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domingo, 6 de abril de 2014


Proposta de uma “máquina” para a mente




Com crítica assídua a ciência produzida até sua época e também uma boa dose de pretensão, Bacon propõe um novo método para se fazer ciência, um método que permitiria não só o entendimento e interpretação da natureza, mas também a intervenção do homem no mundo, transformando-o. Bacon critica o que chama de “errático e perpétuo revolver da mente”, dizendo que muitos dos que se dedicaram a ciência e filosofia se limitavam a essa maneira de pensar, que peca pela falta de um método verdadeiramente correto.

Bacon exagera em suas críticas, mas isso se deve provavelmente à sua ânsia pelo novo, pela descoberta, e não somente pelo cultivo do conhecimento acumulado. A intenção de Bacon é louvável e sem dúvida seus escritos são importantes para o desenvolvimento do pensamento até os dias atuais, mas Bacon propõe que seu método sirva para descobrir a verdade, porém o que seria tal “verdade”? Toda ciência, por mais “verdadeira” que se intitule, será uma construção humana, não o que a natureza de fato é. Não há verdade alguma nas ciências, o que há é somente o trabalho humano de tentar entender o que acontece a sua volta, mas chamar isso de verdade é, no mínimo, arrogância.

Algumas das ideias apresentadas por Bacon são muito interessantes para nortear e tornar mais correta a forma de pensarmos. Trata-se de uma importante contribuição filosófica do autor, por exemplo, a questão dos ídolos que nublam o pensamento e a capacidade humana de pensar o mundo. Todos os ídolos citados por Bacon estão de fato presentes na mente das pessoas, sendo muito difícil a neutralização de tais influências.

Bacon foi importante como pensador da ciência por defender o empirismo e a experiência como forma de legitimar o conhecimento construído e por mostrar insatisfação com grande parte do que via no mundo intelectual de seu tempo. Essa característica de inquietação e sede por inovação é saudável e essencial para os que praticam a ciência e para ela vivem.

Lucas Mota Plaza - 1 ano Direito Diurno


  

Quando Bacon encontra o Direito

Bacon fora um filósofo empirista que acreditava na interpretação da natureza e que essa, por sua vez, levava à experimentação concreta. Para o autor, a ciência somente era clara quando as hipóteses formuladas racionalmente eram comprovadas pela experimentação; para ele, a mente, deixada para ao seu próprio e livre labor, sem embasamento na experiência, levava ao erro.  O filósofo critica a ciência sem aplicações práticas.
Assim, considerando suas teorias no estudo jurídico, nós devemos nos indagar: como deve ser a postura do direito? Será que ele deve ser uma ciência focada no que é positivado sem aplicações mais concretas? O que é mais válido para o direito: a legislação ou sua aplicação?
Considerando a função social do direito, sua história e reafirmação como a voz da maioria, na criação de uma sociedade equilibrada e justa, ele deve ser uma ciência plausível, com respaldo filosófico, mas de efetiva ação na sociedade. Conforme a teoria do filósofo, a ciência jurídica deveria ser, de fato, positivada (formulada perante hipóteses), mas que também tenha um experimentação na sociedade, pois de que valeriam constituições, códigos, decretos, regulamentos, artigos, parágrafos e incisos, sem que pudessem de fato representar e defender o povo e a justiça?

Portanto, a teoria de Bacon se encaixaria no estudo jurídico para formar um direito ideal, composto pela racionalização das leis, mas que tivesse aplicações práticas e efetivas.

Carlos Eduardo Milani Neme- 1º ano de direito matutino (turma XXXI) 

Teoria baconiana e convergência econômica.

   Francis Bacon compartilha de uma visão semelhante a de Descartes no ponto em que estabelecem métodos, isto é, um padrão de precisão ao alcance do conhecimento. A diferença metodológica, contudo, é notável. O Racionalismo não é mais suficiente para Bacon, exige-se portanto como ratificação de veracidade o uso da experimentação. Enquanto Descartes se utilizava princípios dedutivos de raciocínio, Bacon utilizou-se em suma de observações empíricas. Bacon também fez dura crítica à filosofia grega visto que, para ele, a clareza científica opõe-se ao pensamento místico concebido pelos gregos, bem como à abstração filosófica. O método baconiano era estabelecido em três pontos: a imposição de graus de certeza, o alcance dos sentidos e a rejeição do labor da mente. 
   Outro ponto importante da teoria do autor é a rejeição da presença de ídolos. Para ele, essa caracterização promulgava uma falsa noção de mundo pois está ligada à aspectos passionais que levavam a mente humana a afastar-se da verdade e não agir motivado pela razão. Sua posição com relação à religiosidade, a qual a importância no período não pode ser rejeitada, evidencia-se nesse momento pois, segundo Bacon, a existência do Criador em nada estava relacionado com a existência de ídolos, visto que sua imagem sagrada é eterna, real e imutavelmente verdadeira. 
   Pode-se dizer que a ciência baconiana foi intensamente utilizada pela burguesia no processo de enriquecimento. Isto deve-se ao fato de que Bacon se prestou à manutenção do bem-estar do homem, o que significa dizer que o objetivo máximo da ciência era o progresso científico e, portanto, o seu grau de influência na "evolução" da vida humana. Segundo esse método era possível um avanço técnico que aumentasse quantitativamente a produção e gerasse maior obtenção de capital. Há portando uma convergência em Bacon entre a ciência e a economia. 
Além da razão
  O filme ”Ponto de Mutação” mostra uma conversa entre três intelectuais, sendo um político, um poeta e uma cientista. Os assuntos abordados são de cunho, principalmente, filosófico e sociológico, nos quais cada personagem é capaz de deixar transparecer suas convicções.
      Em primeiro lugar, eles discutem acerca do mecanicismo cartesiano que postula que o universo todo, inclusive pessoas e animais, funcionaria como um relógio, com leis naturais reguladoras; mais tarde, Isaac Newton comprova essa afirmação através de suas famosas leis.
      Posteriormente, é comentada a questão da Amazônia e seu desmatamento para a criação de gado que é amplamente comercializado e, ironicamente, pode causar danos à saúde das pessoas que consomem a carne vermelha. Além disso, também é discutido o fato de que a madeira não é nem vendida, mas queimada, o que inutiliza o material e prejudica a qualidade do ar.
     Outro tema abordado é o pensamento de Francis Bacon, que diz que a natureza deve ser escravizada pelo homem, e ainda, que saber é poder. Segue então, um debate a respeito dos átomos que, mesmo que compostos de núcleo e eletrosfera, possuem um enorme vazio, concluindo-se que as coisas fossem formadas por um “nada”.
     Por fim, trata-se da Teoria dos Sistemas segundo a qual nada existe por si só, tudo está interligado numa enorme teia da vida, todos os seres vivos e não vivos são interdependentes. Então, faz-se um questionamento à cientista: o que é a vida? E ela responde que a essência da vida é a auto-organização, e isso abre brecha para o desfecho do poeta, que diz que a vida é muito mais complexa que isso, e que não pode ser interpretada através de leis e formulas, pois as pessoas são dotadas de paixões, medos, angústias e defeitos e que, mesmo assim, são capazes de se amar.

Letícia de Oliveira e Souza, Direito Matutino.

Fragmentos unidos

      "Ponto de Mutação" é filme que nos leva a uma conversa entre um político, um poeta e uma física sobre os mais variados assuntos, como política, meio ambiente, relações pessoais etc.
       O viés principal da discussão é pautado no método cartesiano de avaliar as coisas do mundo ao nosso redor. Ou seja, como existe uma tendencia de o homem separar, em ramos, algum determinado estudo.
A exemplo da medicina a qual se diz que cada vez se sabe mais sobre menos. Cada vez há mais estudos e pesquisas voltadas para um assunto restrito, dentro de um assunto maior. Com isso, há cada vez mais especialistas em assuntos limitados e poucos que veem o problema como um todo.
       Tudo, hoje em dia, é tratado de forma fragmentada. Cada um cuida do seu. E inserido nesse contexto, o homem vive a sua vida, concentrando-se apenas nela, focado em seu individualismo. Sem uma consciência social, sem avaliar as opiniões que encontram-se ao redor dele, sem pensar no próximo.A exemplo disso, temos a questão ambiental, na qual poderia, caso houvesse uma visão integrada, levar o homem a um maior desenvolvimento de forma sustentável.



A origem da ciência moderna

Francis Bacon é considerado o fundador da ciência moderna, uma vez que revolucionou todas as ciências ao criticar o método de sua época e sugerir um novo, empirista, realista e prático. Seu método se baseava na razão, em experimentos reais, palpáveis, diferentes daqueles utilizados até então e no uso de “ferramentas” para auxiliar a mente. Para ele, a ciência visava alcançar o bem estar humano, assim como aumentar as capacidades do homem e auxiliá-lo no confronto com as forcas da natureza. Devido a essa constante busca por melhoras, sua metodologia foi muito bem aceita pela burguesia, na época em ascensão, que visava meios de aumentar a eficiência de seus negócios.
Atualmente suas influencias são vistas nos experimentos que as mais diversas ciências praticam em busca de novas descobertas, no vínculo que existe entre desenvolvimento e poder, na necessidade de separar as ciências das opiniões pessoais e das crenças, na busca incessante por conhecimento e no desejo que o homem tem de vencer a natureza.
Por fim, quanto ao Direito, Bacon influenciou na separação deste com as paixões, as crenças e os preconceitos e fez com que este se fundamentasse na realidade e na experiência, além de contribuir para que ele sempre busque melhorar a sociedade, e consequentemente, a vida do homem.

