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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

O uso da modernidade

O ponto de virtude do manifesto comunista de Marx e Engels é justamente seu primeiro capítulo, que constitui um elogio à modernidade. Tal elogio é a base para tudo mais o que se segue no manifesto.
Marx e Engels celebram a modernidade como a libertação das formas produtivas, ou seja, o homem não está mais limitado às forças naturai; Colocam os burgueses como classe revolucionária e espelho no qual a proletariado deve enxergar a possibilidade de uma mudança de vida; Buscam esclarecer a classe operária de que o capitalismo, muito mais que um novo modo de produzir, constitui-se num novo modo de vida.
Constroem que, o proletário não deve descartar as conquista burguesas - inspiradas no liberalismo e que trouxeram a baixo a ordem feudal - e sim expandi-las. Se as formas produtivas agora são ilimitadas, há a possibilidade de "dominar o mundo". Ou seja, a modernidade dá as ferramentas para a libertação e a emancipação do homem.
O erro se solidifica na dominação do homem pelo homem, do uso das tecnologias não para melhorar a qualidade de vida de todos os membros da população e sim para que uma parcela explore ainda mais as outras. A saída para tal ciclo vicioso, da vida em torno do mercado, da ética da modernização onde as exigências humanas são ignoradas frente as necessidades de mercado, é o socialismo: uso da modernidade em benefício do coletivo.

A marcha burguesa

A atuação de Marx e Engels na sociedade extrapola a escrita de um manifesto, o Manifesto Comunista. Através dessa obra, tão falada e estudada dentro das ciências humanas, há a faísca de uma modificação social que se concretiza ao longo dos anos.
A luta de classes é não só um movimento por eles previsto, como também uma constante no nosso dia a dia, afinal a defesa dos interesses burgueses só fez-se fortificar ao longo do tempo. É, todavia, perigoso defender que o proletariado deveria assumir o poder e colocar fim à opressão vivida durante toda a dominação burguesa, uma vez que o comportamento dos primeiros não pode ser previsto e, assim, não há garantias de que os papeis se inverterão, mas a realidade nada sofrerá de novo.
É preciso pensar, ainda, que foi esse jeito burguês, iniciado na Revolução Industrial Inglesa que promoveu e sustentou nosso modo de vida atual. Marx e Engels já afirmavam que a burguesia logo seria capaz de envolver o mundo e isso de fato ocorreu. Hoje, em questão de segundos, notícias de todos os países são acessadas por smartphones e quando os celulares não são capazes de tais feitos eles são mais que ultrapassados.
As crianças passam por uma reforma educacional, na qual conhecer a virtualidade e as tecnologias que se reinventam a cada segundo é tão, se não mais, essencial quanto saber fazer contas e usar adequadamente pronomes, sujeitos e adjetivos.
O fato é que o mundo está submisso à ordem social, econômica e tecnológica ditada pelas grandes empresas que ocuparam os lugares dos senhores feudais. Esse confronto de soberanias não estatais gerou o policentrismo do poder que dificulta a execução de uma democracia integra e eficaz.
Afirma-se, assim, que essa ordem prevista e enunciada por tais pensadores sociólogos não só se concretizou como faz o mundo marchar no ritmo que acompanhamos atualmente. Assim, talvez a inversão de papeis defendida no manifesto comunista e a negação ao modo de vida liberalista sejam alguns pontos impostos devido à surpresa e à incompatibilidade dessa realidade próxima com os planos e desejos de igualdade entre as classes.

Bárbara Andrade Borges - Direito Diurno

Manifesto 2.0

      A transfiguração da sociedade é posta à mesa desde os primórdios de nossa existência. A Rousseau, os problemas iniciam-se com o nascimento da propriedade privada. Marx em seus estudos analisa essa sociedade alicerçada na propriedade, pela importância que esta ganhou após a Revolução Francesa. Nesse mesmo enredo, a Revolução industrial instituía um novo modelo de vida, uma nova forma de trabalho, um novo ritmo social.
      Ao contrário do que muitos pensavam, Karl Marx vislumbrou uma oportunidade ímpar rumo à (r)evolução da sociedade. Os maquinários e a velocidade permitiram ao homem produzir em abundância e com menores esforços.
Entretanto, essa revolução foi alavancada pela burguesia insurgente que, com mãos de ferro, submete(u) o trabalhador a condições deploráveis no trabalho. Karl Marx idealizou portanto uma solução plausível e possível à época: "Proletários de todo os países, uni-vos". Esta frase pertence à última parte do Manifesto Comunista, livro de co-autoria com Friedrich Engels. Claro, o poder nas mãos do trabalhador seria a chave à abertura das portas do bem estar geral. Porém, Marx não contemplou tal fato em vida.
       Ao longo de 16 décadas, a mesma fórmula proposta por Marx e Engels nessa obra tornaram-se obsoletas e, naturalmente, devem ser revistas. No Manifesto, propuseram a ditadura do proletariado, alcançada esta ainda que pela utilização de armas (não tão difícil à sociedade em que viviam). Hoje, com o avanço desenfreado da indústria armamentícia, um Revolução armada torna-se cada vez mais improvável. O proletariado não possui controle de armas de grande poder destrutivo.
       Assim, vê-se a necessidade de uma revisão nas propostas do Manifesto, pois, ao passo que naquela época rompeu a utopia pelo cientificismo, hoje o método da transição/evolução capitalismo>socialismo presente na obra é cada vez menos possível.

A Ideologia Revolucionária


O manifesto comunista, enviesado no olhar pragmático da sociedade, é uma das mais bem pensadas teorias sociais a cerca de como fomentar na sociedade um modo de vida igualitário. Marx e Engels formaram uma célebre dupla que destrinchou o capitalismo em prol de conhecê-lo para combatê-lo. Foi no século XIX que  divulgaram ao mundo uma nova ideologia que serviria de base para as próximas gerações advindas. O Comunismo.
É através do materialismo histórico que Marx vai caracterizar o surgimento desse embate de classes. Analisando o modo de caracterização do desenvolvimento baseado no lucro, mais valia, e na construção histórica de seu desenvolvimento, o célebre filósofo destaca a destreza de uma classe que surge derrubando a antiga aristocracia, através de rompimento de barreiras, principalmente com a participação política universal e  rompe-se assim com os dogmas de épocas medievais. Passou-se então de um classe dominada e expurgada para uma classe que dissipa seus valores individuais e libertários. O Laisses Faire (deixai fazer) é a principal arma regulamentadora da classe burguesa. Por esse viés, legitimou-se à classe burguesa usurpar do trabalho dos operários sem que o Estados intervisse, pois com essa ideologia, os grandes detentores dos meios de produção, puderam agir de modo que obtivessem o maior lucro possível e ainda vendiam a ideia de liberdade para a classe operária, que não era mais fisicamente presa, mas que por necessidade, trabalhava tanto ou mais que outrora tinha se trabalhado, nas épocas mais antigas.
Assim, Marx descreveu que se o movimento operariado se unisse e instituísse suas condições, conseguiria tomar o poder e estabelecer um método de vida socialista, não mais baseado no modo de produção. Ele acreditava que primeiramente deveria se dominar os meios de produção para se chegar a um modo de vida socialista e depois, com os meios apoderados, instituir definitivamente a sociedade comunista em que os bens seriam partilhado entre todos, de forma universal.
Suas previsões surtiram efeito e se tornaram a ideologia de luta do século XX. Entretanto nos dias de hoje ela se mostraram ineficientes contra o sistema capitalista, que acabou prevalecendo por possibilitar um maior poderio econômico e assim, um sistema muito forte. Todavia, as ideologia de Marx revolucionaram e ainda fazem muitas pessoas acreditar que é o caminho a ser seguido.

