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segunda-feira, 11 de setembro de 2017

A VISÃO NATURALISTA SOBRE O PENSAMENTO DE ENGELS




 

É fato que a maior crítica ao sistema capitalista está na exploração da força de trabalho do proletariado. O que está, pois, vacante na discussão é a natureza de tal força de trabalho. Sem criar conjecturas e, portanto, usando o que há de inerente ao ser humano: o trabalho é o que nos faz sobreviver. A associação do capital humano com o tempo possibilita a sobrevivência da espécie, a transformação do meio em que vive e, ainda, a geração riqueza.

Para não repousar na esfera abstrata do trabalho humano, peço licença aos contratualistas, porquanto gostaria de voltar a uma época equivalente ao Estado de Natureza. Repito que não é minha intenção criar pressupostos, é notório, contudo, que em um passado remoto da civilização humana, quando as pessoas viviam em pequenos grupos, um ser individual, que se perdesse de sua família e que no meio da selva restasse – ainda que, esse exemplo seja aplicável aos dias de hoje –, precisaria usar sua força de trabalho e seu tempo para caçar, plantar, construir seu abrigo. Concluímos, logo, que o uso da força de trabalho não seja algo socialmente criado, mas algo intrínseco à natureza humana.

Outrossim, no socialismo científico de Engels, o interesse do coletivo supera as liberdades individuais. Ora, por quê? O uso do corpo e do tempo de vida é decisão una de quem a detém, independentemente do meio em que vive. Livre é, pois, o indivíduo para vender o que é de sua natureza: sua força de trabalho. Quando há uma coletivização compulsória dos meios de produção, é suprimido o que há de natural no ente individual.

Por fim, é preciso pontuar que o ser que cerca a terra não é o que a detém, mas o que nela produz e aplica sua força de trabalho, e nela cria laços o suficiente para produzir o que é necessário para a manutenção das trocas voluntárias que ocorrem no mercado. Por isso é que, as propriedades podem ser imutáveis, mas não seus proprietários: detém-nas, sempre, quem as usa de acordo com o que é demandado pelo mercado. A terra nunca é de alguém, mas sempre está sob posse de alguém, de forma momentânea, é claro.

Pedro Cabrini Marangoni – primeiro ano, noturno.

 

 
A luta de classes e a lei

Creio que Marx e Engels, apesar de relativamente distantes de nossa realidade atual, foram capazes de criar um método e cunhar conceitos extremamente interessantes de tal forma que pode-se utilizar destes para observar com clareza certos aspectos e rumos de nossa sociedade.
Ao estudar Marx, um dos pontos mais interessantes dos quais me recordo foram os conceitos de infraestrutura e superestrutura, sendo a primeira composta pelos meios materiais de produção, os meios de produção e força-de-trabalho, e a segunda o conjunto das esferas política, jurídica e religiosa, ou seja, as instituições responsáveis pela produção ideológica da sociedade.
Lançado em 2016 no Netflix, o documentário “A 13° emenda”, a começar pelo próprio título que se refere à 13ª emenda à Constituição dos EUA que aboliu a escravidão formalmente, aborda a maneira a qual a lei e o sistema carcerário atuam de forma a perpetuar a escravidão dentro da sociedade norte-americana, pode-se observar como a legislação americana foi moldada de forma a criar uma população carcerária gigantesca, formada sobretudo por latinos, negros e moradores de periferia, e as brechas na lei que atuam de forma a permitir a exploração da força-de-trabalho da população carcerária.
Conhecendo os conceitos já citados e observando o documentário, foi muito interessante constatar a maneira que, sendo o direito e as instituições jurídicas componentes da superestrutura e sendo esta determinada diretamente pela infraestrutura, as leis agem em serviço da manutenção do poder de uma classe burguesa ao mesmo passo que atua como um mecanismo de controle das massas, sobretudo da classe trabalhadora pobre, periférica e, em sua maior parte, negra.
A LUTA DE CLASSES NA ATUALIDADE

Karl Marx, o grande teórico da esquerda, dizia que enquanto o capitalismo se desenvolvesse ele estaria "cavando a sua própria cova", isso aconteceria devido à maior amplitude da desigualdade e consequentemente, da luta de classes. Todavia, podemos observar e analisar esse fenômeno com um prisma diferente.

A luta dos proletariados contra os que possuem os meios de produção claramente é um fato que persiste na sociedade pós moderna, com a organização de vários modos de resistência e de luta. Mas mais pertinente que isso é a luta dos proletariados contra a instituição Estado, a qual é dirigida e atende as demandas da classe burguesa. Nesse raciocínio e tomando o caso brasileiro como exemplo, o Estado tenta a todo custo precarizar a situação seja com a reforma da previdência ou da reforma trabalhista, e até mesmo com a "PEC do fim do mundo." Desse modo, o Estado comandado por uma elite burocrática(juízes, procuradores, senadores, deputados...) consegue prejudicar mais a vida do proletariado e dos mais pobres do que aqueles que detêm o meio de produção. Nesse contexto, a luta de classes seria uma luta entre a casta estatal super-privilegiada e os não privilegiados.

"Marx falava em uma suposta luta de classes entre capital e trabalho, mas estava errado. Economia não é um jogo de soma zero, e ambos podem ganhar com o aumento da produtividade. Mas existe uma luta de classes sim: aquela entre privilegiados do Estado e os demais, entre consumidores e pagadores de impostos. Como os recursos são escassos, a gestão pública precisa administrar conflitos de interesses." O excerto apresentado foi feito por um economista e retirado de um periódico brasileiro. Essa realidade proposta não seria mais palpável do que a abstrata luta entre a burguesia e o proletariado? Na realidade atual, a luta não seria dos não privilegiados contra a burocracia que atenta contra o bem estar brasileiro? Alguns argumentariam que o Estado é uma máquina operada e financia pela burguesia, além de que existe apenas para atender as demandas desta. Essa afirmação possui um fundo verdadeiro, mas não compreende a atual situação como uma totalidade. O Estado tornou-se tão forte que sua classe administrativa conseguiu emancipar-se, em partes, da sua classe financiadora. Desse modo, assumiu uma autonomia jamais observada na época em que Marx teorizou sobre o assunto, criando uma ramificação extremamente presente no Estado Moderno.

Assim, podemos concluir que a luta de classes na atualidade persiste no cotidiano de todos os países do mundo, mas agora possui um novo formato. Além da tradicional luta de burgueses x proletariados há a luta de privilegiados x não privilegiados. Logo, essa luta deveria receber uma maior atenção dos teóricos de todo o mundo, já que foi mais catastrófica em um curto espaço de tempo do que todos os atentados da burguesia.