Felipe Reolon - 1º ano Direito Noturno.

Menos discurso e mais prática

                Imerso em uma realidade na qual o conhecimento provinha das reflexões filosóficas dos pensadores clássicos, Bacon propõe que aqueles que pretendem obter algum conhecimento científico procurem-no nas próprias experiências, convergindo razão e observação. Para ele, a observação desprovida de paixões levaria ao conhecimento pretendido pelos homens.
                O filósofo pregava que através das situações vividas, o homem poderia levar uma sabedoria do campo metafísico (psicológico, filosófico, além do mundo físico) para o mundo empírico (real, material), ou seja, aproveitar uma experiência que poderia não ter valor científico, para uma análise mais profunda, que lhe permitisse concluir algo sobre a situação vivida.
                Para Bacon, a influência das paixões nas análises dos homens leva à incompetência dos seus sentidos. As paixões levam à criação de ídolos, que são imagens criadas sem relação verdadeira com a realidade por ter sido fruto de uma idealização que não sofreu a influência necessária da razão. Essa paixão distancia do conhecimento verdadeiro por distorcer a percepção adquirida pelos sentidos.
                Outro ponto debatido por Bacon refere-se à limitação da ciência. Segundo o filósofo, a ciência não reconhece fronteiras, podendo abarcar qualquer campo do conhecimento humano. Seu objetivo deve ser sempre inovar, transformar o que já existe.
                Por acrescentar aspectos inéditos no campo científico, Francis Bacon é reconhecido até hoje como um dos filósofos que rompeu barreiras de seu tempo contribuindo para a evolução da ciência.

Ana Luiza Pastorelli e Pacífico - 1º ano Direito Diurno

As diferentes formas de compreender o mundo

O filme “O ponto de mutação” apresenta três personagens distintos que debatem sobre as questões políticas, sociais, físicas, culturais, econômicas entre outras que cercam as relações humanas. No entanto, o filme foca principalmente no discurso da personagem Sonia Hoffmann, uma física que defende mudanças urgentes em diversos âmbitos como o político, o ambiental e o cientifico principalmente no que se refere ao interesse econômico em volta dessas áreas. O desmatamento da floresta amazônica para a criação de gado e a utilização da ciência para o desenvolvimento militar são exemplos dos quais a crítica da personagem é direcionada.
Mas o ponto central da discussão entre as três personagens está na questão da visão mecanicista que domina diversos aspectos da vida humana e também da natureza. É feito uma analogia com relação a um relógio antigo, onde se questiona a mecanização da vida e da natureza, como se verifica na fala de Sonia sobre a natureza: “Você desmonta, reduz a um monte de peças simples e fáceis de entender, analisa-as e ai passa a entender o todo”. Esse discurso é uma crítica a delimitação da análise de um assunto sobre um único aspecto, ou seja, é preciso ter uma visão global sobre a questão analisada e principalmente é preciso buscar entender as conexões de um assunto com outro.
Essa ideia do mundo como uma máquina perfeita está presente no pensamento cartesiano no qual Sonia combate com o “pensamento ecológico”. No pensamento ecológico defende-se uma visão cientificista sobre os aspectos da vida, propõe uma sociedade sustentável que não diminui as possibilidades das próximas gerações.
No filme tem-se constantemente a contraposição de ideias acerca dos mais variados assuntos. Porém, o que se busca entender é se diversos aspectos políticos, econômicos, sociais entre outros são válidos na realidade atual. 

Júnior Henrique de Campos - 1º Direito noturno.

Sobre a retórica visão cartesiana.

  O título do filme "Ponto de mutação" remete intrinsecamente à mudança que as personagens esperam do mundo, remete, em especial, a nova ótica que advém dessa transformação ou que, de certa forma, a torna possível.
  O encontro entre as personagens evidencia pontos de vistas e realidades distintas em conflito durante todo o desenrolar da trama. A personagem Sonia Hoffmann é a responsável por expor a necessidade da evolução do pensamento político e que esta mudança ha de transformar todo o contexto social. Segundo a cientista, o pensamento do homem atual funciona sobre mecanismos cartesianos, isto é, pensa os eventos isoladamente quando seria importante um olhar contextualizado que compreendesse o todo. Politicamente falando, é impossível alcançar esse "novo olhar" se analisa-se os problemas sociais separadamente, sem considerar que eles estão interligados. O exemplo concebido está relacionado ao avanço na medicina que em contrapartida fez com que essa passasse a ser efetivamente concedida apenas à classe dominante. 
  A suposta evolução é na verdade uma regressão mascarada, isto justifica-se pelo fato de o sistema ótimo não ser popular, e mais, justifica-se pelo fato de o governo buscar métodos interventivos ao invés de ocupar-se da prevenção dos problemas. A prevenção neste caso está diretamente ligada à preservação do meio ambiente e à sustentabilidade e coloca em xeque práticas como o uso de agrotóxicos.
  O ponto retórico, contudo, é que esse sistema, proposto pela cientista, esse modelo político perfeito é de certa forma inviável pois é vantajoso ao sistema a manutenção dos problemas que leva diretamente às medidas interventivas e, portanto, dentro da política tem poder apenas aqueles que relutam no pensamento fragmentista e cartesiano. E em fato isso mantém a ordem patriarcal e assistencialista. 

Saber é poder

      Francis Bacon era defensor da interpretação do mundo através de experiências e refutava a filosofia clássica, a qual se utilizava muito do plano das ideias, de um mundo metafísico. Criticava pois dizia que ela não havia contribuído em nada para alguma mudança significativa da condição humana.
      Afirmava que à medida que se sabia mais, detinha-se mais poder. Ou seja, o poder, seja ele econômico, político estava vinculado à sabedoria.
      Todos os dias, notificações advindas das mídias evidenciam a proporcionalidade entre poder e ciência. É evidente que quanto mais se investe em pesquisas, estudos e projetos, mais obtêm-se o retorno em qualquer que seja o campo de trabalho. Seja na informática, nos equipamentos bélicos, na medicina ou no cuidado ambiental. Os estudos mostram-se sempre essenciais já que só é possível evoluir em determinados assuntos, quando há um interesse por eles e um grande debruçamento sobre os estudos naquela área.
      Com objetivo da obtenção de poder, observa-se cada dia mais a competição de países em busca de novas tecnologias, inovações. Contudo percebe-se que não são todos os países que disputam essa corrida igualmente. Os que possuem maiores verbas destinadas à pesquisa, destacam-se no campo, devido ao maior incentivo. Já em países, como o Brasil, nos quais as verbas voltadas a esses destinos são diminutas, as pesquisas são escassas e pouco valorizadas, apesar da ânsia dos alunos pelo reconhecimento e valorização.
      Estabelecendo essa correlação pode-se concluir como os estudos de Bacon ainda permanecem atuais.
Que apesar de séculos terem se passado, desde sua época até hoje, nações corriam, correm e correrão em busca de poder.

O que há de desconexo com a humanidade

É da autoria de William Blake (1757-1827) a seguinte fase:” Se as portas da percepção estivessem limpas, tudo apareceria para o homem tal como é: infinito”. Assim, ele afirma que o homem não tem uma percepção clara das coisas a sua volta e analisa, metaforicamente,  a sociedade, o mundo, o universo, como um grande relógio, estudando cada parte separadamente, sob uma óptica cartesiana. Sua percepção do que ocorre ao seu redor é desconexa, separando política, ciência e artes humanas.

As atividades políticas que o homem realiza são egocêntricas e não coletivas. Cada nação pensa no que é bom para sua própria população sem sequer se importar com as consequências disso num nível mundial. Cada país possui políticas individualistas no cenário internacional, e usa a tecnologia de modo imediatista sem ponderar os efeitos que poderão ser causados no futuro num frenesi que procura suprir a demanda que, paradoxalmente, é criada para ele mesmo.

A ciência é tomada como ferramenta dessa política. Porém,  sem representar um estudo consciente que procura criar o melhor futuro para o homem, entender o cosmos e a vida, mas sim  apenas proporcionar armamento bélico ou agrotoxicos danosos ao solo. Logo, a ciência não é tida como uma fonte de reflexão e conhecimento; é vista de modo desconexo à nossa participação humana no planeta.

Por fim, as artes humanas são desprezadas no mundo contemporâneo. A arte, literatura e poesia não são nada mais que meros “pendulicários” do homem moderno, enquanto que deveriam representar uma reflexão profunda sobre o nosso agir em consequência com toda a vida na Terra.


De fato, o método de análise cartesiano foi de notável contribuição para o homem. Contudo, não basta mais analisar cada fator de nossa vida desconexamente, como partes de um grande relógio, mas estabelecer um ponto de mutação de nossa sociedade: a aplicação de um pensamento político dotado de responsabilidades científicas guiados pela ética e e reflexão humanas.

