O positivismo, corrente criada por Auguste
Comte no século XIX, é um movimento sociológico que estuda as ligações humanas
sob uma perspectiva empírica e científica. Por conta disso, busca encontrar fenômenos
sociais que se comportem como leis gerais humanas, ato que mitiga a heterogeneidade
do Homo sapiens e retira a diversidade cultural do objeto observado.
Na teoria da física social, a imutabilidade
social tem direta relação com a manutenção da ordem, o que para os positivistas
é o caminho para o progresso. No entanto, essa é uma visão muito rasa sobre a
sociedade, já que a revolução da estrutura social é fundamental para buscar relações
interpessoais mais justas. Por isso, quem ocupa o topo de tal cadeia não almeja
mudanças estruturais, as quais diminuiriam as desigualdades existentes.
Infelizmente encontra-se, na atual conjuntura do
discurso conservador brasileiro, alto teor positivista, e isso só demonstra quão
atrasado o país se encontra e quão preconceituoso ainda permanece. Uma vez que,
a elite, a qual tenta de toda forma disseminar tal doutrina empenha-se, ao
utilizar de um discurso tradicionalistas e moralistas, manter-se no poder, para
que assim a base da sociedade não anseie mudanças e todo o aparato burocrático
do Estado se mantenha nas mãos da mesma aristocracia.
Em suma, o positivismo na contemporaneidade
representa grande perigo para a manutenção da democracia no Brasil. Isso
acontece por ser o eixo de sustentação teórico da extrema-direita no país e sempre
ansiar a estática de Parmênides, o que não condiz com a capacidade de transformação
do corpo social.