Antonio Ricardo Carneiro Filho- 1º Ano Direito Noturno

A atualidade de Marx e a necessidade de mudança

Karl Marx, um dos filósofos mais importantes para se entender as relações de produção em sua origem. Já fazem mais de 200 anos desde a publicação de sua obra mais complexa, O capital. Na qual desnuda as minúcias do funcionamento da economia capitalista na gênese. Muito tempo se passou desde então, a sociedade se complexificou, já não mais se dividindo apenas em proletariado e burguesia, também entraram no bolo, questões que não existiam no tempo de Marx, como a tecnologia avançada empregada na produção. Apesar dessa mudança, ele conseguiu desnudar o cerne do problema de distribuição de renda, ligado diretamente ao fato de uns possuírem os meios de produção e outros trabalharem para os que possuem. Essa divisão, permite aos donos que contratem funcionários e paguem o mínimo possível para a sua sobrevivência e continuidade na produção, de modo a maximizar os lucros do patrão. Com o advento dos sindicatos, os trabalhadores ganharam alguma força para barganhar, graças a conscientização da força de sua classe, residindo na capacidade de parar a produção e consequentemente a circulação de mercadorias e os lucros do burguês. Os detentores do capital, possuem além de tudo, grande influência política, fato que permanece até os dias de hoje. Vemos grandes empresários sonegando milhões de reais todos os dias, sendo um dos crimes mais praticados em nosso país, mas não vemos as punições adequadas. Isso porque a elite política e econômica, quando não são as mesmas, estão consubstanciadas. Em "o manifesto comunista", Marx com ajuda de Engels, escreve uma espécie de "receita de bolo" de como seria a transição do modo de produção capitalista, para o socialista, e esboça alguns detalhes de como seria a sociedade socialista. Suas previsões falharam, e com a queda do socialismo na antiga URSS, fica cada vez mais difícil acreditar que a mudança virá sob esses métodos. Mas diante da conjuntura atual de aumento da desigualdade, austeridade fiscal, reformas trabalhista e previdenciária, sua análise do antagonismo das classes sociais permanece válida, a história mostra que as mudanças por vias institucionais não se perpetuam, justamente por não interessar a classe dominante econômica e politica. Muitos argumentam que o socialismo falhou, e na prática, realmente falhou. A grande questão é: O capitalismo triunfou? Pra quem? Possuímos a capacidade tecnológica de alimentar 10 bilhões de seres humanos, no entanto, 1 bilhão de nossos semelhantes passa FOME. Isso não me parece característica de um sistema que está dando certo. Se o socialismo não é a alternativa, o capitalismo também não se mostra como tal, a não ser para encher o bolso do 1% enquanto 90% vive com o básico para comer. Além da questão humana, temos também a ambiental, nosso planeta não vai aguentar mais 100 anos nesse ritmo de produção de lixo e poluição, não sem dar sinais claros de exaustão e com consequências possivelmente irreversíveis. Cabe a nós e as próximas gerações a discussão e prática de mudança, pois do jeito que as coisas seguem o fim parece trágico.

Manollo Sedano de Oliveira - 1ºano Noturno

A adaptação do velho sistema capitalista

            As ideias de Marx e Engels são a prova viva de que uma estrutura social e seus problemas podem perdurar por centenas de anos, apenas arrumando uma forma de subsistência e adaptação. Não é por terem sido elaboradas em 1848 que as visões dos dois filósofos não se encaixam na atualidade; muito pelo contrário. A exploração, a desigualdade, a luta de classes e todas as adversidades da sociedade capitalista continuam nos assombrando até os dias mais recentes. Pode-se notar como as críticas marxistas podem ser feitas nos dias de hoje quando paramos para observar a atual relação entre patrão-empregado. Obviamente, essa relação não é igual, em sua forma, comparado aos tempos mais remotos; hoje, o funcionário pode se valer dos seus direitos trabalhistas legais para garantir suas maiores condições de trabalho, férias, salário mínimo, entre outros. No entanto, a essência dessa relação não se modificou tanto assim; o patrão continua sendo o agente explorador, que trabalha menos e ganha mais, que usufrui de tudo aquilo que a classe operária produz. A ideia da mais-valia permanece viva no nosso sistema, como por exemplo na produção de um smartphone de alta tecnologia, onde procura-se baratear toda a produção e, no final, vender o produto por um preço extremamente alto, a ponto de que poucos conseguem consumi-lo, nem mesmo aqueles que o produziram.

            Além da disparidade da relação patrão-empregado, verifica-se ainda a forte crítica à desigualdade como um todo; ela está presente nas mais diversas esferas da nossa sociedade: econômica, social, cultural, política. Poucos que têm muito, muitos que têm pouco. A realidade do sistema capitalista é muito mais dura do que se pode imaginar. A exploração vai além do que nossos olhos, principalmente de um lugar privilegiado, podem enxergar; a pobreza, vista de um lar aconchegante e com muita fartura na mesa, é difícil de enxergar; a desigualdade e segregação, vista de um condomínio fechado de classe média, é difícil de enxergar. Entretanto, as obscuridades desse sistema continuam aqui, existindo e encontrando forças em cima da miséria e exploração alheia.

Kelly Akemi Isikawa - 1º ano/diurno 

A reestruturação da escravidão e suas novas faces na contemporaneidade

       Desde os primórdios as sociedades se estruturam de um modo para que as classes dominantes tenham os seus interesses atendidos. No sistema econômico atual a classe beneficiada é a burguesia e a explorada, para que essas regalias dessa minoria sejam atendidas, é tida como o proletariado. Essa vantagem de uma classe sobre a outra acaba gerando um conflito, uma exploração imposta de uma minoria sobre a maioria.
A exploração imposta no sistema capitalista é alcançada, na maioria das vezes, através da labuta do proletariado em troca de um salário, situação que acaba por gerar a mais valia para o burguês. Essa forma do sistema explorar a mão de obra do proletariado pode ser vista como um grande avanço desde a exploração do periodo colonial, tida com a escravidão, porém para uma grande parcela da população mundial, a situação desde esses tempos "antigos" e "selvagens" permanece praticamente a mesma.
Horas interminaveis de expediente, um salário baixissimo, ou até mesmo um salário inexistente dentro de um sistema de troca de mão de obra por "teto e alimento", e até mesmo punições físicas em locais onde as fiscalizações não chegam, ou onde elas não se interessam em chegar, são situações recorrentes para a maior e mais pobre parte da população mundial.
A burguesia permanece, de uma forma ou de outra, de maneira direta ou indireta, como a dona da grande população, o disfarce gerado pela mudança do sistema econômico e do sistema assalariado mascara que de um jeito ou de outro ainda permanecemos dependentes da burguesia e do seu capital.

Mariana Shieh Basotti - 1º Direito Matutino

A atuação

Vivemos em uma sociedade tecnológica de informações instantâneas, onde a comunicação é excelente. Com isso, as pessoas não falam e falam sobre muitas coisas. Com esse excesso de informação, pensamos saber tudo, o problema é que sabemos quase tudo, porém, de maneira rasa.
Vimos em 2014, nas eleições presidências, muita discussão sobre o tema, sobretudo, nas redes sociais. Porém, eram pouquíssimas pessoas que saiam às ruas para protestar e defender ativamente suas ideias, ou seja, tudo não passava do campo das ideias.
O mesmo ocorreu quando houve o aumento da passagem de ônibus/trem/metrô na cidade de São Paulo, passou de R$3,50 para R$3,80. Houveram vários atos de manifestações contra o aumento, porém, iam apenas umas mil ou duas mil pessoas. Vemos que não houve adesão dos usuários.

