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segunda-feira, 4 de abril de 2022

O progresso da metodologia do saber.

 



O termo sociologia é derivado de um hibridismo do latim “sociu” (sociedade) e do grego “logus” (estudo), uma ciência que estuda a natureza das transformações de uma sociedade para melhor analisá-la e compreendê-la, identificando padrões e suas influências para o comportamento e desenvolvimento dessas, possuindo sua bases epistemológicas baseadas em teorias de filósofos modernos, os quais inauguraram um novo modo de entendimento do mundo, destituindo-se de velhas crenças filosóficas que não inovavam o conhecimento, apenas o encaixavam conforme correspondiam aos seus antigo axiomas, tornando-se então, estática. 

Tanto René Deascartes(1596-1650) quanto Francis Bancon(1561-1626), o primeiro racionalista e o segundo empirista, foram imprescindíveis para a construção de uma inovadora metodologia do saber, um método científico que induz uma constante progressão do conhecimento, transformando situações que nos limita, e a partir dessa adoção, é notório a escorchante evolução técnica-cientifica das sociedade em tão pouco tempo, e esse fato está nitidamente ligado com a ascensão da classe burguesa que almejava alterar as bases de uma sociedade ultrapassada para reivindicar seus direitos e legitimizar-se, investindo na inovação de ideias, como exemplo a família MÉDICI, uma dinastia política italiana, que praticou o mecenato e que possibilitou o florescimento do humanismo, o qual foi importante para quebrar os paradigmas da sociedade medieval, e se tornou uma das bases do pensamento moderno, revelando o liame entre o estado socioeconômico de uma sociedade com a forma de produzir conhecimento e ciência. 

Contudo, apesar dos grandes avanços das ciências sociais e científicas, percebe-se, ainda, a desigualdade no uso desses saberes. Por muito tempo, a sociologia foi usada com intuito de compreender as sociedade para melhor dominá-las e não afim de gerar uma compreensão para uma união, resultando em uma dominação de povos sobre outros, resultando em consequências drásticas até os dias de hoje. 




ANA JÚLIA RODRIGUES AGUIAR, 1° ano de direito noturno.


 

Por que René Descartes se faz tão necessário na era dos Coaches?

 

Segundo as ideias propostas por René Descartes o modo ideal de distinguir entre o falso e o verdadeiro é questionar as afirmações dogmáticas para evitar cair em paralogismos e sofismas.

Entretanto com o surgimento dos coaches, pode-se notar que há várias afirmações absolutas com ofertas de soluções fáceis e práticas para qualquer tipo de problema seja ele financeiro, emocional, familiar etc. Por vezes alguns coaches podem ser negligentes ao não utilizar estudos científicos para sustentar aquilo que eles estão afirmando.

De acordo com os fatores a cima mencionados, a temática de René Descartes se faz atual, pois segundo René Descartes nossas vontades e sentidos nos enganam, e alguns coaches para se beneficiarem, podem vir a se valer desses elementos e manipular as pessoas em virtude de suas necessidades sejam elas de cunho financeiro, emocional, familiar etc.


Pedro Paulo de Souza 1°Ano de Direito

Os números e a humanidade neles

 

É certo que existe uma supervalorização acerca de dados e tudo aquilo que é mais concreto e visual desde a época que filósofos como Descartes se propuseram a mudar os rumos da ciência daquele período, pois é a forma que temos mais facilidade de dimensionar o mundo. Descartes acreditava que dividir tudo em partes e setores era a forma mais certa de pensar a ciência e o mundo a nossa volta, ele valorizava o método acima de tudo, entretanto é importante pensar como Bacon em alguns momentos, pois apesar de nossas percepções, sentidos, sentimentos e noções nos traírem constantemente, são eles que nos tornam humanos e mais capazes de tomar decisões que vão além daquilo que apenas os números indicam.

De acordo com o filme “O ponto de mutação”, observa-se o exemplo da máquina biomédica e quando aplicado a ela o método cartesiano, é perceptível a falha dessa ordenação, porque limita a visão e não se percebe o todo, que quando falamos de humanidade, é um fator fundamental, valorizando as percepções e não apenas a visão de setores isolados como proposto por Francis Bacon.


Na sociedade atual, somos rodeados de rankings e tabelas que tentam mensurar qualquer área da vida. Durante importante momento da escolha de uma graduação, jovens e adultos são bombardeados por dados sobre universidades que dizem que certo espaço acadêmico pode ser muito superior a outro apenas por números publicados em revistas e que falam de pontos que desconsideram qualquer agente humano que provavelmente influenciaria em toda o curso do estudante, devido às suas experiências de vida naquela época e contato com outras pessoas que poderiam melhorar sua vontade de pesquisar e estudar. Um estudante não é formado apenas pela divisão de matérias que ele tem, mas sim pelo conjunto de vivências somadas às oportunidades que ele encontra nesse período e isso é um exemplo que infelizmente dados não podem documentar.


