Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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sexta-feira, 23 de março de 2012
Crédito aos ídolos
Busca pelo verdadeiramente real
Hoje em dia, as pessoas estão, cada vez mais, se isolando em seu âmbito particular, pouco compartilham suas experiências, quase nunca tentam algo novo, devido a correria dos dias atuais. Apesar de a ciência, com a participação de alguns, estar muito desenvolvida e trazendo tantas melhorias à humanidade, as pessoas ainda se baseiam no senso comum. Também, hoje, lemos os clássicos como devotos, sem pensarmos se eles realmente nos trazem benefícios práticos e quase sempre foi assim. Francis Bacon, em seu livro ‘Novum Organum’, mostra-nos a sua defesa pelo real, pelo palpável. Ele critica, por exemplo, a sabedoria dos gregos, que é farta em palavras, mas fraca em obras. Por isso, ele propõe um ‘novo instrumento’, a experimentação.
Um bom exemplo para a crítica de Bacon sobre os gregos, no âmbito atual, é o tão defasado “movimento de esquerda”, que, apesar de contraditório, podemos chamar de “comunismo de Lacoste” ou de qualquer outra marca que se utiliza da mais-valia. Algumas pessoas, dizem-se comunistas, brigam entre si, mas não vivem como tal e, portanto, a revolução proposta por Karl Marx não ocorre e a prática de tal ideologia inexiste.
Como sentidos podem nos enganar e a nossa mente (razão) pode nos conduzir a um caminho irreal, é preciso sempre buscar a experiência para se obter conhecimento. A ciência, não deve ser feita como mero exercício da mente humana, mas como exercício prático de descobertas com a finalidade de trazer bem-estar aos homens. Assim como as teorias e ideologias, que visam tal bem-estar, não devem ficar só no papel.
Enfim, para não termos falsas percepções do mundo (Ídolos, como chamadas por Francis Bacon), devemos sempre nos basear na experiência, pois é ela, que, quando a nossa mente viaja com os nossos sentidos, nos traz de volta ao mundo real, simboliza os cavalos da nossa carruagem chamada ‘imaginação’. Podemos, pois, dizer que o método de Bacon é praticamente uma cura da mente, a regulação desta por mecanismos de práticas passadas e já conhecidas por nós.
Dom Quixote de Manhattan
Fim prático de Francis Bacon
A idéia do benefício social pode ser retirada da obra e trazida para os dias atuais, pois muito se pesquisa, mas nem sempre as conseqüências (práticas) recaem sobre a população, ou até recaem, porém apenas sobre uma pequena parcela privilegiada, o que é pior ao meu ver, afinal é uma prova clara de desigualdade. O novo e moderno método seria a “cura da mente”, ou seja, a regulamentação da mente pelos mecanismos da experiência e da prática, sobrepondo o real ao ideal.H