Os escravos da cultura: liberdade para se auto escravizar
O
sociólogo alemão Max Weber é uns dos fundadores da sociologia moderna e ele
difere dos demais sociólogo como Karl Marx e Durkheim, pois Weber tem a
particularidade de focar no indivíduo, assim fazendo uma sociologia
compreensiva que busca compreender o comportamento do indivíduo e não de apenas
julgá-lo. Ao analisar o indivíduo, Weber descobriu que há diversas influências
que moldam o comportamento do indivíduo, entre elas podemos citar a Cultura e uns
de seus instrumentos que é o Direito, ambas feitas para escravizar os homens.
Alguns
indivíduos não analisam suas ações por si mesmo e sim pelo coletivo, o
importante não é saber se sua ação é benéfica ou prejudicial, mas sim está de
acordo e ser aceito pelo grupo, isso explica porque conservadores radicais,
assim como fanáticos de esquerda agem de forma instintiva com o seu grupo, pois
segundo Weber o comportamento do indivíduo é influenciado pela cultura, pelo
ambiente no qual o indivíduo está inserido, isso faz algumas pessoas acharem
que o comportamento correto é a conduta (Moral) que o grupo que ele pertence
está seguindo. Além disso, não são todos que conseguem se libertar dessas
amarras e deixar de ser uma “maria-vai-com-as-outras”, assim pessoas desse tipo
usam sua própria liberdade para se auto escravizarem, para se alienarem. Sendo
que esse fanatismo cultural foi aumentado ainda mais devido as redes sociais, no
qual fez os homens criarem bolhas culturais que aprisionam elas ainda mais, levando
elas criarem e viverem em um mundo diferente da realidade, onde acreditam que tirar
uma faixa a favor da educação e chamar movimentos estudantis de maconheiros e
vagabundos fará bem a Nação, atitudes como essa é o que fazem frases de pensadores
como Noam Chomsky se tornem verdadeira nessa Era Pós-Verdade: “As pessoas já
não acreditam nos fatos”, ou seja, Max Weber estava tão certo que a cultura
influencia no homem que devido aos comportamentos de alguns do século XXI, podemos
dizer que a influência cultural é tão poderosa no indivíduo que não só obriga
ele ter um determinado comportamento, mas também cria todo um mundo paralelo
não condizente com a realidade. Contudo, as bolhas culturais se tornam apenas uma
pequena corrente comparado a grande corrente que aprisiona a todos: O Direito.
O
que veio primeiro: A lei ou a conduta (moral)? Um influencia o outro, pois da mesma
forma que a lei tem o objetivo de gerar a conduta no indivíduo, a lei foi gerada
por uma conduta, por um valor. A cultura sempre criará uma nova corrente, mesmo
assim criará uma corrente, logo aprisionando sempre o homem. É uma prisão sem
muro, mesmo assim uma prisão, onde a Cultura seria o muro invisível e o Direito
as correntes que está presa a todos e que impede os homens subversivos de
ultrapassarem esses muros invisíveis. Desse modo, Não lutamos pela liberdade e
sim lutamos por uma forma nova de escravização, afinal como quem tem o poder
faz o Direito e o Direito nada mais é que um instrumento para impor uma conduta
no indivíduo, logo não importa quem esteja no poder, pois seu objetivo é
escravizar, pois quem faz o Direito busca isso a escravização dos demais, que
todos sigam a minha maneira de ser e viver, no fim tudo o que fazemos é dar
nossa liberdade em troca de proteção e como uma vez disse Benjamin Franklin: “Aqueles
que abrem mão da liberdade essencial por um pouco de segurança temporária não
merecem nem liberdade nem segurança.” Assim caminha a humanidade: Totalmente
aleijada, de muleta e acorrentada pela sua própria conduta. Por isso buscamos a
moral de ser feliz ao invés de ser feliz, pois somos condicionados e obrigados
a seguir a cultura da mesma forma que nós obedecemos a nossos pais, já que
temos medo de desagradar os demais e também de receber punição é o Direito
Racional de Weber... Vem ser feliz! Realmente
uma propaganda em pele de cordeiro, pois diz que levará a felicidade, mas tá
levando é ao abismo, afinal desde quando fazer dívidas pendente deixa as
pessoas felizes?
Destarte,
compreendo o pessimismo de Max Weber, pois não deve ter sido fácil descobrir e
muito menos aceitar que o homem nada mais é que um fantoche de sua própria
cultura que ele criou, ou seja, o homem criou a cultura para ser livre e com
essa liberdade criou o Direito para aprisiona-lo mais ainda. Se o homem pudesse
um dia falar para a cultura, diria: Até tu, Brutus?! Meu filho! Já não basta, as
enfermidades físicas que me aflige, até as enfermidades abstratas também me
fazem sofrer.
Nome:
Wilson do Monte Cerqueira Júnior – 1º Ano Direito Noturno - Unesp