Desse modo, vale ressaltar que Descartes não está errado em separar e dar foco às partes, visto que dessa forma a ciência pode desenvolver diversas tecnologias, todavia devemos saber usar nossas noções para discernir quando é importante ir além da metodologia, dados e números e que a ciência também é formada de humanidade.

Aluna: Larissa Cristina Ferreira Melo

Turma: 1° ano direito Noturno

 

Legados de pensadores e grandes problemas a afligir a humanidade

 

O filme O Ponto de Mutação, dirigido por Bernt Capra, traz uma discussão de imensa relevância a respeito das implicações da visão acerca da natureza que o filósofo René Descartes apresentou ao mundo. Nele, uma dupla de amigos, formada por um poeta, Thomas, e um político, Jack, conversa enquanto caminha pelo encantador Mont-Saint-Michel, e não demora a juntar-se a eles uma física, Sonia, a qual, ao longo do colóquio, ocupa-se de apresentar e fundamentar a sua grande preocupação com uma parte essencial do legado de Descartes. 

O fato da natureza ter passado a ser vista do mesmo modo com que se vê um relógio, fato esse que se deve, em muito significativa parte, à obra do filósofo, teve profundos impactos na humanidade — a notável aceleração do progresso técnico-científico a partir da consolidação de ideias sobre a natureza e a razão humana defendidas por pensadores como Descartes e Bacon sugere tal impacto, embora possa ser um exagero caracterizá-la como prova dele. A personagem reconhece isso e, embora consiga apontar algo de positivo no legado de Descartes (sua enorme contribuição para a desvinculação do pensamento humano da Igreja), ela volta sua atenção para os sérios prejuízos que considera que conceber a natureza como uma máquina trouxe à humanidade. Esta, para Sonia, está condenada a debruçar-se sobre questões de vultosa gravidade, como a fome e a devastação ambiental, sem produzir quaisquer resultados verdadeiramente significativos, enquanto for afetada pela "crise de percepção", para usar suas palavras, ocasionada por essa concepção da natureza. Recorrendo a constatações relativamente recentes da física para fundamentar seu argumento, a personagem afirma que a natureza não deve ser subdividida para que se investigue cada uma de suas partes e depois se junte as conclusões obtidas e acredite-se haver entendido o todo, como se fosse uma máquina, mas deve ser tratada como um imenso sistema, porque, devido às características das partículas subatômicas, toda a matéria que existe é um conjunto de interconexões. Disso decorre, segundo Sonia, que os grandes problemas a afligir a espécie humana devem ser abordados em conjunto, e não isoladamente. 

É  interessante notar que as descobertas da física que fundamentam essa ideia da natureza como sistema adotada por Sonia foram obtidas por meio do método científico, cuja origem se deve justamente a pensadores como Descartes. Da mesma forma, não se pode falar em surgimento do método científico sem citar Francis Bacon. A defesa que este fez de uma razão que se apoiasse na realidade, em fatos constatáveis, para funcionar de modo eficiente, assim como da destruição de ídolos, isto é, de tudo aquilo que impede a clareza na percepção da realidade, que impede a percepção da verdade, fundamenta toda a ideia que se tem hoje a respeito da experimentação e da intepretação de seus resultados. Assim como ele, Descartes também defendia a compreensão da realidade fundamentada na razão e a preocupação em certificar-se de que ela não seja obscurecida por prenoções, mas a Descartes cabe especialmente o crédito de defensor de um modo —  um método —  de compreender a realidade em que a compreensão comece por investigações menores, pela investigação de uma parte de um todo, e seja seguida pela investigação de partes cada vez maiores, até que se chegue ao todo. 

