O positivismo surge num contexto
histórico que abrange modificações sociais, resultantes de um processo
industrial que se instalava na Europa. A teoria de Auguste Comte é fruto de uma
ideologia ténico-industrial, de caráter fundamental para a compreensão do
funcionamento do novo mundo industrial que se consolidava.
Comte acreditava que a sociedade
se organizava por leis naturais imutáveis e, para entendê-las melhor, deu
origem à física social, responsável por compreender as patologias sociais e
devolver a ordem à comunidade.
O mundo se industrializou e a
sociedade tornou-se tão complexa por suas relações que, tendo em vista a
manutenção da ordem e a continuidade do progresso, verifica-se a necessidade de
analisar a fundo o real, abandonando o quimérico ao campo da filosofia
tradicional.
Assim, é evidente que muitos
governos, ao longo da história, adotaram posturas positivistas – solucionando as
patologias sociais e compreendendo cientificamente os fenômenos de uma
comunidade – sempre com o intuito de garantir a organização vigente.
O caráter positivista de muitas
ditaduras e governos conservadores proferia a ideia de que cada indivíduo deveria
ter consciência da importância de seu papel na sociedade e que então desempenhasse
sua atividade pensando no bem social. Porém, analisando atenciosamente tal
ideia, nota-se que tal discurso serviu para controlar a população e assim
atender à manutenção da ordem social, corrigindo a anarquia intelectual existente.
Além disso, o pensamento
positivista se vale do conhecimento das demais ciências, além da física social.
Esse aspecto científico associado à técnica auxiliou o homem a superar a sua
fragilidade, e isso fez com que tal pensamento se consolidasse.
Conclui-se que, o pensamento
positivista serviu perfeitamente como
uma autenticação da dominação dos oprimidos pelos mais fortes. É possível
observar na sociedade – sim, na brasileira também - a resolução imediata e
superficial das patologias, por meio de medidas assistencialistas, que iludem a
população de baixa instrução e garantem assim a ordem dentro da camada oprimida,
sujeita a revoluções, e o progresso apenas da classe dominante, principalmente,
da governante.