Total de visualizações de página (desde out/2009)

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O capitalismo


Todos sabem que o capitalismo é um sistema sócio-econômico que revolucionou o mundo e a forma de pensar, de se relacionar e produzir. Entretanto, a simples designação como um modo de produção que visa o lucro, o mais-valia, e que preza pela liberdade econômica não expressa o real valor do capitalismo.

O capitalismo é, na verdade, uma máquina. Uma máquina capaz de derrubar preceitos e práticas feudais que perduraram durante cerca de mil anos durante a Idade Média. Uma máquina capaz de arrancar elogios de seus dois maiores opositores, Marx e Engels. Uma máquina que maquia a exploração oriunda do seu advento e forma, assim, milhões de explorados. Uma máquina que lucra e rende até com a imagem de figuras revolucionárias e contrárias a tal sistema, como Che Guevara. Uma máquina que aproxima distâncias enormes através de uma de suas características, a globalização. Uma máquina que utiliza o ordenamento jurídico a seu favor.

Enfim, uma máquina que, assim como as outras, precisa de supervisão, mas que revoluciona a vida ao seu redor. É função dos países que ainda não o adotaram, portanto, revisar os seus conceitos e quem sabe fazer como a antiga União Soviética e tantos outros Estados ex-socialistas que abriram as portas ao mundo e ao sistema compressor chamado capitalismo.

José Eduardo Garcia Tavares - 1º Ano - Diurno

Capital e Religião


        Após as Revoluções Industriais dos séculos XVIII e XIX pudemos observar grandes modificações nas formas de produção. Modificações estas que não interferem apenas no âmbito da economia, mas também se relacionam com a política, influenciam as relações sociais e o modo de agir e pensar da sociedade como um todo. Através dos meios de comunicação, foi possível a difusão dos preceitos burgueses, assim como a dispersão de seus produtos por todo o globo. Os valores burgueses foram agregados na sociedade contemporânea de forma natural, muitas vezes inconsciente.
        Ao analisarmos a influencia do pensamento burguês na sociedade atual, nos deparamos com resultados absurdos. Refiro-me, por exemplo, à grande influencia que o capital exerce sobre as crenças e religiões. Muitas igrejas, e/ou alguns de seus representantes, utilizam-se de meios irregulares para a obtenção de capital. É comum nos depararmos com cultos que pregam o capital como forma de obtenção de perdão, benção e prosperidade, transformando a bíblia e a fé em instrumentos de extorsão. Além disso, frequentemente “religiosos” dessas instituições são relacionados a crimes de estelionato, desvio e lavagem de dinheiro.
          Entretanto, o mais alarmante é o fato de que tais preceitos se expandem cada vez mais. Principalmente em meio àqueles com dificuldades econômicas, que almejam obter melhores condições. O pensamento burguês está tão difundido e consolidado na sociedade atual que a oferta de grandes quantias de dinheiro em troca de bênçãos divinas se dá de forma natural, passando despercebida por muitos. O capital adquiriu maior influência para a obtenção da “simpatia divina” do que a solidariedade, honestidade e as boas ações.           Para ilustrar a ideia, indico o filme “O enviado” (Sympathy for Delicious), de 2010, que é uma obra fictícia que gira em torno de um indivíduo que descobre ter o poder de curar enfermidades em outras pessoas, mas não em si mesmo. Além de outros aspectos reflexivos envolvidos na trama, é interessante notar o conceito da religião. Assim que descoberto por um religioso, o poder do sujeito passa a ser utilizado como forma de obter vantagens econômicas em troca da cura, à qual se dá um caráter divino, mesclando fé e esperança com  interesse e hipocrisia. O longa-metragem conta com a participação e direção de Mark Ruffalo, atuação de Christopher Thornton, Juliette Lewis, Laura Linney e Orlando Bloom.

*Segue o link do Trailer: 
http://www.youtube.com/watch?v=7lxn36XmA9w


Carro, Casa, Churrasco e Futebol: os desejos do povo


O Manifesto Comunista anunciou ao mundo a luta história das massas pela destruição da burguesia e por melhores condições de trabalho e de vida. Marx clamou pela união instransponível de trabalhadores, superando ideias de nação, família e religião. Identificou com maestria o papel histórico e pendular da burguesia como força revolucionária. No entanto, Marx falhou em seu entendimento burguês sobre o homem comum, o homem proletário. Fracassou em desvendar os verdadeiros anseios da massa trabalhadora, assim como o comunismo sucumbiu aos anseios materiais do trabalhador anônimo.

E a derrocada comunista inicia-se juntamente com o fortalecimento dos movimentos socialistas. Paralelamente a criação dos partidos consumistas e socialistas por toda a Europa, no século XXIX e começo do século XX, dá-se o início de uma série de concessões burguesas às massas trabalhadoras com o intuito de fragilizar e apaziguar os ânimos revolucionários dos proletários.O sufrágio foi então, estendido aos trabalhadores, e percebeu-se a necessidade do Estado em assistir às massas na educação, na saúde, na moradia, no emprego.Criou-se, na Inglaterra, o conceito do welfare state seguindo a máxima do partido trabalhista inglês: “from the craddle to the grave”.O poder estatal, portanto, passou a cuidar diretamente da vida de cada cidadão, estabelecendo padrões mínimos de existência no sentido de diluir antagonismos sociais presentes na sociedade do pós Revolução Industrial.Se no Brasil as concessões trabalhistas e sociais, sobretudo durante a Era Vargas, foram limitadas, o chamado peleguismo incumbiu-se de cooptar líderes sindicais e trabalhistas para à esfera governamental, enfraquecendo partidos e instituições das mais variadas tendências esquerdistas.O peleguismo, assim como o welfare state, demonstraram que o trabalhador, na verdade, deseja melhoria social e individual, não transformação política e econômica.
Marx erra ainda ao não prever a alienação trabalhadora prevista posteriormente no trabalho de George Orwell. Para que os proletários de todo o mundo se unissem e assumissem um papel ativo na destruição da burguesia e da propriedade privada, eles teriam que ter consciência de classe. Deveriam ter maturidade intelectual para debater os rumos e o projeto político da massa trabalhadora mundial. Contudo, a educação acadêmica, humanista, reflexiva e cívica foi proibida às massas. Enquanto a educação pública era estendida em termos quantitativos, pouco era feito em aspectos qualitativos. A educação fragmentada ganhava força por toda a Europa, com a divisão precoce de alunos do primário e do ensino médio em currículos técnicos, especializantes e acadêmicos. Esse processo que se inicia na Europa, expande-se pelo mundo, com o neoimperialismo inglês, francês e holandês do século XIX. A classe trabalhadora, então, embora começasse a frequentar os bancos da escola, não tinha condições de planejar teoricamente o seu futuro.
Se a educação não conseguiu dar aos trabalhadores o necessário para que eles identificassem o que queriam, o socialismo do século XX lhes mostrou o que não queriam. Não queriam igualdade em condições de miséria, não queriam falta de liberdade política, não queriam proibição da livre circulação de pessoas, não queriam abdicar de toda e qualquer aspiração individual em nome do Estado e na noção de coletivo. E por isso, que o socialismo fracassou. Fracassou porque o homem é individualista, é ambicioso, é insaciável; porque o desejo de melhorar é incessante. No fundo, o desejo de igualdade plena e absoluta é um ideal utópico e burguês, porque o sonho do pobre não é nada mais do que ter uma casa própria, um carro, uma família, um churrasco de domingo e paz de espírito.

