A
trajetória feminina no sistema capitalista
Durkheim inicia sua teoria sobre a
divisão social do trabalho com a primeira divisão estabelecida pela humanidade:
homens e mulheres.
Durante a Pré-História, as mulheres
tinha uma principal função social: reprodução, e também realizavam atividades
como coleta de frutos e folhas, artesanatos. Nas civilizações antigas, as
únicas mulheres valorizadas eram as deusas e, ainda assim, sempre foram
inferiorizadas pelos deuses homens. Isso se refletia na sociedade: a mulher não
tinha voz, apenas a “obrigação” de ser dona de casa, ter filhos e era criada
para isso. Não tinha direitos, não tinha liberdade, era completamente submissa
primeiramente ao pai, depois ao marido.
Isso se perpetuou e a mentalidade da
sociedade colocava a mulher no lugar em que acreditavam que ela pertencia, as
mulheres continuavam a cumprir sua função social. Até que a Revolução
Industrial, além de revolucionar o modo de produção e o capitalismo,
revolucionou o papel da mulher na sociedade, e ela foi incluída no mercado de
trabalho, mas continuaram sendo inferiorizadas, trabalhando em péssimas
condições e não tendo um salário igual pelo trabalho igual ao dos homens.
Surge aí a sociedade orgânica, a
individualidade das pessoas aumenta, então as mulheres começam a questionar sua
função social e se rebelam, iniciando, de forma tímida, a luta do movimento
feminista. Todavia, mesmo com o movimento, as mulheres continuaram sendo
inferiorizadas.
Quando na 1ª Guerra Mundial os
homens foram para a guerra, as mulheres passaram a ocupar mais empregos, para suprir
a demanda da guerra, e com isso, tiveram uma liberdade que não quiseram perder
quando a guerra acabou e os homens voltaram. Desse momento surgiu o movimento
sufragista clamando pelo direito do voto feminino. Muitas mulheres morreram no
processo, mas o direito político foi conquistado, e o trabalho permitiu com que
as mulheres ganhassem voz e não quisessem se calar mais.
Infelizmente, a sociedade, em pleno
século XXI, continua sendo machista e menosprezando as mulheres. Entretanto,
cada vez mais o espaço que as mulheres batalham para ganhar no mercado de
trabalho permite que elas quebrem a função social histórica que têm, fazendo
com que a divisão social do trabalho primordial de Durkheim se modifique e não
se aplique tanto quanto se aplicava antes. A luta continuará, e mesmo com todos
os desafios, como violência contra a mulher e o feminicídio, não farão com que
o movimento pare: as mulheres precisam romper totalmente com a tradição
patriarcal.
Isabel de O. Antonio - diurno
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