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sábado, 8 de abril de 2023

Consciência coletiva e marginalização

                             

          Em 1500 quando os portugueses chegaram ao Brasil havia uma ideia em comum entre eles, que, portanto, faria deles uma sociedade excludente e cruel com pessoas que não compartilhavam das mesmas opiniões, religião e cultura. Na atualidade, por meio do sociólogo Durkheim, descobrimos que tudo isso fazia parte do que chamamos de consciência coletiva, como pregava o Funcionalismo.

     A princípio, é importante frisar que a consciência coletiva "brasileira" teve início em 1500, com a escravidão, os massacres em massa do povo originário que, portanto, explica exatamente o motivo de ainda haver a marginalização, majoritariamente, do povo negro e, inclusive, a predominância de religiões de matriz europeia, como o cristianismo e, obviamente, a discriminação de religiões cuja origem é africana, os discursos - inclusive políticos - contra os povos indígenas e uma cultura que possa se diferenciar da consciência moral de uma sociedade que teve início na extinção de pensamentos diferentes do povo colonizador.

 Para tanto, é necessário um pensamento crítico por parte da sociedade, uma mudança cultural. Grada Kilomba é uma autora importante para que haja um afastamento da consciência coletiva colonizadora, como o título da obra de Grada questiona  "Quem pode falar?", o texto aborda diversas questões relacionadas ao racismo vivenciado pela autora e questiona o espaço que cada indivíduo "deve" ocupar. Desse modo, observa-se que a consciência coletiva é, sim, uma forma de marginalização e de perpetuação de um pensamento imposto há mais de 500 anos.

Portanto, é imprescindível que a sociedade brasileira questione tais comportamentos que, infelizmente, estão presentes em, inclusive, lideranças políticas e sendo perpetuados por muitos anos se não forem combatidos. Para isso, é primordial que sejam priorizados os lugares de fala de cada um e a dívida histórica para com a população excluída por tantos anos no Brasil e, principalmente, na Europa. A consciência coletiva deve promover as ideias de inclusão social e compreender que não existe um pensamento correto, não se deve curar uma "possível" anomia, um equilíbrio não deve existir quando o objetivo é progredir como sociedade.

Sophia Caños Farias - Direito (noturno)
RA: 231224826

O conceito de consciência coletiva na contemporaneidade

A consciência coletiva é um conceito chave na sociologia, especialmente na obra do sociólogo Émile Durkheim. Ele dizia que se trata de um conjunto de valores, normas e crenças que são compartilhados por membros de uma sociedade e que moldam a forma como eles pensam, sentem e se comportam.

No contexto contemporâneo, a consciência coletiva ainda é relevante, especialmente no que se refere às questões de identidade, pertencimento e solidariedade. Por exemplo, movimentos sociais que lutam por direitos e reconhecimento muitas vezes se baseiam na construção de uma consciência coletiva compartilhada entre seus membros. No entanto, esse conceito também tem sido criticado por alguns estudiosos, que argumentam que ele pode ser usado para justificar a opressão e a exclusão de grupos marginalizados que não se encaixam na norma dominante da sociedade.

É nesse sentido de exclusão que a obra de Grada Kilomba se destaca. Ela defende que a consciência coletiva muitas vezes se baseia em um sistema de valores e normas que refletem as perspectivas daqueles que estão no poder, deixando de lado as vozes e experiências dos grupos marginalizados. Ela também enfatiza a importância da descolonização dessa consciência, a fim de incluir perspectivas que foram historicamente silenciadas. Apesar dessas críticas, a consciência coletiva continua sendo uma ferramenta importante para entender a dinâmica social e os processos de mudança nas sociedades atuais, e sua influência pode ser vista em várias áreas, desde a política até a cultura popular. Rayssa de Oliveira Dantas - 1° ano de Direito (matutino)
RA: 23122316

Durkheim: A consciência coletiva de cada dia

Émile Durkheim foi um sociólogo francês, frequentemente creditado como pioneiro no estudo da sociologia como disciplina científica. As teorias de Durkheim centraram-se na forma como as estruturas sociais e as instituições moldam o comportamento e a experiência humana.  O conceito de consciência coletiva sugere que há uma consciência ou compreensão compartilhada entre os indivíduos durante um período de tempo. A consciência coletiva da sociedade é expressa por meio de suas instituições sociais, como religião, educação e governo. Essas instituições servem para reforçar os valores e crenças compartilhadas da sociedade e garantir que os indivíduos estejam em conformidade com os padrões morais da consciência coletiva.

De acordo com Durkheim, a consciência coletiva é moldada pelos valores compartilhados, crenças e normas que existem em uma determinada sociedade. Essa consciência coletiva serve como uma espécie de código moral que orienta o comportamento  do indivíduo e molda a coesão social, a consciência coletiva reflete um processo contínuo de integração e diferenciação social. À medida que as sociedades se tornam mais complexas e diferenciadas, a consciência coletiva deve se adaptar a essas mudanças para manter a coesão e a estabilidade social.

No entanto, é importante notar que a consciência coletiva não é uniforme em todos os indivíduos ou grupos. As pessoas têm diferentes perspectivas, experiências e crenças que podem moldar sua interpretação e resposta a eventos e informações que lhes são apresentadas. Como resultado, a consciência coletiva de cada dia pode ser complexa e multifacetada, refletindo a diversidade de perspectivas e experiências que existem no mundo.

Em conclusão, a consciência coletiva é um fenômeno dinâmico e em constante mudança que reflete a consciência compartilhada e a compreensão dos indivíduos durante um período de tempo. Essa consciência pode ser influenciada por uma série de fatores e pode criar um sentimento de unidade e solidariedade entre os indivíduos, refletindo a diversidade de perspectivas e experiências que existem no mundo.

Leticia de Oliveira Martins 1 ano Direito- Noturno

R.A: 231220431

Funcionalismo para quem ?

 Em março de 2021 a CDF (Congregação para Doutrina da Fé) anunciou que qualquer benção para casamentos entre pessoas do mesmo sexo seria considerada ilícita, e de acordo com a instituição: ‘’Deus não pode abençoar o pecado’’, esta doutrina se baseia na definição de que somente casais heterossexuais estariam seguindo as normas estabelecidas pela igreja do que seria ideal. Isto também ocorre fora da religião, onde a sociedade determina o que é aceito e o que não é, e no segundo caso, estes são extremamente marginalizados.

  O funcionalismo de Emile Durkheim é fundamentado na mesma teoria: organização para o funcionamento da sociedade, olhando para o coletivo e não para o indivíduo em si, acarretando deste modo a segregação de grupos específicos. A convenção social de como determinadas pessoas devem agir, provoca a expectativa imposta de que devem seguir o que é determinado pelo centro, deste modo ao desviarem desta predestinação estão condenados ao julgamento dos demais. 

  No entanto Grada Kilomba tem uma perspectiva diferente: ‘’A margem é um local que nutre nossa capacidade de resistir a opressão de transformar e imaginar mundos alternativos e novos discursos’’, ou seja ao invés do contentamento da situação de exclusão, a resistência deve prevalecer, e com ela a projeção de novos espaços. Deste modo, a imposição de lugares baseados em fatos sociais anteriores aos indivíduos é sempre atrelada ao medo de ultrapassar os limites que foram pré impostos, estando necessariamente conectada ao preconceito.

Aluna: Heloísa Calixto da Silva       Ra:231224631

1° ano Direito Matutino 08/04/2023