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sábado, 23 de março de 2013

Nada é por acaso


O filme "Ponto de Mutação" expõe ideias de pessoas com opiniões e vidas diferentes: um poeta, um político e uma cientista especializada em Física. Abordando temas atuais com uma reflexão profunda de cada um dos personagens, transcorre um diálogo interessante e complexo, buscando inspirações, muitas vezes, em filósofos e poetas.

Um dos temas discutidos é a falha no método cartesiano nos tempos atuais, o qual ensina que para compreender certo objeto é necessário dividi-lo em várias partes. A física toma como exemplo o problema da superpopulação, começando a partir disso uma discussão a cerca desse tema. Ela acredita que não há como observar esse problema isoladamente, ou seja, não há como isolar esse tema para estudá-lo, já que ele está interligado a vários outros problemas.

Além de Descartes, é citado também Francis Bacon, o qual é julgado a partir de uma interpretação da cientista em cima dos relatos feitos pelo filósofo em suas obras. Ela diz que há uma metáfora a cerca do modo como Bacon fala sobre a Natureza, dando a entender que ele se refere indiretamente às mulheres que, no seu tempo, estavam sendo assassinadas pela Igreja.

Também há no filme uma discussão sobre a ciência. De quem é a culpa do uso de invenções científicas para fins destrutivos?  Seria do cientista ou dos militares? De acordo com a própria física, a responsabilidade sempre é passada da população para o cientista e do cientista para aquele o qual o está financiando. Entretanto, isso não deveria acontecer, já que a culpa cabe a todos e não a uma só parte.

A seguir, há uma série de explicações a cerca de assuntos específicos da ciência, encerrando com reflexões feitas por todos, mudando um pouco a vida de cada um dos três participantes desse diálogo. O filme é dirigido por Bernt Capra e é baseado no livro “The Turning Point” de Fritjof Capra.

Filme “Ponto de Mutação”, Paola Yumi Shibakura (direito diurno).

Salvador Dalí - A Persistência da Memória (1931)


O filme Ponto de Mutação de Bernt Capra é uma adaptação cinematográfica do livro O Ponto de Mutação de Fritjof Capra. Ambas as obras apresentam uma crítica ao método cartesiano de interpretação da natureza, bem como as consequências desse pensamento na formação histórica, cultural e científica do mundo e da sociedade.
No prefácio de seu livro, Fritjof Capra comenta que a descoberta do mundo subatômico e a exploração das leis que regem esse mundo revelaram uma realidade completamente inesperada, na qual todo o pensamento vigente até então não era mais capaz de pensar e descrever tais fenômenos. Essa revolução na física provocou não só uma crise intelectual, mas também uma intensa crise existencial.
Para o autor, nossa sociedade encontra-se em uma crise análoga, que é essencialmente uma crise da percepção. A ideia de crise da percepção é apresentada por uma das personagens e é amplamente discutida durante todo o filme, bem como suas implicações na sociedade em que vivemos e o reflexo dessa crise no que diz respeito à própria interpretação da Natureza. Essa crise deriva do fato de se tentar aplicar os conceitos obsoletos e ultrapassados da visão de mundo mecanicista de Descartes e Newton a uma realidade que não pode mais ser interpretada à luz de tais conceitos.
A grande discussão do filme é a necessidade de uma profunda mudança da visão mecanicista de interpretação do mundo e da natureza para uma visão holística e ecológica, que condicione uma nova interpretação da realidade e que provoque uma mudança sem precedentes em nossos valores. Essa proposta é a base do diálogo e da discussão produzidos pelas personagens do filme.

"Acredito que a visão de mundo sugerida pela física moderna seja incompatível com a nossa sociedade atual, a qual não reflete o harmonioso estado de inter-relacionamento que observamos na natureza. Para se alcançar tal estado de equilíbrio dinâmico, será necessária uma estrutura social e econômica radicalmente diferente: uma revolução cultural na verdadeira acepção da palavra. A sobrevivência de toda a nossa civilização pode depender de sermos ou não capazes de realizar tal mudança”.
                                                                                                            (Capra, Fritjof – O Tao da Física, 1975 )

Ana Beatriz Cruz Nunes - 1º ano Direito noturno


Segundo Decartes, todo objeto de estudo deveria ser fragmentado para seu melhor entendimento,  o que explica sua visão mecanicista do mundo.  No filme “Ponto de Mutação” baseado no livro de Fritjof Capra,  onde três personagens dialogam a respeito de suas visões de mundo, há uma forte critica à esse método cartesiano, que contaminou todas as áreas da vida humana contemporânea. A personagem que desfere a critica é uma física, que passa por uma crise existencial ao ver seus conhecimentos serem usados para desenvolvimento armamentista.  Ela afirma que essa ideia de desagregação é essencialmente prejudicial e ultrapassada, uma vez que dificulta a percepção do mundo como um todo, interligado, conectado.