Há uma fala geral, mas quase ninguém se habilita a efetivamente fazer alguma coisa em pró do bem geral, por a ideia em prática. Peguemos o exemplo do teórico Karl Heinrich Marx, ele que foi o teórico do “socialismo científico” também atuou em ativamente em partido e em manifestações. Saindo apenas do Campo das ideias e atuando de fato. 

Gustavo Maciel Gomes - 1º ano - Noturno

Capitalismo v.s Mundo

Um dia conheci uma história,
a história de João de Santo Cristo
mostra como o capital pode influenciar na sua vida.
Triste, né, João?

Isso não ocorreu somente contigo
como também para Fabiano, Severino e para muitas outras pessoas do Brasil e do mundo todo

Pois é... O capital...
Ele atualmente diz quem você é ou pode ser.
Ele te hierarquiza, te dá poderes mágicos:
Determina quanto tempo você tem, quanta comida você pode ter, se pode mandar em alguém ou não.

Mas tem uma coisa muito triste na nossa vida, João...
Uma coisa encontrada nos pensamentos de Comte:
E se você já estiver determinado a não ganhar esses poderes mágicos
e se o capital tiver uma influência tão grande
que você nem mesmo tenha o poder de escolha de ganha-lo ou não?

Pois é, João...
infelizmente você não será o primeiro e nem o último
a burguesia domina a economia
e não haverá chances para você, que vive numa classe abaixo.

Por isso você deverá lutar, unindo-se com outros Joãos
buscar uma vida digna sem a desigualdade e exploração
Levante a cabeça e busque a Revolução!

Rodrigo Tinel Guerra, 1°ano Direito Diurno

A vitória e a derrota do marxismo

 Quando penso nas teorias que observei até agora, nas diversas correntes que vislumbrei e minimamente fui capaz de compreender diante da grandiosidade de seu pensamento, uma que divide mares de pensamento até hoje é a marxista. Sempre me perguntei o motivo em especial, essa teoria tem seu valor como toda outra, sendo uma teoria ela aplica um método, uma forma que da sustentação a sua prática, no caso, bebendo da fonte de Hegel e da sua dialética, Marx e Engels observaram a construção da sociedade de forma diferente e revolucionária.
 Entendendo que as relações de troca e de produção definiam a sociedade e consequentemente a relação de classes, ambos passaram a pensar que um padrão histórico existia, e que um ciclo teimava em continuamente se repetir, colocando um grupo acima do outro. A ideia era finalizar esse ciclo, acabar com a luta de classes, concretizar a última revolução e acabar com a ambição da individualidade burguesa. Sendo um dos teóricos que mais se posicionou na ideia de mudar o mundo, foi capaz de faze-lo, e talvez por isso ainda é tão aclamado e odiado.
 Não me entenda mal quando digo isso, para o bem ou para o mal seu pensamento foi colocado em prática, o socialismo passou a existir, e foi comprovado sua ineficácia, não por falha da teoria, mas por falha da prática, por falha do humano. Por isso utópica para muitos, por isso loucura para tantos, por isso sofrimento para tantos outros, o comunismo nunca existiu e nunca existirá, pois diferente do capitalismo não se sustenta no defeito humano, há muito otimismo e pouco realismo e isso o capital compreende bem, por isso sempre sobrevive, embora ciclicamente definhe.
 O  ponto disso tudo para mim ? O Marxismo não se provou possível para o humano de sua época, e não é hoje, mas mudou o mundo não só na prática pela sua tentativa mas pela sua teoria, pelo seu método, a ideia do materialismo histórico, a forma como a dialética marxista se exprime, expõe algo inegável, Marx foi capaz de entender e transmitir a realidade da sua época, errando sua previsão, mas enriquecendo mais uma vez a compreensão do ser social, algo que Comte, Durkheim e tantos outros cooperaram para construir, algo que as ciências absorveram e por erros e acertos de acordo com seus limites evoluem.
 Em uma época onde o pensamento podia ainda se materializar e modificar de algum modo o mundo a ciência era muito mais clara, agora, onde pouco vemos isso reflito sobre a importância do pensar. Claro que tem importância, todos sabemos disso, mas poucos de nós realmente ligam, nos preocupamos mais em criticar os grandes pensadores mas sem propor algo melhor, nos reocupamos em pensar se o marxismo funciona ou não, mas não pensamos em enriquece-lo e transforma-lo em algo para novamente e de forma mais humilde tentar mudar o mundo, preferimos criticar e afirmar o que todos sabem, que não funciona, mas pouco nos preocupamos em fazer funcionar, aperfeiçoar, usar como ponto de partida para evoluir. Parece que hoje temos toda a teoria e prática que precisamos, devemos nos preocupar apenas na manutenção dessa realidade, isso é ser útil a sociedade não é ? Assim que deve ser um jurista certo ? Bem, se ainda existem pessoas que como Marx não pensavam assim, talvez possamos novamente nos impressionar algum dia, e parar de discutir se o passado deve ou não ficar no passado.

Leonardo Garcia - 1º Ano - Noturno
A problemática tangente ao sistema capitalista se liga na exploração do tempo e força de trabalho da classe trabalhadora, porém, este trabalho é o diferencial humano para a sobrevivência nos moldes atuais. É esta associação de tempo, capital humano e trabalho fomenta a mudança do meio em que se vive, acumulo de riquezas e perpetua a sobrevivência da espécie.

Em paralelo com um Estado Natural, em que os humanos organizavam-se em agrupamentos de pessoas em prol de seu desenvolvimento, se um dos membros deste agrupamento se perder e ficar à mercê da natureza, seja numa selva, ou numa ilha oceânica, este terá de combinar seu tempo e trabalho visando alimentar-se, caçar, buscar abrigo, em outras palavras, o emprego da força de trabalho é inerente ao ser humano, ainda que tenha sido socialmente deturpado.

Para Engels, o interesse coletivo(do agrupamento) deve superar as liberdades individuais, visto que o detentor e empregador da força de trabalho, e seu tempo é o único capaz de decidir onde prefere gastar seu tempo e energia levando em conta este ser seu único meio para sobrevivência. Se tudo está coletivizado em relação aos meios de produção, o homem perde o direito de escolha sobre onde empregar seu sustento natural.

Em vias de concluir, é necessário apontar que o detentor da terra não é aquele que nelas colocar grades ou muros, mas sim o que nela aplicar sua força de trabalho visando criar laços para produzir o que seja necessário para as trocas e escambos do mercado. Assim, levamoss a idéia de que as propriedades podem ser inalteráveis, mas seus proprietários devem mudar, de acordo com a utilização social desta terra frente às demandas do mercado.