Carlos Eduardo Milani Neme - 1º ano direito matutino (turma XXXI)

O Real Pelo Real

Francis Bacon(1561-1626) foi intelectual, filósofo,político e é considerado um dos pais da ciência moderna.Assim como seu contemporâneo  Descartes,Bacon teve como objetivo romper os dogmas da ciência de sua época,dogmas estes que fizeram o conhecimento humano se arrastar durante os séculos da idade média.
Para Bacon a experiencia devia ser o modo máximo de analise.As clássicas divagações do pensamento grego/aristotélico eram para ele atrasos no caminho da descoberta da verdade.O empirismo,a observação da realidade  através da experimentação e a analise dessas experiencias era o método a ser seguido para atingir a verdade cientifica proposta por Bacon.
Em sua obra Novum Organum,Bacon descreve a presença de "ídolos",falsos modos de analise que levam aos erros científicos.Suas formas são variadas mas derivam da faltas de analise do mundo real e dos devaneios imaginativos,que se desviam da analise empírica do mundo real,tão prezada por Bacon.
Através da obra de Francis Bacon a ciência a partir dele foi mudada,com a quebra dos dogmas aristotélicos medievais foi possível avançar em vários campos e analisar o mundo de uma forma mais precisa,definindo o mundo real atraves da analise da realidade.


Ciência verdadeira

     Francis Bacon, considerado como fundador da ciência moderna, criticava a dialética, que para ele mais servia para firmar os erros do que para encontrar a verdade, criticava também os gregos, que praticavam o exercício da mente sem que houvesse construção de conhecimentos factíveis (a mente guiava a si própria). Afirmava que não se lograria grande progresso nas ciências através de antecipações.
     Para o pensador a ciência deveria ser um instrumento útil na luta contra a natureza, que não pode ser vencida, se não quando lhe obedece, a interpretação da mesma constitui a única forma de compreendê-la. Assim o exercício da mente deveria ser feito através da experiência e da racionalidade, defendia o empirismo.
     Pelo método baconiano, que consistia num nova maneira de estudar os fenômenos naturais, a mente humana seria bloqueada pelos "ídolos", sendo eles os da tribo, que são as distorções provocadas pela própria mente humana, provocadas pela interferência das paixões e incompetência dos sentido; os da caverna, que são os homens enquanto indivíduos, suas relações estabelecidas com o mundo, como a educação, a formação, as leituras e etc; os do teatro, que são as doutrinas filosóficas, representações impregnadas de equívocos e superstições. Apenas após a desvinculação desses ídolos é que seria possível chegar a verdadeira ciência.
      
Bruna Midori Yassuda Yotumoto- 1º ano diurno

Problemas interligados

O filme Ponto de Mutação, baseado na obra de Fritjof Capra, retrata o casual encontro de três personagens e suas diferentes formas de pensar. Durante o enredo, a personagem Sonia Hoffmann relata sobre a extrema necessidade de mudar a maneira de ver o mundo, fato que permanece atual na sociedade, deixando de lado o paradigma cartesiano de que a natureza funciona como uma máquina ou um relógio e de que os problemas sociais estão fragmentados.
A falta de perspectiva no mundo não permite que o homem veja as conexões de todos os problemas e pendencias presentes. Além disso, a crise de percepção dificulta as possíveis resoluções já que a solução de apenas um dos problemas será efêmera e temporária por estar relacionado a outro problema ainda não resolvido. Por exemplo, os problemas ecológicos e os problemas na alimentação afetam a saúde humana o que acarreta em uma menor qualidade do sistema de saúde pública visto que é necessário desviar recursos que seriam disponibilizados para problemas de saúde de caráter natural; ou seja, a tentativa de solucionar apenas um desses problemas será inútil e desgastante uma vez que aqueles que não foram solucionados reativarão a questão anteriormente resolvida.
Por tanto, é imprescindível alterar as ideias, as instituições e os valores concomitantemente, desapegar-se de pensamentos obsoletos e individualistas visando à percepção de que a natureza é viva e nela tudo se encontra fortemente ligado - sem começo e sem final -, colocando fim à crise da percepção e promovendo a resolução dos problemas sociais.


Gabriela Mosna – 1º ano Direito Noturno

“Saia da caixa”

 O sentimento generalizado que habita os indivíduos do mundo contemporâneo é de que não se tem tempo para mais nada, o de que Cronus acelerou o relógio para nos punir por algo e assim termos, muitas vezes, que deixar de lado aquilo que gostamos de fazer por algo que a sociedade exige de nós. Não temos tempo nem para perceber que os únicos culpados disso somo nós mesmos. O pensamento fragmentista de Descartes, como apresentado no filme “Ponto de mutação”, nos levou olhar o mundo em pedaços e em muito influenciou o nosso modo de vida atual.
O homem sistematizou o mundo, desumanizou a si mesmo e individualizou tudo. Criamos um sistema no qual estamos fadados ao esgotamento de tudo, sejam dos recursos naturais, seja de nós mesmo, com a finalidade única de nutrir a si próprio. Na proposta inicial de entender o que é, de enxergar a realidade do mundo em que vivemos, caímos em uma armadilha e nos desconectamos do próprio.

Para alterar esse estado, respirar o ar da liberdade, ter tempo de fazer “tudo e mais um pouco” precisamos olhar para o que existe fora desse nosso “sistema”, ou seja, o mundo real e nos reconectar com a nossa natureza, ver as coisa de forma completa, analisá-las como um todo, com o todo.


Helionora Mª C. Jacinto

Uma nova forma de ver o mundo

Um encontro entre uma ex-física, um político e um poeta no filme “Ponto de Mutação” gera várias discussões e questionamentos, desde a política até a física moderna. A ex-física tenta mudar o jeito de o político ver o mundo. Mostra que os problemas mundiais não devem mais ser vistos sob uma visão mecanicista, baseada no método de Descartes, no qual os problemas devem ser fragmentados e resolvidos isoladamente. Para ela, hoje esse método está ultrapassado, chegando a ser nocivo, e precisamos de uma nova maneira de entender a vida, mais ampla, pois todos os problemas estão ligados. Precisamos mudar nossa maneira de ver o mundo para depois tentarmos resolver os problemas, que estão conectados a uma crise de percepção. Como exemplo temos a medicina mecanicista que apenas bloqueia os mecanismos da doença, mas não cura. O certo seriam políticas para aumentar o preço da carne, o que diminuiria o consumo dela, causando menos problemas à saúde, mas essa ação iria contra os frigoríferos e os Estados que dependem da exportação da carne pra economia. Assim, o político mostra que essa ação seria inviável atualmente, pois a política está tão ligada à economia, que qualquer político que vá contra esta, não consegue se eleger. Com essa e outras discussões, o filme levanta várias reflexões sobre a vida e o mundo.

À procura do verdadeiro conhecimento

Francis Bacon (1561-1626), famoso filósofo inglês, questionou a filosofia tradicional além de criticar a metafisica em sua obra “Novum Organum” na qual busca um novo método de obtenção de conhecimento verdadeiro e de investigação dos fatos. Analisou também os denominados ídolos os quais são considerados, pelo autor, os responsáveis pela falsa compreensão dos fatos.
O questionamento à filosofia tradicional está pautado no empirismo. Bacon era contra a ciência como mero exercício da mente à medida que argumentava só existir verdade, clareza, certidão naquilo que se pode experimentar e observar e nunca permitir que a mente se guie sozinha, sem provas reais. A crítica à metafísica se estabelece no fato de que esta é o estudo do ser e das coisas a partir da dimensão das ideias o que contraria claramente a atitude empirista do filósofo.
Já os ídolos são de quatro categorias: da tribo, da caverna, do foro e do teatro. O primeiro compreende nos erros provocados pelas distorções da mente humano com relação aos sentidos o que influenciou a psicologia. O segundo vincula-se ao conhecimento, à formação e às relações do indivíduo com o mundo em que vive. O terceiro pauta-se no falso conhecimento apreendido nas associações do indivíduo decorrente do comércio e do consórcio já que se baseia no discurso que muitas vezes usa de palavras utilizadas de forma incorreta, forçando e perturbando o intelecto. O último refere-se ao completo consentimento de muitos indivíduos com filosofias, princípios e axiomas da ciência que apenas relatam mundos fictícios sem qualquer comprometimento com a realidade.
Dessa forma, Francis Bacon revolucionou uma nova forma de busca pelo conhecimento verdadeiro a partir de seu método que se chocava com as ideias tradicionais de que a verdade pode ser conquistada por meio do raciocínio com quase ausência de empirismo. Além disso, conseguiu pautar quatro interferências negativas, que permanecem assombrando a atualidade, para o alcance do verdadeiro conhecimento.

Gabriela Mosna – 1º ano Direito Noturno

Relativa Revolução

                Por muito tempo, filósofos como Descartes e Bacon foram tidos como portadores da verdade universal. Por inserirem o conceito de uma ciência desvinculada de religião, misticismos e crenças que não pudessem ser provadas, foram tidos como grandes revolucionários. E foram. Mas até que ponto pode-se afirmar que essas ideias ainda são revolucionárias?
                De acordo com a personagem Sonia, do filme “Ponto de Mutação”, ícones da ciência como os filósofos citados, tiveram sua grande contribuição para a sociedade, mas é preciso reconhecer que assim como um relógio é útil e inovador até certo ponto, pode ser considerado obsoleto se comparado às tecnologias que permitem acoplá-lo a tecnologias ainda mais avançadas.
                A percepção de que algumas ideias já não são convenientes, da possibilidade de evoluir dentro de um sistema maior compreende um “ponto de mutação”. Esse momento é quando as certezas são questionadas e surge a possibilidade de novas percepções, novas concepções e consequentemente, atitudes inovadoras.

