O
materialismo histórico foi uma teoria criada e desenvolvida por Karl Marx e Friedrich
Engels, ela consiste em uma ideia de base materialista que defende que a
história do homem no tempo pode ser explicada através da organização das
relações de trabalho e dos meios de produção em cada período. Dentro dessa
lógica, Marx propunha que, independente da época estudada, sempre haveria
alguma classe dominante das forças de produção que buscava defender seus próprios
interesses e, para que isso fosse feito, era necessário que elas controlassem
também os meios intelectuais e espirituais da população dominada, a fim de
manter sua dominação.
Nesse contexto, é passível de ser
analisado as relações de controle e influência dentro desse sistema. Para que a
lógica capitalista funcione, é necessário que um ou mais indivíduos dominem as
forças de produção, no entanto, a rebelião dos dominados seria inevitável
dentro de situações que isso acontecesse de forma não estratégica. Por isso, a
dominação da base material está intrinsecamente ligada com a dominação da base
imaterial – intelecto-, uma vez que quando se nega conhecimento e desenvolvimento
espiritual a uma parcela vulnerável da população, é facilmente possível torná-la
alienada e submetida ao controle de terceiros.
Dessa forma, a classe submetida aos
pensamentos dominantes se torna passiva diante do sistema hierárquico formado, o
que ocasiona trabalhadores que acham normal a exploração que sofrem e as
péssimas condições de trabalho a que são submetidos por considerarem isso parte
do processo para ganhar um salário no fim do mês. Sendo assim, a alienação se
torna uma peça fundamental do sistema capitalista e os pensamentos dominantes se
tornam nada mais que as relações materialistas dominantes consideradas sob
formas de ideias, de modo que as influências mais altas desse sistema controlam
todo o processo de formação intelectual da sociedade para que os seus desejos e
interesses sejam atendidos.
Portanto, diante dessa exploração, Marx
defende que seja necessária uma consciência de classe por parte da sociedade, para
que os indivíduos entendam quais são os seus papéis dentro do sistema produtivo,
seja ele como dominado ou como dominador, de forma a reduzir a alienação e dificultar
o controle das classes dominantes do sistema.
Carolina Carneiro Chaves
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