Gianlucca Murari - Diurno

Sistemas de manipulação e liberdade

       “A exigência de que abandonem as ilusões acerca de uma condição é a exigência de que abandonem uma condição que necessita de ilusões”. É com esse trecho da obra de Marx “Crítica da Filosofia de Direito de Hegel” que, em síntese, o autor justifica a existência e permanência da religião, tão enraizada nas sociedades: a condição na qual as pessoas se encontram submetidas, tão miserável que necessitam de “ilusões” para que se torne de certa forma suportável. Não somente, a religião ainda, funciona como uma forma de legitimação dessa condição, uma vez que, retira a capacidade do indivíduo de ver sua realidade tal como é, levando-o a perder-se na ilusão de um mundo transcendente. É um remédio, um calmante, “é o ópio do povo”, e torna o indivíduo passivo da sua condição alienante.
      Analogicamente, na sociedade moderna, pode-se afirmar que esse papel passa a ser realizado em maior âmbito por mais dos diversos mecanismos criados e difundidos do capitalismo. Um dos principais meios é a cunhada ‘indústria cultural’, que chega a extremos para captar e prender a atenção do espectador, tentando o quanto possível distrai-lo de sua realidade. Esse assunto é muito bem explorado no documentário “Muito além do cidadão Kane”, que expõe as várias práticas de manipulação jornalística na cobertura de fatos na mídia brasileira.
      O que ambos esses “sistemas de manipulação” fazem, efetivamente, é criar, de forma inconsciente nos indivíduos, uma liberdade ilusória e abstrata. E aqui consiste um dos pontos de crítica de Marx á Hegel. Sabe-se que o desenrolar da evolução histórica permitiu a racionalização das relações fáticas de modo a "garantir" a liberdade, assegurando-a no direito positivo. No entanto, Marx afirma que essa liberdade é somente existente e realizável no pensamento, abstrata. Apenas se torna real e concreta se houver as condições materiais necessárias, caso contrário, permanecerá no imaginário. Ademais, a não realização efetiva dessa liberdade é fruto do entendimento de seu conceito, uma vez que a liberdade tal como conhecemos é a concepção universalizada de apenas uma parcela da população, ou, como exposto por Marx em sua visão dicotômica e antagônica da sociedade, dos possuidores do meio de produção, parcela esta que dissemina sua ideologia por meio dos mecanismos supracitados, a fim de manter os demais indivíduos submissos a uma sistema que não os favorece.
      Frente a esse cenário, Marx defende a emancipação do homem que deve se tornar ciente destes mecanismos alienantes e do processo histórico que levou a construção destes, com o propósito de eventualmente superá-los. Dessa forma, somente por esse reconhecimento, o homem será capaz de sair do plano teórico e atingir uma possível liberdade real e concreta.

Roberta Ramirez 1º ano - Direito/Noturno

Relato de um (in)crédulo

Ouvi que era livre e igual
Acreditei
Tentei viver libertamente, mas rotularam-me anormal
Só era livre quem tinha dinheiro
Quem não tinha, era refém do capital

E quem criou isso? A história?
Ou as pessoas? Não sei
Estou perdido em um único caminho
Só uma reta em que me colocaram
Que para avançar, tem que trabalhar

Trabalha para se sustentar
Ou somente subsistir
A minha liberdade é falsa
Não estou indo onde queria ir

Tentei contestar, duvidar para mudar
Mas os homens chegaram 
Personificando o Estado 
Me violentaram sem piedade 
Mas me disseram que era porque 
Eu não tava com a ordem em conformidade

Pensei que fosse melhor viver amorfo
Ser feliz com pouco 
Acreditar que o caminho que estou é livre
E esquecer que tentei dele sair 
Mas encontrei uma cerca humana que dizia
"Você está fora da ordem"
"E eu trabalho para te impedir"

Desce daí!!

Em uma colina, deitado sobre a grama, está Georg olhando as nuvens naquele céu,  tão azul quanto podia ser. Após horas e horas, ele escuta passos pesados e lentos subindo a colina, mas nem dá muita atenção, o céu estava tão lindo aquele dia. Quando se da conta, percebe que alguém está sentado do seu lado, mas não se preocupa em olhá-lo, apenas respira fundo e...
- O que você está fazendo deitado ai? – pergunta o estranho rapidamente, antes mesmo de Georg dizer “olá”.
- Olá para você também... Estou tentando entender algumas coisas...
- Ah é? Que coisas? – Nossa, como o estranho falava rápido, mal dava tempo de Georg respirar.
- É... Quem é você? – Georg já estava um pouco irritado com a impaciência do estranho.
- Ah, desculpa, meu nome é Karl e você?
- Me chamo Georg.
- No que você estava pensando mesmo?
- Bom... Eu estou tentando entender como a realidade funciona.
- Deitado ai?
- É, estou tentando achar uma forma racional para isso e um jeito para organizar isso.
-Ah...E você já chegou em alguma coisa?
- Mais ou menos, mas creio que para pensar a realidade, é preciso entender o ser, sabe?
- Como assim? – Karl parecia realmente interessado no assunto, Georg até seu animou um pouco e virou levemente a cabeça para ver com quem conversava.
- Eu penso que para entender a realidade, é preciso entender a essência humana e como ela torna possível a existência de várias existências.
- Hum... mas onde fica a realidade nisso tudo?
- Pensando em uma vertente histórica, acredito que exista um espirito absoluto, essa essência do ser que evolui com o tempo, modificando essa história.
- Bom, eu penso um pouco diferente.
- Sério?
- Sim, levanta um pouco daí.
- Mas está tão gostoso aqui, por que você não deita?
- Porque daí você não vê nada, só o céu.
- Mas eu não preciso ver, eu consigo imaginar.
- Vai por mim, levanta logo daí.
Georg estranhou a persistência de Karl, e meio desconfiado foi levantando com calma, e sentou do lado do estranho.
- Olha lá pra baixo, está vendo aquela fábrica no pé da colina e aqueles comércios no centro da cidade?
- Estou sim.
- No meu ponto de vista, são as relações de produção que moldam a realidade.
- Me explica melhor... – Georg ficou intrigado com a ideia de Karl.
- No meu ponto de vista, não é o espirito, a consciência que molda a realidade, mas a realidade que molda a consciência. Para mim cada etapa histórica tem seu modo de produção, que molda a divisão do trabalho e consequentemente, separa as classes, modificando assim a realidade.
- Nossa... Que jeito diferente de ver o mundo... – Apesar de não concordar com Karl, Georg gostou de ouvir outro ponto de vista.
- Vamos lá embaixo e eu te mostro um pouco mais da minha teoria e você me conta mais sobre a sua, quem sabe a gente consegue chegar em um modo de organizar as ideias, o que acha?
-Ah, mas eu gosto tanto desse céu aqui...
E antes que Georg conseguisse levantar, Karl já estava descendo a colina e gritou:

- Desce daí, saia do céu e vem para a Terra amigo!!!

MARIA CLARA AGUIAR,  1º ANO/NOTURNO 

Carta hegeliana à Marx: Da Matéria e dos Espíritos

Caro Karl Marx,

Recentemente, tive a oportunidade de presenciar tão ilustre crítica tua à respeito de minha obra. Ressaltou qual seria o motor do mundo em meu ver: o espírito das coisas, mas abominastes tal espírito em prol da matéria. Digo-lhe não vivem separados, sem a matéria, espírito é simplesmente ilusão, sem espírito, a matéria é unicamente sobrevida, pois não vive, sobrevive, evolui-se cega e inconsequentemente, podendo levar a desastres de enormidade infame. Suas críticas a meu respeito foram também em relação ao status quo, nego veementemente, não seria, de uma maneira até marxista de se dizer, um reacionário. Pelo contrário, minha filosofia é toda pautada no movimento, na evolução. De maneira similar, não seria minha filosofia, então, criada para a manutenção social, concordo que dela pode ter disseminado ideologias reacionárias e conservadoras, mas, ainda, de uma releitura dela surgiu vossa teoria científica do marxismo. Vossa é a síntese da qual minha teoria foi a tese e o reacionarismo liberal foi antítese, mas, não me julgais, não mate o espírito das coisas.