Sedução Capitalista

      
            Na análise de tudo o que nos cerca, é curioso observar que vários elementos presentes no cenário em que se situa um estudante universitário, um professor, um sapateiro ou até mesmo um rico empresário, existem elementos advindos da burguesia. Mesmo que subjetivamente, as pessoas são cercadas por mercadorias, tecnologias e inovações criadas por algum burguês.
      Observando o transcorrer da história, muito do que se considera hoje elemento de uma cultura civilizada foi proporcionado pela burguesia. É facilmente encontrado no Manifesto Comunista detalhes dos progressos que a humanidade atingiu uma vez que deve-se a burguesia feitos maiores do que, até mesmo, a construção das pirâmides egípcias.
      No que diz respeito aos efeitos da dominação burguesa no mundo, Marx e Engels são claros em afirmar que o mundo maravilhoso e super desenvolvido só é apreciado por uma parcela da população. É muito fácil observar que a pobreza advinda da desigualdade social assola milhões no mundo. O desejo de Marx e Engels seria que a realidade burguesa de prosperidade fosse vivida por todos. E a atualidade do Manifesto comunista é tão grande que o mundo estaria, hoje, mais preparado para a implantação de uma outra sociedade, do que na época que foi escrito.
      Antes considerar mudanças reacionárias para derrubar o regime burguês, é importante lembrar o quão reacionária é a própria burguesia. O capitalismo tem a versatilidade de englobar movimentos de crítica social e transforma-los em mercadoria. Isso é facilmente constatado uma vez que em diferentes lojas são encontradas camisetas de diferentes estilos com fotos de Chê Guevara. Rappers  que antes criticavam a sociedade, hoje ganham fortunas com seus hits. 
      Há uma indústria cultural que auxilia na dominação capitalista. Mesmo havendo efeitos desastrosos em alguns campos como a desigualdade, o capitalismo é muito sedutor e dá a probabilidade de ascensão social. Os mesmos valores que estão presentes no burguês, estão embutidos no cidadão de baixa renda. 
      Outro aspecto a ser citado é o papel do Direito na sociedade capitalista. Para Marx e Engels ele é uma expressão da dominação burguesa. Existe algo no sentido da manutenção da ordem vigente pois o Direito protege a propriedade por exemplo, mas ao mesmo tempo há uma dialética acontecendo em diferentes tribunais. Ações contra o Estado para obtenção de benefícios à pessoas de baixa renda já se multiplicam no Brasil.
      Bem ou mal a cartilha seguida hoje é burguesa. Para que algo seja feito, deve-se achar uma solução que consiga driblar os mecanismos capitalistas de manutenção da ordem vigente. Solução que até hoje não foi encontrada.  

Presas do Endividamento


A Crise de 1929 devido à “epidemia da superprodução” desestabiliza a burguesia e torna necessário que essa tome providências para não sucumbir. As medidas efetuadas foram a destruição da massa de forças produtivas, a conquista de novos mercados e a busca por uma exploração mais completa dos antigos, ou seja, abrir caminho para crises mais extensas e profundas.

Seu rápido aperfeiçoamento dos instrumentos de produção e dos meios de comunicação, outra metodologia para não sucumbir, arrasta as nações para a “civilização”, compelindo-as a adotar o modo de produção burguês, sob pena de extinção; criando, assim, um mundo a sua imagem.

Uma vez que essas modernizações demandam dinheiro, países, empresas e a população comum têm se endividado para acompanhar. Realiza-se um complô generalizado; as empresas se modernizam e precisam de mais consumidores, por sua vez, os políticos, que precisam dos recursos do setor privado para permanecerem no poder incentivam o consumo dos cidadãos, financiando seu endividamento, muitas vezes com o dinheiro do próprio Estado.

Essa luta que a burguesia trava pela sua sobrevivência, Marx e Engels dizem que prepararia para o proletariado para a insurreição e transformação da sociedade, entretanto, o que vemos é uma população cada vez mais dependente, endividada, ou seja, cada vez mais presa no sistema capitalista.

Eternos Antagonismos


Marx e Engels publicaram o manifesto comunista pela primeira vez em 21 de Fevereiro de 1848, e diziam em seu texto que em toda historia da humanidade sempre houve a luta de classes entre oprimidos, os quais são subjudagos a condições desumanas de trabalho, e opressores, detentores do poder econômico, na maior parte da historia. Todavia, tais lutas de classes, as quais eram causadas por interesses divergentes, foram intensificadas com o modo de produção capitalista e pela sociedade burguesa.
Desta maneira, o manifesto comunista, escrito no auge das lutas sociais, pretendia expandir a mente da classe ploretaria e dessa forma propor uma revolução da massa explorada. Tal discurso atraiu muitos trabalhadores com seu ideal de igualdade e fim da opressão. Marx e Engels pretendiam distribuir melhor as riquezas para que o acesso as inovações fosse facilitado. Todavia, julgavam que alguns aspectos do capitalismo deveriam permanecer como a capacidade de se transformar conforme a convivência e a buscas de integração geral, por isso diz-se que havia uma previsão do mundo desenvolvido de forma globalizada. Em contrapartida ao socialismo pregado pelo manifesto comunista, o capitalismo e a sociedade burguesa propunham uma suposta liberdade, com o direito de ir e vir e a defesa da propriedade, a qual atraia mesmo os que não a detinha. Livre negociação, isenção da participação do Estado nas relações. Com isso criou-se um antagonismo burguesia X proletariado, a qual, posteriormente passou a representar Oriente X Ocidente.

Marina Precinotto da Cruz, Primeiro Ano, Direito Diurno.


Triunfo capitalista


O Manifesto Comunista escrito por Karl Marx e Friedrich Engels, datado de 1848 ainda aparece atual em muitos aspectos. Principalmente quando se trata da exploração existente entre a burguesia – classe dominante – e o proletariado – classe oprimida. O livro apesar de inicialmente fazer um elogio a Revolução Burguesa e a todos os avanços alcançados por meio dela, destacando o quanto essa classe é radical, haja vista a grande ruptura feudal alcançada por meio dos feitos burgueses, defende mesmo é uma luta armada entre o proletariado e a burguesia, ou seja, a Revolução do Proletariado a fim de acabar com o domínio de classes.
            A reflexão diante disso é que apesar das ideias socialistas terem se espalhado para o mundo tudo e terem conseguido adeptos, seja na URSS ou em Cuba, a Revolução do Proletariado de fato nunca ocorreu. Ao contrário, o que se vê nos últimos anos é como o capitalismo faz questão de incluir todos nesse meio de consumo. O sistema atual quer satisfazer até aqueles que são contra as suas ideologias, deixando espaço para que protestem e vendem camisas, CDs entre outros objetos a favor do esquerdismo. Os mais explorados se sentem satisfeitos e felizes quando conseguem comprar uma bela roupa ou uma celular super moderno.
            O que parecia inevitável ao destino do mundo: a Revolução do Proletariado e o fim do capitalismo, tornou-se apenas uma utopia para alguns. A imagem propagada de socialistas e comunistas foi totalmente distorcida no século passado, eles eram pintados como vilões, maus, pessoas que comiam criancinhas. O capitalismo, por sua vez, fez se remoldar a fim de conseguir atingir o maior número de adeptos possível. Resultado: o mundo atual.

