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domingo, 10 de maio de 2015

Sobre “Ponto de Mutação” e Descartes
         D bras uma verdade absoluta e incontestável. A razão cartesiana tinha como princípio duvidar de todo o conhecimento acumulado anteriormente para que se possa chegar a novas conclusões.
O filme “Ponto de Mutação retrata o diálogo entre três pessoas com diferentes perspectivas  sobre a vida e a sociedade. Um deles é um senador frustrado com a política, o segundo é um professor de literatura e a terceira é uma cientista da físca. Juntos, os três discutem, oferecendo seus dferentes pontos de vista sobre aspectos físicos da Terra, traçando um paralelo com a organização política da sociedade.
A partir do filme, é possível observar uma crítica a Descartes por parte da cientista, que afirma que os políticos enxergam o mundo segundo as teorias de Descartes, afirmando serem ultrapassadas e que o universo possui uma sistemática única e portanto não podemos encarar os problemas do mundo indivdualmente e sim tratá-los como parte de uma conexão global.
O diálogo do filme propõe diversos questionamentos a respeito do mundo que não são respondidos durante o filme, mas que devem ser pensados e analisados sob uma perspectiva da ciência política e da sociologia, de modo a tentar encontrar respostas ou ao menos relacionar esses questionamentos com os dos grandes pensadores da história humana.
Juliana Novaes Bueno de Camargo

1º ano -  Noturno
 Menos hipóteses e mais experimentação   

            Em seus textos, Francis Bacon afirmava constantemente que o conhecimento e a busca pelo saber eram compostos de dois processos, sendo um deles a experiência, a qual ele julgava fundamental para que fosse possível chegar ao outro processo, a conclusão, formada pelo conjunto de intelecto, saber prévio e a experimentação.
            “Nem a mão nua nem o intelecto, deixados a si mesmos, logram muito. Todos os feitos se cumprem com instrumentos e recursos auxiliares, de que dependem, em igual medida, tanto o intelecto quanto as mãos. Assim como os instrumentos mecânicos regulam e ampliam o movimento das mãos, os da mente aguçam o intelecto e o precavêm.” (Bacon, Francis)
            Bacon se punha contrário a Aristóteles e os filósofos clássicos pois afirmava que estes chegavam a conclusões sem antes ter testado suas teorias em prática. Para ele, o método da dedução utilizado por estes filósofos não era válido, uma vez que a experimentação era fundamental para a concepção das ideias e as técnicas da filosofia grega tradicional eram compostas de muitas discussões teóricas que não eram de fato postas em prática.
            Os gregos, com efeito, possuem o que é próprio das crianças: estão sempre prontos para tagarelar, mas estão sempre prontos para tagarelar, mas são incapazes de gerar, pois a sua sabedoria é farta em palavras, mas estéril em obras.”(Bacon, Francis)
            As ideias de Bacon podem ser comparadas a expressão popular “Fale menos e faça mais”, que é usada no Brasil com um significado similar, referindo-se àquelas pessoas que dizem muito, mas que na realidade fazem poucas das coisas que afirmam, que é justamente a crítica realizada por Bacon em seus textos, de que a prática deveria ser levada tão a sério quanto o intelecto, e que sem ela, é impossível chegar a conclusões realistas.
“Fale menos e faça mais” serve como uma mensagem de Bacon aos filósofos tradicionais, dizendo-lhes que apenas suas discussões não são suficientes para a assimilação do conhecimento e que é preciso pôr suas ideias em prática para que sejam geradas conclusões. 