Ana Luiza Pastorelli e Pacífico - 1º ano Direito - Diurno

Um trabalho interior

"Sentir o universo é um trabalho interior" 


Monte Saint-Michel é parte de um conjunto de fortificações que, na Idade Média, marcavam o limite entre as fronteiras feudais. Por conta da sua localização e de seu relativo isolamento, servia como centro de defesa e convivência dos mais diferentes setores sociais, o que deu origem à heterogeneidade das cidades burguesas. De maneira análoga, a ilha francesa serviu ao filme Ponto de Mutação (direção: Bern Capra) como um foco ao qual diferentes histórias e ideias se encontram, entram em conflito e aprendem a conviver, isolando a si mesmos das influências externas e focalizando nas diferentes teorias, interpretações e percepções acerca da relação entre os seres humanos e entre estes e a natureza.
O filme trabalha a questão da parte e do todo. De um lado há a concepção que se inicia com os estudos de Descartes, criador do método dedutivo racional, e que se concretiza com as pesquisas de Isaac Newton. O paradigma Newtoniano-Cartesiano aponta que, para que o todo seja conhecido, faz-se necessário fragmentá-lo, o que criou as bases para a "especialização" do conhecimento, ou o saber que fica cada dia mais técnico, restrito. De outro lado, há o paradigma holístico (do grego "holos", todo), a ideia de que um sistema não pode ser limitado à soma de seus componentes.
A grande crítica de Ponto de Mutação está na necessidade de uma mudança de valores. Se a ciência representa a incerteza, o incompleto e o impreciso, há a urgência de deixá-la de lado e pensar no universo como um organismo vivo, o qual é sim composto por partes, porém interdependentes. Assim, Capra propõe uma nova forma de enxergar o mundo: não se pode pensar a economia distante da esfera social, ou esta aparte do âmbito da natureza. A teoria indica que os problemas de sistemas como a humanidade, da natureza, ou mesmo dos indivíduos está na falta de percepção do todo, uma vez que, na tentativa de trabalhar apenas uma das partes, não se leva em consideração o feito geral e a longo prazo. Com isso, o filme utiliza como metáfora as "partes" diferentes - a física (ciência), a poesia (arte) ou a política - interagindo depois de muito tempo isolados em suas próprias realidades, solidificando o que aponta a teoria holística: juntos sanam seus problemas, juntos se completam.

Sofia Lopes Andrade - Noturno

Bacon com ovos

Dentro de capelas e monastérios,
entre defuntos gregos e romanos,
resolve a Igreja os mistérios
que tem atormentado nós humanos.

"Deus é a resposta universal!
Decorre na Terra Sua vontade!
Não questiones se paradoxal!
Comei, rezai, praticai a bondade."

Porém, essas verdades absolutas
atormentaram alguns pensadores
e estes tiveram de questionar.

Bacon proclamou a experiência
como o instrumento da verdade.
Fundamentou as bases da ciência:
racionalismo na veracidade.

Ao atestar qualquer fato, dizia
o filósofo, era a razão
quem guiava através de sombrias
águas, como capitão.

Confiou à mente e aos sentidos
que obtenham da natureza tudo
quanto seja informação empírica.

Saudaram-lhe homens do empirismo
apertaram cientistas sua mão
pois minou as forças do teocentrismo
sem ignorar Deus, fonte da razão.

Foi feito pai da ciência moderna,
e junto dessa tão ilustre filha
morreu sozinho, sem nenhum herdeiro.
Mas a primogênita perdurou.

Homens viram pó; cidades, ruína
mas algumas ideias atravessam
os séculos; assim Bacon viverá.

André Luis Sonnemaker Silva - 1º ano Direito Diurno - Turma XXXI

A presença da Antiguidade na mundo hordierno

    Quando falamos em ciência, a citação de Descartes é inevitável: criador da ciência moderna, rompeu com a forma de pensamento até então, questionando a veracidade de seu conhecimento como forma de reformulá-lo, livrando-se de dogmas.  Em seu método defende a fragmentação do objeto de estudo para compreender cada mínima relação, o que, de fato, ocorre hoje, visto que especializações são cada vez mais presentes em nossa sociedade.
    Para ele, a ciência é um instrumento de promoção do progresso humano, visando fazer do Homem o princípio do conhecimento, afastando-se das formas sobrenaturais e convencionais de conhecer, em que o Homem é mera ferramenta pela qual o conhecimento flui vindo de um plano superior.  Não obstante, mantém sua crença na religião, alegando usar a ciência para desvendar os enigmas divinos, utilizando para isso a idéia bíblica de que o Homem é senhor do universo.
   Sua presença na atualidade faz-se marcante em inúmeros campos do conhecimento, entre eles o Direito: sua lógica contribuiu para a superação do Direito Canônico para o Direito Laico, além de contribuir para o desenvolvimento deste com seu método, visto que cada vez mais o judiciário necessita inovar com diferentes formas de julgamento, já que o Direito torna-se obsoleto com grande rapidez.

A fundamentação da ciência moderna

   Assim como Descartes, Francis Bacon mostrava-se calcado em uma razão com fins úteis, também criticando a falta de fins da filosofia grega; porém enquanto para Descartes o Homem existia devido à razão, para Bacon a razão existia devido ao Homem.
   Segundo Bacon, só existe clareza no que pode ser obtido pela experiência, logo, não há clareza em deduções; esta perspectiva está enraizada na ciência jurídica, visto que a presença de provas é imprescindível em um julgamento.
   Tal filósofo influenciou também a classe burguesa, já que o conhecer, segundo sua visão, deveria ser instrumentalizado para a modificação da situação humana, que nada mais foi do que a Revolução Industrial, responsável por fundamentar um novo processo civilizatório.
   Além disso, via a exploração da natureza como a única forma de interpretá-la e vencê-la, o que nos mostra, mais uma vez, a atualidade do pensamento baconiano, já que a exploramos interminavelmente, enxergando-a como mera servidora da humanidade.
   Por fim, sua idéia de método também é muito importante, visto que defende que a ciência e sua metodologia poderiam antecipar o acaso, como ocorre hoje ao anteciparmos os fenômenos naturais; desta forma, seu método consista no estabelecimento de graus de certeza, separando o alcance dos sentidos, que era o conhecimento empírico, do labor da mente, impregnado de concepções próprias.

Metodologia experimental

Francis Bacon foi um filósofo e político inglês nascido em 1561. Com sua metodologia experimental, Bacon quis mudar a ciência de seu tempo, opondo-se a filosofia de Aristóteles e de vários filósofos gregos, por achar que elas não serviam para melhorar o bem-estar do homem. 
Em sua obra "Novum Organum", ele propõe um novo meio para chegar a verdade, no qual a mente não poderá mais guiar-se por si mesma, mas sim ajustar-se a mecanismos da experiência. O homem deveria explorar a natureza buscando interpretá-la e vencê-la, a fim de chegar a uma ciência útil. Ele propõe dois métodos para isso: cultivar as ciências já existentes ou buscar novos conhecimentos através da exploração da natureza.
Para Bacon, se quisermos chegar a uma verdadeira ciência, precisaríamos abandonar nossos ídolos, que ele dividiu em quatro: ídolos da tribo, ídolos da caverna, ídolos do foro e ídolos do teatro. O primeiro se refere a distorções na leitura de mundo através das nossas paixões e sentidos; o segundo a distorções causadas pela nossa formação educacional, por autores que já lemos, por livros com os quais nos identificamos; o terceiro a distorções causadas pelas relações com outras pessoas ou grupos, que aconteciam na sua época nas feiras e em festas da nobreza; a quarta a distorções vinculadas a superstições, como naquela época a influência da astrologia e da magia era forte.

A ciência na luta contra a natureza

       Francis Bacon defendia a necessidade de uma ciência que fosse capaz de transformar, e portanto criticava a filosofia clássica, que segundo ele não servia ao bem estar do homem. Além disso, acreditava que os sentidos são enganadores, visto que "o homem se inclina a ter por verdade o que prefere".
        Dessa forma, Bacon desenvolve um metódo que busca alterar esse modo de ciência até então conhecido, para isso utiliza-se do Empirismo, valorizando a pesquisa experimental. Primeiramente, deveria-se observar a natureza para coletar dados, os quais seriam então organizados para que a partir deles fosse possível a formulação de hipóteses, as quais buscaria-se posteriormente, através de experimentações, comprová-las.
        Ele buscava com isso, um conhecimento que fosse útil, capaz de empreender grandes obras na natureza. Assim, nota-se que Francis Bacon teve grande importância na construção da ciência, tal como conhecemos hoje, sendo um dos pioneiros na sistematização dessa. 