A Atualidade diante do Capitalismo Mutante



O manifesto comunista, escrito por Marx e Engels, não é apenas um panfleto político. É, na verdade, uma análise mais profunda do sistema capitalista – afinal, apenas podemos expressar opiniões, convergentes ou não, daquilo que temos certa propriedade, certo conhecimento, não é mesmo?! - que põe no papel o contexto de uma condição social provocada pela exacerbada exploração, por uma classe mais alta, de outra inferior. A partir daí, tentam mostrar um segundo caminho, mais humano do que este que se apresentava associado ao Capitalismo.
O Socialismo, nome do antagonismo ao Capitalismo, evoluiu de um Socialismo Utópico ao chamado Socialismo Científico. Pregava-se a igualdade, que só seria possível, como em todas as rupturas de outras épocas, após uma revolução, no caso, liderada pelos operários contra a burguesia – a chamada luta de classes, o motor da história. Na prática, diz-se que o Socialismo figurou no mundo até o início dos Anos 90, época da queda do Muro de Berlim e fim da chamada Guerra Fria, com suposto triunfo do Capitalismo. “Diz-se” porque, na verdade, muitos consideram que o Socialismo não existiu, pelo menos não na essência do pensamento inicial de Marx e Engels. E, pelo mesmo motivo, há a discussão sobre se o triunfo Capitalista seria verdadeiro.
Assim, o Capitalismo de fato venceu? Podemos dizer que não exatamente, quando consideramos a precária situação em que se encontram pessoas de várias partes do mundo, que não têm suas necessidades básicas supridas e chegam inclusive a passar fome. Por outro lado, o Socialismo como conhecemos na prática se mostrou incapaz de se manter tanto como uma oposição ao Capitalismo quanto um Sistema em si. Foi nesse mesmo Sistema que o homem se mostrou extremamente ganancioso – ainda havia alguma dúvida disso?!- e impossibilitado de chegar à igualdade, tanto pelo fato de o homem ser competitivo quanto pelo fato de, extinta a desigualdade econômica, outras já existentes ganham evidência.
Fato é que a burguesia – colocada por Marx e Engels como revolucionária – criou um sistema extremamente adaptável. Assim, podemos perceber que o próprio Socialismo ruiu diante de um Capitalismo que, na verdade, se utilizou de algumas de suas características para aprimorar-se – pelo menos superficialmente. As políticas públicas e mudanças de lei, que oferecem uma ideia de segurança, podem ser consideradas exemplos de adaptações do Capitalismo. Além disso, o operário não se vê mais como uma classe oposta à burguesia, e sim como uma classe aspirante a essa mesma posição. O que antes poderia ser um conflito se transformou em modelo de vida para todos, o que, de certa forma, impossibilita a ocorrência de maiores mudanças.
 Enfim, podemos facilmente perceber que o “Manifesto Comunista” ainda pode ser considerado contemporâneo, não só porque retrata uma realidade social que se assemelha à atual, mas também por já trazer a ideia de fatores importantes, mesmo de uma forma diferenciada - condizente com a realidade e tecnologias da época - na economia e política moderna, como a própria globalização. E indo mais além, se considerarmos as recentes crises econômicas mundiais, podemos vislumbrar um alarme para mostrar ou a necessidade de nova fase, nesse Capitalismo tão “mutante” ou, de fato, seguirmos com um sistema inovador que solucione as falhas capitalistas.



Em o “Manifesto Comunista”, Marx e Engels mostram como entendem e compreendem a sociedade moderna, afirmando que o conflito entre duas classes sempre resulta em uma determinada forma de dominação, apontando os principais problemas que o ordenamento proporciona, e conceituando a sociedade capitalista como a sociedade do conflito.
Este conceito não tem caráter exclusivo, já que para eles toda a história é movida pelo conflito e pela luta de classes, que sempre que termina gera uma transformação revolucionária, ou acaba com as classes conflitantes.
Nesse parâmetro, o Direito é expresso como forma de dominação de uma classe pela outra, forjando-se ele.
Por exemplo, tomando por base a sociedade capitalista, pode-se dizer que para que ela existisse teve que acabar as formas jurídicas do feudalismo, que atrapalhavam a transformação. Basicamente pode-se dizer que de um modo de produção para outro, novas formas de dominação surgiram, e assim novas formas de ordenamento jurídico para expressa-las.
Como citado no “Manifesto Comunista”, a livre concorrência, junto com uma constituição social e política adaptada a ela e sobre o controle econômico e político da classe burguesa, substituíram as relações de propriedades feudais.
O Capitalismo então oferecia democracia, e também os valores que a classe oprimida queria, para assim reivindicar a sua tutela, buscando se adaptar as condições necessárias para que não seja mais um modo de produção a ser substituído.
Como exemplo da segurança jurídica criada no capitalismo em suas relações modernas, basta-se citar o chamado contrato, que se mantém no tempo e é utilizado como forma de dominação. Porém, mesmo um indivíduo trabalhador tem a segurança jurídica do contrato, para garantir a propriedade privado, assim os meios do contrato se naturalizaram. Essa ampliação da tutela jurídica para grupo que eram excluídos acontecia pelo fato de que quanto mais pessoas fazem uso deste, mais delas vivenciam a civilização do capital. Logo podemos notar atualmente, que qualquer pessoa que tem um artigo tecnológico moderno, defende o seu direito de tê-lo, porque isto já se tornou um fato normal.
Vale ressaltar que Marx e Engels quando propões a dissolução da dominação burguesa, não é para estabelecer um mundo de miséria. Mas sim pelo fato de pensarem que o Direito e o contrato são estabelecidos para que as ações burguesas sejam aceitas, tornando-se uma forma de opressão e dominação, a partir do fato disto se tonar algo natural. Essa naturalização pode ser exemplificada pelo fato de a propriedade privada ser defendida pelo dominador e pelo dominado.
Assim, apesar das novas formas de opressão e dominação, e a naturalização destas, os antagonismos das lutas de classe permaneceram.

 Explorar ou ser Explorado?
Como uma classe social consegue ser tão convincente, poderosa, articuladora, a ponto de criar um mundo à sua imagem, adquirindo os valores que ela considera correto, com o mercado como base de todas as outras relações humanas. O dinheiro, a moeda, o possuir, o comerciar, encontram-se em todas as partes: "Do médico, do jurista, do sacerdote, do poeta, do sábio fez seus servidores assalariados.".
Como pode um trabalhador oprimido/explorado querer tornar-se burguesia?
Como pode um burguês opressor/explorador querer manter-se burguesia?
Está errado, e muito errado! José levanta, escova os dentes em seu banheiro apertado e com cimento exposto, troca de roupa, corre para pegar o ônibus, e depois o metrô. Há 30 anos ele possui essa rotina, não possui estudos e nem oportunidade para estudar, seus pais eram trabalhadores como ele, nunca foi ao teatro, conhece apenas novelas que assiste e sorri com muito gosto, as babaquices que se passam na tela da pequena televisão. Chega à construção, pega tijolos, carrega sacos de cimento, constrói ... Sua articulação não é mais a mesma, muitos anos carregando peso, trabalho pesado, cama não tão confortável assim para dormir suas 5 horas corridas de sono. Mesmo assim deve terminar a construção em 4 meses. Também não pode esquecer de pagar a conta de energia (já foi ameaçado de cortarem sua energia), ele só precisa fazer mais um biquinho a noite para conseguir pagar. E olha que às vezes nem assiste à novela, pois assim economiza energia em sua televisão de 14 polegadas.
Hoje recebe uma visita dos donos do prédio que está construindo, chegam  com um carrão(José não sabe nome e nem marcas de carro). "Bom dia patrão". E não recebe sequer um "Oba", passam como se José não existisse, mas ele já acostumou ser invisível. Olham a construção e perguntam: "Qual de vocês é o responsável pela construção?". E José se apresenta. "Do jeito que anda essa construção, não será terminada nem em um ano, preciso do prédio em 4 meses!" e vão embora. José não responde, apenas abaixa a cabeça.
 Os donos do prédio refletem de volta para suas casas: " Como são estúpidos esses pedreiros, não sabem nem expor seus pensamentos, não sabem falar, não sabem aproveitar as oportunidades. E ainda creem em desigualdades sociais... Tivemos as mesmas oportunidades, eles que não souberam aproveitar. Não se esforçaram e não estudaram."
José pretende tornar-se burguesia? E humilhar, passar por cima, de outros Josés, assim como ele? Mas tornando-se burguesia, ele não será apenas José, poderá ser José da Silva. Existindo assim um pouco mais de autoridade em seu nome. E os burgueses? Gostam de humilhar? Afirmam que não existe luta entre classes, todos são iguais...
Não é possível que todos, sem exeção, queiram ser dessa forma, queiram apenas comprar, queiram fazer parte de toda essa sujeira. Toda essa opressão, toda essa civilização podre. E sempre da mesma forma: a sociedade do conflito, sem que queiram desfazer esse conflito que perdura desde sempre.
Júlia Godoi Rodrigues