Os outros dois personagens são um político, candidato à presidência norte-americana,  e um poeta em crise de meia idade. Durante todo o dialogo,  a física faz uma reflexão a respeito dos fundamentos da existência humana e da importância das relações entre nossos pensamento e ações. Toda a natureza, segundo ela, deve ser entendida de maneira organicista, e portanto o entendimento das alterações ambientais, bem como a solução dessas, compreende uma visão do todo, e não de partes dele.

A presença do politico é contundente , pois ele simboliza a possibilidade de mudanças nessa forma de ver e tratar o mundo, afinal, o que o cidadão espera de um politico ao votar nele, senão que ele faça o melhor por nós. Entretanto, ele afirma que por trás de boas ações há sempre instituições poderosas e falcatruas partidárias que impedem tais ações, a não ser que elas lhes sejam úteis.

Por fim, vejo como finalidade da obra o despertar da reflexão em cada um,  de que somos parte de um todo e nossas ações interferem e modificam-no. Somente com a passagem do pensamento cartesiano, multifacetado para o pensamento de unidade  será possível resolver os problemas de ordem ambiental e interpessoal e viver de forma harmoniosa.

Amplitude do conhecimento


  Hodiernamente o sistema mecanicista , que prioriza a intervenção na ciência buscando a máxima eficiência sem a devida avaliação do seu funcionamento vêm degradando as relações entre os homens ,e entre eles e a natureza.
  A ideia de dissecar ao máximo um conhecimento , proposta por Descartes , leva a limitação da percepção humana , os problemas globais olhados de maneira isolada e não como um ciclo de acontecimentos interligados , por exemplo , acarreta na dificuldade de se combater  tais males.
  Entender a amplitude e a conexão dos conhecimentos , ideia proposta no filme ''O Ponto de Mutação'' de Bernt Capra , baseado na obra de Fritjof Capra, seriam as estruturas básicas necessárias para começar a entender os problemas sociais e ambientais, e a partir da percepção de tais, começar a combatê-los.
  No filme , a discussão entre um poeta , um político e uma cientista comprova a diversidade das opiniões e das áreas de conhecimento , que a partir de um debate se conectam e criam um pensamento novo , amplo e concreto , essencial na resolução dos problemas sociais e ambientais atuais.

A necessária renovação de nosso paradigma de percepção


Baseado no livro de Fritjof Capra, o filme "O Ponto de Mutação nos apresenta um largo leque de assuntos discutidos, como a evolução do pensamento humano - passando por Descartes e chegando aos nossos dias – da ciência – que nos exemplifica realidades invisíveis para nossos olhos e, no entanto, existentes – e da interconexão de tudo em nossa vida.
A partir de três pontos de vista, o de um político, de um poeta e de uma cientista, temos, no desenrolar da história, uma enorme discussão sobre como a humanidade se desenvolveu, como interpretamos a vida e os caminhos utilizados para tal.
No que tange os atuais métodos utilizados por muitos pesquisadores, cientistas, políticos, etc., podemos interpretar da história que estes estão presos a mecanismos sistematizados e, portanto, inaptos de inovações. Sonia Hoffman, a cientista, exemplifica essa sistematização dizendo que a natureza é enxergada como um relógio, isto é, que pode ser entendida através da análise de suas partes - como dizia Descartes - e não de seu todo.
A necessidade de novos paradigmas sobre o entendimento da vida se deu segundo Hoffman, pela exagerada utilização do pensamento cartesiano, de que, a fim de se entender o todo, deve-se analisar suas partes. Tal método, no entanto, não nos permite enxergar a enorme rede de conexões que existe na vida. Um excelente exemplo utilizado pela cientista foi o da superpopulação. Não se deve analisar esse fato através de um único fator, deve-se estudar diversos âmbitos, como os econômicos, sociais, ambientais, etc. e, assim, conectar seus dados adquiridos para poder entender o fato pesquisado.
No decorrer do filmes, temos uma bela discussão da formação da matéria. A magnificência da ciência moderna provou que um átomo, diferentemente do que dizia Dalton, é composto por partículas ainda menores, tão menores que os cientistas acreditaram ser o átomo composto de um grande “espaço vazio”. Para termos uma noção métrica, o filme metaforiza as medidas através de uma laranja. Aumentando uma laranja para o tamanho da Terra, seus átomos seriam cerejas, que, aumentadas até o tamanho de uma ilha, seu núcleo seria uma pequena pedra de alguns centímetros, seus elétrons, grãos de areia.
Ao utilizar como exemplo a descoberta das partículas formadoras de um átomo, Sonia Hoffman provou que foi preciso um novo paradigma na física atômica. As leis newtonianas provavam o que se visualizava, apenas. Quando esses novos conceitos, não mais visíveis, foram descobertos, os físicos foram obrigados a criarem uma nova percepção, e é exatamente essa o tema básico da história. Precisamos de uma nova percepção para a vida. A que usamos já está ultrapassada e, portanto, é responsável pela não obtenção de novos conhecimentos.

