Marx
e Engels criaram o Manifesto Comunista com a finalidade de esclarecer
quais as verdadeiras intenções e crenças do comunismo, que eram
mal entendidas e prejulgadas pela sociedade da época.
O
Manifesto explica toda a trajetória da burguesia, desde o seu
surgimento, no feudalismo; e explica também como o proletariado
sustenta toda a riqueza e progresso da burguesia, sem ter acesso a
nenhum desses. Ele faz um elogio à capacidade revolucionária da
burguesia, que conseguiu instalar seus ideais de produção e mercado
na sociedade. A burguesia foi capaz de abrir as portas ao progresso e
à tecnologia, algo que nenhuma classe havia alcançado antes.
Contudo, canalizou os resultados do progresso apenas para si mesma,
deixando o proletariado à sua margem.
A
obra enfatiza que o potencial revolucionário do proletariado é
ainda maior do que o da burguesia, pois esta demorou séculos para
realizar sua revolução, enquanto aquele poderia realizar a sua em
poucos anos, principalmente por conta dos avanços na área da
comunicação. Muitos creem que é interessante para o comunismo
acabar com a tecnologia e a modernidade. Muito pelo contrário, ele
busca ampliá-los, pois o progresso, a tecnologia e a modernidade são
aliados do proletariado, já que aumentam seu poder de comunicação
e ampliam seu acesso à informação.
Outro
ponto muito mal interpretado acerca do comunismo: ele não pretende
acabar com o poder do homem de se apropriar produtos da sociedade,
apenas busca impedir o burguês de “subjugar o trabalho de outros
através de tal apropriação”. Ou seja, não são válidos os
argumentos de que, em uma sociedade comunista, não haveria espaço
para os prazeres que são proporcionados pela tecnologia no
capitalismo.
Sobre
o fim da propriedade privada, consta na obra que os comunistas tinham
a intenção de acabar com ela no âmbito burguês, pois para o resto
da sociedade ela já não existia: “Vocês estão horrorizados com
a nossa intenção de acabar com a propriedade privada. Mas na sua
sociedade, a propriedade privada já acabou para nove décimos da
população”. Afirma ainda que sua existência para a burguesia
dependia justamente de sua inexistência para o proletariado.
Hoje,
muito mais do que a própria burguesia, a maior responsável pela
manutenção do capitalismo é a massa, pois a ideologia burguesa
criou uma ideia que se propaga nela de que “todos podem comprar,
todos podem subir de nível social, desde que se esforcem”. Essa
ideia de meritocracia, mesmo que falsa, perpetua na mente de todas as
classes, minando qualquer tipo de potencial revolucionário.
Beatriz Mellin Campos Azevedo
1º ano - direito diurno