                        Vitória Vieira Guidi - 1º ano Direito Diurno

Constante interligação


                O filme “Ponto de Mutação” é composto por uma discussão entre três pessoas atuantes em diferentes áreas: um físico, um político e um poeta. É responsável por levantar diversos questionamentos acerca da vida humana, bem como incitar determinadas reflexões. Abordando diversificadas ponderações, possui como foco principalmente a questão ambiental atrelada ao desenvolvimento econômico em voga.
                Levando em consideração o progresso da humanidade, fala a respeito do desenvolvimento de um pensamento pautado no método cartesiano, no qual as pessoas têm a tendência de observar os problemas separadamente.
                Coberto, portanto, de uma crítica ao modelo econômico vigente, passa a ideia de que se deve olhar os problemas humanos como um todo, e não dividi-los. Deve-se também pensar nos recursos naturais como limitados, sendo necessário o desenvolvimento de um pensamento sustentável.

                Partindo da observação das ações individuais e seus efeitos e consequências no mundo sob diferentes pontos de vista, nota-se que as respectivas ações humanas encontram-se todas interligadas, não possuindo um efeito isolado. Desta forma, é necessário pensar em um mundo cujas próximas gerações estejam passíveis de boa convivência aliada a um uso coerente e controlado dos recursos ambientais.

A Teia

Ao abordar três pensamentos distintos, através de um político, uma cientista e um poeta, o filme "Ponto de Mutação" leva à uma viagem pelo mundo da Filosofia e da Ciência, trazendo questões e considerações de extrema importância.
Critica-se assim, a Política, por criar uma imagem falsa do candidato, que buscando se eleger, passa a ser tudo aquilo que a população almeja, além dela utilizar-se do método Cartesiano, buscando analisar de forma fragmentada a realidade , não conseguindo portanto compreendê-la,  nem transformá-la efetivamente. Porém, essa fragmentação do pensamento não é, de modo algum, restrita ao campo da Política, atingindo a Ciência e a sociedade como um todo.
A Ciência também sofre duras críticas por não prevenir os cientistas das possíveis aplicações de suas pesquisas e sua influência na vida das pessoas e no planeta, o que faz com que estas novas descobertas sejam muitas vezes utilizadas de forma equivocada, para fins completamente distintos daqueles inicialmente propostos (sendo grande parte direcionada a fins bélicos). Até mesmo a Poesia, quando utilizada apenas como forma de fuga e isolamento, é questionada.
As três formas de pensamento, por mais distintas que possam parecer, acabam de certa forma se convergindo, mostrando que deve-se sempre questionar, buscando conhecer realmente o mundo ao nosso redor, não esquecendo-se contudo que o homem é um ser social e necessita do contanto, do convívio com outros seres humanos, também nota-se a necessidade de um desenvolvimento sustentável e de ações concretas, pois apenas teorias não são capazes de transformar.
Com isso, fica evidente a necessidade de mudar, alterar a percepção vigente de mundo , deixando para trás o individualismo e o imediatismo, passando a observar que tudo se relaciona e portanto, para resolver os problemas globais, deve-se primeiramente entender as ligações, conexões entre eles, só assim torna-se possível resolvê-los, melhorando de fato o mundo em que vivemos.
Vitória Vieira Guidi - 1º ano Direito Diurno

A ação me faz falta

René Descartes contribuiu significativamente para a valorização da razão e questionamento dos fatos mundanos, em detrimento da filosofia contemplativa, isenta de fundamentos científicos. Contudo, ele não ressaltou a importância da experiência, de forma a transformar toda a sua teoria em prática. Essa, por sua vez, foi a grande contribuição de Francis Bacon, empirista inglês chamado de “o fundador da ciência moderna”.
Bacon refutou o método científico de antecipação da mente e defendeu o da interpretação da natureza, o qual consiste na experimentação ilimitada em busca do conhecimento. A ideia de que é real apenas o que pode ser provado empiricamente obteve grande importância na área do Direito, uma vez que a prova é fator determinante para o julgamento dos cidadãos. Ele ressaltou o quão perigosa é a falácia dos sentidos, por isso a necessidade de rejeição do labor da mente por si mesma. Se, ao julgar um crime, o juiz fosse influenciado por suas paixões, educação e filosofias, é indubitável que inseriria total parcialidade no caso, aumentando, assim, a injustiça nos tribunais.
Não somente na área do Direito, a influência de Bacon apresentou-se também no ideal de transformação da realidade, a qual foi inserida na mente da burguesia em ascensão, sendo  primordial para a alteração de sua condição social.  No mundo contemporâneo, essa ideia conservou-se: não há sentido algum em se apegar a doutrinas e teorias, sem valorizar a prática. De que adianta uma Constituição “Cidadã”, pregadora da igualdade e justiça, se a realidade denuncia a pobreza, miséria e corrupção?  As manifestações de 2013 demonstraram a quebra da inércia da população, a qual estava, até então, apegada somente a ideias e estéril de ações.
A ciência, segundo Bacon, é infinita, uma vez que serve de alicerce para mais ciência. O principal obstáculo nessa busca interminável por conhecimento é a ilusão sensorial, a qual deve ser refutada e substituída pela experiência. É preciso inovar e explorar a todo instante, a fim de que a práxis cumpra seu papel transformador da realidade e engrandecedor do homem. Como diria Patrícia Rehder Galvão, “a insatisfação intelectual não me basta... a ação me faz falta!”.
Nathalia Nunes Fernandes, Direito Diurno

O relógio humano não traz mudanças

A forma com que as pessoas enxergam o mundo é, indubitavelmente, fator determinante para os fins que este levará. O filme “Ponto de Mutação” aborda diferentes visões por meio de um debate entre uma cientista – defensora de uma ótica funcional – , um poeta que tende a concordar com ela e um político portador de uma visão cartesiana. Cada um deles, ao julgarem o trabalho de um relógio e caminharem pelos arredores de um castelo medieval, debatem arduamente sobre como o mundo deve ser julgado.
Se analisado sob um prisma cartesiano, no qual todas as coisas e relações funcionam como uma máquina, o indivíduo será preponderante ao todo e, dessa forma, para analisar o mundo seria necessário “desmontá-lo” em pequenas seções e analisá-las independentemente umas das outras. Já sob uma ótica funcionalista, as relações mundanas seriam consideradas como um todo, no qual cada parte dele está interligada e depende de outras. Esta última faz com que se crie uma relação em cadeia, originando uma espécie de “teia da vida”. Nela, por exemplo, o problema da miséria e da fome não deve ser analisado isoladamente, mas sim dependente de fatores econômicos, ambientais e políticos, para que seja enfrentado.
Segundo a cientista do filme, Sonia Hoffmann, a população hodierna vive uma “crise de percepção”, sendo a mudança de visão de mundo o primeiro passo para combatê-la. Para ela, os políticos possuem em sua cabeça um relógio que faz com que, ao analisarem uma situação de forma individualista, um problema se torne outro. Assim, ela defende que a criatividade – capacidade de transcender-se – é a principal característica evolutiva do homem e que é necessário a defesa de uma sociedade sustentável, preocupada com os fins que uma relação em cadeia pode causar para gerações futuras.
Sonia, pautada em todos os estudos e reflexões que fizera, demonstrou-se uma mulher farta de conhecimento e preocupação com o andamento das ações antrópicas. Se há tantos problemas no mundo moderno, como a fome, catástrofes naturais, desemprego e precariedade dos sistemas públicos de saúde e educação é porque analisá-lo sob uma concepção individualista não está sendo benéfico em perspectiva alguma. Considerar o todo e a “teia da vida” é a melhor maneira para principiar a melhora nas relações humanas e livrar o planeta de uma catástrofe irreversível. Para isso é necessária coragem para quebrar o paradigma individualista que adoece e atrasa moralmente o homem moderno.
Nathalia Nunes Fernandes, Direito Diurno 

Ponto de Reflexão

"Ponto de mutação" é uma adaptação cinematográfica da obra literária homônima do físico Fritjof Capra, que se passa na ilha de Saint Michel, na França, e mostra um diálogo entre um senador, ex-candidato à presidência dos Estados Unidos derrotado nas eleições, um poeta, que se considera fracassado, e uma cientista, afastada de seus trabalhos por questões éticas e morais. O encontro dos três na fortaleza situada na ilha resulta em um debate que envolve filosofia e as demais ciências.
Partindo do método desenvolvido por René Descartes, as personagens chegam ao que seria uma das principais discussões do filme: as consequências da especialização excessiva do conhecimento para as relações sociais, ambientais e políticas, onde a tentativa de se conhecer profundamente a parte para entender o todo provocou a dificuldade de solucionar um problema de ordem global na atualidade, afinal tende-se a amenizar os casos particulares ao invés de encarar e formular soluções universais, além de ter extinguido quase totalmente a ideia de coletividade.
A crítica expressa no filme, apesar de ser muito atual, raramente é levada em consideração nos âmbitos acadêmicos e de produção científica. Talvez, se discutíssemos mais o método empregado, o porquê de não se ter uma visão ampla e suficiente de mundo no lugar da perspectiva de uma fatia desse, regada de conhecimentos, muitas vezes, pouco práticos e inutilizados, formaríamos políticos, juristas, médicos, físicos, químicos, engenheiros e profissionais de diversas ordens e áreas, mais humanizados e capacitados para enfrentar e modificar efetivamente a realidade, com consciência da importância e do impacto de seus trabalhos na sociedade em geral e mais preocupados com o bem comum, do que em beneficiar e cuidar somente de uma parcela da população. 

