A consciência coletiva, segundo Durkheim é a junção dos pensamentos, convicções, costumes e valores que circundam a sociedade, compondo a vida de todos os indivíduos. Dessa maneira, esse conceito é um elemento fundamental para a coesão social - isto é, para a convivência em sociedade -, como explicou o filósofo francês. A consciência coletiva transcende as individualidades, ou seja, não é algo particular; pelo contrário: está enraizada no corpo social, fazendo-se parte da vida de todos os cidadãos.
Além disso, a consciência coletiva assume o papel de regular e moldar as relações sociais, bem como os modos de pensar, de agir, de viver, etc. Isso se dá devido à condição inerente que as ideias morais produzem na coletividade, ou seja, não é possível dissociar a consciência coletiva do corpo social. Sendo assim, tudo aquilo que está enraizado na moral da sociedade passa a ser parte da vida de todos os cidadãos, de modo que estabelece regras e valores que guiam os comportamentos individuais.
A consciência coletiva está consolidada em cada parte de nossa sociedade. Quando nos deparamos com regras, com valores transpassados de outras gerações, ou, até mesmo, com a própria cultura de nosso país - aí está a consciência coletiva. Compreende-se, assim, que o conceito designado por Durkheim é intrínseco à convivência social.
Para tanto, entende-se que isto deve ser usado como ferramenta de promover o bem-estar e os bons costumes em uma sociedade. Grada Kilomba, escritora portuguesa, em seu texto "Quem pode falar?", aborda temáticas relacionadas ao racismo, sobretudo no ambiente acadêmico, o qual a autora faz parte. Dessa maneira, observa-se que a consciência coletiva, como molde dos pensamentos e valores de uma sociedade, deve encarregar-se de retaliar e repudiar os preconceitos que afligem uma sociedade - como o racismo - formando, em cada cidadão, uma real consciência.
Portanto, conclui-se que este é o papel da consciência coletiva nos dias atuais: promover as boas ideias e desaceitar as más, para que preconceitos sejam extinguidos da sociedade, e, ademais, para que a consciência coletiva seja, cada dia mais, uma ferramenta disseminadora de bons princípios, e, sobretudo, do respeito ao próximo.
Beatriz Fernandes - 1° ano de Direito (matutino)