            Em defesa deles, dos espíritos, digo que sem eles seria tudo igual, da mesma cor com mesma tonalidade. Como disse, não pode o espírito viver sem a matéria, mas a recíproca não é verdadeira, porém, é duro pensar em um mundo de sobrevivência, um mundo em que a igualdade é único foco, e que a liberdade e diversidade foram anuladas por esta. Sim, refiro-me ao teu comunismo, um mundo sem os espíritos, o fim da História, a humanidade estagnada num porvir ideal que nunca será alcançado. Ao que me refiro? Bem, a História é dialética, e a dialética infinita, contudo, se se destrói os contrastes culturais, a possibilidade de mudança, o que fere, em verdade, é a lei dos opostos e com ela a antítese. A sociedade estagnar-se-ia em uma eterna verdade imutável, e não me refiro à religião alguma, e sim à tua contradição. Logo, a função dos espíritos é garantir movimento ao mundo.

            Não me compreendas mal, não estou aqui a fazer uma defesa do reacionarismo, mostro-te, e a quem ler esta carta, uma terceira via. Sim, para além da filosofia hegeliana e do marxismo, a síntese entre os dois. Tua teoria fez-me, de fato, repensar a minha, não havia eu refletido acerca dos efeitos da matéria no espírito e na sociedade. Não são uma coisa só, mas duas que se complementam. Contudo, como já dito, separadas levam ao desastre, façamos simulações: Um mundo levado apenas pelos espíritos das coisas é este presente na sua crítica, realmente, o mundo burguês liberal, mas somente pela matéria, como já demonstrado, levaria à anulação da História e, por consequente, da humanidade como condição. Mas, se juntas andarem, matéria e espírito, a realidade influiria de forma decisiva nas ideias (espíritos) assim como as ideias sobre a realidade, alcançando uma sociedade benéfica e construtiva, chamaram no século XXI, tal sociedade, de Estado Democrático de Direito.

                                               Espero que me compreenda.

                                                                                  Atenciosamente, Georg F. W. Hegel
Escrita por: Vinícius Henrique de Oliveira Borges.

Infindável luta de classes

Em uma luta de classes
Nosso mundo começou
Com o fim do feudalismo
Essa disputa só aumentou

Novas formas de opressão
Novos meios de controlar
Os operários a serem explorados
A burguesia sempre a comandar

Os burgueses e o capitalismo
Responsáveis foram pela inovação
Livre mercado, maquinas e industrias
Resultaram em uma grande revolução

Novo mundo esse burguês
Desenvolvido, com facilidades
Tanta modernidade e civilização
Que arrasta e engloba todas as classes.

Industrias e produtos nacionais
Deram espaço para aqueles globais
A antiga autossustentabilidade local
Substituída pela interdependência universal

Apenas a burguesia está no poder
Somente seu interesse é respeitado
Mas como um monstro sem controle
Seu sistema foi sendo moldado

O excesso do capitalismo burguês
Causou uma crise de superprodução
Além das armas que trarão sua morte
Criaram os homens que as empunharão.

A classe dos proletários
Sempre explorados com frieza
Agora então unem suas forças
Para o fim da ditadura burguesa.



Letícia Rodrigues Santana, 1º ano Direito- Noturno

Marxismo e religião

A religião esteve presente na sociedade durante um período tão longo que se pode dizer que 'desde sempre'. Seu papel durante a história foi de protagonista. Grandes atrocidades foram cometidas em seu nome e ela é usada de justificativa até hoje para discursos excludentes. As pessoas, com temor a Deus, acabam baseando todas as suas decisões em livros sagrados e nas palavras dos líderes religiosos.

Dentro deste contexto, Marx argumenta: “A religião é apenas o sol ilusório que gira à volta do homem enquanto ele não gira à volta de si mesmo”. Desta forma, fica evidente que o autor acredita que os homens tenham que ser o seu próprio centro decisório de maneira que busque principalmente o seu próprio bem-estar e felicidade e, também, o bem-estar da sociedade como um todo. A religião não deveria ser justificativa para nenhum ato.


Atualmente, principalmente na realidade brasileira, figuras religiosas vem, cada vez mais, participando ativamente de órgãos públicos e interferindo em diversas pautas importantes e determinantes muitas vezes sendo nociva para individualidade de muitos. Esta interferência além de apresentar uma afronta ao estado laico e a tolerância religiosa também é um obstáculo para o desenvolvimento social e a prosperidade da sociedade.

Maria Catarina Mahtuk Freitas Medeiros Borges - 1° ano de Direito Diurno
 

Meu Conflito Dialético

"A injustiça passeia pelas ruas com passos seguros.
Os dominadores se estabelecem por dez mil anos.
Só a força os garante.
Tudo ficará como está.
Nenhuma voz se levanta além da voz dos dominadores.
No mercado da exploração se diz em voz alta:
Agora acaba de começar:
E entre os oprimidos muitos dizem:
Não se realizará jamais o que queremos!
O que ainda vive não diga: jamais!
O seguro não é seguro. Como está não ficará.
Quando os dominadores falarem
falarão também os dominados.
Quem se atreve a dizer: jamais?
De quem depende a continuação desse domínio?
De quem depende a sua destruição?
Igualmente de nós.
Os caídos que se levantem!
Os que estão perdidos que lutem!
Quem reconhece a situação como pode calar-se?
Os vencidos de agora serão os vencedores de amanhã.
E o "hoje" nascerá do "jamais".  "       
                                            Elogio da Dialética – Bertolt Brecht                                                                   
Inspiração para versar sobre Marx? Brecht regado de café torna-se suficiente para entender a intensidade de suas obras. Há, praticamente, 3 anos, quando escolhi o curso de Direito como meta para minha carreira profissional e para a vida, indignei-me sobre a maior contradição que já havia decidido. Afinal, como combater a opressão formando-me pelo maior instrumento de manutenção do sistema já criado?!
Hodiernamente, observei alguns processos ocorridos no que diz respeito a modificações na legislação brasileira embasadas por lutas sociais e movimentos. A atual realidade do trabalhador doméstico - o qual é fruto dos resquícios da histórica do país moldada pela escravidão e pela exploração - expressa-se, dialeticamente, como síntese maior de uma hipermetropia histórica em que seus direitos, a partir do momento em que foram positivados pela “PEC DAS DOMÉSTICAS” (LEI COMPLEMENTAR Nº 150, DE 1º DE JUNHO DE 2015), revolucionaram as condições laborais predatórias que antes existiam, muitas vezes, maquiadas. Ou seja, o Direito Positivado, nesse caso, foi fundamental para a garantia básica da ontologia do trabalho dessa classe. E é, justamente, nesse processo dialético de exploração (tese) X resistência (antítese), assim como resgatou Brecht nesse poema séculos atrás, que observei a possibilidade de modificação das condições materiais de existência pelo Direito.
Por esse prisma, hoje, ao refletir sobre o que falar a despeito de Marx perante tudo que urge na realidade, voltei-me a mim e a minha escolha. Diante disso, perdoe-me o Celso, jurisconsulto romano, afinal, nem sempre "Ius est ars boni et aequi" (“O Direito é a arte do bom e do justo”) e muito menos como pensava, apenas, máquina de sedimentação de interesses “burgueses”. Chego, por fim, a conclusão de que ele é o próprio resultado da dialética. Logo, pode ser instrumento de transformação da realidade. Assim espero.

