Em
jogo a manutenção da ordem social. O movimento entre as engrenagens que
sustentam a harmonia do sistema deve ocorrer sem relevante alteração: os
detentores do conhecimento em seu mais alto grau devem ser os comandantes,
enquanto a massa trabalhadora deve entender o seu valor, aceitar sua posição e
ajudar a manter a sociedade funcionando harmonicamente. Assim se desdobra socialmente
o pensamento positivista de Auguste Comte, que propôs um conhecimento social de
caráter indutivo, como já acontecia com as ciências biológicas.
Qualquer
manifestação contrária daqueles que não aceitam seu papel na sociedade e tentam
se deslocar para outra função, através de manifestações revolucionárias, põe em
ameaça a ordem. Esse pensamento de Comte teve relevante reflexo às sociedades
hodiernas.
O próprio conceito moderno de Estado
traduz o poderio deste sobre todas as pessoas e instituições que a ele são subordinados.
Assim, positivada em diversas Constituições está a afirmação de que o Estado é
SOBERANO.
E quem está no comando do Estado? Quase
sempre as elites! Inegável é que quem detém o conhecimento é que guia a nau
estatal no mar das relações sociais, orientando a embarcação sempre a ventos
favoráveis e não deixando que alguma onda de anarquismo subverta a ordem implantada.
Educar, mas só até certo limite. Proteger, mas não o bastante
para deixá-los fortes o suficiente a ponto de serem capazes de sair de
onde estão. Confortá-los, o necessário para evitar rebeliões. Assim os
detentores do poder adeptos ao Positivismo controlam a massa, mantendo-se
fortes e evitando reviravoltas na estática da ordem para sustentar a dinâmica
do progresso.
Texto referente à aula sobre Auguste Comte
Antônio Rogério Lourencini - 1º ano de Direito - Unesp - noturno