- Amanda Rufino Leite;
- Danielle Tavares;
- Gustavo Batista;
- Jaqueliny Moraes Larangeiras de Lima Guimarães;
- Natalia Bueno Bárbara;
1º Ano de Direito noturno 2011.
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
Tem-se o trabalhador, em uma época anterior à industrialização. Sem as máquinas, invenção da contemporaneidade, a criação de produtos depende inteiramente dele, produzir é uma coisa artesanal, livre, flexível. Toda a produção é conhecida pelo artesão que cria desde as ferramentas que utiliza até o produto final, ele é a engrenagem motriz de toda a produção, já que tudo dele deriva. Seu trabalho não é padronizado, há a variação entre os produtos, sendo que estes são todos personalizados.
Com a revolução industrial acontece uma mudança dos paradigmas. A produção deixa de ser subjetiva convertendo-se para objetiva; os artesãos, junto a outros homens, para sobreviver em meio à concorrência desleal das máquinas, largam suas ferramentas e dirigem-se às fábricas tornando-se meros operários, deixam de ser criadores e passam a ser uma pequena parte da produção; inserem-se em um trabalho mecanizado que tem apenas o lucro e a produção para abastecer o mercado como objetivo. Há a alienação do trabalhador, já que este trabalha em apenas uma pequena parte da produção e muitas vezes desconhece o produto final, todo seu talento e inventividade são postos de lado para enriquecer burgueses detentores dos meios de produção, do maquinário.
Assim o trabalho subjetivo é substituído pelo objetivo. Vale ressaltar que são duas formas de produção diferentes e não opostas, do mesmo jeito que o operário não é o oposto do artesão. Nessa mudança, portanto, nota-se que o homem deixa de vender seu trabalho, seu produto e passa a vender sua mão-de-obra, característica mais marcante do capitalismo como o conhecemos atualmente.
Arthur Costa Pontes (diurno)
Bruno Alvarenga Vieira (noturno)
Diogo de Souza Mazzucatto Esteves (noturno)
Guilherme Fernandes Porto (noturno)
Leonardo Mendes Freitas de Lima (noturno)
Matheus Morales Banjai (noturno)
Moacyr de Oliveira Melo Neto (noturno)
Máquinas: fabricando uma nova forma de viver
A transformação da manufatura em maquinofatura trouxe consigo inúmeras mudanças na forma de viver das sociedades da época.
O cotidiano era antes estruturado em torno da família, que se utilizava basicamente da terra ou da renda da produção manufatureira para sua subsistência. Com o desenvolvimento da maquinofatura, mudam as relações de poder dentro do núcleo familiar, que passa a se organizar em torno da força de trabalho.
A importância da força de trabalho obrigou os então operários ao êxodo rural, mudando-se para locações mais próximas das fábricas e alterando a estrutura de seus lares.
Para exercer as funções fabris, não era mais necessária a força física, o que possibilitou o trabalho feminino e o infantil, desvalorizando o papel do homem na função de trazer a renda para a família.
Os operários passam a se moldar a situações extremas de exploração, por diversas vezes, como cita o texto “atestados médicos aumentavam a idade das crianças para satisfazer a ânsia de exploração capitalista e a necessidade de traficância dos pais”, além disso, as condições de trabalho eram agora precárias, com pouca segurança e longas jornadas de trabalho.
Essa transformação dos adolescentes em máquinas, cria uma nova forma de ignorância, diferente da ignorância natural, do espírito que não recebe a devida cultura. A nova ignorância faz com que o adolescente perca sua capacidade de desenvolvimento intelectual, acreditando servir apenas para a produção de mais-valia.
Os meios de comunicação e transporte são um exemplo de nova forma de viver que influencia a vida do operário, mas principalmente a do burguês. Os antigos modos de comunicação e transporte tornam-se obstáculos à industria moderna devido principalmente à sua “velocidade febril de produção em grande escala, ao contínuo deslocamento de massas de capital e trabalhadores de um ramo de produção para outro e com as novas conexões que criou no mercado mundial”. É dessa maneira que vemos surgir os navios a vapor, as vias férreas, os transatlânticos e o telégrafo, filhos da industria moderna, que nunca teriam existido se não fosse pelo desenvolvimento tecnológico exigido e possibilitado pelo desenvolvimento da indústria.
Integrantes:
Katiucia Borssato Cortapasso
Vinícius Orso de Brito
Gabriela Bezerra Pucci
Jéssica Costa
A partir da leitura do texto “A maquinaria e a indústria moderna”, podemos compreender que Marx explana as modificações que ocorreram no processo produtivo na transição do campo para a cidade.
No campo, o trabalhador era peça fundamental no processo produtivo, uma vez que dominava todas as etapas da produção, sendo que esta era artesanal e de pequena escala. Para realizar o seu trabalho, o camponês utilizava ferramentas, sendo que a força motriz era sempre proveniente da natureza ou o próprio homem. O trabalhador tinha menor carga horária e trabalhava com o intuito de suprir suas necessidades mínimas de existência.
Já na fase transitória, houve o aperfeiçoamento técnico, e assim, o desenvolvimento da manufatura graças ao capital acumulado pela burguesia. Isso demandava uma mão-de-obra, que estava disponível na cidade, uma vez que a produção feudal estava em declínio. Portanto, os principais motivos para essa transição foram: o surgimento das máquinas, modificando a força motriz; a mão-de-obra disponível devido ao êxodo rural; matéria-prima de fácil acesso graças à evolução dos meios de transporte.
Por fim, na cidade, com a consolidação da manufatura primordialmente urbana, tivemos como conseqüência a inserção das mulheres e das crianças no mercado de trabalho. Antes, no campo, o homem era a força motriz da produção e somente seu trabalho era necessário. A partir do deslocamento para a zona urbana houve a necessidade e a facilidade de inserção das mulheres e crianças no processo produtivo devido ao fato das máquinas poderem ser manuseadas por qualquer pessoa (sem necessidade de força física). Além da elevação do custo de vida que exigiu que toda a família trabalhasse para que houvesse aumento da renda.
Nesse contexto, o trabalhador deixa de ser peça fundamental do processo produtivo, pois a máquina substituiu seu trabalho. Portanto, a máquina passa a ser a força motriz da produção em oposição ao modo de produção artesanal.
Outra observação é que o homem não domina mais todas as etapas da produção, então, o trabalho especializa-se e tem como conseqüência a alienação.
Com a máquina, a produtividade aumenta, uma vez que é possível produzir em maior escala em menor tempo, junto com o aumento da jornada de trabalho, tendo por conseqüência o barateamento da mercadoria. Com essa nova estruturação do modo de produção, o menor tempo de trabalho é designado para atender às necessidades do trabalhador, enquanto a maior parte corresponde à mais-valia, que é apropriado ao patrão. Não tendo escolha o trabalhador vende sua força de trabalho ao burguês, ficando vulnerável ao sistema capitalista.
Essa situação carrega uma contradição, visto que, apesar da produtividade e dos lucros terem aumentado, a população em geral empobreceu.
Para ter uma melhor perspectiva desse processo, disponibilizamos um pequeno vídeo que demonstra o processo evolutivo de produção. Para visualizá-lo clique aqui.