(Tristes) Méritos À Manutenção Reacionária


“Compete a todas as nações, sob pena de extinção, a adotar o modo de produção burguês. Compele-as a introduzirem o que chama de civilização no seu meio, ou seja, a se tornarem burguesas. Resumindo, cria um mundo à sua imagem” (Karl Marx e Friedrich Engels)
A classe burguesa, opressora abjeta da grande maioria da população na sociedade moderna, comprovou, com o passar dos anos, as previsões feitas há mais de um século pelo alemão Karl Marx. O mundo, de forma generalizada, moldou-se à mera vontade dos dogmas burgueses. O capitalismo desintegrou quase que completamente a possibilidade de que uma grande movimentação contra essa vergonhosa ideologia da opressão aconteça.
Isso ocorre porque os próprios membros da massa popular, que é o grande alvo da dominação imposta pelo capitalismo, defendem a manutenção do poder burguês, já que almejam – ilusoriamente, na maioria dos casos, diga-se de passagem – alcançar a mesma posição de burguês opressor e “feliz” por desfrutar das farturas monetárias. Assim, o povo é ferrenho adepto das normas jurídicas que o oprimem, buscando, acima de tudo, ser aceito nos seus meios sociais - isso porque, no mundo atual, ser questionador demais faz com que você seja ridicularizado.
Ademais, o capitalismo teve a capacidade de usar as poucas lutas do povo a seu próprio favor. Exemplos não faltam: Che Guevara como um dos símbolos mais vendidos em estampas de camisas e objetos (mesmo que para pessoas que nem ao menos saibam quem foi Che); o movimento do MST visto como pessoas “vagabundas” que vivem de invadir terras alheias; pessoas de movimentos de esquerda “proibidas” de comer no McDonalds ou comprar objetos de marca, caso contrário se tornam motivo de escárnio pelo próprio povo por quem lutam.
Conclui-se, sem qualquer dúvida, que a grande maioria do povo se faz completamente alienado e, assim, o mundo segue as previsões de Marx e Engels expostas no Manifesto Comunista. Seja por disseminar a ideia de que pessoas de esquerda só poderiam comer aquilo que plantaram, seja por transformar ícones da luta social em lunáticos ou estampas de camisa, a ideologia capitalista consegue manter uma estrutura cada vez mais solidificada e não questionada. Infelizmente.

É nítido que o combustível do mundo, a partir da revolução burguesa, é a ambição de ascender economicamente. Ambição esta de todas as nações e todas as pessoas, pertencentes ou não a grupos privilegiados. O que se vê é que os trabalhadores se motivam unicamente pela esperança que a sociedade capitalista lhes dá de ascender socialmente. Essa esperança era o elemento que faltava na sociedade burguesa do século XIX. Foi a sua falta quem ensejou as idéias comunistas e o movimento proletário. A total ausência de perspectiva, a aniquilação que se consolidava e que piorava exponencialmente a cada dia, fizeram afluir o sentimento humano de dignidade com um ímpeto nunca visto anteriormente. A sociedade burguesa foi a sociedade dos excessos – de lucro, de exploração, de monopólio...
Em busca da esperança, pelo restabelecimento de sua dignidade, os proletários se uniram no mundo todo. Seu belo discurso, porém, não foi o suficiente ante a força do lucro. O capitalismo já havia criado raízes e, astuta e imperceptivelmente, transacionou com a parte proletária, atendendo à maior de suas demandas – a dignidade. Através do direito, que mais uma vez aparece na história com a concepção de instrumento de dominação e conservação do poder. A Segunda Geração dos Direitos Humanos trouxe a igualdade e os direitos sociais que satisfizeram às demandas mínimas e mais urgentes e acalmaram os ânimos da efervescência comunista.
Baixada a poeira, pôde-se notar a supremacia capitalista. Não se pode ignorar (e até mesmo admirar) sua capacidade de sair pela tangente, de se moldar às condições hostis da época, sempre triunfando hipocritamente, através do direito legitimado pelo povo, por um povo que já nasce imerso no espírito capitalista.

Uma naturalização contra a natureza


     Advinda da crítica de Marx e Engels sobre o capitalismo, a ideia da naturalização da sociedade em torno de questões totalmente inaceitáveis, apesar de acontecer na época de publicação do “Manifesto Comunista”, seu efeito pode se estender até a atualidade.
     O conformismo exposto por eles em sua obra, abre um leque de problemas que a sociedade possui e que já estão enraizados nela. A grande massa se conformou com as dificuldades, aceitou seu emprego medíocre proveniente de um sistema dualista e opressor, que é o capitalismo. Contentam-se com meras ajudas do governo que não significam nada diante da riqueza do Estado. Não tem ambições, apesar de quererem mudar a situação, não o fazem pelo puro conformismo criado.
     Há muitas instituições a se culpar por essa problemática criada, partindo do Estado e alcançando a mídia. O Estado, claramente, dita as regras e impõe o que lhe achar conveniente, dentro dos trâmites legais, caso seja uma democracia. A mídia, tem o poder de esconder os reais problemas de uma sociedade, e mostrar coisas fúteis no lugar, portanto, ao unir o Estado e a mídia, ou seja o poder e o meio de comunicação mais acessível, é possível causar a alienação em grande parte da sociedade.
     Infelizmente essa alienação não se detinha ao campo do noticiário, durante o séc. XIX, o proletariado levava essa alienação para seu próprio trabalho e para toda a vida ao seu redor, levando-a assim de modo infeliz e paupérrima. Apesar, de não vivermos mais no séc. XIX, essa situação ainda pode ser observada, levando-se em conta a camada mais pobre do Brasil, que não é pouco. Trabalham exaustivamente, recebem salários ridículos quando comparados com sua carga horária e tem de sustentar toda sua família, enquanto isso a mídia brasileira está está exibindo notícias sobre traição entre famosos, nossas Universidades Federais estão em greve e o país está assistindo a um dos maiores julgamentos dos últimos anos. 
     Portanto, percebe-se essa naturalização, essa acomodação do homem em relação a péssima situação em  que vive, e a solução não parte apenas da solução dos causadores do problema, como Estado e mídia, mas sim do próprio homem recobrir a noção e desenvolver seu senso crítico.

“O Manifesto Comunista” e Hermann Heller


A obra “O Manifesto comunista”, de Karl Marx e Friedrich Engels, traz, em seus capítulos iniciais, além do elogio à revolução burguesa e ao salto dos meios de produção para um patamar impossível para o sistema feudal, a denúncia sobre o excesso de bens que alavancou a pobreza e engessou os indivíduos em classes sociais sem aparente mobilidade, construindo uma sociedade estamental moderna.
A partir dessa constatação, os autores expõem que a forma da sociedade capitalista foi baseada no antagonismo das classes opressoras e oprimidas e, somente assim, alimentou-se a máquina da apropriação por parte dos burgueses, detentores ainda do auxílio dos ordenamentos jurídicos do Estado de Direito que pregam liberdade individual e livre concorrência, valores que escondem os interesses burgueses.
Assim, a iniciativa comunista para desmantelar o Estado burguês somente poderia ser a revolução da classe trabalhadora. Conduzindo o proletariado à posição de classe governante ao arrebatar o poder político para si e, gradativamente, todo o capital da burguesia, e centralizando todos os meios de produção nas mãos do Estado, agora representante do povo, da maioria, por meio dos instrumentos político-econômicos anunciados no “Manifesto Comunista”.
Essas visões econômicas, políticas e sociais claramente se fundamentam nos métodos marxistas. O autor alemão Hermann Heller, que escreveu a obra “Teoria do Estado, trouxe uma nova visão para o socialismo, apontando que a mudança no regime capitalista pode ser feita pela via eleitoral, sendo assim, contra a revolução do marxismo e seu grande enfoque nos aspectos econômicos. Segundo Heller, a luta de classes que Marx descreveu é na verdade um meio positivo para o fim socialista e este seria o “refinamento” do Estado, que tem papel essencial nessa transformação.
A proposta de Heller para o fim da dominação burguesa é o aprofundamento do Estado de Direito pelo Estado Social de Direito, defendendo a subordinação da economia de mercado às leis, a expansão do Estado de Direito às esferas sociais e econômicas, o que demonstra o inicio da transição para o socialismo, dada a impossibilidade, segundo Heller, do estado de classes burguês.

