Calça jeans, perfumes e fast food : a padronização e seus perigos
Todos usamos calça jeans,
tênis da Nike e moletom da GAP. Comemos Mc Donald’s, nos maquiamos com MAC e
bebemos Chandon. Gostamos de Chanel nº 5, assistimos filmes de Hollywood e
vestimos Calvin Klein.
Para mim, o maior medo atual é
a padronização. Essa, que nos leva a pensar que todos devemos ser iguais,
pensar iguais e agir iguais. Essa, que nos fazer acreditar que, já que a
maioria apoia, devo também apoiar apologias perigosas.
“Bandido bom é bandido morto”
“Direitos humanos para humanos direitos”
"Não vou combater nem discriminar, mas,
se eu vir dois homens se beijando na rua, vou bater"
"O
sangue de um homossexual pode contaminar o sangue de um heterossexual"
“Sou preconceituoso, com muito
orgulho”.
As frases acima são de autoria de um mesmo sujeito. No entanto, vem sendo repetida diariamente. São frases de ódio gratuito. São frases que evidenciam o crescimento de um extremismo exacerbado que, da última vez, trouxe um trauma gigante para o país: A ditadura militar.
O extremismo nasce silencioso
e vai tomando conta dos pensamentos da maioria que, normalmente, está revoltada
com a falta de dinheiro, comida ou por outro motivo. Vai sendo aderido e
cegando a todos ao mesmo tempo. Quando menos se percebe, você está preso na
teia e já não pode escapar. Você é só mais um inseto que irá alimentar um ser
maior e mais forte. Você é impotente.
Nesse contexto, entra o fato
social de Durkheim. Esses, são instrumentos sociais e culturais que determinam,
na vida de um indivíduo, as maneiras de agir, pensar e sentir. Esses o obrigam
a se adaptar às regras da sociedade e possui três características. A
generalidade ocorre quando os fatos sociais são coletivos e não individuais.
Assim, atingem a toda a sociedade. A exterioridade é a característica que
denomina os fatos sociais exteriores ao indivíduo e que já estão organizados
quando ele nasce. A coercitividade está relacionada ao poder ou à força que os
padrões da cultura de uma determinada sociedade são impostos aos integrantes.
Essa característica obriga os indivíduos a cumprir os padrões culturais. Ao
analisar o conceito e as características, podemos perceber que vivemos rodeados
por fatos sociais.
Então, voltamos ao
ciclo: bebemos, comemos, pensamos, agimos, falamos, repetimos, vestimos e
usamos. Somos apenas mais um na sociedade.
Luísa Lisbôa Guedes 1º ano direito diurno