Débora Amorim de Paula – 1º Direito DIURNO
 Revolução Industrial e o Pensamento Marxista

Em pouco tempo, a revolução industrial e seus adventos tecnológicos modificaram completamente o método produtivo e, consequentemente, a organização econômica, redefinindo as relações entre donos, trabalhadores e consumidores. Esse processo gerou também profundos impactos na sociedade da época, mobilizando verdadeiros exércitos produtivos, desenvolvendo imensos centros urbanos e efervescendo a produção intelectual da época.
Esse contexto de modificação dos paradigmas econômicos começa a manifestar problemas até então inexistentes, incitando a produção de críticas a esse modelo, como é o socialismo. O principal impulso a essa ideologia é a obra de Karl Marx, que propõe um novo modo de se analisar a história, identificando um aspecto recorrente em toda a humanidade: a luta de classes.
Vistos por sua perspectiva, os meios de produção definem como o todo funciona, tendo a economia o papel principal de orientar o percurso histórico, moldando os personagens, movimentos e ideologias. Nessa perspectiva de submissão aos ditames do capital, propõe um Estado forte, que interfira de modo a proteger a sociedade, garantindo direitos sociais e condições de igualdade entre os indivíduos.
Tal Estado, portanto, nunca poderia ser atingido com a classe dominante no poder, visto que essa estaria acomodada com a situação. A classe explorada deveria, portanto, tomar o poder e formar a ditadura do proletariado, onde romperia com a dicotomia de classes e redefiniria os padrões históricos, eliminando nesse processo os privilégios e regalias de uns sobre os outros.


A liberdade que nunca terei

A liberdade que nunca terei

Meu nome é Ana Beatriz, nasci e vivi em Americana, uma cidade do interior de São Paulo e infelizmente nunca tive muitas coisas, nem mesmo a educação adequada.
Provavelmente a minha vida se resume a luta dos meus sonhos e a falta de dinheiro no bolso. 

Dinheiro... tão insignificante, um pedaço de papel,  que os homens deram tanto valor.

Qual o problema deles? Para que nos sujeitar à dominação de algo simplesmente inexistente? Anti-natural?

Nunca vou entender. 

Não digo isso só porque desejei aquela bolsa maravilhosa de marca, que obviamente nunca teria como pagar, mas o que me frustou foi saber que meu próprio destino estava escrito no dinheiro. 

Eu sempre quis ser médica, estudei muito para passar no vestibular e consegui uma vaga na UFTM. Acreditei que finalmente meu esforço poderia compensar a desigualdade de onde vim, mas minha mãe, naquele dia, depois da comemoração, me disse que não teria condições de me manter em outra cidade. 

Hoje eu trabalho como empregada doméstica.

Eu sei o quanto meu trabalho é digno, sei que sem mim toda essa ideologia não teria sustentação... 

Mas o que mais me frusta é saber que meu poder de decisão...

É uma mera ilusão. 

****************

Meu nome é Ana Carolina, nasci em vivi em Ribeirão Preto, e hoje estou na faculdade cursando Direito. Minha vida parece perfeita... não é mesmo? Eu sempre tive tudo, bastava estralar os dedos, mas se chegarem bem perto vão descobrir que sou nada mais nada menos do que o fruto da manipulação. 

Meu sonho era atuar, expressar aquela dor inconsciente e viver tantas vidas, tantas personalidades, que somente assim eu poderia me encontrar. 

Quando disse isso para os meus pais ouvi o Não, ouvi que não conseguiria me sustentar, ouvi que minha vida seria difícil demais, afinal é muito custoso conseguir um espaço no meio artístico.

Por que alguns atores são tão ovacionados e outros, tão bons quanto, nunca chegam a ser lembrados? 

Percebi que sendo atriz poderia jamais obter reconhecimento profissional, jamais conseguir sustentar minha família. 

Reconhecimento... dinheiro... será que realmente tomei essa decisão? 

Medo...

Inconstância

E todos esses sentimentos que grudam em nossos corações nos impedem de ser livres... 

Gostaria de um mundo que a liberdade não fosse tão ideológica, mas real. 

*************


Maria Júlia Paschoal Minto- Diurno

Materialismo historico e marxismo

As ideias de Engels e Karl Marx geraram uma nova forma de ver a realidade com a teoria do materialismo histórico e suas críticas tanto da dialética hegeliano, considerada idealista, como aos socialistas utópicos que não perceberam que suas ideias não se sustentariam ao médio e longo prazo. Segundo o materialismo histórico, a luta de classes é o motor que move a história com a constante disputa entre dominantes e dominados em um determinado modo de produção econômica que se estabelecerá a estrutura de uma dada sociedade. A partir dessa estrutura político-econômica surgirão todos os outros costumes e instituições que influenciarão a sociedade, sendo chamada pelo marxismo de superestrutura. Assim, dessa superestrutura, haverá uma ideologia que acabara alienando todos que fazem parte dessa estrutura.
Embora o materialismo histórico seja uma ferramenta importante a ser estudada, já que influenciou boa parte do mundo durante o século passado, ela tem suas limitações como estudiosos como Pierre Bourdieu apontaram, ela não é capaz de explicar todas as situações existentes de disputas de poder.

João Pedro Monferdini       1º Direito (Diurno)

Conhecimento para quem?

É um erro pensar, principalmente entre nós, jovens acadêmicos, produzindo uma ciência humana baseada em pensamentos, ideologias, linhas teóricas, que a ciência produzida dentro dos muros da Academia chega às pessoas sobre as quais ela estuda. A universidade criou um nicho de pesquisas e pesquisadores muito bem delimitado, que por diversas vezes restringe a participação de indivíduos que burocraticamente não fazem parte daquele habitat.
A partir de então, as consequências naturais desse processo fundamentam-se no afastamento da grande massa social e na criação de uma elite intelectual que detém esse tipo de conhecimento. Pensando de forma ampla o conhecimento intelectual produzido nas universidades sempre foi algo estruturado na elite social, disso não há dúvida. Hodiernamente, no entanto, isso começou a ser debatido de forma mais copiosa, o que ainda não significa um grande avanço na socialização do saber.
Para Marx, por exemplo, a sociedade é dividida em classes sociais num sistema de oprimido/opressor, que baseia todas as relações sociais que se apresentam. Na universidade não é diferente. Criou-se uma espécie de divisão de classes do conhecimento que determina todas as relações do saber – e, por conseguinte, do poder – estabelecendo, assim, uma hierarquia entre quem sabe e quem não sabe.