O Socialismo e a Modernidade

No livro "O Manifesto Comunista" Marx e Engels defendem uma Revolução Socialista, incitando a luta armada entre operários e burgueses para por um fim definitivo na luta de classes constante da sociedade. Essa ideia é defendida pelos autores pelo fato da existência, durante toda civilização de uma constante luta entre classe oprimida e opressora, que foi acentuada com o advento do  capitalismo, onde a necessidade de lucro e a livre concorrência fez com que os detentores da força, seja esta adulta ou infantil, feminina ou masculina, fossem demasiadamente explorados pelos detentores dos meios de produção.
E foi essa exploração que fez com que as ideias socialistas se espalhassem pelo mundo, conquistando idealistas ao redor do globo, e foram esses idealistas que realizaram a Revolução Russa e, posteriormente a Revolução Cubana, a primeira fracassou pelo corrompimento de seu sistema e a segunda ainda sobrevive com dificuldades, devido, entre outras coisas, ao embrago econômico imposto pelos Estados Unidos. 
Além disso as ideias socialistas foram derrotadas pela sociedade de consumo, que já não se satisfaz apenas com o essencial, que quer sempre mais e não se importa de trabalhar mais do que as 8 horas diárias para poder ter tudo que a modernidade proporciona. Hoje não há quem não fique tentado ao ver um celular de última geração e uma roupa da moda e ambos mudam a cada estação, se não antes, gerando novos desejos, e todos querem progredir.
A verdade é que seria realmente frustante trabalhar sem uma perspectiva de melhora, sem uma ambição, mas o essencial seria que os itens básicos para a sobrevivência e para dignidade fossem acessíveis, com boa qualidade, à todas as camadas da sociedade, são esses itens: saúde, educação, alimentação e lazer. A parte disso cada um deve ficar livre para buscar suas ambições, porém sem deixar de sua dignidade de lado e sem colocar o supérfluo ma frente do essencial.

Em “O Manifesto Comunista”, Marx e Engels analisam a estrutura da sociedade capitalista, avaliando os seus pontos positivos e negativos. Sabemos que a classe burguesa revolucionária foi responsável pela ruptura da estrutura social que se mantinha na Europa até a Revolução Francesa, ou seja, aquela em que a nobreza e o clero ocupavam o topo da pirâmide social, explorando as demais classes que compunham a sociedade. Nesse sentido, pode-se dizer que conseguimos alguns avanços com os novos direitos adquiridos a partir do discurso iluminista, que pregava a liberdade, a igualdade e a fraternidade entre as pessoas.

No entanto, é valido pensarmos que, no final da Idade Média – quando, aliás, surgiu a burguesia -, o poder era descentralizado, o que prejudicava a organização comercial e, consequentemente, a obtenção de lucros dessa nova classe social. Então, nesse momento, a mesma passou a incentivar, com o seu capital, a monarquia decadente para que esta centralizasse o poder. A união entre essa camada social decadente e o capital burguês deu origem ao Estado Absolutista, que mais tarde será combatido pela própria burguesia.

Detentores do poder econômico, os burgueses passaram a buscar também o poder político, o que seria possível apenas através de uma revolução com apoio do povo, que seria seduzido pelas ideias de liberdade e igualdade entre todos. A revolução foi feita, mas os antagonismos entre as classes não foram abolidos; pelo contrário, ocorreu um fortalecimento do capitalismo e aqueles foram acentuados.

Com tal revolução, a burguesia criou uma constituição social e política adaptada a ela e sob o seu controle econômico e político. A sociedade, estruturada dessa forma, legitima as ações burguesas através de normas e, apesar destas serem estabelecidas em nome da liberdade, trata-se de uma nova maneira de opressão e dominação.

A burguesia – com o auxílio da normatividade jurídica - consegue neutralizar a dominação, pois os seus valores serão defendidos não somente por ela – classe dominadora -, como também pela classe trabalhadora, que é a classe dominada. Percebemos tal fato claramente nos dias de hoje, em que a classe trabalhadora, ao invés de ter seus próprios valores e buscar a sua própria revolução para que deixe de ser explorada, não só aceita, como também compartilha dos valores burgueses e busca alcançar aquilo que a classe burguesa já alcançou.




A necessidade de não se acomodar.



            As ideias de Marx e Engels, expostas em seu “Manifesto do Partido Comunista”, foram responsáveis por causar uma ruptura no pensamento vigente da classe trabalhadora. Provavelmente, uma das obras fundamentais para transformar como Hobsbawm diz: o século XX na famosa “Era dos Extremos”.  Até hoje essa obra encontra respaldos dentro das universidades de todo mundo, incluindo em diversas universidades brasileiras (para não dizer todas).
            A obra, embora construída por meio de uma linguagem simples, carrega dentro de si um potencial gigantesco de convencimento. Cada linha, cada premissa, esta impregnada daqueles sentimentos tão exaltados pela revolução francesa: a liberdade, a fraternidade e, principalmente, a igualdade. E em razão disso, ela conseguiu se espalhar de maneira, bastante rápida, pela classe dos trabalhadores, durante o início do século XX. Acontece, também, que ainda hoje ela constitui o livro de bolso da grande maioria dos indivíduos que se intitulam marxistas.
            Não há dúvidas que “O Manifesto” é um livro base para entender e estudar o que Marx e Engels pensavam a respeito do decorrer da história. Certamente, também é um poderoso manual que descreve bem as vantagens que a revolução burguesa trouxe e também trás os problemas acarretados por esta. Todavia, o problema começa quando o livro passa a ser encarado sobre uma perspectiva dogmática e não científica. O que seria na visão de Weber apenas um tipo ideal, ganha dentro de universidades um caráter divino e intocável. Talvez, seja por temer esse exagero na maneira que alguns enxergavam a obra, que até mesmo o próprio Marx se diz não ser um marxista.
            Esses indivíduos obsessivos e crentes de terem encontrado uma suposta “verdade”, possuem discursos belíssimos a cerca das falácias do liberalismo, da manipulação das massas, do operário alienado, e de como a revolução acarretada pela união dos trabalhadores contra a burguesia será estupenda. Matam diversas aulas, por estarem ” lutando contra o sistema”, e quando o período de aula acaba voltam para suas casas onde passam o restante do dia, sentados em frente a um computador conectado com a página do “facebook”. Sitio este, que é usado com o intuito de compartilhar frases prontas sobre comunismo, combinar próximas festas e contar o quanto se embebedaram na ultima.
            Não percebem que são indivíduos divulgando teses já petrificadas pelo tempo, e já foram absorvidos pelo próprio sistema que criticam. Alias agir da forma como agem só facilita o giro do sistema capitalista. Pois, graças à alta capacidade de mutação do sistema capitalista, ao longo dos anos, ele foi sendo capaz de absorver partes dos outros modelos de sistema e mais promover uma valorização de tudo para produzir todo o tipo de mercadoria (inclusive camisas do "Che" Guevara). Nesse sentido fica evidente, a necessidade, de que se queremos combater o sistema capitalista é necessária à formulação de novas teses. Pois, as teses de Marx não previam as diversas transformações pelas quais passou o sistema capitalista.
            Em suma, é necessário perceber a importância do “Manifesto do Partido Comunista”, mas também é fundamental que os verdadeiros estudiosos de Marx e críticos do atual sistema, abram mão de ouvir os indivíduos que emperraram no tempo e que não contribuem para a formulação de novos estudos visando meios efetivos de combate a esse capitalismo selvagem.