Distintos caminhos para a solução

A grande peculiaridade dos relacionamentos interpessoais é a diversidade de opiniões e pontos de vista a considerar. Mas isso só pode ser aproveitado de forma plena se houver disposição para debate entre os envolvidos e se eles tiverem mente aberta. Assim como é mostrado no filme “Ponto de Mutação” (Mindwalk, no original) temos muito o que aprender com pessoas de estilos de vida e pensamentos diferentes. Apesar de em certos momentos no filme haver a crítica em relação a métodos de filósofos como Bacon e Descartes, o questionamento sobre esses métodos possibilitou criar novas linhas de raciocínio, talvez mais eficazes. Discutindo ideias adversas pode-se desenvolver conceitos mais precisos acerca de temas abstratos como a justiça, a ética e a bondade, mas também contribui para entender e resolver problemas concretos de política e vida pessoal. Até mesmo os grandes gênios da humanidade recorreram à ajuda de terceiros para consagrar seus pensamentos, formular suas leis. Porém não devemos nos apegar apenas aos mais cultos, à elite intelectual mas, às vezes, o mais humilde dos homens possui a resposta para o nosso problema. Por isso é importante que saibamos aprender com todos os métodos e opiniões que nos são apresentados.

Um Novo Instrumento para uma nova era

Francis Bacon (1562-1626) nasceu e viveu em um momento especial na Inglaterra: não só o país, como todo o continente europeu, passava uma transformação expressiva da Idade Média para a Moderna e do catolicismo para o protestantismo. Com isso, inspirado nas mudanças políticas e religiosas que ocorriam, Bacon sentiu a necessidade de adaptar, também, a ciência para os novos valores que vinham se consolidando. Assim, no ano de 1620, escreve sua obra-prima, Novum Organum (em tradução livre, Novo Instrumento), em uma clara contraposição à obra aristotélica, Organon.
Novum Organum surge como uma alternativa para toda uma era e logo se consolida como o trabalho inaugural da ciência moderna, uma vez que o autor objetivava o poder e o domínio humano sobre a natureza. Para tal, Bacon afirmava que o conhecimento era o instrumento essencial, mas que era necessário desvinculá-lo dos métodos teológicos e das filosofias metafísicas que, por se apresentarem na forma dedutiva, ou seja, partirem de verdades universais pré-estabelecidas pelos "ídolos", desvirtuavam o progresso tanto da ciência como da humanidade. Dessa forma, indica um método novo, o qual tem como bases o empirismo e a indução e que propõe que se parta de fatos particulares para que seja possível atingir uma conclusão geral. Consequentemente, Bacon constrói os pilares da ciência experimental ao colocar a necessidade de se provar teorias a partir de seus resultados, fazendo da experimentação a base da sua teoria, sem se despir inteiramente da razão, e, assim, abre as portas para o avanço técnico típico da sua época.

Sofia Lopes Andrade - Noturno

A Teoria Baconiana na Atualidade

Os trabalhos desenvolvidos por Francis Bacon e René Descartes representam divisores de águas na história das ciências e foram precursores da ideia de conhecimento científico como é concebido atualmente, desvinculado dos ideais religiosos, místicos e fantasiosos.
Em seu "Discurso sobre o Método", Descartes defende o aprendizado e o desenvolvimento do saber pautados no racionalismo. Já Bacon, ao escrever o "Novum Organum", critica o conhecimento obtido somente pelo uso da razão, afinal, para ele, o exercício da mente deveria ser regulado por mecanismos da experiência e a racionalidade só seria confiável se passível de comprovações empíricas ou retiradas da realidade. Além disso, o método baconiano inova ao introduzir uma finalidade útil às ciências, até então de caráter meramente contemplativo, que serviriam como principal instrumento de manipulação e de domínio do homem sobre a natureza.
Esse último aspecto da teoria de Bacon impulsionou o progresso tecnológico dos séculos seguintes, influenciando as mais diversas gerações e, ainda hoje, considerado um conceito atual. Porém, passada a empolgação das descobertas científicas e das revoluções industriais, é impossível olhar para os impactos sócio-ambientais causados por elas e não se perguntar se tudo isso realmente valeu a pena... Apesar de ter propiciado uma melhora significativa na qualidade de vida dos seres humanos, o avanço desenfreado e infinito no campo das ciências e a eterna luta contra a natureza causaram danos imensuráveis ao meio ambiente e, no mundo contemporâneo, servem muito mais aos fins bélicos e econômicos do que ao bem estar social.
Portanto, é necessário que haja, não uma ruptura, mas uma adequação de pensamentos e conceitos filosóficos, como os de Bacon, à realidade do século XXI, pois insistir no que um dia já foi certo e funcionou, mas que traz benefícios particulares e danos desmedidos nos dias atuais, pode significar o fim de recursos naturais e da própria humanidade. 

Bacon e seus ídolos

                Francis Bacon foi um importante filósofo empirista, que nasceu em 22 de abril de 1561 em Londres e morreu em sua cidade natal no dia 9 de abril de 1626. Sua obra mais conhecida foi "Novum Organum".
                Bacon, assim como descartes (porém de maneira mais direta) criticava o fazer científico por meio do mero pensamento, como defendia Aristóteles. Para Bacon para uma teoria consagra-se como verdadeira ela deveria ser guiada por meio da observação e experimentação (conhecimento empírico) uma vez que o mero raciocínio silogístico. dessa forma seu trabalho contribuiu em muito para o avanço tecnológico, uma vez que se baseava  na compilação das experiências dando muito mais força e credibilidade à tese já que assim formulava-se uma teoria baseada em fatos e não em mero raciocínio lógico(que muitas vezes pode estar errado)
                Consequentemente Bacon cria os ídolos, que representam falsa noções e são responsáveis pelos erros cometidos pela ciência, sendo estes divididos resumidamente em quatro grupos, primeiramente temos o ídolo da tribo que revela a facilidade com que generalizamos os fatos com base nos casos favoráveis e negando os desfavoráveis. Em seguida temos o ídolo da caverna que seria uma metáfora de como cada homem interpreta e distorce os fatos para que estes se encaixem aos seus pensamentos e crenças particulares (e não o contrário). Mais adiante temos os ídolos do foro que seriam as ideias fixadas graças as definições. Finalmente temos os ídolos do teatro seriam as ideias tanto científicas, como filosóficas e políticas que são criadas por artifícios ilusórios, uma vez que são criados nos princípios da autoridade e nas normas ausentes de demonstração.
Pode-se afirmar que a vida está em constante progresso, com o tempo e o avanço da sociedade novas necessidades surgem, tal como novos problemas a serem enfrentados, busca-se mais liberdade e igualdade, a capacidade de viver com qualidade,vários objetivos que a séculos atrás não pareciam atingíveis. Um nova realidade surge com esse avanço, um novo pensar resulta disso tudo, mas o que ainda nos leva a crer que, por anos de existência da humanidade, o homem é um ser tão superior? Somente por ter a capacidade de criar, aprender e superar os limites que a natureza nos impôs?
Para Bacon o homem deveria submeter as coisas e a natureza, todavia, não podemos pensar simplesmente que o homem talvez deveria aprender a conviver com o meio? Para ele "saber é poder", mas qual o poder que adquirimos se ainda dependemos da natureza?. Portanto, que poder é esse que alcançamos, se a maioria de nossos avanços científicos são cada vez mais capazes de levar a autodestruição da raça? O meio ambiente é destruído, assim como vidas em países de menor poder econômico ou até mesmo em guerras. A busca pelo poder e pelo crescimento de um certo ponto de vista torna o homem egocêntrico e toda a prepotência humana é capaz de destruir sendo pouco capaz de renovar.
O filme Ponto de mutação, traz pensamentos contra a aplicação da filosofia de busca da ciência aplicada por Descartes e Bacon. Será que os métodos de pesquisa impostos por eles são tão funcionais ainda? Como Francis demonstra, para a pesquisa é necessário eliminar os ídolos e um deles é o Idola Theatri, será que por nos basearmos demais nos pensamentos filosóficos antigos deixamos de descobrir novos conhecimentos verdadeiros? Portanto este filme, ao expor um novo pensamento que faz a pesquisa se dar não pela análise das partes da coisa mas sim sobre o sistema de relações ao qual ela está imposta, é capaz de criar várias dúvidas e de que é necessário analisar a época que vivenciamos, com toda sua tecnologia e todos seus problemas, para talvez conseguir alguma solução.

Camilla Pires 1º ano- Direito Noturno.

Um ciclo que se rompe com uma mudança de percepção.

O filme "Mindwalk" traz o diálogo entre um poeta e um ex-candidato à presidência dos EUA. Os amigos criam discussões acerca de questões como a motivação das ações humanas e desenvolvimento social e econômico da sociedade. Durante esse diálogo surge uma cientista e apresenta uma nova percepção de mundo e novos argumentos, incrementando ainda mais a discussão.
A história que se passa em Saint Michel, França, apresenta uma crítica ao pensamento cartesiano, ao ponto que esse pensamento é o primeiro a mecanizar a natureza, e sistematizar as ações do ser humano. A evolução do pensamento nesse aspecto, chega aos dias atuais dividindo o todo em pequenos fragmentos, e impossibilitando assim, uma resolução definitiva dos problemas da sociedade contemporânea. O homem está sempre buscando o progresso para solucionar problemas criado pelo próprio progresso.
Esse ciclo vicioso apenas pode ser rompido com uma mudança de percepção do mundo pelas pessoas. A consciência de que toda e qualquer ação encontra-se interligada, permite ao homem criar ações preventivas no lugar de apenas remediar os problemas da sociedade. Dessa forma o progresso econômico perde sua importância primária, e o homem pode levar uma vida mais equilibrada.
Portanto, podemos concluir que o objetivo principal do filme é transmitir a ideia de que para que possamos resolver algum problema, em qualquer aspecto, é necessário entender sua ligação com o mundo, com a sociedade. Tudo encontra-se interligado, e a compreensão desse fato permite um redirecionamento da forma de pensar humana. É necessário o avanço do pensamento juntamente com o avanço da sociedade.


