Assim como no poema de Mário de
Andrade, inicialmente no “Manifesto Comunista” tem-se a ilusão de exaltação da
classe burguesa em seu primeiro capítulo intitulado “Burgueses e operários”,
especialmente quanto sua capacidade de revolucionar. Entretanto, tal impressão
não dura muito, assim como no referido poema. Logo se pode notar a verdadeira
intenção do Manifesto: a união do proletariado de todas as nacionalidades contra
a burguesia.
Marx, já no início da obra,
ressalta que “a história de todas as sociedades que já existiram é a história
de luta de classes”, partindo dessa premissa, ele ainda aponta os opositores
históricos da burguesia: primeiramente, o feudalismo em si; depois, os
aristocratas; seguido pela própria burguesia; e por último, aqueles que
correspondem a sua base de apoio: os proletários.
Em qualquer um dos embates em que
se encontrava anteriormente, o burguês contava com a força do proletariado a seu
favor. Entretanto, tal força agora deveria voltar-se, merecidamente, contra a
classe opressora e contra o que Marx tem como maior fim dos comunistas:
abolição da propriedade privada. Além da tomada do poder pelo proletariado
formando uma sociedade comunista, na qual “o presente domina o passado”.
Apesar da teoria de Marx e Engels
não estar inserida no que se denomina “socialismo utópico”, essa tomada de
poder pelo proletariado se mostra cada vez menos possível. Devido a
desvirtuação dos valores marxistas nos exemplos de “socialismo” já existentes.
Entretanto, o marxismo foi fundamental para uma limitação da exploração dos
operários, dando base a luta contra a opressão dos burgueses.
Suzana Satomi Shimada - 1º ano diurno