Fábio Augusto Ribeiro abyazar- 1º ano direito noturno

À luta



Com grande fervor, chamo a todos para uma mudança cujas raízes se estenderão por todos os ambitos: econômicos, sociais e políticos. A burguesia criou sua própria destruição: nós, o povo, o proletariado! Juntemo-nos para acabar com as constituições feitas por burgueses e para burgueses: trabalhamos em jornadas angustiantes, em locais precários, em horários inumanos... sim, estamos cansados! Moramos apinhados em cortiços, nossos filhos, esposas, crianças,a todos trabalham ininterruptamente para sobreviver. Não temos privilégios, só vivemos para trabalhar, para locomover as maquinas capitalistas cuja base são o nosso suor,nossas vidas. Até quando seremos subjugados dessa maneira? 

Tratados como a periferia, somos explorados e temos consciência disso. Mudemos esse ciclo! Tiremos nossos companheiros do alcoolismo,das tentativas de suicídio, da prostituição e elevemos nossas vidas a um nível digno. Vamos nos unir de forma a não nos diferenciarmos por classes e sim criarmos princípios universais... vamos instaurar o socialismo! Sistema este em que todos trabalham por todos e onde somos iguais, isentos de classes e de um Estado dominante. Vamos à luta,companheiros!
 
Marcela Helena Petroni Pinca -Direito diurno

Manifesto Comunista


No Manifesto Comunista, Marx e Engels expõem claramente a situação social da época, dominada pela burguesia e de extremas diferenças sociais e exploração da classe proletária.
 Os autores mostram que os homens, tão encantados com a novidade da maquinaria e da tecnologia, estão na verdade aprisionados por um trabalho sem finalidade, que eles mal entendem no que vai resultar, e deveriam converter toda a força transformadora que possuem, a favor da classe operária, mais numerosa e mais forte, se organizada.

Marx e Engels propõem que a melhoria pra sociedade e para cada indivíduo em si viria da substituição da propriedade privada pela propriedade comum, mas de maneira que, quebrando o formato de até então, deixa de ser utópica e passa a ser politicamente viável.
Assim, quebrando com a impressão de que mudança não seria possível, enraizada principalmente pelo fato de que a classe dominante impõe sua forma de vida, seus padrões culturais, seu comportamento que acabam por levar à crença de que a sociedade só é possível se mantida como está. 
 Prova contrária à isso é que a burguesia em si também foi classe oprimida e dominada por muitos séculos, mas que do fundo do feudalismo foi estabelecendo lentamente sua  dinâmica de classe, de superar o modo de produção feudal. A dominação feudal era política e impedia, ou limitava, a produção dos homens. Já a burguesia se espalha com o espírito do Laissez-faire. O homem pode trabalhar no que quiser, o quanto quiser e quando quiser, desde que se submeta a um contrato. Assim, as amarras físicas e políticas da Idade Média e do Antigo Estado são trocadas pela sutil algema dos contratos.
Os autores identificam ainda que cada uma das vitórias da classe operária sobre os patrões burgueses, apesar de pequenas, já fornecem  a sensação de diminuição da miséria e fortalecem o movimento proletário que, só atingirá seu ápice, segundo a percepção dos autores, através de uma união global da classe operária. 

Carolina Paulino Fontenla
Direito Diurno

A resistência do Capitalismo

       A burguesia é responsável, além de outros fatores, pela desestruturação do sistema feudal e pela criação de uma realidade de acordo com seus interesses, dominando tanto o poder executivo do Estado como as classes que este contém. E o que Marx e Engels justamente argumentavam era que essa base, esse arsenal burguês complexo, a partir da livre concorrência, seria o responsável pela derrocada do capitalismo, visto que as forças produtivas ficariam limitadas.
           Porém, o que se vê na verdade é uma cada vez maior flexibilização do capitalismo de acordo com as adversidades que enfrenta. Talvez seja pela própria globalização dos meios de produção, ou pelos diversos caminhos presentes para sair de certa crise. O que importa mesmo é essa consistência, ainda que turbulenta, do sistema capitalista.
           Outro ponto que aponta para essa persistência do capitalismo é justamente a ineficácia de grande parte do operariado em se unir no contexto da globalização e buscar soluções que revertam a sua situação, ainda precária. A melhor solução, já apresentada por Marx, seria uma utilização inteligente dos meios de comunicação a seu favor, facilitando essa união por parte dos proletários.
             Portanto, ainda que encontremos algumas rupturas no sistema capitalista, é impressionante a capacidade de renovação que ele apresenta. Muitos afirmam que é questão de tempo para que ocorra a desestabilização geral desse sistema, mas o que se têm visto ao longo da história é essa supressão “eficaz” da classe mais desfavorecida e da cada vez maior flexibilização do capital, dificultando que um sistema alternativo se sobressaia ao atual.

Rodrigo Nadais Jurela- Direito Noturno
         

Análise do Manifesto Comunista

     O manifesto comunista foi escrito pelos teóricos fundadores do socialismo científico Karl Marx e Friedrich Engels. Seu principal objetivo é interpretar e procurar esclarecer, principalmente pra classe trabalhadora, que o advento do novo sistema capitalista na Europa estava alterando não apenas os modos de produção, mas também o modo de viver da sociedade. Esse novo sistema foi alcançado, assim como toda a história da sociedade, por meio da luta de classes entre o feudalismo opressor e classe burguesa oprimida, que termina com a transformação da Europa. Com isso, a burguesia passa de dominada pelo sistema feudal para dominadora do sistema capitalista, e trás junto consigo o liberalismo.
     A modernização dos meio de produção proporcionada pelo capitalismo representou a libertação e emancipação dos limites naturais do homem e de sua capacidade de produzir. Com o crescimento do mercado, aumentou também a demanda, fazendo com que a manufatura se tornasse insuficiente e fosse substituída pela indústria moderna. Ou seja, a produção industrial sofreu uma revolução com a substituição da força produtiva do homem pela máquina, o que permitiu também a expansão das relações de mercado em escala global.    
     Entretanto, a classe burguesa cai em contradição devido ao surgimento da superprodução que foge de seu controle, ou seja, as indústrias modernas estão produzindo mais mercadorias do que estão vendendo, resultando no retorno da sociedade a um estado de barbarismo momentâneo.
    Com isso, é necessário que classe operária aproveite para utilizar a modernidade, o aperfeiçoamento e o desenvolvimento dos meios de comunicação a seu favor, fazendo com que trabalhadores de diferentes localidade entrem em contato e se unam para que haja, novamente, uma luta de classes que os beneficiem.

