O filme "Ponto de Mutação" expõe ideias de pessoas
com opiniões e vidas diferentes: um poeta, um político e uma cientista
especializada em Física. Abordando temas atuais com uma reflexão profunda de cada
um dos personagens, transcorre um diálogo interessante e complexo, buscando
inspirações, muitas vezes, em filósofos e poetas.
Um dos temas discutidos é a falha no método cartesiano nos
tempos atuais, o qual ensina que para compreender certo objeto é necessário dividi-lo
em várias partes. A física toma como exemplo o problema da
superpopulação, começando a partir disso uma discussão a cerca desse tema. Ela
acredita que não há como observar esse problema isoladamente, ou seja, não há
como isolar esse tema para estudá-lo, já que ele está interligado a vários
outros problemas.
Além de Descartes, é citado também Francis Bacon, o qual é
julgado a partir de uma interpretação da cientista em cima dos relatos feitos
pelo filósofo em suas obras. Ela diz que há uma metáfora a cerca do modo como
Bacon fala sobre a Natureza, dando a entender que ele se refere indiretamente
às mulheres que, no seu tempo, estavam sendo assassinadas pela Igreja.
Também há no filme uma discussão sobre a ciência. De quem é
a culpa do uso de invenções científicas para fins destrutivos? Seria do cientista ou dos militares? De acordo
com a própria física, a responsabilidade sempre é passada da população para
o cientista e do cientista para aquele o qual o está financiando. Entretanto,
isso não deveria acontecer, já que a culpa cabe a todos e não a uma só parte.
A seguir, há uma série de explicações a cerca de assuntos
específicos da ciência, encerrando com reflexões feitas por todos, mudando um
pouco a vida de cada um dos três participantes desse diálogo. O filme é
dirigido por Bernt Capra e é baseado no livro “The Turning Point” de Fritjof
Capra.
Filme “Ponto de Mutação”, Paola Yumi Shibakura (direito
diurno).