Tendo em vista tal contradição, eu não sou capaz de dizer até que ponto Sonia está certa em sua crítica a Descartes. Quanto a suas queixas sobre a forma com que são abordados os problemas do mundo a e a sua defesa de uma outra, tudo o que posso afirmar é que incorre em grave erro todo aquele que acredita ter a resposta para como o mundo pode ser melhorado, tenha ela fundamento cartesiano, tenha ela fundamento na física das partículas subatômicas e na ideia de sistemas interconectados que dela decorre, sem que tenha antes encontrado respostas para problemas fundamentais de sua própria vida. Essa visão é eloquentemente expressa ao final do filme pela personagem Thomas, em um monólogo com referências a Enigmas, de Pablo Neruda, poema que acabara de recitar: "Isso a lembra de alguma coisa? 'Caminhei por aí, investigando a estrela sem fim?' Não é isso o que você faz, Sonia? 'E em minha rede, durante a noite, eu acordei nu.' Não é isso o que você faz, você não pega a sua rede e a joga nesses lugares longínquos da física quântica, e teoria dos sistemas, e... E você não conclui que a única coisa que você pega é você própria de novo? 'Como um peixe preso dentro do vento'... Onde estão as outras pessoas no seu sistema, Sonia? As que você ama? (...) Então diga-me, Sonia, onde estamos todos nós nisso? As pessoas reais, com suas qualidades, suas aspirações, suas fraquezas...? Onde está você dentro disso, Sonia? Onde está a Kit? Sabe, cientistas podem nos dizer quais são as metáforas internas da vida, quer sejam chips de computador, quer sejam relógios, os políticos podem nos dizer que forma nossas vidas deveriam tomar, mas...  Eu me sinto tão reduzido sendo chamado de um sistema quanto eu me sinto sendo chamado de um relógio. A vida simplesmente... Simplesmente não é condensável. Um grupo de pessoas usa um conjunto de palavras para mudar o mundo, e um outro grupo de pessoas chega com conjunto diferente de palavras para mudá-lo, e... Eu não ligo, sabe? É tudo a mesma coisa para mim. Eu não ligo nem um pouco. É como as estações mudando. (...) Mas lembrem: a vida sente a si mesma. A vida sente a si mesma. Diferentemente, talvez, de todas as suas palavras para como geri-la. E mesmo com as melhores intenções do mundo, você vai errar se você esquecer que a vida... a vida, a vida, a vida, a vida é infinitamente mais do que as suas ou as minhas teorias obtusas sobre ela. Curar o universo é um trabalho que vem de dentro  — e você me ajudou."

Como exprime a personagem, especulações, reflexões a respeito da vida, tanto da vida enquanto entidade, quanto de vidas individuais, mergulhadas em toda sorte de mazelas, têm valor: elas nos ajudam a "curar o universo" (pretensão aceitável se, e somente se, a expressão é entendida como uma metáfora que se refere a solucionar problemas que afligem criaturas ao redor do mundo, pois a ideia de que o universo em si ou mesmo o mundo em si careça de uma cura, como se algo estivesse errado em sua essência, é absurdo delírio, gênito da mais pura arrogância.) Não se chega a uma resposta satisfatória a qualquer pergunta sem reflexão. No entanto, cada indivíduo deve ter a humildade de primeiramente deter-se nos muitos problemas, perguntas, que diretamente lhe dizem respeito, ou que não necessariamente afligem a ele próprio, mas cuja solução ou princípio de solução está ao seu alcance  — valendo-se para isto, inclusive, não só de si mesmo, mas também das reflexões que já fizeram tantos outros indivíduos, do conhecimento que pode adquirir de outros — para só então talvez ter a ousadia de considerar-se detentor de soluções para os problemas de âmbito global. Sou da opinião de que, na maior parte dos casos, melhores resultados são obtidos  quando um indivíduo ocupa seu tempo alimentado indigentes de seu bairro que quando o ocupa em acaloradas discussões a respeito de qual o caminho para a erradicação da fome na África. Porque a maioria das pessoas não têm o poder de tirar da situação de fome nem aqueles ao seu lado, tanto menos os que se encontram tão distantes de si. (Elas poderiam enviar dinheiro para uma instituição que prometa fazê-lo, mas deve-se considerar que é prudente não confiar plenamente em instituições com tamanha pretensão, lidando com tanto dinheiro e cujos líderes e funcionários o indivíduo pouco ou nada conhece, e que, portanto, é melhor ajudar alguém de forma mais direta, de forma que permita ao indivíduo ver a quê o dinheiro em que consiste a ajuda é destinado.) Além disso, observo que um indivíduo pouco preocupado em resolver os problemas de sua vida pessoal muito dificilmente chegará, por meios idôneos, a uma posição que o permita ter grande influência e, mesmo que chegue, não terá competência para resolver os grandes problemas — como se pode esperar que ofereça soluções para conjunturas de tão difícil compreensão e com tantos fatores envolvidos quanto uma guerra entre nações, aquele que não faz ideia de como viver em paz com o seu próprio filho? Ou, nas palavras de Thomas, "Onde está você dentro disso, Sonia? Onde está a Kit?"