Bianca Bastos - 1º ano direito noturno

Visão analítica do capitalismo


           Em uma abordagem mais analítica, menos política e que ainda possui vigor atualmente, em O Manifesto Comunista, Marx e Engels tratam do capitalismo industrial e seus efeitos na sociedade. Contextualizando historicamente, os sociológos descrevem como o processo de luta de classes faz parte de todas os momentos históricos, e, como a burguesia, cansada de ter suas vontades restringidas por um sistema feudal monopolizador e estagnado, revoluciona todos os meio de produções e relações de trabalho, abrindo espaço para a liberdade de produção e comércio do liberalismo.
            O contínuo aumento das demandas mercantis do povo, leva a uma necessidade do sistema de produção passar constantemente por revoluções, indo desde do monopólio de corporações fechadas feudais, para as manufaturas burguesas e, então, as máquinas e o vapor. A tomada de poder da burguesia, no entanto, levou a uma emancipação do homem do domínio em que vivia, transformando inteiramente a sociedade com uma política de vale tudo pelo lucro, e desenvolvendo o capitalismo e a indústria de tal forma que essa forma de produção teve que ser estendida a todos o lugares do planeta, para só então satisfazer as necessidades do mercado.
Essa universalização do capitalismo, levou a criação de um mundo à imagem da burguesia e a exclusão de tudo aquilo considerado obstáculo para esse desenvolvimento. A indústria nacional foi rebaixada, e a ética burguesa, incorpora seus padrões de conduta e comportamento em nível global, “padronizando a cultura”.
           Em contradição com a imagem de prosperidade formada pela burguesia, o limite do capitalismo está na superprodução. A riqueza, tão abundante para alguns, é gerada por trabalhadores explorados de forma desumanizada, a chamada classe do proletariado, não sendo providos de mínimas condições econômicas de consumo dessa produção que é feita em demasia. E é exatamente essa massa explorada que Marx e Engels tentam convencer de que é possível mudar, tirando essa oposição de opressor e oprimido. Assim, deve haver uma união igualmente global que leve a superação dessa força econômica, a transformando em uma força social que busque a prosperidade coletiva, e, portanto, o socialismo se formaria e se tornaria efetivo, com assentamento nas forças do capitalismo.
             A dominação global seria substituída pela hegemonia operária.

A normatização dos anseios sociais e seu duplo aspecto - conquistas sociais ou mecanismo de renovação do Capitalismo?

              Ninguém identificou tão profundamente as “patologias” do Capitalismo quanto Marx e Engels, além de que identificaram também as possibilidades abertas pelo desenvolvimento da tecnologia e dos meios de produção: o socialismo e o comunismo não eram a morte e o aniquilamento de tudo que o capital produzira, era o próximo estágio, a divisão igualitária dos meios e dos produtos. Como o materialismo dialético de Marx enuncia, o Socialismo, antítese do Capitalismo, está dentro deste, pois foi neste segundo sistema que nasceu uma nova classe: o proletariado, o agente da revolução.
            A grandeza do “Manifesto Comunista” se dá porque os autores conseguiram demonstrar como o processo histórico de ascensão da burguesia rompe com os laços feudais, através de um capítulo de verdadeiro elogio às modificações provocadas por essa ruptura. Todavia, essa mesma classe que promovera a revolução, até então oprimida, torna-se a opressora, detendo o poder, construindo novos meios de produção, amando acima de tudo o lucro, moldando o mundo à sua imagem e semelhança. Produzir mais, buscar novos mercados, vender, lucrar, e a cada lucro voltar a produzir, como um ciclo incessante. Logo vieram crises, que atingiam não só o burguês, mas também o proletariado, muitas vezes sofrendo um revés maior do que o do empresário. Essa classe oprimida se via sem emprego, jogadas às traças, com condições péssimas de sobrevivência, tornando-se mais um instrumento, um objeto, do que ser humano. Marx vira nela o modificador social, os que romperiam as amarras de um sistema burguês e provocariam no mundo modificações estruturais profundas.
            Visto dessa maneira, é complicado perceber o que pode ter dado errado. Não foi necessariamente no socialismo real ou prático o grande problema.  A questão é maior. O Capitalismo possui mecanismos de renovação fantásticos, e aí está o seu poder. Em resposta aos anseios sociais dos proletariados veio uma flexibilização das normas, reconhecendo-se direitos trabalhistas, sociais, familiares. Esses movimentos promovidos pelos oprimidos e seus resultados são uma “faca de dois gumes” – se de um lado anunciaram conquistas visíveis, do outro prenunciaram a perpetuação do sistema capitalista, um desmembramento da classe trabalhadora, antes uma massa com interesses comuns, hoje dispersa e indecisa – assim torna-se cada vez mais difícil desestruturar e retirar a força do capitalismo.

            Cada vez mais o sistema tem se demonstrado fortalecido, e é talvez o sistema normativo, o Direito, o mecanismo mais perspicaz de manutenção do Capitalismo. Foi por ele que talvez o Capitalismo tenha conseguido fundar uma nova estrutura em cima da antiga, agora mais aberta aos desejos sociais, reconhecendo direitos, provocando até uma sensação de “missão cumprida”. As amarras podem ter se afrouxado, mas não arrebentaram. 

Lucas Ferreira Sousa Degrande - Direito Noturno

Manifesto do Partido Comunista - Uma análise atual

                A partir de um discurso completamente atual, Marx busca explicar e analisar a história do capitalismo, como ele se desenvolveu, e como a burguesia conseguiu predominar durante as épocas de revolução e mudança econômica de todo o velho mundo, triunfando como classe dominante.
                Diante disso, é possível observar um novo fenômeno histórico: uma única classe, através de um novo modelo econômico e através de inúmeras revoluções, conseguiu vender não apenas suas mercadorias, mas um estilo de vida. Começou ali, a partir da ascensão burguesa, uma homogeneização do mundo, exportando para todos os lugares a mesma forma de se viver !

                Mais atual ainda, é a equiparação de operários às maquinas. Uma vez que são ambos mercadorias, os últimos variam de acordo com a mudança de mercado, estando sujeitos a concorrência e flutuações econômicas. Os trabalhadores, agora, não são escravos apenas da burguesia, mas também da máquina, sujeitando-se e trabalhando de acordo com o seu tempo e com a sua forma de trabalho.

