Na continuação de sua obra (regras do método sociológico), Durkheim afasta-se do pensamento de Comte e cria uma concepção baseada na atividade coletiva, que apesar de representar a vontade geral, não é igual ao somatório das vontades individuais daqueles que compõe esse agrupamento.
A maioria das sociedades existentes hoje apresentam um padrão comportamental diferente daquele que as originou. Em especial, a sociedade ocidental, marcada desde antes da existência do pensamento grego até a colonização da América, sofreu profundas modificações desde a sua origem. Aquilo que era crime hoje é direito. Aquilo que era imoral hoje não é contestado. A Igreja influenciou nesse processo. A ordem estamental da sociedade influenciou nesse processo. Mas com certeza, essa mudança que engloba a nova vontade geral não é o somatório da vontade particular, que se alia ao psicológico do ser humano.
Essas mudanças que acontecem na sociedade são resultado de uma auto defesa. É o organismo protegendo-se contra uma doença. Aquilo que antes era visto como errado e hoje é visto como certo (exemplo: homossexualismo) passa a representar valores diferentes na vida das pessoas. Caso esse valor não seja adaptado às normas sociais, temos uma sociedade doente. Então surge o contrato social, desvinculado da vontade individual do homem, sendo um mecanismo de defesa, para que a sociedade se recomponha e seja curada. É através dessa ferramenta também que a sociedade se protege de um recém-nascido, uma célula social sem conhecimento e preconceitos, portanto patológica. Engloba essa nova célula ao seu corpo fornecendo-lhe conhecimento e necessidades que ajustam seu modo de pensar àquela sociedade. fazendo com que se adapte ao meio social sem causar danos providos de um pensamento original.
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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quinta-feira, 17 de maio de 2012
Admirável gado novo
Engraçado como podemos notar que em todos os regimes totalitários temos algo em comum. Algo que foge de um governo forte e autoritário, algo que foge de uma característica do Estado. Esse "algo" é a padronização da população.
Seja no governo nazista alemão, ou no Stalinista russo, é impossível deixar de notar o efeito de padronização da população. Mesmas roupas, mesmas atitudes, mesma mentalidade, mesmo líder... Mas qual o motivo dessa padronização? Muito simples, claro. Essa padronização varia da maior facilidade em que podemos controlar e influenciar um grupo homogêneo. Já reparou o quanto é fácil de se "tocar", ou dar direção, ao gado? Nenhum membro do rebanho irá se revoltar, pois este se sente confortável no meio dos outros, e segue o rumo a que é coordenado.
Agora vamos trazer essa realidade para nosso país, o ascendente Brasil dos anos 2000. Governo democrático, liberdade de expressão, liberdade de escolha, de imprensa... Parece que vai tudo bem, certo? Entretanto, já reparou em o quanto a população vem se padronizando? Todos assistem ao mesmo programa na TV, todos falam sobre os mesmos assuntos, e o mais impressionantes: todos, ou pelo menos a esmagadora maioria, não discorda de nada que lhe é apresentado pela grande mídia. São todos tocados, por um grande peão, montado em seu cavalo de raça, que move toda a massa na direção a que bem entende.
Mas de onde vem essa omissão? Essa resposta, também, não demora a surgir. O homem está confortável no meio dos outros! Todos parecem estar se desenvolvendo, todos parecem estar no país do futuro, o país da Copa, o país da olimpíada! Povo marcado... Povo Feliz!
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