Não posso dar este comentário por encerrado sem citar uma outra sabedoria proferida pelo poeta Thomas: "Eu sou um tolo." Faço esta citação para reconhecer que posso estar enganada quanto a tudo o que aqui afirmei. A bem da verdade, sou uma grande ignorante. Tanto o sou, que o meu maior mérito é ter compreendido ou, pelo menos, julgar ter compreendido, uma ideia já conhecida e já célebre mais de dois mil anos antes de meu nascimento: "só sei que nada sei". Não obstante toda a minha ignorância, eu acredito ter algo de valor para dizer, porque, afinal, é algo que decorre do próprio reconhecimento desta ignorância; não é muito mais do que isto: que todo aquele que por ventura — ou desventura: como queira — ler este texto saiba que muito provavelmente é um grande ignorante, e que ele amplia seu valor e  adquire a possibilidade de discutir grandes problemas com alguma sombra de legitimidade somente à medida que se ocupa de sair de sua ignorância, isto é, de aperfeiçoar o funcionamento de sua razão, fornecendo-lhe matéria-prima e garantindo o bom funcionamento de suas engrenagens, o que acontece não somente por meio da reflexão e do estudo em sentido estrito, mas também por meio da busca de soluções para os problemas da própria vida, para os problemas de natureza pessoal.

 Encerro, afinal, o comentário, reforçando a ideia que julgo ser de singular importância, por meio de palavras que tomo emprestadas a Paulo de Tarso: "Não sejam sábios aos seus próprios olhos."

Renato e Fábio

Renato caminhou calmamente dentre as escadarias da igreja, seu coração acalmado pelas palavras do pastor, estas que reafirmavam suas ideias. Sujeito conservador, por volta de meia-idade e um semblante sereno, que escondia sua personalidade moldada um tanto quanto o próprio fruto das mídias de informação limitadas da qual ele permitia desfrutar, ele tinha outras fontes, até mesmo mais confiáveis, mas se alguém tão distante dele, nas redes sociais concordava com ele a partir de uma realidade distante, sua trajetória lhe parecia sempre correta. Através da leitura ele sempre pode obter tudo que queria, portanto, integrava variados grupos de WhatsApp, Telegram e Twitter para se manter informado. Mantinha-se atento a tudo, conhecendo novas pessoas e viajando três vezes ao ano, de modo a conhecer a múltipla realidade do viver e se abrir às novas experiências.

As notícias e grandes empresas dão golpes manipulativos a todo tempo, portanto, se Renato desconfiava de algo, ele logo ia atrás. Não confiava em ninguém e pouco deixava que sentimentalismos superficiais influenciassem em suas ações; ao se deparar com um fato analisava sempre a partir do ponto menos específico até o mais complexo, ordenando e numerando tudo que precisava ser entendido. Sempre duvidando de tudo. Seu melhor amigo, Fábio, caminhava por outra via, acreditando que dúvidas extensas culminavam no nada, apenas acreditava nas verdades que pudessem ser demonstradas, estabelecendo seus princípios e rejeitar tudo que não fosse demonstrado. Era impossível para os dois que a vacina tanto falada nos telejornais alarmistas tenha sido elaborada em tão pouco tempo.

Para Fábio, a lógica humana funcionava apenas por seguir elementos básicos da natureza e acreditava muito no intelecto alcançado, afinal o ser ao invés de divagar por horas sem fim preferia apenas contentar-se em seguir um único caminho para que se foque em apenas uma área, observando e experimentando para obter êxito. Também se informava como Renato, mas não tinha idolatrias, como seu amigo, tal era fanático por figuras de poder. Fábio passava tudo parte a parte, interessar-se ser hábil de perceber o todo, olhava sempre as fontes do que acontecia ao seu redor. Ao seu próprio modo ambos rejeitaram a manipulação governamental pela campanha de vacinação do Covid-19, pois por mais elaborado que o intelecto se faça, o homem facilmente recai a estupidez. Pouco me resta a debater mais desta amizade, quando com uma última lagrima Renato deixou o corpo frio do amigo continuar a apodrecer abaixo da terra, pela pneumonia contraída há algum tempo.