Yasmim Silva Fortes - 1º ano noturno
Quem guarda os portões da fábrica?

Nosso dia vai chegar
Teremos nossa vez
Não é pedir demais:
Quero justiça
Quero trabalhar em paz
Não é muito o que lhe peço
Eu quero trabalho honesto
Em vez de escravidão.

A canção “Fábrica”, do compositor Renato Russo, traz uma reflexão sobre o sistema de produção capitalista e a exploração do proletário, sob uma clara influência teórica das idéias Marxistas contidas, principalmente, na obra “Manifesto Comunista”. Assim como Marx e Engels, Renato acreditava na união dos trabalhadores contra o sistema de produção selvagem e predatório, chegaria a hora do proletários pedir justiça, trabalho honesto e as chaves dessas portas tão bem guardadas pela  burguesia.
Marx e Engels iniciam o Manifesto Comunista reconhecendo os grandes avanços que foram conquistados através da ascensão da burguesia e do modo de produção capitalista industrial. Era incontestável o caráter revolucionário da classe burguesa, que conseguiu destituir o secular poder  da monarquia feudal e do catolicismo político. Contudo, afirmam que a luta do proletariado contra a burguesia começa com a sua própria existência, seria um fato justificado pela dialética histórica, afinal, o oprimido em algum momento irá se revoltar contra o seu opressor.
                A célebre frase que encerra o quarto capítulo do Manifesto Comunista sintetiza as idéias contidas no texto: “Proletários de todo o mundo, uni-vos!”. Assim, Marx, Engels, Russo, e tantos outros teóricos e estudiosos do pensamento Marxista, acreditam que o momento do proletário pedir a chaves desses portões que os aprisionam, desses grilhões que os prendem, dessa máquina que os escraviza e de todo esse sistema selvagem e opressor, em algum momento chegará. Afinal, Que venha o fogo então/ Esse ar deixou minha vista cansada/ Nada demais.

José Roberto Bernardo Bettarello - 1º ano/ noturno

Burguês proletário burguês

           Proletário burguês, burguês proletário, proletário ou burguês? Na visão marxista, confundem-se ao se inspirarem, uns aos outros, na busca por uma mudança de vida.
   
           Pois é ou não, a burguesia, a classe inspiradora do proletariado, aquela que dá a eles um ar de condição, um ar de algo a ser alcançado? E é ou não, o proletariado, o que a burguesia era no período feudal, a margem da sociedade?

         Por ter a burguesia libertado de tal forma suas próprias amarras, suas forças produtivas, ter ascendido tão bruscamente, ela é a própria inspiração da classe por ela dominada. Porém deve ficar claro que o capitalismo alterou as mobilidades da sociedade, o liberalismo idem.

         O poderio que passa a ser detido pelos burgueses, e mesmo a logística por eles imposta, dificulta a ação, ou a revolução das massas, da prole. Esse poderio chega a ser comparado com o que edificou as pirâmides egípcias e os aquedutos romanos, tamanha sua força e imposição.

          O homem marginal do período industrial é muito mais fragilizado que o homem marginal do feudal. O proletariado precisa de muito mais do que só inspiração para romper suas próprias amarras, se todos os trabalhadores do mundo não se unirem, a prole não agir em conjunto, é provável que jamais se verá fora dessa situação.

A importância da burguesia para o comunismo

"O Manifesto Comunista" não é apenas um modo de se interpretar a realidade, mas também é um modo de viver. É usado como forma de emancipação humana, com libertação plena dos limites políticos e dos limites da força. No manifesto, Marx e Engels fazem uma análise do capitalismo como modo de produção e dominação de classe.
 
A libertação completa das forças produtivas, que são todos os instrumentos que servem para interferir na realidade cotidiana para além das forças físicas do homem, só se concretizará por meio da luta de classes. Segundo Marx e Engels: "A história de todas as sociedades que já existiram é a história da luta de classes", ou seja, o proletariado só conseguirá vencer a burguesia por meio da luta de classes.
 
Para isso, Marx e Engels seguem o modelo na qual a burguesia conseguiu se libertar do feudalismo pela luta de classes. Assim, a burguesia dominou o mundo através da ciência e o liberalismo implementado por ela conseguiu alcançar o mercado de forma global. Por isso, o capitalismo passou a dissolver todas as mercadorias com uma rapidez enorme, inclusive o homem, pois é necessário renovar o ciclo de consumo, o ciclo de absorção. É a modernização da modernização.
 
Portanto, o objetivo de Marx e Engels não é destruir a burguesia, pois ela obteve várias conquistas através de sua revolução. O objetivo, então, é incorporar o que a burguesia conquistou de melhor e ir além. Por exemplo, através da Revolução Burguesa, que se deu a devida importância em questões como a liberdade e a emancipação.
 
Elisa Kimie Miyashiro - Direito Noturno
 


Karl Marx expõe aquele que seria o pontapé inicial de uma teoria que repercutiria por séculos com uma linguagem acessível. Para que a mensagem contida atingisse a classe trabalhadora o Manifesto Comunista foi escrito em caráter simples e com uma leitura de grande fluidez.

Nos capítulos iniciais é descrita a bravura e o sucesso da burguesia ao enfrentar os senhores feudais em seu processo de libertação. Libertação das amarras políticas, culturais e econômicas vigentes no período medieval. Essa libertação e ascensão burguesa trazem consigo uma doutrina que seria o estandarte para uma real expansão: o liberalismo como uma possibilidade infinita para a fluidez de novas ideias e iniciativas. Essa seria a libertação da força produtiva, ou seja, de todo aquele elemento que interage e intervém no cotidiano da vida em sociedade.

A burguesia, portanto, constitui uma classe vencedora que conseguiu transgredir e criar um novo mundo. Um mundo sem limites para a transformação. Porém, a experiência prática do correr dos anos revelou um extremo dessa capacidade de se transformar e reinventar: revelou uma necessidade de transformação exigida pelo capitalismo. É o caso da “destruição criativa” exposta por Joseph Schumpeter em Capitalismo, Socialismo e Democracia segundo a qual o capitalismo dissolveria tudo aquilo criado por ele com uma rapidez muito grande, decorrente da sua necessidade  de criação de novos artefatos a cada ciclo, sendo essa destruição necessária para a sobrevivência e continuidade do próprio sistema capitalista.

Posto isso, cabe questionar essa “ética do moderno” da qual os homens não conseguem se desatar e que existe como um princípio que incita e que nutre a lógica capitalista. De certo modo é válido dizer que a vitória burguesa a escravizou, a tornou refém de um consumismo não condizente com a necessidade humana. Um consumismo ofuscante, que torna cegos aqueles ávidos por seus iPhones 5, 6 e 7. 