Analises Capitalistas do manifesto comunista

O Manifesto Comunista foi entendido por muitos como um panfleto político, no entanto se apresenta de forma muito mais ampla dotado de um caráter de análise e crítica do capitalismo. Em seu principio trabalha com análises positivas do capitalismo, como o seu caráter revolucionário, ordenamento social e, mormente, o empreendedorismo capitalista.
No decorrer do Manifesto comunista se percebe com enfase a ideia enfadonha da universalidade da luta de classes, claramente apresentada pelo trecho "A historia de todas as sociedades que já existiram é a história da luta de classes".Assim, através dessa ideia proporciona a ideia de que só a luta de classes direciona mudanças, visto que na historia essa luta sempre culminou em uma conquista revolucionária. Como maior exemplo temos o da propria sociedade burguesa que para instituir o capitalismo foi necessario que rompesse com o ordenamento juridico feudal, pois um novo ordenamento so surge com a superação de outro, e dessa  maneira o capitalismo poderia ser superado. No entanto, podemos visualizar no Manifesto que a superação desse ordenamento feudal não levou a abolição de antagonismos das classes, de modo a passar por esse manifesto - e através das análises de modelos socialistas no texto- a ser preconizado por todos moldes socialistas como parte da solução para o conflito de classes.
O texto demonstra como parte dos fatores que levam a luta de classes em oprimidos e opressores, proletariado e burguesia, a partir de uma interpretação liberal que a ordem capitalista acabou com o vinculo de ordens materiais, acabando assim com o vinculo entre homem e trabalho, assim as relações passam a ser pautadas por relações de interesse. Dessa forma, o manifesto passa a caminhar para o lado "negativo"do capitalismo ressaltando que este tem a propriedade como principio, uma propriedade que não deve ser extinguida, mas adequada deixando de ser uma propriedade apenas pessoal e concentrada, ressalta também que o elemento jurídico essencial da existência capitalista é a existência do contrato, afinal rege todas as relações modernas. O Manifesto ressalta também a ideia de mercado mundial baseado nesse novo modo de produção que busca adquirir todas as mudanças necessárias ao seu tempo. Outrossim, demonstra que o capitalismo só prosperará com o mercado mundial e abertura de caminhos econômicos. Marx acredita que essa nova normatividade que surge desse modo de produção deve ser dissolvida pela classe trabalhadora. Porquanto, esse modo tem função global, assim levando a dominação da cultura e civilização, ou seja, ao surgimento da cultura de massas que conduz o mundo a massificação de gostos, opiniões, historias... "A burguesia cria um mudo a sua imagem e semelhança"tendo a racionalização como palavra universal.Passasse a inexistir empresas nacionais genuinamente, já que para existir tem que ser global.
Nesse contexto,o direito acaba por se modificar na sociedade capitalista moderna, principalmente o de cunho internacional que passa a ter a dinâmica do livre comercio.
O manifesto possibilita a percepção de Engels da emancipação da sociedade - principalmente no que se trata da analise das dificuldades da revolução alemã - onde a emancipação de uma classe é necessária a emancipação de toda a sociedade. Analisando as analises e criticas do texto, muitas erroneamente traduzem Marx e Engels como antimodernistas, mas estes apenas defendem a modernidade a todos.

                                  

Ensaio sobre a mudança


Muitas vezes, apesar da boa fé e até mesmo da lógica, as previsões a respeito do futuro não se concretizam.    No filme "Ensaio sobre a cegueira", baseado no livro de Saramago -cujo título é o mesmo- a população é acometida por um surto inexplicável de cegueira generalizada, que ao invés de dar fim ao egoísmo e a individualidade, as preservam de alguma forma. Na história, ainda existe margem para a instituição de poder e de violência, ainda existem mortes sem sentido e maldade, mesmo havendo uma característica significativa a qual ocasione a união entre as pessoas: a limitação drástica dos sentidos.

Em sua obra, "Manifesto Comunista", por outro lado, Marx e Engels dissertam sobre várias situações e imaginam o "por vir", o que o tempo traria para a sociedade. Em um momento especial do texto, discorre-se sobre como os meios de comunicação seriam responsáveis por unir o proletariado separado pela distância e assim dar força a luta contra a burguesia. Tal hipótese claramente não se realizou até os dias de hoje infelizmente, afinal, há o real aproveitamento da internet? Utilizam-se os aviões e os celulares em prol de um movimento dos trabalhadores? 

 É perceptível que o uso fruto dos benefícios da tecnologia é limitado pela conveniência dos grupos dominantes, sem contar que a classe trabalhadora talvez esteja mais conformada e inerte, assim como outros grupos os quais antes tinham mais atividade política e social, os estudantes, por exemplo. 

Resta a nós, desse modo, continuarmos sendo espectadores idealistas, que permanecem refletindo e desejando um ensaio próprio sobre a mudança, sobre as conquistas sociais no mundo contemporâneo, ora é justamente isto que alimentará a possibilidade de melhora na vida humana, afinal de contas "A cegueira também é isto, viver num mundo onde se tenha acabado a esperança."








      Marx e Engels, ao escreverem ‘’O Manifeto Comunista”, analisaram toda a história da sociedade para entender a conjuntura sociopolítica da época, concluindo que “a história da sociedade é a história da luta de classes.” Eles elogiam a burguesia por esta ser a responsável por uma gigantesca revolução, extinguindo todos os resquícios da sociedade feudal, e substituindo-os por novas relações de produção, que se refletem em todas as outras relações pessoais. Contudo, condenam essa classe, que tornou-se a dominante, por concentrarem em suas mãos os meios de produção e, assim, toda a produção e seus lucros, fazendo com que as outras camadas da sociedade ficassem à margem do sistema capitalista. Além disso, a burguesia, por meio do sistema capitalista, intensificou a diferença entre as camadas sociais.
      A burguesia foi quem possibilitou a globalização, tão discutida ainda nos dias atuais, por meio de seus empreendimentos que facilitaram a comunicação entre diferentes partes do globo, assim como o intercâmbio de produtos e matérias-primas entre regiões longínquas.
Marx e Engels discursaram também a respeito da tendência cada vez mais intensa e expansionista do capitalismo de dividir a sociedade em duas classes apenas: a burguesia e o proletariado, sendo esta a classe oprimida e, aquela, a classe opressora.
      Os autores discorrem a respeito da crise da burguesia, sendo que esta difundiu a liberdade econômica, e com ela a livre concorrência, o que ocasionou uma superprodução, impulsionada pelo desbravamento de novos mercados, mas que, pela ausência da imposição de limites, produziu demasiadamente. Engels e Marx, portanto, incitam a classe operária a se unir para revolucionar, afirmando que ela é capaz de uma revolução em proporções ainda maiores que a burguesa, pois teria a seu favor empreendimentos realizados pela própria burguesia, como as estradas de ferro e os meios de comunicação, que permitem uma interação entre os proletários de diversas regiões, fazendo com que as lutas locais tornem-se nacionais.

Animais de toda a fazenda, uni-vos!


  A partir do momento que os homens formaram e se inseriram em uma determinada comunidade ou grupo social amplo, inicia-se uma luta entre homens, que os dividem em classes sociais onde opressores e oprimidos enfrentam-se e se consomem.
  Com o passar das décadas o antigo meio de produção, após um rompimento com o então vigente sistema feudal, foi substituído por um sistema burguês que trazia novas classes e meios de opressão.
  A burguesia trouxe avanços inimagináveis até então; Mas se uma classe se sobressai de maneira exponencial, inversamente outra classe, a dos proletários, sofre devastações assombrosas em prol da mais-valia. Levando a sociedade à barbárie.
  O Capitalismo empregado pelos burgueses é cego à situação dos proletários e a acima de tudo é avarento, tal como o fazendeiro Jones, no livro e filme “A Revolução Dos Bichos” (1999), que é um fazendeiro que adora beber, cruel e que muito explora os animais de sua fazenda, que ao perceberem suas reais condições se organizam contra seu proprietário. Assim como no “O Manifesto Comunista” que em seu ultimo momento claramente reafirma: “Proletários de todo o mundo, uni-vos!”.
  Contudo, mesmo com alguns progressos e tendo a seu favor movimentos, declarações – a de Direitos Humanos, em especial – e leis, ainda existe de várias mineiras explorações, umas escondidas e são totalmente desumanas, acaba sendo intituladas trabalho escravo e forçado, mas também existe outra que é mais aceita, a do trabalho pago com um único salário mínimo que é, atualmente, quatro vezes menos que o necessário se viver. Comprova-se ao final que o pensamento capitalista burguês e mesquinho ainda encontra-se consolidado na atual conjuntura social.

LUÍS FILIPE R. RIBEIRO - NOTURNO

O indivíduo e o marxismo.