 

Bianca Lopes de Sousa

1º ano matutino

A crença e a razão científica

   O ser humano sempre existiu e conseguiu se desenvolver baseado em crenças e pressupostos, essenciais para proverem sentido a vida do homem, entretanto o metodo proposto por Descartes para atingir a reconstrução cientifica exige vencer os proprios valores:

Chegar à “verdade científica” exige vencer as

próprias convicções: “procurar sempre antes vencer a

mim próprio do que ao destino, e de antes modificar os

meus desejos do que a ordem do mundo”

    Diante disso, aquilo que já está enraizado no ser humano e foi cultivado por ele durante toda sua vida é provocado . Esta ideia faz com que o processo para alcançar a razão científica seja quase inatingível, uma vez que romper os ideais e princípios de vida do homem é modificar totalmente sua ideologia e pensamentos e , ainda mais, introduzi-lo a um choque de realidade capaz de produzir uma crise existencial em sua mente pelo fato de tudo o que cultivou ser "desprezado".Logo, não bastaria apenas requerer do ser humano que vencesse suas proprias convicções, pois ao fazer isso estaria simplesmente pedindo que ele superasse os seus ideais de vida e descartasse tudo aquilo que , uma vez adquirido por experiência, foi introduzido em seu cotidiano.

    Por ultimo, vale ressaltar que mudar de convicçoes e valores é sim um ato digno e louvável, a questão aqui é a dificuldade do modelo proposto por René. O ato mais desafiador, mas promissor para o desenvolvimento da mente humano é a duvida constante de seus principios ,como elencado pelo próprio filósofo francês. Aqueles que possuem a capacidade de mudar sua opnião terão evolução constante e, por outro lado, aqueles que escolhem estagnar o pensamento tendem a retroagir. Nesse sentido, Winston Churchill, ex-primeiro-ministro do Reino Unido disse:" Não ha mal nenhum em mudar de opnião. Contanto que seja para o melhor."

Pedro Pucci Focaccia
Direito Noturno - 1 ano

Ciência vs Tradição: uma abordagem crítico-poética a partir do pensamento de Descartes

 

Pensar a respeito do senso comum requer sabedoria,

sabedoria para entender que não se trata de mera alegoria.

Contudo, Descartes foi conciso ao propor a dúvida,

a dúvida como fonte inicial do processo de se produzir conhecimento.

Questionar com a finalidade de gerar ideias com fundamento,

Mas e quanto a tradição? 

A subjetividade como pressuposto do método, é uma medida?

 

A simples contradição sem base já matou vários

gerou negacionismo, ódio arbitrário.

Entretanto, é importante saber que são coisas diferentes

A medicina indígena também é relevante

pois cumpre seu intuito.

 

Já dizia o pensador em questão:

Dominar a natureza leva ao bem do homem

A autogestão do conhecimento pode sim ser o caminho

O caminho que às vezes é percorrido por aqueles que oprimem

Mas que por outro lado serve de arma

para que os oprimidos lhes deslegitimem.



Michel Vieira 

Direito Noturno 1o ano




O método científico e o negacionismo

 

Descartes e Bacon são percussores da ciência atual e em suas obras rompem com o modelo da época fortemente dedutivo. Seja duvidando metodicamente de tudo como René ou pelo método indutivo de Bacon, ambos estabeleceram novos processos investigativos que resultaram em grandes avanços científicos. Atualmente, aproximadamente 400 anos depois há pessoas que contestam a ciência, baseando-se apenas em sua própria experiência de mundo e prejudicando principalmente a parte da sociedade que tem mais dificuldade de acesso à informação.

É perceptível como os negacionistas agem de forma similar em todos os casos, formulando teorias sobre diferentes temas a partir de sua própria observação, verdadeira ou não, para desfrutar de algum benefício. Os terra planistas usam a falsa percepção de que a terra não é um globo contrariar a ciência, pois somente pela observação tal afirmação parece verdade, mas essa hipótese pela experimentação pode ser facilmente refutada.

Portanto, mesmo com o passar dos anos é possível aproximar a realidade do século XVII com o atual, em que até hoje é preciso reforçar a importância do método científico e nos afastar de pensamentos sem fundamentos como Descartes e Bacon já faziam antigamente


O Ciclo do Conhecimento

    A sociedade está em constante evolução e, sempre esteve. Entretanto, houve momentos de pouco desenvolvimento e outros de grande desenvolvimento. levando isso em conta, a corrente iluminista representou um momento revolucionário na ciência e no conhecimento. Isso ocorreu, porque grandes filósofos começaram a propor mudanças no senso comum que reinava já havia muito tempo, Descartes e Bacon são alguns deles, esses dois foram precursores de bases epistemológicas presentes até os dias de hoje.

   Descartes prezava muito pela racionalidade e, destacava que era isso o diferencial entre os seres humanos e os animais. Assim sendo, ele fundou um método científico essencial para o desenvolvimento do conhecimento e aprimoramento de técnicas. Dessa forma, as pessoas começaram a dominar a natureza com mais facilidade, usando-a para o bem da humanidade, o que segundo Bacon é uma guerra, pois lutamos contra a natureza, na tentativa de vivermos melhor.