Em seu livro "O Manifesto Comunista", elaborado por Karl Marx com a ajuda de Friedrich Engels, ele
conclama os operários a se juntarem contra os abusos do sistema capitalista. O livro mantém uma linguagem clara e didática, buscando atingir seu público alvo de forma concisa, a classe proletária. A análise se dá principalmente em como o capitalismo se firmou, ressaltando as inúmeras lutas de classes travadas ao longo do tempo e seus fundamentos.
Durante uma época marcada por mudanças nunca antes vistas, fez-se necessário que se levantasse uma
voz para guiar os oprimidos. A velocidade de informação foi um ponto crucial do método aplicado por
Marx para atingir seus objetivos, visto o tamanho do Manifesto. Sua repercussão foi muito efetiva, como pode se notar em certos líderes que adotaram tal sistema com a esperança de combater o capitalismo, tal qual Lênin e sua Revolução Russa.
No entanto, apesar do aparente sucesso, os sistemas socialistas não vingaram. Poderia atribuir-se a causa aos defeitos humanos, pois assim que atingiram o poder, revelaram ser tão egoístas quanto aqueles que combatiam. Após muitos anos, é visível a decadência e a conversão dos sistemas socialistas para capitalistas, devido diversos fatores como a pressão exercida pelos principais polos capitalistas. Assim, seria necessário antes uma mudança de mentalidade, para que o mesmo que ocorresse com Stálin não voltasse a acontecer, pois como diz Nietzsche, "Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você."

Renan Souza
1º ano diurno

José

                Em 1929 assistiu-se a algo impensável alguns décadas anteriores: a crise de super produção.
                Como assim? O que deu errado em 29,era o sonho do século anterior: produzir o suficiente para o mundo. Meta atingida, e agora, José? A festa acabou?
                Ai entra (ou melhor, já era pra ter entrado) “O manifesto comunista”, que começa quase como num elogio ao capitalismo, cuja mais nobre feição foi aumentar tanto a força produtiva a tal ponto. Mas, e agora, José?
                Bom, agora começa o deslouvor ao até então elogiado capitalismo. A classe burguesa, outrora oprimida pelos senhores feudais, passou a oprimir a classe operária. E agora, José?
                Agora, “trabalhadores de todo o mundo, uni-vos”, e se soltem desses grilhões que amarram os salários lá em baixo. Paremos com esse ideal que faz os dominados, se sentirem obrigados a entrar nessa antecipação do futuro tão pretensiosos e saiamos dessa falácia do ideal que todos, no capitalismo, têm as mesmas oportunidades.

                

O manifesto

Partindo de uma análise da conjuntura social de seu tempo, e utilizando-se de uma ‘linguagem acessível”, Engels e Marx convocam os operários à luta, através do Manifesto Comunista. Mais do que isso, essa obra panfletária possibilita uma interpretação acerca do momento histórico da época, baseado nos ditames do capitalismo.

A ascensão da própria burguesia é analisada, de modo a reafirmar seus valores, uma vez que tão grande foi sua projeção que derrubou o Antigo Regime, garantindo o sucesso do capitalismo industrial. O capital se expandiu para o mundo todo, buscando novos mercados e consumidores através de sua força motriz, configurando sua internacionalização. Assim, surge uma ideia cosmopolita de sociedade em que há interdependência de todos: mercado e consumidores.

É partindo da premissa do capital, ou seja, através de elogios às ações burguesas para a tomada do poder que os autores, analogamente  baseiam sua teoria de que para que a revolução do proletário desse certo, deveria possuir caráter internacional de modo que as transformações abarcassem o mundo todo. Somente assim, o alvo de suas críticas ao sistema capitalista – propriedade privada - seria extinguida.



 Gustavo Lelles de Menezes                                       Direito noturno

Até que ponto?

    Muito se afirma no Manifesto Comunista de Marx e Engels a necessidade de mais uma transformação na ordem da sociedade, eliminando-se a possibilidade de criação de mais um acirramento entre diferentes classes, presente desde quando a sociedade começou a se organizar, cita-se o antagonismo entre senhores e servos, na idade média, ou proletários e burgueses contemporaneamente.
     Esta transformação é extremamente necessária, no ponto de vista dos autores, pois a sociedade burguesa deturpa o conceito de liberdade limitando-a a relações comerciais, além de prejudicar a formação humana no seu princípio e ninho. Quando não estão escravizando crianças em seus trabalhos repetitivos e desumanizadores, estão controlando escolas de acordo com seus objetivos, pois os autores são categóricos em afirmar que o desenvolvimento científico está intimamente ligado ao material.
     Contudo, é dificílimo afirmar com precisão até que ponto outra mudança nas classes sociais seria de forma efetiva. Elevar o proletariado a tal nível de perfeição e altruísmo é arriscado, porque dificilmente ele não se acomodará no poder, tal qual a famosa frase de Abraham Lincoln: "se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder."
     Tal fato pode ser comprovado em tentativas falhas de uma organização comunista, onde os revolucionários acabaram tomando o poder e passaram a exercê-lo de forma extremamente autoritária. Exemplo típico é a Ditadura dos irmãos Castro de Cuba, onde há bloqueio à liberdade de imprensa ou, até mesmo, casos que feririam os Direitos Humanos ou a Dignidade da Pessoa Humana.
      Assim sendo, resta-se a análise de três pontos: ou o exemplo de Cuba não tenha seguido formalmente as 10 regras propostas pelos autores, ou caso este país não pudesse adotar tais medidas tão rapidamente, porque não possuía uma organização de país desenvolvido ou, por fim, estabelecer possibilidades de que tal teoria "revolucionária" não seria mais nada além de apenas mais uma mudança da classe social hegemônica, criando-se outra realidade com novos atritos entre elas.

Não aos dogmas

Weber em uma de suas passagens afirma: “jamais pode ser tarefa de uma ciência empírica proporcionar normas e ideias obrigatórias, dos quais se possa derivar ‘receitas’ para a prática”. Dessa forma, o pensador procurar esclarecer eu ciências como a Sociologia não podem se pautar na criação de regras e leis, ou na sujeição de fórmulas. Deve-se, portanto, pautar os estudos e análises na observância na realidade de cada contexto em sim, com destaque para a ação individual mesmo no que é tido como coletivo.
Talvez seja possível supor que Weber buscasse certo relativismo ao se estudar as sociedades, pois leva em consideração os caracteres individuas nas conjunturas sócias em geral. A partir do estudo dos indivíduos, seus valores e consciência o estudo da sociedade se daria de forma mais solida. O método weberiano propõe então um estudo intrusivo, de dentro para fora, do caráter mais particular (indivíduo) até o mais geral (sociedade). Dessa forma critica o dogmatismo do materialismo histórico, por acreditar que assim algumas hipóteses estariam sendo descartadas, opondo-se também á aplicação forçada te tal materialismo. Apesar de parecer relativista em certos pontos, Weber defendia uma metodologia científica universal, a fim de comprometer-se com a verdade e credibilidade de certo ordenamento conceitual da realidade empírica seja onde for.

