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sexta-feira, 1 de abril de 2011

Ciência : instrumento útil (para alguns).

Rapidez,inovação,praticidade,tecnologia. Estes são os traços que desenham a fisionomia de nossos tempos. O homem, apoiado sobre ombros de gigantes (como dizia Newton), aplicou seus conhecimentos e valeu-se de suas descobertas,fazendo da Ciência instrumento capaz de promover o bem-estar de seus semelhantes. Seguimos o caminho apontado por Francis Bacon e conseguimos converter o saber,em sua grande parte, em obras. Assim, conectamos pessoas tão distantes,vencendo as barreiras geográficas que se impunham antes por horas ou até dias. As informações e notícias são propagadas e disponibilizadas velozmente,tecendo um retrato dos acontecimentos mundiais em dado instante. Sabemos qual a cotação do dólar na bolsa de valores de Nova York,quais as tendências apresentadas na Semana de Moda de Milão,quais as útimas palavras de Obama, sem ao menos sair de casa. Dispomos de vacinas, medicamentos, tratamentos médicos que insistem em arrastar a morte para bem longe de nós. Porém, nem todos podem usufruir de tais avanços. Muitos se amontoam embaixo de viadutos, engrossam filas em busca de emprego,mendigam assistência médica,imploram por dignidade. São livres? Sim, mas quase sempre encurralados pela sociedade que exclui e marginaliza. "Então, acontece que buscando o que está mais além acaba por retroceder ao que está mais próximo...",como declara Bacon. Fomos capazes de usar todo nosso conhecimento para chegar até a lua, analisar características de planetas tão distantes, entretanto tropeçamos ainda na bagunça de nossa própria casa, cujas paredes revelam as manchas da desigualdade. Diante de tudo isso que se apresenta a nós , preferimos comprar a imagem de "homens modernos","evoluídos" e nos contentamos com a simples satisfação pessoal , sem olharmos para os lados. Segundo Bacon," ... o homem se inclina a ter por verdade o que prefere". Não desenvolvemos remédios para acabar com a fome, nem antibióticos que combatam o desemprego e proporcionem o acesso à educação. A Ciência se fez útil à vida humana, saiu dos livros e manuais, mas não conseguiu servir a todos de forma igualitária.

Discipline a mente

Bacon, em sua obra, critica a ciência como apenas um mero exercício da mente, considerando que essa é eficaz e verdadeira quando possibilita a compreensão da natureza e se traduz em resultados que favorecem ao bem-estar do homem. Entretanto quando fazemos nossa análise e compreensão não podemos deixar que a nossa mente se guie por seus próprios caminhos. É necessário que a disciplinemos afim de que não nos deixemos levar por valores e idéias equivocadas que podem tornar falsas as nossas conclusões. Bacon propõe que para disciplinar a mente, é preciso que ela seja guiada pelos mecanismos de experiências do que se deseja observar. Então se propõe dois métodos: o primeiro seria aquele que consiste da antecipação da mente, ou seja, seria baseado no conhecimento contemplativo, em que bastaria que as afirmações fizessem o mínimo sentido para que fossem tomadas por verdades; o segundo seria aquele considerado ideal, no qual a busca pelo conhecimento se daria por meio da experimentação, chamando-se assim interpretação da natureza. Hoje, sem dúvida, o método mais observado é o da antecipação da mente, pois é a base para o senso comum, devido a sua "ingenuidade" e sendo assim de facil aceitação pela maioria das pessoas. Essa experimentação sem limites proposta por Bacon, aliada ao método cartesiano formam as bases primordias da ciência moderna, que consiste, assim como mencionei na minha última postagem, em: análise das categorias mais primárias do estudo segundo experiências, e dessa forma ir progredindo na complexidade das análises, afim de se chegar a uma formulação de novos conhecimentos que possam contribuir de modo eficaz no bem-estar humano.

Bacon e as bases da ciência moderna.

Devido as concepções difundidas entre as pessoas devido ao cotidiano e a filosofia, Bacon coloca sob suspeita o trabalho autônomo da mente, e por isso, defende que ela deve ser regulada pela experimentação e pelos sentidos. Com isso, Francis Bacon atenta seus leitores para a relatividade das idéias, e para o fato de que estas podem conter vícios (tais como a elaboração prematura de teorias) que dificultam o acesso ao conhecimento verdadeiro. Com isso, ele propõe que os homens devem recorrer a experimentação em detrimento das antecipações da mente para realizarem descobertas cientificas.

Tais idéias serviram de base para o desenvolvimento da ciência moderna, que apresenta um caráter empírico e racional e foi responsável por descobertas muito uteis ao homem. Estas inovações poder ser exemplificadas pelos avanços na medicina ( como é o caso dos transplantes, da hemodiálise, entre outros), desenvolvimento de sistemas meteorológicos e os avanços nas áreas de comunicação e transportes.