MEDEIA & INÊS PEREIRA EM MARX
a Máquina do Mundo trabalha
constantemente usando a força de Carlitos!
carolina (não tem capital
suficiente para ser chamada pelo pomposo “Senhora” nem mesmo se fosse parente
de Alencar ou a própria “nova estrela fluminense” ou que o “c” de seu nome seja
MAIÚSCULO) vê a torta de chocolate bávaro que fez pela manhã na cozinha da
Confeitaria Colombo, mas não pode comprá-la☹é a
torta ou a conta de luz (como as crianças vão fazer o dever no escuro?)
quando ela passa no cruzamento
da Ipiranga com a avenida São João,
vê um cartaz do Pê Cê Bê com
uma mulher apontando o dedo para ela e dizendo: Eu quero você para a Revolução!
“que pena...”, pensa carolina,
“fraquinha e esquálida”, igual ao fantasma de Stálin, “do jeito que eu tô, mal
vô conseguir segurar uma AK-47, quem dirá matar um fascista”.
IOANNES, “[sentado] no chão da
capital do país às cinco horas (o que é mentira, pois são (pois não vivem,
apenas existem) apenas quatro e vinte e sete) da tarde”, como diria minha mãe
vestida de Dá-me Judi Dench, anseia por pele de homem. “estou farto de
semideuses”. “Haverá homem real como Maquiavel neste mundo? Ou todos não passam
de idealizações hegelianas?”
A História, não a estória,
acabou. From now on, tout será reuso da coleção outono-inverno
passada. adeus à originalidade.
Un Certain Penseur prussiano,
do qual não será dito o nome, mas é provável que habite os piores pesadelos do
Presidente da República, defende que os homens passam a ser diferentes dos animais
quando aqueles começam a produzir seus meios de existência. Maior disparate
nunca foi dito antes. A Verdade, quanta epistemologia, é que os animais
demonstram humanidade para com os outros, enquanto los hombres, não. Eis
a diferença.
(...)
Astrud é filha de banqueiro. Foi criada por babás alemãs e estudou em colégio francês. Toca “A Primavera” no piano, como toda boa menina, e declama alguns sonetos de Shakespeare que aprendeu, com a tia Mariana, durante sua estadia na Inglaterra. Quando as eleições chegaram e as mulheres puderem finalmente votar (um presente de Getúlio), o orgulho (pecado ou virtude?) do banqueiro (personagem-tipo, não precisa de nome, qualquer um serve) se viu entre o populista de esquerda que daria carros pro proletariado e o demagogo de direita que ia privatizar as estatais. Alguns diriam que a escolha de Astrud seria facilmente previsível, filha do velho dinheiro, votaria sem nenhuma dúvida no demagogo já que a realidade determina a consciência, neste caso, a política. Ledo engano. Astrud se jogou do último andar da Torre Jacarandá. Não votou em ninguém. Fará parte do necrológio do Estado de S. Paulo de amanhã.
Aluno: Thiago Ozan Cuglieri
Curso/Período: Direito/Noturno