Recentemente a sociedade brasileira,
está sendo bombardeada em suas mídias, com o chamado “caso Neymar”, no qual
observamos cada cidadão, se “investindo na magistratura”, cada qual com uma
sentença diferente, antes mesmo do caso concreto, e sempre prevalecendo
basicamente, o senso comum.
Tal caso citado acima, se dá pela
acusação de uma modelo em relação ao jogador de futebol Neymar, do Paris Saint
German e da Seleção Brasileira, de crime de estupro, supostamente cometido por
ele, em 15\05\2019 em Paris na França.
Assim como acontece no cenário
futebolístico, acontece atualmente no cenário político nacional, uma mistura de
paixão e torcida em prol de um ou outro candidato político, e no “caso Neymar”
não é diferente, cada um escolhe seu lado, veste a camisa e torce
fervorosamente pelo seu favorito; como pode a sociedade ser tão fútil e encarar
com paixão, assuntos tão sérios, nos quais deveriam se prevalecer de razão e
senso crítico.
Não bastasse a mistura futebol,
política e justiça criminal, até mesmo o Presidente da República, parece ter
escolhido o seu lado, pois recentemente em Brasília, quando da passagem da
Seleção brasileira de Futebol pela cidade, o mesmo foi visitar e dar apoio ao
jogador Neymar, em meio ao caos passado na vida desse.
A intenção desse texto não é dar um
juízo de valor para o caso, mas sim, fazer uma análise crítica, do que se passa
na sociedade brasileira, e como ela se comporta diante de “espetáculos
policiais e judiciais”, e quais os frutos de tal “espetacularização”.
O que se pode observar são
prejulgamento de todos os lados, como por exemplo a exclusão da advogada de
Neymar, Maria Fernandes, de um grupo formado por advogadas feministas,
intitulado CLADEM (Comitê da América Latina e do Caribe para a Defesa dos
Direitos da Mulher), no qual ela era membro, daí deixo a pergunta, e se tal
advogada estivar do lado certo? Sua “pré condenação e\ou pré julgamento” perante
o grupo feminista, seria justa?
Outra situação que se pode observar,
foi a postura de um deputado, vice líder do governo na Câmara, Carlos Jordy
(PSL\RJ), que propôs um projeto de lei intitulado “Neymar da Penha”, no qual se
agravaria a pena de denúncia caluniosa, de crimes contra a dignidade sexual;
tal projeto pode ser considerado uma afronta, para a Sociedade Brasileira, pois
além de “satirizar” a lei Maria da Penha, que foi um marco e um ganho no que
diz respeito aos direitos e defesa das mulheres, também dá um juízo de valor ao
caso antes mesmo da coisa julgada.
Em meio a reportagens também fica
evidente a expressão utilizada pelo pai do jogador, na qual ele diz que é
melhor ser acusado de um crime de internet do que o de estupro; ele dizia
respeito ao crime cometido por seu filho ao expor fotos e conversas íntimas da
modelo que o acusa e dele próprio, nas redes sociais, e mais uma vez a
sociedade se divide perante a tese “Robim Hood”, no qual se comete um crime
para provar que é “bonzinho”, uns defendendo e outros acusando e sempre com
juízo de valor.
Não bastasse, temos o advogado da
modelo, José Edgard Bueno, que teria supostamente ajudado pelo repórter da TV
Globo, tentado um acordo extra-judicial, para assim abafar o caso, mas e o
suposto crime, onde ficaria? Até onde o direito nos permite enxergar, todo
crime é de Direito Público, e segundo reza o dito popular, “não há dinheiro que
pague”, vendo o caso, não é o que parece.
Mas daí deixo a minha pergunta, e o
caso concreto, onde fica, qual o papel do sistema de justiça? Aguardaremos
ansiosos as cenas dos próximos capítulos, pois muitos dizem não ser de sua
conta tal situação, mas uma coisa é certa, visto o desembaraçar da história, é
da conta de qualquer um sim.
Weberson A. Dias da Silva Turma XXXV
Noturno