Weber opõe-se ao dogmatismo puro e simples numa ciência sociológica, dessa forma seus métodos e análises são de extrema importante para os estudos contemporâneos e perspectivas sociológicas atuais. 




Dayana Moura Dezena, Direito diurno. 

Sistema capitalista: imediatismos e contradições

A análise marxista acerca do sistema capitalista, apesar de originária do século XIX, mostrou-se muito consciente em diversos aspectos, os quais condizem com a realidade contemporânea. Os esforços de Karl Marx e Engels conjugados, na elaboração do Manifesto Comunista, propõe uma análise crítica e funcional de como a classe burguesa se estabeleceu e como o capitalismo se arraigou na sociedade.
Com respeito aos elementos destacados por Marx em Engels ao retratar o sistema capitalista, pode-se destacar dois deles visivelmente presente no nossa atual sistema senso eles: o imediatismo e o a contradição. Não obstante, Marx não usa o termo imediatismo ao caracterizar o capitalismo ou o ideal burguês, nota-se que é um fator mercante e determinante em nossa conjuntura atual.
Dessa forma, partindo de pontos revelados por Marx tais como: necessidade generalizada de expansão constante do mercado; o descontrole das forças de produção, da propriedade devido às enormes proporções tomadas pelo capital e pelo mercado; a superprodução; a incapacidade da sociedade burguesa de abranger toda a riqueza aquilo por ela criada. Tais elementos são expostos na obra como pontos contraditórios do referido sistema, à medida que ele próprio incentiva mecanismo que o corrompe. Associado a isso Marx faz referência às crises periódicas enfrentadas pelo sistema capitalista.
Logo, observa-se o imediatismo intrínseco do ideal burguês, pois o que está sempre em primeiro plano é o lucro, os benefícios, os desenvolvimentos, os crescimentos imediatos. Sem muita preocupação com as consequência a longo prazo, ou os possível efeitos da exploração da produção, entra-se na questão das contradições. As contradições se expressam ao passo que o sistema, ao mesmo tempo em que busca de desenvolvimento, produz obstáculos contra si mesmo.

Alguns exemplos práticos de como o sistema entra em contradição está na própria maneira de explorar os recursos naturais. A produção em grande contingente, e a expansão irrefreável do consumo e do mercado implicando em disponibilidade de recursos naturais e energéticos, porém a esse passo tornar-se-á insustentável ecologicamente, dessa forma o sistema capitalista pode entrar em colapso. Um caso recente de extrema polêmica e divergência acerca do Novo Código Floresta ilustra bem tal situação. A bancada de maior representatividade, composta pelos chamados ruralistas, em vários momentos foi relutante em assumir medidas de preservação tendo em vista os interesses econômicos que possuem. Assim como ressalta Marx o lucro, no modo de vida capitalista, suplanta outros aspectos também importantes para a vida em sociedade, a exemplo do pensamento ao logo prazo. É dessa forma o sistema vigente se mostra imediatista e possivelmente contraditório, já que não combate àquilo que certamente o prejudica. 

Dayana Moura Dezena, Direito diurno.

Instável necessidade

    "Lugar de gente feliz", "Energia que dá gosto", "Feito pra você" são exemplos de slogans publicitários que tentam empurrar seus produtos para a nossa sociedade consumista - capitalista. Junto com a publicidade, o capitalismo continua se mantendo firme no seu objetivo que é manter as pessoas comprando aquilo que elas acham q necessitam. Cada vez ela dissolve-se criando outros produtos que acabam passando os outros para trás, dando a entender que aquele outro produto que o consumidor possui é ultrapassado e não irá satisfaze-lo. 
    O "Manifesto Comunista", de Marx e Engels, inicia tecendo elogios à modernidade podendo até confundir o discurso como um manifesto capitalista. Tais elogios feitos provam que Marx, na verdade, era a favor da modernidade, a favor de que o ser humano se superasse a cada dia com novos experimentos e inovações que trouxesse benefícios à sociedade em geral. Porém, o capitalismo apossou-se dessa capacidade humana de inovar a cada dia fazendo com que ela tornasse uma característica própria sua.
    A revolução do proletariado não teria por tarefa a destruição do capitalismo, mas sim a incorporação da visão burguesa e ultrapassá-la, assim como eles ultrapassam as barreiras na inovação. Logo, a fase do capitalismo seria necessária para que tal evento ocorresse mais frente como cientificamente Marx havia provado que aconteceria. 
        Apesar das amarras que ainda estão submetidos os seres humanos sob a vigilância do capitalismo, em um mundo de interdependência universal que junto com a publicidade induz e torna possível a "destruição coletiva" das coisas e pessoas, a modernidade continua dando seus galopes e um dia será escutado o pedido de Marx e Engels: "Trabalhadores do mundo, uni-vos!" 

A mudança segundo o Manifesto Comunista

        Sob a perspectiva da eterna luta de classes na qual seria a responsável pela formação da historia, em um momento histórico de grandes transformações em meio ao crescimento da atividade industrial Marx e Engels escrevem o Manifesto Comunista. Neste manifesto os autores destacam a evolução e o domínio econômico da classe burguesa sob o proletariado a fim de chamar a atenção desses últimos para as condições sociais da época, para as injustiças cometidas pela burguesia e a exploração a que estavam sendo submetidos.
          Tal domínio se deve ao fato da classe burguesa ser detentora dos meios de produção, desta maneira controlam as fabricas e ditam a forma de trabalho a qual o proletariado deve ser submetido, sem condições de escolha. Os proletários passam então a serem vistos como mercadoria, uma simples peça para a maquina de produção sem qualquer habilidade construtiva, conduzidos diretamente para a alienação e subordinação.
          Desta maneira Marx e Engels propõem a uma revolução do proletariado, que seria de interesse da maioria e levaria ao fim a divisão por classes. Isto seria possível através do fim da propriedade burguesa, sendo todos parte do Estado e trabalhando em conjunto para sua construção.

          Assim, o Manifesto Comunista leva a tentativa de convencimento do proletariado a romper com a estrutura social imposta pela burguesia sob a forma de dominação econômica que visa apenas o beneficio próprio e vá a busca de uma estrutura destinada ao bem comum, em que não haja opressores nem oprimidos.


Ricardo Mendes Jr. - Diurno

Burguesia sem poesia


"As pessoas vão ver que estão sendo roubadas
Vai haver uma revolução"



Esse trecho pertence à música de Cazuza chamada "Burguesia" que, mesmo escrita em 1989, possui notáveis semelhanças com o que foi descrito no Manifesto Comunista, de 1848. Isso mostra que Marx e Engels realmente acertaram boa parte do que esperavam dos acontecimentos futuros, tornando sua obra com mais de um século de idade ainda atual.


