinião
Pelo Olhar de Descartes
Quem já ouviu falar de René Descartes com certeza o conhece pelas suas incríveis contribuições para as ciências, como a geometria, por exemplo. Não seria uma grande surpresa saber que tal intelectual desacreditava na própria educação que recebera?
Descartes, apesar de estimar muito a eloqüência e, por vezes, reconhecer em parte o valor dado ao que se aprendia nas escolas, mantinha uma opinião de que quanto mais ele tentava se instruir, mais se sentia ignorante. Isso ocorria porque ele acreditava que qualidades como a eloqüência, por exemplo, eram dons de espírito e que apenas um raciocínio ativo seria capaz de auxiliar aqueles que não foram contemplados com tais dons. Descartes não acreditava ser maior ou inferior do que qualquer um de seus colegas de estudo e não alimentava nenhuma esperança de acertar mais do que os outros, já que, segundo sua visão, a base filosófica é vaga e não existe uma única coisa a respeito da filosofia da qual não haja discussão.
Dessa forma, Descartes aprendeu a desconfiar daquilo que lhe era passado com demasiada convicção ou daquilo que lhe era proposto pelo hábito, tentando, assim, provar que a superação da crença nos costumes facilita o trabalho racional e, por conseqüência, a obtenção do conhecimento verdadeiro.
Por: Nicole Santinon
Descartesianos
O racionalismo de Descartes na Idade Contemporânea.
A suposta incoerência de Descartes
Dúvidas restritas
A inversão da lógica cartesiana
Descartes e o Racionalismo
Racionalismo e a natureza humana
É inegável que o pensamento Cartesiano em sua maior parte é atual, a racionalização pregada por este no século XVI se faz completamente contemporânea, é notável a comodidade que os frutos advindos da ciência trouxeram ao homem pós-moderno. E apesar de muitos frutos positivos a sacralização da ciência, da razão e daquilo que é calculável não é de todo positiva.
A razão sobre todas as coisas tem subjugado a condição humana, não se pode simplificar um homem apenas por aquilo que ele racionaliza, há infinitas questões dentro do homem que a racionalidade por si só não é capaz de suprir, um homem que apenas sabe ou se importa em computar nada é além de uma máquina, uma máquina deficiente.
É óbvia a existência do desprezo pelo conhecimento não prático na sociedade contemporânea, e um fruto advindo desse desprezo por aquilo que lida com questões subjetivas como a existencialista, é uma geração que não se identifica mais com aquilo que é, com a condição humana.
Desprezar as convicções particulares, o conhecimento adquirido pelo hábito e o aspecto emocional é ignorar as experiências que moldam o humano, é igualar o homem a máquina. Ao lidar com seres humanos é impossível delimitar a razão como único meio de se avançar, o humano é com certeza mais complexo que apenas o seu lado racional.
Rigor e Foco
Os aspectos e a transcendência cartesiana
No século XIV, a Idade Média começava a atestar sinais de decadência à medida que cresciam os ideais renascentistas. Dentre eles, destacaram-se a racionalidade, o antropocentrismo, e o empirismo, que vieram se contrapondo às características medievais, como o teocentrismo.
Dentro desse contexto, René Descartes escreveu uma de suas principais obras, o Discurso do Método, na qual o autor transmite vistosamente esse período de mudança de ideais. Tentando encontrar uma explicação racional para a existência de Deus como um ser superior e perfeito, Descartes mostra-se ainda dividido entre razão e religião, buscando conciliar os dois, característica retomada talvez de valores da escolástica, que regiam a filosofia na Idade Média e que contraria o então crescente antropocentrismo.
Outro aspecto marcante na obra de Descartes que retoma a definições renascentistas é o seu apego ao empirismo e às ciências exatas. Estas o atraíam por serem inteiramente racionais (o autor alegava que a razão era o único caminho válido para a verdade) diferente das ciências sociais ou humanas, como Filosofia e Letras, citadas no livro, as quais, para Descartes, eram especulações e com menos utilidade prática quando comparadas, por exemplo, com a Matemática.
Descartes, na apresentação de seu método, foi um inovador de sua época, introduzindo o racionalismo rígido como único modo de se construir a ciência, ao contrário do subjetivismo que dominavam as ciências medievais. Tal método, devido ao empirismo, é tão importante que até hoje rege as ciências exatas, desde o tão utilizado plano cartesiano até sua ideia matriz – a de que o racionalismo é o ponto mais fundamental da ciência.
Luz da razão contra as trevas
Método Inovador
Publicado há mais de três séculos, época em que a ciência era um campo obscuro e as explicações tendiam ao misticismo, o "Discurso do Método" representou uma inovação no campo da filosofia ao adotar uma corrente racionalista, sendo quase tão lógico quanto uma fórmula matemática. Diferente do homem medieval, Descartes voltou o seu pensamento para o próprio ser humano, chegando a conclusão de que para existir é preciso pensar.