Tiago Paes Barbosa Borges, 1º ano - Direito Diurno

Evolução? Até que ponto?

  Com toda a certeza Bacon contribuiu imensuravelmente para a evolução da ciência. Seu método revolucionário de pensar, sua proposta de cura da mente através da regulação desta por mecanismos de experiência , assim como a busca de por um conhecimento verdadeiro e o fim da influência dos "ídolos da mente humana" nas nossas idéias, foram a base para a formulação da ciência moderna.
  No entanto,Bacon vai muito mais além. Para ele não basta, apenas, a busca por um conhecimento verdadeiro, este deve ser útil, ou seja, agir em prol do homem. Bacon almeja a dominação humana, o homem capaz de modificar, explorar, utilizar tudo que a natureza e o universo tem a oferecer, a fim de alcançar a constante evolução da condição humana.
  Mas até que ponto essa obsessão por crescimento é positiva? A ciência, na sua incessante busca pela hegemonia humana, tem se tornado cada vez mais desumana.O mundo, as pessoas, a Terra, passaram a ser vistos como máquinas, todos os processos ficaram mecanizados. O conhecimento fragmentado.A ciência pura, que pesquisa por prazer, por fascínio, não existe mais, agora, o que temos é uma ciência perversa, em favor do grande capital, sem cara nem coração, apenas com um logotipo.
  O poderio científico, se tornou uma arma de destruição em massa, o meio ambiente, a natureza, animais, plantas, vidas humanas e muito mais,  quando não são findadas, muitas vezes, são afetadas negativamente, são prejudicadas, desfalcadas, poluídas por tais tecnologias.
  Um exemplo claro e recente disto é a bomba atômica. Qual o real benefício que esta arma, que pode afetar gerações e milhares de pessoas, pode trazer para melhorar a condição de vida humana? Ao meu ver, tal invenção, apesar de brilhante e demonstrar o quão longe chegamos, na realidade, mostra o regresso da humanidade.
  Por isso eu pergunto: Evolução? Até que ponto?


Ana Clara Rocha Oliveira 1º ano Direito Diurno
 

Poder Científico

                O filme contrapõe a liberdade (que eventualmente acaba despontando em uma individualidade exacerbada) da atualidade com a unidade de antigamente (esta por sua vez não permitia com o  homem tivesse plena liberdade de expressão e pensamento)
                Também faz uma crítica ao método de pensamento cartesiano (quando aplicado a política, mas talvez seja em qualquer situação quando pessoas estão envolvidas) uma vez que tenta mecanizar as relações entre os indivíduos e o todo. como se fosse algo desmontável para que possam ser analisadas separadamente e se possa entender mais facilmente  depois apenas juntando as partes surgirá uma resposta. Porém é muito  mais complexo que isso, uma vez que para compreender a situação, o todo deve ser analisado e não apenas as partes. Chegando a afirmar que para os tempos contemporâneos, com essa grande mudança causada pela tecnologia, seria necessário um novo método de pensamento científico.
                              na mesmo medida o filme critica os avanços tecnológicos do modo que são feitos uma vez que para eles acontecerem,  tornam-se extremamente caros sendo acessíveis à apenas uma pequena parte da população, e que tem-se mais enfatizada uma visão de intervenção e não de prevenção, como no caso de pesquisas que visam a criação de órgãos sintéticos (que são caros e inacessíveis para a maioria)ao invés de campanhas de mudanças de hábitos alimentares que muito bem poderia resolver vários casos em que os órgãos sintéticos se fazem necessários. Provando assim o nosso pensamento

                outro aspecto interessante discutido no texto é o de como a ciência é utilizada. uma vez que suas descobertas podem interferir (e de fato interferem de uma maneira profunda) em nossa vida cotidiana, e por a ciência trazer tantos benefícios, criou-se um pensamento de que a ciência é incontestável e solucionará todos os problemas. Portanto devido a essa crença cega nos cientistas, algumas pesquisas acabam passando por cima de muitos valores éticos e morais. Um problema também apontado no filme é o dos credores das pesquisas, uma vez que muitas pesquisas são financiadas por militares e assim são eles que definem o que é mais interessante de ser pesquisado.      

Empirismo Baconiano e seu legado.

O reconhecido Francis Bacon constribuiu demasiadamente para a nossa sociedade, principalmente na área ciêntífica ao longo de seus 65 anos. Bacon, em suma, defendia o empirismo na ciência (isto é, a "experimentação", o real, o chegar em resultados através do vivido) e fez críticas ásperas ao pensamento filosófico, que o caracterizava como "cultivo da ciência".
O sociólogo alegava que a filosofia era de pouca valia para a ciência (e ao meu ver, ao "progresso" de uma sociedade).Isso pode ser observado atualmente: as nações desenvolvidas também são muito tecnológicas e investiram muito em pesquisas empíricas e por causa desse pensamento deixado por Bacon, a ciência pode dar vários passos para frente, encontrando-se no estado em que está hoje.
Porém, ao meu ver, o cultivo da ciência não é necessariamente de "pouco valor". Países desenvolvidos também tem um poderio filosófico amplo. Acho dispensável separar o empirismo da "filosofia", pois eles muitas vezes ajudam um ao outro e trabalham juntos.

Antecipação e Interpretação


Todo o trabalho de Francis Bacon em sua obra “Novum Organum” baseia-se sobre o princípio da busca do conhecimento novo por meio da exploração e da experimentação (que ele chama de “interpretação da natureza”). Tal conhecimento deve ser contemplativo, ou seja, empírico, e leva o nome de “antecipação da mente”.
Por meio dos dois princípios fundamentais de sua teoria, Bacon constrói seu método inovador, que pode ser interpretado como uma regulação da mente por meio da experiência, baseado em dois fundamentos: o cultivo da ciência e a descoberta cientifica.
Assim, ele aprofunda-se no estudo das “antecipações da mente”, que seriam a base para o senso comum, pois baseiam-se na cotidianidade, nos eventos consuetudinários. Tal senso comum leva à percepção de uma grande diferença entre a idealização do homem, e a vontade divina, que Bacon não despreza, pelo contrário. Por tal motivo, ele diz que a verdadeira ciência atua como uma representação das reais intenções de Deus.
Por fim, faz um estudo daquilo que ele chama de “Ídolos”, que seriam falsas interpretações do mundo por parte dos homens. Existem quatro tipos de Ídolos: os da tribo, os da caverna, os do foro e os do teatro, sendo que cada um atua em um diferente aspecto da vida do homem, causando distorções e fazendo com que o homem desvie da interpretação correta, ou seja, da compreensão da vontade divina.

Maria Luiza Rocha Silva - 1° Ano Direito diurno - Turma XXXI


A nota quebrada que atrapalha a melodia

        O filme “Ponto de Mutação” traz várias discussões de cunho filosófico, científico e biológico que questionam o pensamento atual e o modo como este influencia o mundo. Tudo isso é compreendido através do diálogo de três personagens: um político ex-candidato para a presidência dos EUA, uma física desiludida com seu trabalho e um poeta que deixou os EUA pela França.
        Dentre as discussões, destaca-se a crítica contundente ao pensamento de Descartes. Na visão do filósofo e na metáfora presente no filme, é preciso que se entenda as partes, para compreender o todo. A exemplo do relógio: desmontando-se suas peças e entendendo-as uma a uma, entende-se o sistema inteiro quando todas as peças funcionam em conjunto. O erro está em aplicar esse método para a natureza e para a sociedade, como se estas fossem regidas por leis objetivas, como se funcionassem de modo mecânico, como máquinas.
        Desse modo, chega-se a conclusão de que tudo acontece não independentemente, ou apenas em conjunto, mas sim nas interrelações. Como é dito no filme, uma nota musical não possui sentido se tocada isoladamente, é preciso de uma interação de diferentes freqüências com outras notas para que haja uma melodia.
        Nessa perspectiva, talvez seja esse o problema da sociedade moderna: quando há algo a ser consertado, pensamos de modo compartimentado, indo direto ao problema, ou seja, busca-se consertar apenas a nota quebrada do piano. Entretanto, pode ser que o erro esteja na melodia, só que o ser humano não possui ouvidos treinados o suficiente para analisá-la a fundo, está acostumado ao processo mecânico de consertar apenas a nota quebrada.

Ana Julia Pozzi Arruda - 1° ano direito diurno

Bacon e a autenticidade da experiência

O pensador inglês Francis Bacon ficou conhecido, principalmente, por sua obra “Novum Organum” em que o autor confronta as ideias científicas de Aristóteles publicadas na obra “Organon”, assim como a metafísica e a filosofia grega em geral, além de colocar em pauta a proposta um novo método científico.