“Um espectro ronda a Europa: o espectro do comunismo”, assim Karl Marx e Frederich Engels iniciam o chamado “manifesto do partido comunista”, obra a qual tinha como objetivo discutir e expor os fundamentos do comunismo.
No século seguinte, o XX, durante a década de 10, ocorreu a chamada Revolução Russa, onde pela organização dos trabalhadores, o antigo regime, que possuía características semi feudais ruiu e assim teve inicio um governo socialista, que duraria até os anos 90.
Nos acalorados discursos dos líderes revolucionários, o socialismo era a libertação da classe trabalhadora, era uma forma para de fato existir a igualdade entre os homens, como várias vezes descrito o “paraíso na terra”. Mas o fortalecimento do estado, a criação de uma burocracia e do uso da violência, o sistema foi se mostrando incoerente na antiga União Soviética.
Nos primeiros anos do século XX, antes e depois da própria revolução, muitos foram os críticos das ideias marxistas, usando as mais diversas análises e áreas do conhecimento para a argumentação da ineficiência das ideias marxistas, segundo esses pensadores. A se destacar, era a posição de parte dos psicanalistas, área surgida com Sigmund Freud e que se fortalecia cada vez mais, onde afirmaram que era impossível planejar um sistema onde indivíduos eram considerados iguais por parte do Estado, porém, as teses psicanalíticas afirmavam que os seres humanos eram anti sociais, egoístas, e eram profundamente diferentes nas mais diversas análises. Portanto, não caberia ao Estado tentar garantir essa suposta igualdade.
Para ilustrar, posso fazer a retomada de um filme hollywoodiano chamado “circulo de fogo” que trata da decisiva batalha de Stalingrado durante a Segunda Guerra. Certa parte do filme, começa a desenrolar um triangulo amoroso entre um atirador de elite russo, uma tradutora e um oficial do exército vermelho. Ao ver este oficial russo que perderia sua amada para o atirador, diz que “não adianta existir um sistema, um estado que diga garantir a igualdade, pois a essência humana é a da desigualdade, a da diferença”. Lógico que não pode se caracterizar um sistema político com base em uma cena de filme, porém este dialogo representa um pouco dessa ideia mais psicanalítica de interpretar o marxismo.

Desmistificando o comunismo

     O manifesto comunista de Marx e Engels, publicado em 1848, aborda com minucia e de modo a desmistificar tabus e idéias errôneas o "fantasma do comunismo". Tal documento histórico foi utilizado nas décadas subsequentes para estudar a ideologia e consequentemente seu antagonista: o capitalismo. Expunha as idéias que a liga dos comunistas defendia e os incitava a lutar de maneira revolucionária contra o sistema opressor e explorador sob o qual estavam submetidos. 
     Em seu primeiro capítulo discorre sobre a luta de classes, relação responsável por todas as revoluções na qual um lado é explorado e outro explora, sobretudo no sistema capitalista onde essa relação torna-se acirrada e explicita. Qualifica a burguesia como classe revolucionária que liberta os homens dos grilhões políticos que os impediam de empreender, no entanto tal comentário não consiste em um elogio, apenas reitera a capacidade do sistema capitalista de revolucionar as estruturas de maneira nunca antes vista. Diz, ainda, que os abismos sociais criados evidenciavam ainda mais a necessidade da existência do pobre para a sobrevivência do rico. 
    O segundo capítulo é marcado pela defesa da ideologia comunista contra as abjeções lançadas à seu respeito. Tem o intuito de mostrar que o partido comunista não é um partido proletário, mas em defesa do proletariado contra a pseudo-ideia de liberdade e individualidade pregadas pela burguesia, que na verdade são apenas manipuladas em virtude de seus próprios interesses. Enumera o procedimento necessário para a instauração do comunismo, e nesse ponto recebe suas maiores críticas. Os exemplos de procedimento são: trabalho obrigatório, confisco, expropriação de terras e abolição do direto à herança. Críticos alegam que as medidas são autoritárias e abusivas, e se sobrepõe à ideologia. 
    O último capítulo é reservado para a critica irônica, por parte de Marx e Engels, ao próprio socialismo e suas ramificações que pregam idéias que vão de encontro à filosofia original. 
    Por fim, pode-se dizer que nem socialismo e nem capitalismo podem ser considerados sistemas perfeitos, ambos possuem suas contradições e nebulosidades, sendo preciso serem pensados e estudados. 




Liquidez social


Em “O Manifesto Comunista”, Marx e Engels, apresentam uma análise da recém surgida sociedade industrial do século XIX, a qual sofria as transformações do sistema capitalista, propondo o rompimento da classe trabalhadora com a burguesia, surgida através das ruínas feudais.
Através de sua “bandeira”, a classe burguesa almejava o rompimento dos grilhões da forma de produção feudal e a expansão do capitalismo pelo globo, a fim de atingir um comércio sem limites jurídicos. Com isso, os mercados continuaram a crescer e a manufatura não se mostrava suficiente para suprir a demanda, era preciso que houvesse a substituição pelo vapor das máquinas. Forçavam as sociedades a adotarem o novo modo, a se tornarem sociedades de comércio, criavam um mundo à sua imagem e semelhança.
Desse modo, os donos dos meios de produção, revolucionaram os seus instrumentos e as relações de produção, atingindo, inevitavelmente, as relações da sociedade. “Tudo que é sólido derrete-se no ar” (p. 12), as relações humanas tornaram-se líquidas. Baseadas pelo interesse capitalista de agregar consumidores, passamos a nos relacionar por interesse, buscando sempre ganhar algo. Bauman, em “Modernidade Líquida”, apresenta, através da metáfora da liquefação, as consequências trazidas pelas transformações sociais para as relações humanas. O sociólogo mostra que o estado líquido é capaz de moldar-se às diversas estruturas, portanto, o indivíduo teria capacidade para absorver a nova mudança e se adequar a ela.
Logo, o proletariado seria capaz de sobreviver às mudanças oferecidas pelo capitalismo, entretanto, para Marx, a classe trabalhadora deveria romper os laços de exploração, era preciso uma Revolução do Proletariado, para que a sociedade se mantivesse de uma forma justa. Em contrapartida, o alemão coloca que para que uma classe seja libertadora, é necessário que outra classe se revele como opressora.
Conclui-se que o sonho de Marx e Engels apresenta-se utópico, pois se é preciso uma classe opressora, esta encontra apoio no sistema capitalista e na sociedade do consumo, a qual vem apresentando crescimento. Portanto, continuaremos líquidos, capitalistas e proletariados, até que um novo sistema surja e transforme, mais uma vez, as relações econômicas e sociais. 

O Marx Burguês

                        Dentre as várias confusões, preconceitos e malentendidos a partir do estudo das idéias de pensadores, grande parte ocorre com Karl Marx. Há quem o veja desmistificando o fantasma do comunismo e não consiga enxergar o quanto este é especialista na descrição da burguesia, nem sempre tão criticada pelo autor.
                       Uma das primeiras visões importantes de se destacar é o fato de a burguesia ter um grande caráter revolucionário, algo que pouco é observado por ela ser o grande, e talvez invencível, grupo da situação. Porém, esta chegou ao poder de alguma forma, obviamente, e, de fato, de forma magistral.
                      Além de toda essa força revolucioniária para chegar à situação, foi e é este potencial de mudança constante que a manteve por todo esse tempo, e ainda a mantém nos dias de hoje, no poder. Não só nas formas de produção e socialização, essa revolução constante ocorre no principal fator resultante: a mercadoria. Várias inovações são criadas diariamente no Vale do Silício e direcionadas para a venda em todo o mundo. No iphone já se tem o de número 5, o ipad 3, as diversas inovações de windows; evoluções que acabam impondo uma troca anual de celular por exemplo, com uma desvalorização muito rápida, ja que tal aparelho se torna ultrapassado em questão de dias. O mesmo ocorre com carros.
                     Outro fator que alguns nunca ter sido defendido por Marx é a opinião de que a burguesia foi e é capaz de construir as maiores maravilhas do mundo, as quais são capazes de separar imensas construções anteriores como os aquedutos romanos e a muralha chinesa.
                     Contudo, isso não muda o fato de toda a desigualdade social presente no mundo, e a idéia marxista de que a sociedade burguesa aprofundou a luta de classes.
                    Portanto, se o mundo burguês fosse somente criado por burgueses, e não também vivido somente por eles, algo muito valioso haveria de ter sido realizado, em um processo de evolução mais rápido, e ja estariamos talvez no planeta Terra 4s.  