Durante o desenvolvimento do método, o autor se utilizou do príncipio da dúvida, no qual a importância da razão, presente em toda a obra epistemológica, é confirmada como bom senso e necessária para não se ser enganado pelos sentidos.
O que faz do "Discurso do Método" uma obra tão relevante é a sua atemporalidade, visto que o uso da razão para a obtenção do conhecimento é um legado cartesiano presente na vida contemporânea.
Hegemonia da razão? ainda não!
Direito - 1˚ ano
Diurno
Cartesiano, desde criança!
Aqui e agora
The Ernies
Muitos pensadores, principalmente durante o período que ficou conhecido como Iluminismo, buscaram maneiras de se encontrar a verdade, tirando os holofotes desse mundo místico e jogando a responsabilidade de alcançar, entender, organizar e utilizar o conhecimento ao homem. Descartes, um desses pensadores, acreditando que o conhecimento deveria ser construído sobre bases seguras e sólidas, criticava o que advinha do sobrenatural ou dos hábitos, além de criticar a filosofia e todas as ciências que tomavam ela como base. À partir disso formulou um método de estudo científico baseado na razão, que é a peça chave para definir algo como verdadeiro, e na dúvida, onde qualquer coisa que fosse passível dela seria falsa, e a partir disso poderia formar o conhecimento.
As razões da pesquisa técnico-científica hoje são, em sua maioria, o lucro e a guerra. São exemplos comuns de desenvolvimento a robótica e da tecnologia nuclear, esta responsável pela criação armas de destruição em massa e aquele pelo desemprego de milhares de pessoas. Não que estes meios devam ser vistos como ruins, pois o que os torna assim é a maneira como são utilizados pelo homem, nesse caso buscando o poder de uns sobre os outros.
Até hoje nenhuma das questões elementares pôde ser respondida propriamente, e pelo visto o objetivo real da ciência se perdeu em algum momento na história. Nós podemos aos poucos estar deixando de sermos passivos à um mundo metafísico, mas estamos nos tornando marionetes comandados pela vontade de outros homens. Seria o homem ocupando o lugar de deus?
René Descartes - Dúvidas
Partindo de tal ponto Descartes se propõe a formular um método que visa organizar essa subjetividade de uma forma mais clara e objetiva de modo que se torne possível um entendimento racional da mesma.
A dúvida surge como principal ferramenta na busca pela verdade devendo-se então questionar tudo o que de algum modo lhe parecer, mesmo que minimamente, duvidoso e assim não se basear em falsos preceitos.
Os pontos por ele abordados se mantém contemporâneos uma vez que o questionamento se torna mais e mais importante a medida que a sociedade se demonstra cada vez mais complexa e sem certezas. O questionamento do mundo como é e no que ele foi baseado para a então formulação do que um mundo melhor pode vir a ser.
Descartes e a tentativa do irrefutável.
Diante de tais duvidas metódicas, agimos como “ceticistas profissionais” , elevando-as ao seu mais alto grau, intitulado de duvida hiperbólica, ao alcançarmos tal proposta nos depararemos com ao menos uma certeza que seja, pondo abaixo tais questionamentos e inviabilizando a possibilidade de uma completude cética.
O axioma “penso, logo existo” , é abortado por Descartes como irrefutável argumento de que mesmo que o conteúdo do pensamento seja falso, o fato de estar pensando não o pode ser. Presume-se então que a duvida eterna é intangível, visto que para efetivar uma duvida tem de se ter uma certeza sobre a mesma.
Sendo assim, dever-nos-íamos fundar nossos argumentos com base na razão prática e cartesiana, para a partir disso torná-los suficientemente verossímeis.
A dificuldade de ser cartesiano
As consequências da metodologia cartesiana na contemporaneidade
O racionalismo cartesiano na construção do hoje
Transformações morais do saber – Ciência X Concepções
A Contemporaneidade e o racionalismo de Descartes
A dúvida cartesiana
À Procura da Racionalidade
Em seu livro, “Discurso do Método”, Descartes expõe a razão como sendo a chave para o desenvolvimento da ciência. Olhando pela nossa perspectiva do século XXI, essa ideia poderia parecer óbvia e ultrapassada porém é importante ressaltar que ela mostrava-se contraria aos preceitos religiosos e do que entendia-se por ciência na época, sendo considerada por muitos como delírio ou heresia.
Apesar de parecerem óbvias a principio, as ideias Cartesianas tornam-se a cada dia mais atuais na sociedade contemporanea, a procura por respostas tanto no meio cientifico quanto no dia-a-dia leva-nos a maiores questionamentos e a uma maior insatisfação com respostas sem provas concretas, o que acaba tornando a vida uma busca incessante por uma racionalidade que talvez seja inalcançavel.