          Juliana Novaes Bueno de Camargo
          1º ano – Direito Noturno


Uma Questão Humana

Um tema polêmico que é muito recorrente em nossa sociedade, atualmente, é a pena de morte. Como ponto de partida é necessário informar, que segundo a nossa Constituição Federal de 1988, não existe pena capital para civis. No entanto, esse assunto é sempre retomado pela opinião pública devido as atrocidades e crimes hediondos que são praticados no Brasil. Todavia, será da ótica de Francis Bacon que irei analisar esse assunto, no sentido de desconstruir a ideia para esse tipo de sanção.
 Bacon buscava um novo método de investigação da verdade que substitui-se o modelo de Aristóteles. Inicialmente ele se preocupou com as análises de noções falsas, que ele denominou como ídolos, que era responsáveis pelos erros cometidos pela ciência. Os ídolos eram divididos em 4 que são o ídolos da tribo, o ídolos da caverna, o ídolos do foro e o ídolos do teatro. No tema sobre pena de morte o ídolo existente para os favoráveis a esse tipo penalização é o ídolo da tribo, visto que esse ídolo está inerente a natureza dos seres humanos, onde agimos pelo sentimento e ou com parcialidade. E a relação da pena de morte e o ídolo da tribo é simples, pois os adeptos dessa pena são por diversas vezes movido pela raiva e pelo ódio, em função da dor causada pelo criminoso, porém a pena capital não faz justiça às vítimas, ela apenas fomenta a vingança.
 A relevância de Francis Bacon não se dá apenas sobre a teoria dos ídolos, mas também sobre a teoria do empirismo, no qual o homem apenas conseguiria o conhecimento através da experiência e da observação de mundo que o guiaria a sua razão. Nesse sentido a pena de morte seria inviável, pois os nossos legisladores e magistrados (na situação hipotética de existir pena de morte no Brasil) teriam de se basear nas experiências de mundo para escolher alguma direção, e a pena capital é baseada na ideia de que com a existência dela o crime seria reduzido, o que não é um fato, pois, por exemplo, nos EUA 38 dos 50 estados utilizam essa penalização. No entanto, estudos demonstram que o índice de assassinatos é pelo menos 30°/o maior nos estados que executam assassinos. Além de que em nenhum dos países que realizam a pena de morte tiveram dados positivos para a redução do crime. Isso fica evidente que a pena de morte não reduz a criminalidade, e se baseando nas observações de mundo os legisladores do Brasil jamais seriam adeptos da pena capital.
 Portanto, é evidente que a partir do método de Bacon é incoerente com a nossa realidade existir a pena de morte no Brasil, no ponto de vista do empirismo e da teoria dos ídolos. Além de que para um Estado de direito a pena de morte representa um fracasso do sistema, porque obriga a executar seres humanos em nome da justiça.




Cauê Varjão
1º Ano - Direito - Noturno
O Fotógrafo de Deus
(DEM L 190, disponível em Hubblesite.org)

Este ano o telescópio espacial Hubble completa 25 de atividade. Lançado em 1990, o Hubble passou a orbitar a Terra e a servir ao homem como uma espécie de periscópio espacial, permitindo “ver” acima da atmosfera e, assim, obter imagens e dados empíricos mais precisos dos mais distantes confins do universo.

Este sistema engenhoso permitiu à humanidade grandes avanços no conhecimento, trazendo luz aos grandes mistérios da astronomia. Mais de 10.000 artigos científicos foram produzidos a partir das informações coletadas pelo Hubble. Foi possível, por exemplo, determinar com mais precisão a idade do universo, identificar os quasares e verificar a existência da energia escura. Tais resultados são exemplos evidentes da importância, nos dias de hoje, de se extrair dados reais da natureza para fundamentar e desenvolver as teorias científicas. Mas essa concepção nem sempre foi aceita.

Há aproximadamente 400 anos atrás, Francis Bacon defendia que a ciência não deveria se guiar pelo mero labor da mente humana, mas, antes de mais nada, pela observação e experimentação da natureza. Segundo ele, os filósofos gregos, como Aristóteles, pregavam (incorretamente) que a experiência deveria ser escrava da razão e isso, na visão de Bacon, corrompia a ciência. Para ele, ao contrário, a experiência seria fundamental para regular a razão no caminho da construção das bases do conhecimento científico. Alertava ele, entretanto, que o método de se rejeitar o labor da mente seria difícil de implementar. De fato, quão difícil terá sido para os primeiros cientistas frear a imaginação para extrair algum dado concreto de uma noite majestosa salpicada aleatoriamente de estrelas.

Mas alguns seguiram na árdua tarefa, como Tycho Brahe, Johanes Kepler, Nicolau Copérnico e Galileu Galilei. Este último, no início do século XVII, por exemplo, deu contribuições importantíssimas à ciência ao apontar sua luneta artesanal para os céus e confirmar que era Copérnico, das observações, e não Aristóteles, do racionalismo, quem tinha razão na questão do papel da Terra no plano celeste. Desde então, muito se avançou no caminho científico apontado por Bacon e, nesse sentido, o Hubble é certamente um dos exemplos mais contundentes desse progresso. Mas, apesar disso, o exercício de outrora não parece ter ficado mais fácil, afinal, como olhar um céu estrelado ou as imagens do Hubble sem se pegar divagando sobre o milagre criado por Deus?    

Referências:

Fernando - 1º ano Direito noturno (Francis Bacon - Novum Organum)