Hoje, com esse conceito debatido de forma mais ampla, quais são as medidas que estão sendo tomadas para desarraigar esse cenário e criar, analogamente à Marx, um “socialismo do saber”? O que nós estamos fazendo para abrir esse espaço de conhecimento a todos os interessados? São questões como essas que devem alimentar nossa experiência dentro da universidade. Nós, que temos o privilégio de poder estar em uma, possuímos o dever de procurar meios de abrir esse espaço. Afinal, conhecimento que não se volta para a sociedade não possui razão de ser.

Marina Ribeiro Christensen
1º Direito Noturno

Quem será o vagabundo?

Vai trabalhar, vagabundo
Vai trabalhar, criatura
Deus permite a todo mundo
Uma loucura
Passa o domingo em familia
Segunda-feira beleza
Embarca com alegria
Na correnteza

Prepara o teu documento
Carimba o teu coração
Não perde nem um momento
Perde a razão
Pode esquecer a mulata
Pode esquecer o bilhar
Pode apertar a gravata
Vai te enforcar
Vai te entregar
Vai te estragar
Vai trabalhar
Vê se não dorme no ponto
Reúne as economias
Perde os três contos no conto
Da loteria
Passa o domingo no mangue
Segunda-feira vazia
Ganha no banco de sangue
Pra mais um dia
Cuidado com o viaduto
Cuidado com o avião
Não perde mais um minuto
Perde a questão
Tenta pensar no futuro
No escuro tenta pensar
Vai renovar teu seguro
Vai caducar
Vai te entregar
Vai te estragar
Vai trabalhar
Passa o domingo sozinho
Segunda-feira a desgraça
Sem pai nem mãe, sem vizinho
Em plena praça
Vai terminar moribundo
Com um pouco de paciência
No fim da fila do fundo
Da previdência
Parte tranquilo, ó irmão
Descansa na paz de Deus
Deixaste casa e pensão
Só para os teus
A criançada chorando
Tua mulher vai suar
Pra botar outro malandro
No teu lugar
Vai te entregar
Vai te estragar
Vai te enforcar
Vai caducar
Vai trabalhar
Vai trabalhar
Vai trabalhar

Em “Vai trabalhar vagabundo”, Chico Buarque, brilhantemente, retrata a cotidiana luta de classes que, para Engels e Marx, resumiria a história de todas as sociedades que já existiram, expondo a eterna oposição entre o opressor e o oprimido.
Segundo os autores, esse incessante conflito teria, de maneira sucessiva, no decorrer dos anos, findado ou na ruína das classes ou na Revolução. Fatores humanos de relevância -espiritualismo, política e ciência, por exemplo – seriam os responsáveis por essa “ciclagem histórica”, na qual dominantes e dominados invertem seus papeis e praticam o que antes condenavam, concretizando a perpétua rinha por poder.

Dessa forma, apesar das incertezas do futuro, é notório que nessas reviravoltas da história só uma questão realmente importa: quem será o vagabundo a ter que trabalhar?

Gabriel Chiusoli Ruscito - 1° ano, Direito noturno 

Marxismo: Uma boa lente para o mundo


Como um jovem iniciado nas idéias marxistas desde muito cedo, aderi por um período da minha vida o mantra de que o marxismo, o materialismo histórico e a luta de classes explica tudo. Hoje acredito que tal mantra é de uma vaidade ideológica muito grande, pois diversos fenômenos não tem no seu fio condutor principal os motivos que o marxismo clássico tradicionalmente explicaria. Um exemplo muito claro disso é a Bill Abeerdeen que teve uma explicação de influência marxista que se mostrou falha com o tempo, pois a abolição da escravidão no novo mundo não iria desenvolver um mercado consumidor que interessasse as ilhas britânicas, sendo que a posição da América na divisão internacional do trabalho era benéfica para o desenvolvimento industrial da Inglaterra. Logo uma explicação de cunho weberiano se mostrou muito mais coerente, pois o parlamento inglês era fortemente influenciado pelos quakers, grupo adepto de uma ética protestante que condenava a escravidão.

Todavia, por mais que o marxismo não seja a chave suprema para a compreensão do universo, é possível entender boa parte da história e de toda conjuntura atual que vivemos a partir dele, sendo assim uma das melhores lentes para ler o mundo, pois por trás de uma grande maioria dos conflitos e decisões que conduziram e conduzem a história, os sujeitos são as classes e o objeto são os recursos materiais e seus meios de produção.

No ano passado o Brasil colocou em seus livros de história mais um fato em negrito, uma presidente democraticamente eleita foi deposta de seu cargo a partir de um jogo que envolvia nitidamente a disputa de classes pelo controle político dos recursos financeiros e das forças produtivas. Pois depois de 13 anos de um governo de conciliação de classes, colocado como impossível por Marx, foi revelada a antítese natural das mesmas, com a burguesia assumindo o poder e impondo pautas que a favorece, revestidas de seus antigos preceitos ideológicos, como é o caso da reforma trabalhista que da uma força enorme a acordo entre burguês e proletário, ignorando a falta de isonomia dessa negociação.

Outro fato que podemos observar a partir da lente marxista é de como as classes detentoras do capital, a fim de aumentar seus rendimentos, vêm se apropriando de pautas  que foram angariadas pelo movimento de esquerda no seu desenvolvimento histórico. A partir de novos conceitos publicitários minorias tradicionalmente oprimidas pelas instituições capitalistas são superficialmente reconhecidas a fim de se mascarar as contradições que tal sistema de produção apresenta. O negro que agora tem uma linha completa de cosméticos ao seu dispor continua morrendo nas periferias na mão do Estado capitalista.

O capitalismo não é o mesmo da época de Marx e Engels, as dinâmicas de multiplicação do capital se alteraram e intensificaram, e fatores alheios as perspectivas marxianas são importantes para a compreensão da sociedade, porém seu legado é indispensável para compreender o passado, o presente e o futuro.

Eduardo Augusto de Moura Souza
1° Direito Noturno 


Marxismo: Entre a ciência e a dogmática.

A ciência surgiu no Ocidente, na sua forma mais expressiva, como um tipo especifico de saber que, a priori, buscava afastar-se do senso comum e das ideologias no geral. No entanto, quanto mais o tempo passava e as humanidades eram estudadas, mais se soube que um conhecimento afastado da militância era algo impraticável.
Determinados pensadores iluministas, como Locke e Rousseau, por exemplo, tiveram um grau de engajamento expressivo para suas épocas, tendo até mobilizado parte considerável de suas respectivas sociedades em torno de suas causas. Todavia, é com a consolidação da classe burguesa na Europa e com a polarização dos interesses entre burgueses e o operariado, que surge uma nova leva de intelectuais extremamente militantes, do qual é Marx um dos nomes mais expressivos.
 Produzir ciência, assim, passa a ser uma tarefa mais dificultosa. Sobretudo, porque, para muitos, o conhecimento produzido por Marx era e é visto, como algo puramente ideológico. Entretanto, desconsiderar por completo as ideias desse filosofo é um erro.
Ao estruturar o materialismo histórico, por exemplo, Marx quebrou a tradição de tentar entender a sociedade através de uma perspectiva idealística, tal como fazia Hegel, para produzir uma visão pautada por aquilo que é material, levando em consideração muito mais uma visão economicista. Assim, houve um movimento em torno da busca por um método e mostrando ser possível a construção duma ciência com ideiais