   Mesmo divergindo em alguns fatores, Bacon também prezava pela racionalidade e, pela batalha contra o senso comum. Porém, depois de todos esses anos, a população tirou de contexto esses ideais iluministas e, acabam usando deles para propor verdades universais, sem dar espaço para opiniões contrárias e, quem sabe, revolucionárias.

   Portanto, houve uma certa regressão no modo de se pensar, já que, o negacionismo e a universalidade substituíram a inovação e o desenvolvimento científico.


João Olavo de Miranda Vieira- 1º Ano, Direito- noturno.

  


A ansiedade de Descartes

 

A base do pensamento de Descartes é a dúvida. Descartes está constantemente se questionando sobre tudo ao seu redor, inclusive sobre como pode comprovar sua própria existência, e a conclusão à que ele chega é que a incerteza é o que guia a busca pelo conhecimento, um pensamento que se mostra original pela ausência de medo do incerto. Ao contrário de outros pensadores e de grande parte da sociedade, Descartes não tem medo de não poder confirmar a veracidade de suas ideias e não tenta impor sua visão da verdade como absoluta, ele entende outras perspectivas e aprecia o questionamento. 

Há filosofias que apresentam a relação menos amigável que os seres humanos têm com a dúvida constante, como o contratualismo, por exemplo. Hobbes elaborou ideias sobre o acordo entre o povo e os governantes, uma delas sendo o motivo pelo qual nos deixamos ser governados. Para ele, isso está diretamente ligado ao medo que sentimos do desconhecido. Quando livres, os homens são selvagens e imprevisíveis, recorrem frequentemente à violência e utilizam da força para manter domínio sobre suas posses, o que leva ao caos e destruição de forma aleatória e incontrolável, gerando o medo do que pode acontecer. Esse medo é um dos aspectos que nos faz abdicar da nossa liberdade em troca de proteção e segurança, diminuindo os imprevistos e controlando a população. Ou seja, para os contratualistas, o incerto é tão apavorante que para nos protegermos dele abrimos mão de um dos únicos direitos que temos ao nascer, a liberdade. 

    Apesar desse acordo e seus fundamentos serem apenas teóricos, partes dele são nítidas ao observar o corpo social. Mesmo com a proteção do governo, o medo das surpresas preparadas pelo futuro está muito presente no nosso cotidiano, como demonstrado pela ansiedade. A ansiedade nada mais é que um sentimento de angústia e tensão por ameaças que podem ou não existirem, ela afeta as pessoas física e mentalmente, causando arritmias, falta de ar, tontura e etc pela preocupação com as coisas que podem vir a acontecer. Portanto, quando Descartes mostra apreço pela incerteza, ele não só está inovando a filosofia e sua construção, como também está nos desafiando a encarar o desconhecido e transformar nosso medo em combustível para o estudo. 

    Foi dessa forma que ele passou a questionar a filosofia clássica, que, à sua visão, se provou inútil, já que os filósofos clássicos apenas estudavam e ensinavam sobre o mundo, mas não procuravam intervir nele e não tinham compromisso com a mudança, ambas ações necessárias para o surgimento de novos questionamentos. E então surgiu a famosa frase “penso, logo existo”, Descartes utilizou suas perguntas para elaborar um conhecimento baseado na razão, fugindo dos estigmas sociais deixados pela confiança nas superstições e no mágico, que atrasam o nosso avanço. Ele abraçou o medo e o converteu em ciência, procurando sempre mais dúvidas e utilizando delas e da observação do ambiente ao seu redor para respondê-las, mesmo que não fosse chegar a conclusões exatas.

Beatriz Moraes Rodrigues de Oliveira

Como os ídolos de Bacon influenciam as políticas públicas

 

Com o iluminismo, movimento cultural burguês, diversos filósofos lançaram suas obras com teorias acerca da sociedade vigente. Dentre eles, pode-se citar Francis Bacon, importante formador do método científico atual, e responsável pelo uso da interpretação da natureza para a investigação e descoberta da verdade. Em seu livro “Novum Organum”, Bacon disserta sobre a existência de ídolos, os quais se apresentam como formas de bloqueios da mente humana. Tais ídolos, ainda estão presentes na atualidade, e impactam a sociedade, na medida que, influenciam nas políticas públicas. Como exemplo, tem-se o ídolo do teatro que, por crenças sem embasamento científico, bloqueiam a mente e influenciam de forma equivocada no impedimento da legalização do aborto.

