Representado como o pai da Sociologia, Auguste Comte fora um pensador e filósofo francês do século XIX. Promovendo grande contribuições para o campo intelectual, Comte formulou a “Lei dos três Estados”, teoria que divide o processo da evolução do Estado nos seguintes estágios: Teológico, Metafísico e Positivo.
Operacionalizando uma rápida análise sobre tais etapas, nota-se que o Estado Teológico se relaciona aos moldes das sociedades da idade média: submetidas a precárias condições de vida e uma suprema desigualdade, as populações deveriam se contentar com sua vida inteiramente subjugada por normativas religiosas, o poder político demonstrava ser intrínseco ao religioso e quaisquer casos de desarmonia entre os cidadãos eram plenamente resolvidos com base na força bruta.
Adentrando ao metafísico, observa-se que tal molde de Estado já apresenta perceptíveis evoluções. Buscando, com maior racionalidade, as certezas da vida, o conhecimento começou a ser incentivado e a revolução científica se aproxima.
Por último, porém mais importante, encontra-se o Estado Positivo: sendo visto como um exemplo a ser seguido, tal tipo ideal representa um estágio da sociedade inteiramente baseada no saber científico e na consagração da ordem e do progresso.
Entretanto, revelando-se como uma ciência burguesa, a máscara positivista caiu por terra. Escondendo suas reais intenções por detrás do lema de nossa bandeira, o Positivismo preza, antes de tudo pela ordem. Todavia, qual seria o significado de tal termo? A ordem seria destinada a quem?
Com o andar da história, tal ciência não fora capaz de esconder que o verdadeiro progresso pelo o qual lutam não é o social, mas sim o próprio elevar das elites. O positivismo não preza pela justiça, pela igualdade e, muito menos, pelo caráter social. O verdadeiro objetivo positivista é, antes de tudo, o anseio das classes dominantes, mesmo que esse signifique o rompimento do Estado de Direito e a tomada das rédeas democráticas.
Estabelecendo um paralelo com nossa alienada realidade e nosso ignorante povo, evidencia-se que tal ideologia, assim como uma praga, espalhou-se em nosso corpo social. Como concretude de tal fato, vê-se o atentado democrático de 8 de janeiro de 2023: enganados por um governo que se dizia do povo, os indivíduos, tomados pela falsa consciência positivista, tomaram as dores daqueles que perderam o poder. Cegos por sua obediência bovina, diziam lutar pelo Estado de Direito quando, na realidade, estavam contribuindo para sua destruição.
Portanto, nota-se que o ideal positivista, para além de ser puramente uma ideologia, quando somado à estupidez alheia, torna-se uma ferramenta de destruição.
Emanuel Francisco da Silveira, 1° ano Direito - Matutino. RA: 241220637