Tudo é social
Depois do positivismo nos introduzir um esboço de uma nova ciência, Durkheim toma para si o trabalho de tornar esse esboço uma ciência propriamente dita.
O cientista social do pós-positivismo deveria ter como objeto de estudo o fato social, que abrange fenômenos com caracteres nítidos em uma sociedade, que se distinguem dos estudados por outras ciências da natureza. Durkheim nos apresenta o fato social como sendo coercitivo, ele independe do indivíduo e por meio dele podemos observar que o homem age em sociedade de acordo com as regras do grupo. Assim podemos assumir que nada é produto de nossa própria elaboração, e que tudo consiste em imposição externa.
É grande o poder coercitivo do fato social, tanto que a coerção deixa de ser sentida, somente quando dá lugar aos hábitos, tendências internas que derivam dessa coerção. A própria educação que nos é passada é imbutida de regras que aos poucos são interiorizadas.
Importante também é o modo como se deve proceder quanto ao estudos desses fatos sociais. Eles devem ser analisados como coisas, já que nossos sentimentos poderiam interferir no exame científico desses fenômenos, e não se pode alcançar a verdade científica quando se está repleto de pré-noções. O próprio Bacon chegou a citar essa ideia quando critica os ídolos da mente (noções falsas que ocupam o intelecto humano, dificultando a busca da verdade).
Durkheim foi muito influenciado por Anguste Comte, mas o critica quanto ao seu pensamento de valorizar a ideia sobre a história e não a história em si. É isso que para Durkheim existe de metafísico no positivismo, prejudicando-o. O que Durkheim propunha era que analisassem como os fatos se encadeiam e não como deveriam se encadear, pois a essência da sociedade estaria na explicação dos fatos sociais. É nesse sentido que se estrutura o pós positivismo, uma ciência concreta, com ênfase no social.