Em primeiro lugar, tem-se que compreender no que consiste o ídolo do teatro. Para tanto, Bacon o define como “as diversas doutrinas filosóficas e também pelas regras viciosas da demonstração”, ou seja, pela crença em filosofias que não se embasam no método científico. O filósofo ainda, divide a fonte das falsas filosofias em três: a sofística, a empírica e a supersticiosa.

Em seguida, torna-se necessário entender como o ídolo do teatro influencia em políticas públicas. Para tanto, tem-se como exemplo o impedimento da legalização do aborto, e o principal argumento de pessoas que o apoiam, consideradas “Pró-Vida”, de que o objetivo, para além de motivos religiosos, é o de polpar o maior número de vidas. Porém, ao se observar dados, como o estudo da pesquisadora Gilda Sedgh, do Instituto Guttmacher, de Nova York, em nações onde a interrupção da gravidez é permitida e oferecida mediante pedido da gestante, o número de abortos se mostra menor do que os que vetam o aborto em qualquer circunstância ou que só o permitem em caso de risco de vida para a mãe. Ou seja, por conta do ídolo do teatro, com suas crenças que não se baseiam no método científico, políticas públicas são definidas de maneira equivocada.

Em síntese, os ídolos definidos por Francis Bacon que bloqueiam a mente para se chegar ao conhecimento da verdade ainda estão presentes na atualidade, e através de seus meios não baseados no método científico, podem influenciar em políticas públicas de forma equivocada. Como o ídolo do teatro, que através de motivos religiosos, ou supersticiosos, e da falsa crença dos considerados “Pró-Vida”, impede a legalização do aborto.

No séc. XXI, volta-se ao séc. XVII por meio da dispensa da razão

  Lendo Descartes ou Francis Bacon, percebe-se que o séc. XVII permanece espantosamente atual e presente quando se trata da relação sociedade-ciência existente. “A lógica tal como é hoje usada mais vale para consolidar e perpetuar erros, fundados em noções vulgares, que para a indagação da verdade, de sorte que é mais danosa que útil.”, disse Bacon, há mais de 3 séculos, apesar de parecer uma proposição que poderia ter sido feita por qualquer pensador contemporâneo, analisando qualquer situação em que a opinião e a crença pessoal se confundem com fatos.  

Assim, pode-se acreditar, tal qual a teoria cartesiana, que o ensino tradicional é “estéril” e não gere quaisquer frutos pela sua forma de ver o mundo; nas escolas, prega-se, para além da figura autoritária de um único representante do saber, uma cultura de não criação de senso crítico, de não incentivo da dúvida. Ora, se nas tradicionais provas há sempre respostas corretas e únicas para perguntas complexas, onde há espaço para questionamento, para aprofundamento em temas importantes? Se o conhecimento, passado por boa parte da vida como algo fechado e imutável, não é ensinado de forma científica, com embasamentos e eternas brechas para questionamentos, torna-se difícil o progresso da sabedoria, em termos amplos.  

Para além disso, a questão religiosa se encontra tão forte hoje quanto no período vivido por Bacon e Descartes. No Brasil, por exemplo, percebe-se um crescente número de adeptos a extremismos religiosos, que negam de toda forma a ciência, em nome de um deus criador de tudo e todos, perfeito, contrariando a ideia de conciliação do racional com o divino de Descartes: "Mas ela [a razão] nos dita que todas as ideias ou noções devem ter algum fundamento de verdade, pois, senão, não seria possível que Deus, que é absolutamente perfeito e verdadeiro, as tivesse posto em nós.". 

Afinal, após um período relativamente grande de valorização da ciência por meio, por exemplo, da grande adesão às campanhas vacinais, vê-se que no momento atual se vive uma gradual dispensa da razão e do ideal de racionalidade popularizado por Descartes e Bacon em suas propostas de métodos. No fim, talvez nem tenhamos saído das ideologias de séculos que pareciam distantes, apenas nos acostumamos com uma breve tendência de crença na ciência.  Patrícia de O. André - Direito noturno, 1° ano

As eleições e a teoria dos ídolos

 

Francis Bacon, considerado um dos pais da Filosofia Moderna, em oposição e crítica à perspectiva escolástica vigente no período, propôs um método cientifico baseado no empirismo para a obtenção da verdade. Através de tal, o filósofo acreditava ser possível alcançar o conhecimento verdadeiro e, assim, o mundo do futuro serviria aos homens. A realidade do século XXI, entretanto, se mostra distinta daquela prevista por Bacon, especialmente em anos eleitorais quando as mais diversas características da sociedade contemporânea - tal qual a capacidade de retórica, de manipulação e de ser manipulado – se tornam evidentes. A teoria dos ídolos se insere, nesse contexto, como principal instrumento para análise de tais fenômenos e características.