          Conexões movem o mundo


   Para Descartes o sentido da vida estava na racionalidade das coisas. Para Bacon era necessário a experiência para encontrar um objetivo na existência. No entanto, o que se pode perceber no filme "PONTO DE MUTAÇÃO", baseado no livro de Fritjof Capra, é que para o autor o sentido da vida está no entendimento multifuncional do mundo.
   Segundo o filme, não é necessário haver uma fragmentação de tudo para se compreender o sentido da vida. é preciso, porém, que cada indivíduo encontre uma relação e uma conexão entre os fatos mundanos e consiga sentir o universo a partir de seu interior.
   O ser humano se preocupa muito em fica preso aos conceitos clássicos de entendimento do mundo. Entretanto, deveríamos tomar consciência de que a interpretação de nossa existência pode ser comparada ao fenômeno da memória associativa. Quando desde pequenos passamos a associar cada acontecimento a algo bom ou ruim conseguimos criar dentro de nós nossa opinião a respeito de tudo. E é assim que deve acontecer para conseguirmos entender o mundo. Devemos tentar encontrar conexões em todos os eventos de nosso cotidiano para então chegarmos ao ponto de mutação que seria a passagem do duvidoso para o concreto.
   Com isso a sobrevivência da vida humana só será possível se formos capazes de ultrapassar nossa cultura fragmentadora e passarmos a realizar atitudes conectadas umas as outras, sabendo sempre interagir com a natureza harmoniosamente.

         Ana Carolina Alberganti Zanquetta, 1º ano Direito Noturno

Quando a insistência é problemática

Ao afirmar que se tornou impossível se concentrar no que não seja específico, a física Sonia Hoffman, personagem do filme Ponto de Mutação, introduz a crítica que fará à forma cartesiana e baconiana ainda utilizada na abordagem dos atuais problemas do mundo. Segundo ela, tudo o que existe está tão intimamente conectado, haja vista a natureza dos átomos, que se deve repensar a maneira pela qual se tem agido.
O contraponto apresentado por Jack Edwards, ex-candidato à presidência dos Estados Unidos no filme, frente à posição argumentativa da outra é o de que, em razão de se ter desmontado a natureza como se faz com um relógio, a modernidade foi capaz de avanços antes inimagináveis; por que, então, mudar a forma de agir? De fato, é incontestável que a mecanização dos objetos da ciência possíbilitou o progesso do ponto de vista tecnocientífico. Não obstante, fato é também que ele não tem consequências unicamente positivas.
Isso posto, tem-se claro que os avanços foram tão magnânimos que ofuscaram o surgimento dos problemas que eles mesmos causaram. Dessa forma, isiste-se erroneamente em utilizar a mecanização e a superespecialização como  forma de solucionar os próprios defeitos, que elas acarretam, no sistema, sem se perceber que, ao agir de tal maneira, tende-se somente a produzir mais problemas.
Para Sonia, faz-se necessária uma abordagem aos dilemas mundiais entendendo-os como parte de uma conjuntura global. Ou seja, conceber que um relógio defeituoso não pode ser consertado sem se observar cada peça como constituinte de um sistema maior, pois de outra maneira, uma ação estritamente específica, teria, com sorte, caráter apenas paliativo.