"A burguesia não tem charme nem é discreta
Com suas perucas de cabelos de boneca
A burguesia quer ser sócia do Country
A burguesia quer ir a New York fazer compras"

Segundo o Manifesto, a história é composta por um ciclo marcado pelo antagonismo de classes que sempre se repete. A burguesia, apesar de criticada, já foi revolucionária, porém suas conquistas tinham em vista apenas seus próprios interesses, o que desencadeou um novo ciclo, no qual esta é a classe dominante e os proletários, a dominada. A exploração tornou-se direta, indiscreta e brutal, não mais velada por ilusões religiosas e políticas. Apesar disso, os burgueses trouxeram avanços principalmente na área de comunicações e tranportes, o que possibilitou não só a globalização e a expansão do mercado, mas também uma maior união dos trabalhadores explorados.

"Porcos num chiqueiro
São mais dignos que um burguês"

A superprodução torna-se fora do controle e a cultura do excesso entra em processo de autofagia. Conforme descrito no manifesto, caberia ao proletariado unir-se e retomar aquilo que sempre foi seu, acarretando o fim do antes eterno ciclo de antagonismo de classes, pois a existência dessas cessaria. Apesar das críticas, uma série de medidas aparentemente impossíveis em um primeiro momento transformaria o modo de produção e a propriedade em si. Seriam desfeitas as amarras da cultura da sociedade burguesa e a poder que esta possuía.

"A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia"

Comércio solúvel...

    Quando alguém fala sobre o manifesto comunista, tem-se a ideia de que Marx apenas montou sua ideologia, e sua conclamação para os trabalhadores do mundo, do nada. Partindo do zero na sua argumentação para que os trabalhadores do mundo se unissem. Contudo, tal ideia é falsa quando se analisa e, principalmente, se faz uma leitura sem "interferências ideológicas", de "O Manifesto Comunista". Tal ideia fica clara quando percebesse que no primeiro capitulo Marx demonstra que a revolução burguesa não foi algo tão distante da ideia da revolução do proletariado. Na verdade a revolução do proletariado buscaria, segundo Marx, complementar a revolução burguesa, fazendo com que todas as amarras que a revolução burguesa começou a quebrar fossem rompidas de vez.
    Contudo, é no ponto do quase rompimento das amarras da antiga força política e militar que reside a atual força da burguesia. Para que se rompesse com o Ancien Régime, foi necessário a imposição de uma nova doutrina política que atendesse aos interesses da burguesia. Assim, tem-se a criação do Liberalismo: uma doutrina que impele os homens na modificação do mundo e, por consequência, no domínio e conhecimento das forças produtivas.
    Assim, com o domínio das forças produtivas e este "estimulo" na modificação do mundo, é possível observar que nasce o capitalismo e um novo modo de se viver. Mas neste novo modo de se viver tem-se alguns problemas com o avanço descontrolado do capital. Para citar os clássicos problemas, tem-se problemas com as fontes de recursos naturais e as crises econômicas internacionais. Porém, o principal problema apontado por Marx é o fato do mundo se relacionar de forma capitalista, fazendo com que o consumismo crescesse assustadoramente juntamente com a quantidade de produtos que são disponibilizados para a compra. E neste ponto é que a crítica e teoria de Marx tornam-se assustadoramente atuais.
    O fato do número de produtos se elevarem faz com que o descarte destes produtos, para que novos entrem nas prateleiras, seja muito rápido. Sendo este o processo de "Destruição criativa", termo criado por Joseph Schumpeter, que consiste na necessidade cada vez maior de se renovar os produtos para que o ciclo de consumo continue aumentando. A confirmação de tal situação pode vir de exemplos banais como comprar um smartphone num mês, e no próximo este ficar obsoleto frente a outros produtos que entram no mercado.
    Tal situação demonstra que, mesmo tendo sido escrito a um bom tempo, "O Manifesto Comunista" trás críticas atuais sobre nossa sociedade. Críticas que demonstram que a expansão do mercado é algo mais importante que a noção de se preservar os recursos naturais. Sendo que a burguesia, uma classe revolucionária, foi a responsável pela implantação desta nova doutrina. Sendo que neste caso, nos resta saber se será possível romper com todas as amarras de vez, ou se continuaremos presos a "ética da modernização" e a um mundo lotado de produtos que nascem num dia, e se "dissolvem" no outro...

Leonardo de Morais Oliveira Lima - Direito Noturno

Foi da luta e será dela

               Foi a diferença. Nasceu dessa forma. A luta de classes representando a história da humanidade, e não só representando, mas também fazendo a história da humanidade. De uma certa forma, quando nos envolvemos com o estudo da filosofia da história, e até mesmo da própria história, o que revolucionou a sociedade e deixa sua marca na história, representando um fim e um começo de nova Era. Como por exemplo, o renascimento do comércio com o fim da era medieval não aconteceu o fim do antagonismo de classes, somente proporcionou o surgimento de novas classes e se renovou a forma de lutar.
                   O manifesto comunista apresenta em seu primeiro capítulo a classe burguesa não de uma visão maléfica, e sim demonstra a sua exaltação ao Capitalismo, um anuncio de novas possibilidades, acontece a celebração da modernidade. Porém percebe-se que Marx revela essa burguesia  no âmbito da força de exploração, na qual na era medieval estava incumbida nas ilusões religiosas e políticas, agora a burguesia utiliza-se da exploração direta e aberta.
                  O poder do burguês que se manisfesta de maneira direta, e de uma tal forma, que a indústria moderna conquistou o poder do Estado. A administração do  Estado não é só direito, é economia. A burguesia tomou para si, assim, a autoridade política. A forma de governar. O Estado passa a agir em favor da burguesia, a discussão política trata a respeito da discussão política da burguesia, em pró da burguesia. A burguesia não apenas criou as máquinas que geraram a epidemia da superprodução, como criou quem irá operar essas máquinas, e quem será a classe oprimida na sociedade dominada por uma classe dona do capital, a classe trabalhadora, o proletariado!