 Os ídolos da tribo correlacionam-se com aqueles que creem que suas convicções são verdades absolutas e correspondem à realidade, quando na verdade, são reflexos e relações de si próprios e, nessa perspectiva, passam a reduzir aquilo que é elaborado para algo simplificado a fim de realçar o que lhe convém.  Podem ser caracterizados assim os eleitores os quais acreditam e compartilham as chamadas fake News (notícias falsas), que fazem parte de estratégias criadas para incrementar o jogo político com a finalidade de manipular as massas ou “manchar” os oponentes. Ao lidar com tais pessoas, entretanto, deve-se tomar cuidado, pois como afirmado por Francis Bacon, estas veem as coisas sob uma perspectiva deformada o que as tornam seguidoras cegas de uma realidade e verdade que não existe de fato, se tornando peças fundamentais para a dinâmica político eleitoral, pois não questionam e não aceitam serem questionadas.

Já os ídolos do foro, representam as figuras políticas concorrendo a candidaturas. Sendo tais ídolos os detentores da arte da retórica, estes manipulam o discurso com o objetivo de influenciar e dominar através das palavras e, usando ambiguidades e abstrações, enfatizam a oratória e o jogo de palavras. Transpondo para a realidade, as conhecidas promessas de campanha se inserem nesse contexto, uma vez que raramente são concretizadas de fato ou representam as intenções reais dos diversos candidatos e partidos eleitorais, se tornando apenas partes de um discurso milimetricamente ensaiado e calculado. Chamados de perturbadores por Bacon, esses ídolos se insinuam no intelecto e são combatidos apenas pelo uso do mesmo.

Diante do exposto, as eleições se relacionam diretamente com os estudos do filósofo moderno. Diferentemente do que Francis Bacon acreditava, o futuro ainda não é servido aos homens, uma vez que estes ainda não se desvincularam dos diversos ídolos da mente e da sociedade e são manipulados e influenciados por eles frequentemente, sendo partes essenciais para a manipulação e manutenção de uma estrutura política.

Ana Laura Murari Silva

1º ano – Direito Matutino

A humanidade e o método científico

 

É muito irônico por assim dizer que com todo avanço que tivemos das primeiras fogueiras feitas por seres primitivos às viagens ao espaço usando o extremo da ciência e tecnologia para se guiarem ao infinito, o ser humano tenha parado para negar seu próprio descobrimento.

Durante a pandemia de 2020, com a humanidade em colapso, grupos negacionistas ganharam uma visibilidade jamais vista, dos anti-vacinas aos terraplanistas, a ciência foi desafiada pela “suposição” ,não mais como foi na idade media onde ela seria oprimida pela religião e a incoerência com a palavra de Deus ,dessa vez o desafiante seria o próprio homem.

O método cientifico desenvolvido á anos por Francis Bacon sendo deitado por fatos deturpado, pseudo ciência , muitas vezes sem motivo aparente para sua origem  se não uma forma de rebeldia com os fatos científicos. Como se o método cientifico fosse apenas uma regra chata e passada, e passa-se a buscar nas “teorias da conspiração” uma realidade embaraçada, livre de regras. Se esquecem os seguidores das infames pseudo ciências que fatos só podem ser destruídos por outros fatos que provem o contrário. Como ressaltado por Descartes a dúvida é o principio fundamental do método científico, mas jamais será entrada para ideias sem provas.

O método cientifico de Descartes é como uma porta cheia de obstáculos, sendo um deles  nossas próprias certezas,para atravessar e se tornar uma verdade cientifica muito se luta,algumas portas permanecem fechadas para sempre,outras se abrem mais facilmente,mas sempre se deve ressaltar que a ciência é algo provado e forte,nunca absoluto,mas que só se derruba com fatos igualmente fortes.

Durantes anos e anos de vigor cientifico e avanços impressionantes essa  ciência se vê novamente contestada ,as dificuldades de chegar corretamente  a seus ouvintes parecem agora ser uma tendência ,como se atravessar a porta não fosse o bastante, ainda seriam necessárias mais provas para que os fatos científicos fossem realmente crenças gerais.

Por fim muito se contesta da humanidade nesse quesito, se o neganionismo faz parte de sua natureza, não seria o homem um animal racional? Como pode negar sua própria racionalidade? O ser humano tende a uma espécie de rebeldia, talvez medo de uma realidade que o entedia?

Talvez nos próximos anos novas tendências nos tragam respostas, ou talvez novas indagações.

 

Fernanda Tiemi Razera - 1° ano 1° semestre – Direito Matutino