Então, nessa obra, Bacon propõe um método indutivo para substituir o método dedutivo tradicional, embasado nos silogismos. Nesse novo método, o conhecimento e as verdades seriam obtidos por meio da experimentação e de testes, logo, a experiência passa a substituir os silogismos no caminho para a ciência verídica.

Além disso, ele diz que o papel da ciência deve ser o de buscar as causas dos fenômenos para assim melhor explica-los. E, também, a ideia de progresso para Bacon vai além do progresso científico, ele afirma que um melhor entendimento do homem sobre a natureza propiciaria um bem-estar aos cidadãos. Ademais, esse domínio sobre os fundamentos da natureza fariam do homem um “mestre do mundo”, o que leva a uma de suas máximas “saber é poder”.

Portanto, Francis Bacon com seu método indutivo, pautado na experimentação, foi imprescindível para que a ciência caminhasse para a Modernidade, abandonando antigos paradigmas que em sua visão estagnavam o conhecimento científico e a indagação da verdade genuína, apenas perpetuando velhos erros e girando em círculos. Assim, Bacon pode ser considerado um dos precursores da Ciência Moderna e, consequentemente, dos avanços tecnológicos e científicos que derivaram do uso de seu método.

Luiza Fernandes Peracine - 1º ano Direito Noturno
Bacon e o bem estar do homem               

        Francis Bacon foi um importante filósofo e político inglês. Em sua obra, propõe dois métodos para a ciência: o conhecimento contemplativo e a descoberta científica. O primeiro associa-se mais aos filósofos gregos, os quais tratavam a ciência como mero exercício da mente, não realizavam experimentos concretos a partir de suas análises. Já o segundo corresponde à busca do conhecimento por meio da exploração e da experimentação, ou seja, ao empirismo. E é essa a vertente que Bacon defende como o melhor para a sociedade intelectual.

        Bacon também faz uma crítica aos “ídolos”, os quais seriam responsáveis por transmitir uma falsa percepção do mundo. Assim, devemos dar-lhes menos atenção para podermos analisar o conhecimento científico em si mesmo, sem interferências externas. Segundo Bacon, apenas conciliando o empirismo com um certo afastamento dos ídolos é que seria possível ao homem atingir um certo nível de bem estar intelectual.

Ana Julia Pozzi Arruda - 1° ano direito diurno

Pensamento Cartesiano x Pensamento Integrativo

Fritjof Capras, com o filme “mindwalk”, trás uma reflexão acerca das bases da nossa existência, da integração do pensamento, das ações humanas no contexto do desenvolvimento e a procura de uma vida equilibrada e de um progresso sustentável.
A história tem início na ilha paradisíaca de Saint Michel, na França, na qual participarão três personagens principais: um ex candidato a presidência dos EUA e um poeta, seu amigo, os quais presos em suas próprias concepções de mundo procuram uma saída para o seu sucesso, tal qual a uma ilha solitária, representada pelo cenário da gravação, e uma cientista afastada a qual busca se transformar no isolamento, na fuga da sua vida profissional, o perdão pelos resultados de suas ações e criações – muitas vezes usadas pelo exército estadunidense.
Durante suas discussões abordam a evolução do pensamento humano, passam por Descartes e chegam aos padrões atuais, os quais são liderados por pensamentos mecanicistas que dividem o todo em inúmeros pedacinhos a serem olhados de forma individual. Esta maneira fragmentada de olhar os nossos problemas, acaba por sacrificar a nossa própria humanidade, pois, não se consegue ver os inúmeros problemas sociais interligados entre ações, aparentemente, independentes. Nossa vida é regida por sistemas interventivos e não preventivos, o qual deveria ser realmente adotado por evitar alguns graves problemas constantes no modelo intervencionista.
Ao longo do filme fica claro que tudo se interconecta. O que não conseguimos ver ou entender, não pode ser abominado sob condenação de nossa cegueira ou falta de abertura para o novo. Todos fazemos parte de um todo, o qual não deve ser olhado, unicamente, com os olhos cartesianos, com o medo de sair de uma zona de conforto.

A proposta principal de Fritjof Capras, portanto, é antes de fragmentar os problemas a serem estudados ou resolvidos, entendermos primeiramente a sua conectividade com outros problemas e pessoas. É necessário buscar uma interatividade, a qual nos levará a um caminho possível para a nossa própria evolução, conseguindo mesclar o pensamento cartesiano, que vê tudo demasiadamente fragmentado, e o pensamento integrativo que busca um equilíbrio entre as nossas ações. Assim talvez, será possível um mundo mais equilibrado, nas relações sociais, e mais sustentável.

Ana Luiza Cruz A. 1º Direito Diurno.

Reflexão

  Consequência. Tudo que é feito, tem consequências. Nossa vida, assim como a de qualquer outro ser, é regida pelos seus atos. E o que são atos se não um conjunto de ações que levará determinada coisa a acontecer? E as consequências de nossas atitudes não possuem impacto apenas em nossas vidas, cada passo, decisão e ação influencia, volutária ou involuntáriamente, tudo e todos que estão ao nossa redor.
  Esse efeito dominó, causado pela reflexão de nossas atitudes sobre o mundo, é explicado pelas interações. Tudo está ligado, conectado. Não existe algo sem nexo. Tudo que há, é, na realidade,composto por uma variedade de ligações, o universo é uma teia inseparável de relações. A solidão está contida, apenas, no mundo das idéias. Não existe problemas isolados, todos estão correlacionados, independentemente de seu caráter, seja ele econômico, social, ecológico, o que for. 
  Por isso que se faz sem sentido a análise de apenas uma parte separada do todo, do contexto em que está inserida, assim como do contexto em que teve sua origem . A busca por soluções deve ser realizadas baseadas em uma perspectiva do geral,pois todas as considerações que forem feitas sobre alguma problemática, na realidade, irá ter uma reflexão sobre tudo.
  A essência do universo, assim como o que garante a nossa existência são as relações mútuas de interdependência e conexões presentes entre cada ser e objeto que habita a Terra. A natureza, os animais, as plantas, o ar, a terra, a água, e todos os outros elementos constituintes deste planeta, formam um grande sistema, um organismo vivo, que necessita de cuidado e tratamento, uma vez que a disfunção de qualquer órgão deste ser, comprometerá todo o resto.

Ana Clara Rocha Oliveira 1º ano Diurno

O pensamento empírico e o avanço da ciência.

Francis Bacon é considerado um dos fundadores da ciência moderna. Assim como Descartes fez inúmeras críticas aos Gregos pelo modo com que estes faziam ciência. Na visão De Bacon, os gregos tinham “uma sabedoria farta em palavras, mas estéril de obras”, e não conseguindo colocar em prática os tantos estudos feitos, careciam do cerne da ciência: a aplicação no mundo real, e a consequente melhoria para a vida humana.
 Para melhorar esse sistema científico vigente, na visão de Bacon ineficiente, ele propôs dois métodos básicos:

  •      O Cultivo das ciências ou antecipação da mente: o qual consiste deixar o intelecto “solto” para pesquisar e imaginar o que desejar, levando, muitas vezes, em consideração eventos familiares. Essa subjetividade do método pode fazer com que as emoções contaminem o objeto estudado.
  •     A descoberta científica ou interpretação da natureza: a qual consiste no pensamento empírico, na realização de experimentos para comprovar qualquer tipo de pensamento.

O pensamento empírico, diferente da metafísica e da teologia, seria um tipo importante de poder que o homem alcançaria quando este conseguisse deixar de lado suas emoções e sentidos, conseguisse proporcionar a sociedade acesso às suas pesquisas e nunca deter ou repousar o seu intelecto, pois, segundo Bacon, “sempre haverá a existência de algo mais além”. O avanço da ciência que hoje podemos presenciar, só foi possível, em parte, pelas proposições e inovações propostas por esse importante político e filósofo inglês.

Ana Luiza Cruz A. -  1º Ano Direito Diurno.
A humanidade e seus efeitos
O filme ponto de mutação inspirado no livro de Fritjof Capra traz consigo uma gama de ideologias que remetem o século XX e suas mazelas socias no que tange à miséria, fome, falta de água, poluição, violência e etc. São fatos apresentados no roteiro do filme por meio de três protagonistas: a cientista especialista em física, o senador e ex candidato à presidência e o professor de literatura e poeta. Ambos apresentam-se incomodados quanto às suas próprias existências, uma vez que, a primeira carrega a culpa por ter suas pesquisas científicas utilizadas para fins militares, o segundo sente-se desmotivado com a política e o terceiro apresenta-se na crise da meia-idade.
O decorrer do filme passa-se em um castelo medieval na França em que ocorre, inicialmente, um  diálogo entre as personagens à respeito do modelo cartesiano em que analisa as partes para se compreender o todo, o que sustenta a crítica feita pela cientista sobre a maneira como os políticos veem o mundo, devendo este ser  analisado como um sistema que abrange o todo para que esta relação seja compreendida. Esta via de análise permite à cientista atentar para os problemas inerentes à sustentabilidade que traz consequências drásticas à humanidade, o que remete as mazelas da sociedade contemporânea.
O filme ao apresentar os problemas que afligem o século XX, coloca enfoque a necessidade de se mudar a visão de mundo e a importância em se discutir tais problemas que corroboram para a destruição gradativa da vida na terra.
Adriane Oliveira, 1ºano Direito noturno