Pedro Caíque L. do Nacimento -  Direito diurno

Individualismo narcisista


No filme “Ponto de mutação”, de Fritjof Capra, o enredo se dá em uma discussão entre um poeta, um político e uma cientista. A primeira crítica feita no filme é feita pelo poeta, o qual se declarou afastado da realidade, indagando quem precisa dela, e diz ser a política uma galeria de espelhos narcisos. Não deixando de ser a política a forma com a qual o ser humano se organiza em suas relações, é possível afirmar que a causa principal para os problemas da sociedade apontados ao longo do filme é o individualismo.

Em uma cena rápida, aparecem a cientista e sua filha conversando. Esta reclama que a mãe não tem tempo para sua família e vida pessoal, apenas fica lendo livros, sem nenhuma finalidade aplicável. A partir desse fato, é possível apontar uma falha apresentada por Descartes: alguns cientistas acabam tão curiosos pelos fatos passados, e se tornam “estrangeiros em nossa própria terra”. Também, mesmo sabendo de tantas falhas em sua sociedade, a cientista, ao se recusar em participar da democracia, acaba restrita em sua ação para aplicar seu conhecimento, o que foi criticado por Descartes e Bacon.

Enquanto olham um relógio mecânico, a cientista e o político discutem se é possível fazer uma comparação entre a visão mecanicista de Descartes e a dos políticos atuais. Estes estariam sempre procurando uma solução pragmática para os problemas sociais, de forma individual em relação ao todo, da mesma forma que aconteceu com a teoria Malthusiana e Antimalthusiana. Além disso, a cientista diz que os políticos gostam de dificultar o entendimento dos processos sociais, até um ponto que os próprios políticos não se entendem mais. Esse fato seria o “ídolo do foro”, apresentado por Bacon, pois fala do conflito gerado pelo “pacto de palavras e de nomes”, com seus significados múltiplos.

Como solução para os problemas citados acima, no final do filme é apresentada a “Teoria dos Sistemas”, com o intuito de olhar os princípios de toda organização, pois quando se olha qualquer parte de um sistema de modo isolado, não é possível entender suas consequências e inter-relações. É dito também que a melhor forma de se acabar com o individualismo é fazer toda a população se sentir responsável pelo meio em que vive, planejando suas ações, da mesma forma que faziam os indígenas, os quais tomavam decisões pensando na sétima geração da tribo.
 
Aula sobre o filme "Ponto de mutação/ Juliane Siscari de Andrade- Direito Diurno

TEIA DA VIDA


O que é o homem a nao ser mais um fio na teia da vida?
Será possível vivermos sozinhos? Nao, o homem é um ser gregário, ou seja, vive em sociedade. Nenhum homem é ilha, é parte de um continente, parte das interelações no maravilhoso circulo da vida, Uma natureza que nos parece tao abstrata mas que ,em sua análise  profunda ,mostra procedimentos fisicos e matematicos perfeitos, como se a razão fosse a verdadeira força matriz e as arvores soubessem exatamente quando despirem-se para a chegada do outono.
Mundo perfeito que ve mais e mais, em sua historia, a agressiva curiosidade humana que vem agora ,nao mais ‘’entender’’ o mundo, mas prová-lo, po-lo em pratica, desenhá-lo em uma representação lógica,exata!
Nao podemos condenar atitudes como as de Bacon e Descartes, afinal, vinham pós ‘’periodo das trevas’’, no qual Bem e mal eram o sentido da vida. Vinham em busca da perfeição, da comprovação, por que o mundo é assim? Será possivel nomeá-lo, ditá-lo? Bom , em certa parte conseguiram, chamaram o mundo de relógio, máquina, disseram como vive-lo , ‘’manuseá-lo’’. Mas o senhor do mundo é o tempo, e geraçoes apos geraçoes, hoje, a natureza  pede ar, mostrou-nos perfeitamente que ela não é mais um escravo do Senhor Humano, ela é Rainha, dita as regras e mesmo que nao possamos talvez nunca enterdermos seus mecanismo e exatidoes, devemos defende-la ,e enterdermos que ,apesar de perfeita, é dinamica, movimenta-se na estrada da Evolução, tecendo-se sempre seu comprido fio na Teia Da Vida.