Davi Pontes  1º Direito noturno

Ébrios: Uma visão para o debate

  Gangkhar Puensum é a montanha mais alta do mundo que nunca foi escalada. Segundo estudos de Barry Blumberg, estima-se que metade das pessoas que existiram morreram de malária. Sabe-se que somente a partir do século XX que houve um súbito e grande aumento da emissão de gás carbônico na atmosfera. Esses três fatos, inicialmente desconexos, dependeram de pessoas para se tornarem conhecimento, e é a influência humana que os concede o caráter de realidade(verdade). Pode-se filosofar sobre qualquer coisa, acreditar em qualquer coisa, mas é o tempo do ônibus chegar na estação desejada porque neste momento o sonhador será chamado para enfrentar a realidade.
  Marx foi um grande estudioso, e também sonhador. Leu, escreveu e analisou o mundo de maneira exaustiva, e acreditava que a substituição da sociedade burguesa pela sociedade socialista era inevitável. Estava errado. A sociedade burguesa acomodou o proletariado com condições melhores de trabalho e uma imensidão de bens supérfluos. Todavia os estudos de Marx são muito relevantes no mundo acadêmico, afinal não há problema estar errado. New York Times errou quando disse no século XX que jamais existiria uma máquina capaz de sobrevoar o atlântico, a The Economist errou quando defendia, no século XIX, que o sistema liberal de Adam Smith deveria ser seguido por todos os países, não só pela Inglaterra. Ambas as revistas ainda são imensamente respeitadas.
  Erros desse tipo são produtos de uma análise equivocada do momento histórico no qual se está inserido somado com a ânsia de transmitir uma ideia surreal baseada em um mundo fictício. Enfim, prever o futuro é difícil; são muitas variáveis e as pessoas tendem a ser taxadas como imprevisíveis. Mesmo que não sejam, já que sua maneira de pensar é fruto da cultura que está inserida, educação e genes.

  A psicologia é subestimada, Comte já alertava para a sua inconstância de resultados acadêmicos. No entanto é a ciência capaz de explicar as ações humanas que moldam o mundo, que explica o porquê do Socialismo nunca ter vingado da forma como Marx previu e que nos traz as previsões mais palpáveis do futuro. Sempre haverá aqueles com sede de poder, que só descansam quando se verem acima dos outros, seja através da fama, política ou do dinheiro. Acreditar no fim dos conflitos pelo socialismo é sonhar e ignorar a natureza humana.

Ideologia e Meritocracia


Na obra “A Ideologia Alemã”, Marx e Engels apresentam um conceito de Ideologia. Este ganha um novo sentido na sociologia Marxista, deixando de ser considerado meramente um conjunto de ideias e passando a ser visto como discursos falaciosos que visam “inverter” a realidade da sociedade. Em suma, na visão dos autores, essas ideologias possuem como objetivo o favorecimento das classes dominantes, ratificando desse modo a desigualdade e impedindo que a classe dominada veja a realidade como realmente deve ser vista, sem influencias externas.

É sabido que historicamente as “regras”, as ideias predominantes, de um determinado período histórico, são ditadas pelos opressores, pelos dominadores. Isso se deve ao fato de que o trabalho intelectual é fruto da classe dominante, e isso acarreta em ideologias, ideias carregadas de intenções veladas. Como o próprio Marx diz, todas as ideias possuem interesses. Fica notório que tudo isso está interligado ao conceito do Materialismo, uma noção constante nos pensamentos de Marx, que expõe a luta de classes como algo que “explica” a sociedade.

Trazendo as concepções de Ideologia da sociologia Marxista para os dias atuais, é possível percebermos que hodiernamente existem várias ideologias presentes na nossa sociedade. Um grande exemplo é a discussão sobre “meritocracia”, que basicamente é um processo de sobrevivência do mais forte. Por incrível que pareça há quem defenda que deva existir esta meritocracia, modelada em Darwin, em uma sociedade tão desigual como a brasileira. É impossível falarmos em meritocracia sem analisarmos os fatos históricos e sociais, pois ela só faz aumentar as desigualdades.

Para Marx e Engels a ideologia é uma forma de que os oprimidos recebam as ideias dos opressores, de uma forma mascarada, e as aceitem, tendo-as como verdade. E é exatamente o que acontece no conceito da meritocracia, um jovem negro, pobre, que estudou em precárias escolas públicas por toda a sua vida, é levado a acreditar que deve competir de “igual para igual” com aquele jovem que estudou em excelentes, e onerosas escolas particulares, e com isso não deve se valer das cotas raciais, e inclusive muitas vezes é levado a lutar contra essas cotas, que o auxiliariam em uma disputa mais justa. Essa é claramente uma ideologia enraizada em nossa sociedade, a palavra meritocracia deveria ser retirada do nosso vocabulário, pois somente desmascarando as ideologias é que será possível transformar a realidade.

Diego Gaspar; 1º ano de Direito/ Matutino.






A eterna luta

Nos início dos tempos era uma luta por entre dominadores e dominados, passados alguns milênios se tornou uma luta entre patrícios e plebeus. Séculos mais tarde a luta se concentrou entre senhores e servos, passado alguns séculos a luta se deu entre burguesia e o proletariado. Enfim, percebemos que a sociedade sempre foi uma eterna luta entre classes, uma eterna luta entre dois grupos diametralmente opostos, um lado sempre surgiu em razão da outra classe. Ou seja, a classe dominante, que sempre impôs suas vontades e seus modos de vida, nos mais diversos cantos do mundo, fez surgir dentro de seu cerne o seu oposto, sua contra-força, que busca modificar a sociedade em que está inserida, que busca o equilíbrio na sociedade. Tentando diminuir ou mesmo acabar com as desigualdades geradas pela minoria dominante. Atualmente a luta se pauta na área social, inicialmente pela luta entre grupos sociais e raciais que sempre ficaram excluídos e marginalizados pelos grupos burgueses dominantes, que detinham o poder econômico e político para impor seus desejos na sociedade onde vivem. Influenciando a sociedade dominada nos mais diversos campos da vida, imputando a falsa sensação de liberdade de escolha; tal influencia pode ser observada principalmente nas propagandas de produtos e serviços, neles, o grupo dominante da sociedade impõem os modos de vida que a sociedade deve seguir, as maneiras de vestir, de se alimentar, do que fazer nas horas de lazer, entre outras coisas. Em casos mais recentes, nasceu dentro do grupo dominante, grupos ligados à questão de gêneros, como forma de se libertar das imposições de comportamento sociais impostas pelos grupos dominantes, ou melhor, como forma de buscar o verdadeiro sentido da palavra liberdade, de poder escolher tudo à sua volta e além dela, de poder escolher tudo que imaginar e querer, de buscar o equilíbrio e igualdade dentro da sociedade e de si mesmo. Mas essa luta nunca foi e nunca será fácil, por esta razão não devemos desistir de lutar, não devemos desistir de nossa liberdade.   


1º Ano Direito - Noturno