Luis Eduardo Simplicio de Lima - 1º Ano Direito Noturno
               


          Suscetibilidade à obsolescência

          Estudando a história como uma luta de classes, Marx e Engels trouxeram-nos, em "O Manifesto do Partido Comunista", várias passagens de como a ordem econômica, antes da social, é formada devido à forma pela qual se relacionam as classes, de um modo geral, oprimidas e opressoras. Esse olhar se dá, principalmente, após a crise do sistema feudal, quando ascende a burguesia mercantil e fabril como exploradora dos homens que as moviam, os operários.
          Justamente por crescer em meio de tal crise, Marx e Engels elogiam a burguesia, porém, no ponto em que a mesma começa a pressionar o operariado, torna-se alvo dessa sua própria força central. Ficam visíveis as péssimas condições de trabalho e também de vida do proletário, ainda mais quando comparadas às do patrão. A desigualdade é grande. A insatisfação também se estabelece por conseguinte. É dai que surge a nova luta de classes, dessa época da história, e que de certa forma, perdura até hoje. Diz-se de certa forma, pois, mesmo com conquistas trabalhistas e afins, o que se vê, ainda, é a força descendente em nosso sistema: o consumo, e mais importante, a necessidade para esse consumo, são criadas por uma minoria e emanadas, atingindo uma grande maioria, muito mais que apenas os "operários".
          Voltando para o campo da opressão, da época da obra, temos a forte ideia dos autores de se reunir o máximo possível de trabalhadores oprimidos que, juntos, pudessem remover a burguesia. Ter-se-ia a "superação do capitalismo por seu ator central", a burguesia se autodestruiria justamente por criar mecanismos (homens, meios de comunicação e afins) viáveis para isso, sendo, nesse olhar, apenas um estágio que culminaria ao Comunismo.
          Porém, questiona-se o fato de, quando o proletariado ter atingindo seu fim, estaria o ciclo enaltecido por Marx enfim terminado, não havendo mais luta entre classes? Seriam a justiça e a igualdade social, essências que engrenam seu movimento, duradouras ? Ou teriam obsolescência programada, marcada para findar à medida que os mesmos chegassem ao comando? Até que ponto somos suscetíveis à tentação do poder?
       

Enquanto Houver Burguesia, Só vai Haver Burguesia



          O manifesto do partido comunista é um estudo e uma análise do capitalismo, como também do capital. Alguns podem falar que este foi um mero panfleto de invocação proletária. Porém Marx e Angels antes de proporem o socialismo nesta obra foram, antes de tudo, grande estudiosos do desenvolvimento do capitalismo; da sociedade; da burguesia e do proletariado.
           O primeiro capitulo do manifesto comunista é uma detalhada análise da sociedade burguesa. A burguesia seria a primeira classe revolucionária. Sendo assim esta, com seu surgimento e sua escalada ao poder, traria uma nova doutrina: o liberalismo. O liberalismo foi a forma que a burguesia encontrou de destruir os valores imperantes, para criar um sociedade totalmente livre para consumir. Toda a sociedade teve de se adaptar aos valores e hábitos burgueses, para que essa pudesse vender;lucrar;crescer.Assim com a ciência ela destruir dogmas religiosos, e criou uma nova forma de pensar. Tal padrão de conduta condiciona e estimula a sociedade, até mesmo a classe operaria. Hoje a propaganda é a forma de conduzir esse padrão de conduta. Portando a burguesia e seu padrão de conduta se renovam através do tempo, assim como o capitalismo.
          A burguesia visando o máximo de lucro possível, explora o trabalhador com a mais valia. A burguesia deseja a expansão máxima das forças produtivas, impondo a absorção do mercado. Quebrando as amarras do absolutismo, a burguesia transformou o capitalismo em uma "civilização global". Portando o modo de produção, portanto a exploração,  tornou-se universal.

O Manifesto Comunista Hoje

O Manifesto Comunista é, em síntese, o meio pelo qual se tenta oferecer ao proletariado a possibilidade de compreender sua realidade a partir da Revolução Industrial, momento em que perde a consciência de seu trabalho e seu valor e passa a vender sua força ao capitalista por uma quantia que mal pode garantir sua sobrevivência. Ao contrário do que é comumente pensado, o Manifesto não se define como mero “grito de revolta” da classe operária, mas sim um anúncio de que novas formas de relações humanas estão por vir.
É importante ressaltar que a burguesia é posta, ao longo do livro, como o grande exemplo de classe revolucionária da história, por ter nascido das entranhas do feudalismo, derrubado a nobreza e conquistado o poder e prestígio. A partir desse raciocínio, ela é definida como o “espelho” da possibilidade de mudança da classe operária, tendo em vista que eles poderão, do mesmo modo, alcançar as mudanças desejadas.
Marx e Engels baseiam todo o texto na dita “luta de classes”, travada entre a camada dominante da população (burguesa) e dominada (proletária). Argumentam, inclusive, não ser esta mera teoria, mas sim fundada numa realidade visível e palpável.  No momento em que a burguesia ascende e traz consigo sua doutrina – o Liberalismo -, ela transforma a sociedade como um todo, modificando não só as próprias relações sociais e econômicas como também a da classe operária, incluindo-a em sua lógica capitalista, competitiva e liberal. Ou seja: cria seres humanos à sua imagem e semelhança.
O proletariado, então, é julgado como o instrumento de renovação de que o mundo precisa para romper com todo esse processo, sendo necessária, portanto, uma revolução e consequente tomada do poder das mãos dos donos do capital, dando origem ao socialismo. Apenas a partir daí é que os homens seriam igualados social e economicamente, presenteados com uma vida digna do ponto de vista material e psicológico.

Não é preciso uma análise profunda do Manifesto Comunista para perceber que, apesar dos direitos trabalhistas conquistados até nossos dias, ele ainda é bastante atual. A classe operária permanece subjugada por aqueles que detêm o capital e carece de grandes avanços para reais progressos de sua realidade. Talvez uma revolução, hoje, não seja ideal ou possível, mas, de contrapartida, políticas sociais que visem melhores condições de trabalho em todos os setores; salários dignos; educação pública de qualidade; hospitais em bom funcionamento; melhor distribuição de renda e terras estão ao alcance do governo e este tem a obrigação de fazê-lo.

Ciclicidade da luta de classes




De acordo com Marx e Engels, a história de todas as sociedades que já existiram é a história da luta de classes. Essa luta teria, ao longo da história, sucessivamente terminado com uma transformação revolucionária ou com a ruína das classes em disputa. Além disso, eles apontam que os opressores e os oprimidos sempre estiveram em constante oposição um ao outro. De tal teoria, depreende-se certa ciclicidade na história.

A repetição da história em diferentes momentos é motivada pelas forças humanas mais relevantes, entre elas a religião, o espiritualismo, a política, a ciência, a filosofia. As classes dominantes e dominadas trocam de lugar e passam a praticar o que antes condenavam. O poder é almejado por aqueles que não são seus detentores e, quando alcançado, é explorado de todas as possíveis formas, até que o ciclo se repita e o oprimido se torne opressor.

Talvez o maior problema dessa conclusão seja o fato de que é impossível determinar “o que” acontecerá, bem como “como”, “quando”, “onde”. Além disso, as tentativas de quantificar o tempo para cada ciclo são sempre inconclusivas, visto que o futuro é incerto. A única certeza que se pode ter sobre a história é que não existe uma linha do tempo, apenas ciclos do tempo com diferentes circunstâncias que estão fadados a se repetirem infinitamente. 



Ana Clara Tristão - 1º ano Direito diurno