Ao se observar as eleições brasileiras do ano passado, fica clara a intenção de voto do povo pela insatisfação geral com a política dita “tradicional brasileira”. Noção criada, principalmente, devido aos mais variados casos de corrupção envolvendo agente dos Estados descobertos nos últimos anos; bem como o medo das pessoas causado pela violência no país e a busca pelo sentimento de segurança da população.
Ademais, a elite financeira nacional buscava mais liberdade para a realização de seus negócios e a não influência do Estado em áreas chave para a manutenção econômica brasileira, por exemplo.
Esse segundo grupo encontrou em um candidato a resposta para suas necessidades e, a partir de então, esforçou-se para convencer o resto dos brasileiros que essa era a resposta que buscavam no pleito de 2018.
Pode-se comprovar isso analisando a trajetória deste candidato nos últimos 4 anos até sua eleição, mas um simples ocorrido do ano passado comprova o esforço dessas elites em vender sua ideia: a descoberta da “máquina” de fake news através de aplicativos de conversa financiada por este grupo.
Ora, essa é apenas a última gota de um copo que vinha sendo preenchido nos últimos anos para que a comoção nacional encontrasse em alguém que nunca realizara nada significante para solucionar o problema da violência nas cidades - em especial no Estado que o elegeu deputado por anos, vide a situação do Rio de Janeiro – ou que, mesmo sendo representante claro da dita “política tradicional brasileira” – dado o tempo que o atual presidente está na vida política e também os casos relacionados a família do mesmo descobertos no inicio desse ano, como o de Queiroz, por exemplo -, não fosse visto como tal, mas sim como alguém que lutasse contra a mesma.
Aqueles que não se encontravam dentro do grupo mobilizado a eleger tal candidato, principalmente quem se dispôs a debater para entender o intuito do voto no mesmo, percebeu a dificuldade em argumentar com integrantes dessa massa e o desafio principal tornou-se entender o raciocínio desenvolvido para que chegassem a tal conclusão, como se fora algo consolidado em seus pensamentos.
Dessa maneira, um grupo utilizando-se de sua influência para vender uma imagem distorcida da realidade que se internalizou nos indivíduos, independentemente de como se deu a manifestação em cada ser em particular, mas que possuía força para resistir às tentativas de argumentação de fora, demonstra um fato social que culminou na eleição de tal candidato, bem como definiu o sociólogo francês Emile Durkheim: “um fato social se reconhece pelo poder de coerção externa que exerce ou é capaz de exercer sobre os indivíduos; e a presença desse poder se reconhece, por sua vez, [...] seja pela resistência que o fato opõe a toda tentativa individual de fazer-lhe violência.”
João Pedro Carvalho Furlan - direito diurno
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