Renè Descartes, filósofo francês, nascido nas
proximidades de Paris, concluiu o curso de direito da Universidade de Poitiers.
Todavia, o destaque dado a esse homem não parte exclusivamente da sua
compreensão das áreas jurídicas. Descartes registrou seu nome na história das
ciências humanas a partir da sua perspectiva pouco comum sobre a filosofia
clássica ensinada até então.
Por ser um defensor da filosofia utilitarista, Renè
discordava da forma com que os ensinamentos filosóficos eram pregados até o
século XV, uma vez que os considerava contemplativos do mundo e não via como transformar
o último a partir desse método. Visão contraditória à dos filósofos clássicos,
por exemplo Platão, que acreditava que o conhecimento deveria ser centralizado
entre esses pensadores e isso os capacitava para diversas funções particulares,
como assumir o poder e governar com sabedoria.
Foi essa incompatibilidade de ideias que levou
Descartes a desenvolver um novo método de obtenção do conhecimento que não descendesse
do dogmatismo nem da filosofia clássica, mas partisse da racionalidade humana. O
¨Discurso do Método¨ é a teoria mais próxima da prática cotidiana defendida por
Renè e que prega, ainda, a popularização do saber e não a ermeticidade desse –
causada pela ausência de discussões e argumentações sobre o que era conhecido –
até então vivenciada.
A desconstrução da ciência e o questionamento
constante foram os meios sugeridos para que tais objetivos cartesianos fossem
obtidos. Apesar de algumas passagens contraditórias no livro de Descartes, seu
estudo vigorou por séculos e consagrou – o como o pai da filosofia moderna, uma
vez que novas frentes de estudos foram iniciadas dentro de áreas que eram
consideradas indivisíveis. O desenvolvimento do direito é uma clara consequência
do estudo de Descartes, afinal o progresso legal possibilitou-se devido à
ramificação de mais frentes de estudos específicos, por exemplo o direito
ambiental.
Atualmente vivencia-se uma retaliação a essa
estrutura ramificada e demasiadamente específica. Fato notado a partir da
constante defesa da interdisciplinaridade. Contudo, a valorização do
conhecimento ainda está numa crescente e provoca grandes diferenças salariais
entre aqueles que sabem e aqueles que executam.