       Murilo Thomas Aires

A questão entre o esforço e a igualdade


                Nos dias de hoje, devido ao grande numero de propagandas e incentivo da mídia, nota-se que as classes mais baixas da sociedade consomem muito. Essa ideologia e vontade de consumo para se chegar a felicidade é fruto da globalização e pelo consumismo causadas pelo capitalismo. Na obra ‘’O Manifesto Comunista’’ de Karl Marx e Friedrich Engels, os autores tratam justamente desses fatos, porém deve-se ressaltar o contexto em que ela está inserida, uma vez que as ideias deles surgiram por volta do século XIX e ainda podem ser aplicadas na atualidade.

                Na obra, os autores pregam que com o avanço da burguesia devido ao sucesso do capitalismo e a substituição do feudalismo por este foi uma revolução importante para a sociedade, porem não foi feita para dividir as riquezas entre a população, e sim concentra-la em um grupo diferente mas também concentrado do povo. Estes burgueses, por sua vez, começam a explorar de maneira abusiva a classe trabalhadora, a ponto de que esta, indignada com a situação em que se encontra, gera uma r     evolução proletária para melhor distribuir as riquezas para aqueles que na visão dos autores realmente as mereciam.

                Porem tal revolução não aconteceu até os dias atuais, e o cenário como já foi citado anteriormente, se mantem parecido, apesar do tempo que se passou. A classe trabalhadora ainda é explorada, e estimulada a consumir todos os produtos que o capitalismo vomita no povo em busca de lucro. A luta de classes esperada e pregada pelos autores ainda é esperança de muitos para que se melhore as condições dos trabalhadores, mas o capitalismo continua a se adaptar a sociedade para continuar vivo.

                Ao se analisar tudo o que foi apresentado, imagina-se que o capitalismo é horrível e opressor dos mais fracos, porem ele é a forma mais humana existente de sistema economico, pois o comunismo e o socialismo não permitem a ascenção, a vitoria, o reconhecimento. Eles permitem a igualdade, que é oque os autores pregam.

                O real fato é, se o ser humano realmente quer ser igual, se ele quer deixar de lado a chance de ser especial, de ter reconhecimento diferenciado para ser uma simples pessoa como todas as outras. A competição é o maior estimulante para a vida, sem ela não evoluíriamos nunca, e não chegariamos a lugar algum. A midia pode realmente impor a vontade da burguesia e o espirito consumista, mas aqui apresento um fato contrário ao dos autores, até que ponto, tal estimulo ao consumo e a se superar fazem mal a sociedade. E é melhor esperar uma luta de classes para cair na mesmice, ou se superar e se tornar vitorioso com as próprias mãos?

Ferramentas burgesas para o proletário


É fácil ver a atualidade da obra de Marx e Engels em cada situação nova que surge no nosso mundo globalizado do século XXI, desde as revoltas na primavera árabe até as crises nos países europeus como a Grécia, por exemplo, sendo que no segundo caso está estampado como a retirada de privilégios não mais do que essenciais de uma população e o abandono de políticas públicas em favor de um fortalecimento da economia pode ser doloroso para um governo e seu povo.
                Para os dois sociólogos, a globalização, mesmo que não enxergada tão claramente em todas as suas inúmeras parcelas, viria com o crescimento da classe burguesa detentora dos meios de produção e ao contrário do desejado pelos mesmos, tal novo período da história mundial seria restrito à aqueles que possuíssem a economia em suas mãos, já que a parte humana seria deixada cada vez mais de lado dando início mais uma vez a uma luta de classes: a menos favorecida em busca de sua parcela do “novo mundo” e a mais favorecida tentando manter sua própria parcela e quem sabe não adquirindo mais algumas.
                Para Marx e Engels a luta de classes seria o motor para o fim do capitalismo, a vontade do proletariado em erguer seus instrumentos de trabalho e se unir em busca de algo melhor traria fim ao capitalismo e se iniciaria outra era, mas não é bem assim que revoluções acontecem atualmente. Se os dois pensadores acertaram em muitas coisas sobre os novos regimes de governo e formas de regimento econômico atuais, erraram, ou não imaginaram o tamanho que poderia chegar o poder do capitalismo e sua influência sobre a população. Tamanho é este poder que as lutas sociais e revoluções do proletário apenas derrubam governantes e mantém a mesma ordem de governo, a mesma sociedade do mérito e do acumulo de capital, transformando a socialismo científico de Marx e Engels em utopia.
                Mas é através do uma das criações do capitalismo, a internet por exemplo, que movimentos em favor de uma maior distribuição daquilo que foi adquirido com a revolução industrial e globalização surgem, nos mostrando que assim como o capitalismo se utiliza de meios para se fortalecer ao utilizar o socialismo, esta idéia mais humanitária também pode começar a usar de ferramentas criadas pelo próprio regime vigente atualmente.

O ideal, a militância e a chatisse

Dentro da universidade, cada aluno possui uma ideia perfeita para mudar o mundo e solucionar todos os seus problemas. E grande parte dessas ideias deriva de uma outra: o comunismo.

Em 1848, Karl Marx e Friedrich Engels publicaram "O Manifesto Comunista", um dos mais importantes tratados políticos já escritos, que versa sobre a luta de classes, a opressão do proletariado pela burguesia durante a história.

Muitos universitários adotam "O Manifesto Comunista" como um livro sagrado que deve ser seguido com uma fé cega, pois só o comunismo é capaz de vencer demônio capitalista e livrar o mundo de todo mal. O sonho de uma sociedade igualitária é fantástico, porém, como a história mostra, não é através do comunismo que ele se concretiza. 

É difícil dar credibilidade à um jovem militante desta causa, quando este critica a truculência da Polícia Militar, mas dá total apoio ao regime cubano; quando usa um iPad para disseminar seus ideais na internet;  quando é contra o imperialismo capitalista estadunidense mas almoça um delicioso Big Mac, enfim, as contradições desses jovens acabaram por desmoralizá-los, a ponto de não serem ouvidos por quase ninguém e terem virado motivo de chacota dentro da comunidade universitária.

Marx Chaplin


Em 1848, o Manifesto Comunista, criado por uma das duplas de teóricos mais famosa da história: Marx e Engels, foi publicado e posteriormente suas ideias foram espalhadas com facilidade para a maior parte do globo. Nesse importante documento político fixado na porta de diversas fábricas da Europa, fica claro o objetivo de incitar e também conscientizar o proletariado a lutar contra o opressor e explorador sistema capitalista para, assim, ascender ao poder e garantir seus interesses. Tal troca de posições hierárquicas no poder faz parte de um dos raciocínios marxistas mais notáveis: o materialismo histórico. De acordo com essa ideia, a evolução histórica de toda humanidade se fez através da luta de classes decorrentes da “exploração do homem pelo homem”. Desse modo, notando a intensa exploração do proletário pela burguesia e visando dar um impulso nessa suposta evolução histórica, percebe-se de onde Marx retirou a ideia de provocar o proletariado para a Revolução.

É possível traçar um paralelo entre o Manifesto Comunista e o filme “Tempos Modernos” de Charles Chaplin. Em ambos vemos uma crítica ao sistema capitalista e a essa “exploração do homem pelo homem” citada por Marx. No filme, Chaplin passa-nos perfeitamente as condições de trabalho sofrida pelos proletários, os quais ficavam parados em frente a esteiras num apertar de parafusos constante e desumano, sem tempo para descanso nem nos finais de semana. Além disso, revela, através da cena em que Chaplin é preso por conta de participar involuntariamente de um protesto, o Direito, com mais destaque para a área penal, como um dos aparatos burgueses para a manutenção desse sistema opressor e explorador. 

Uma ferramenta da burguesia: Democracia

Desde a época da saída das primeiras embarcações ibéricas em busca de matéria prima, especiarias e novos mercados consumidores até os dias de hoje uma classe ascendeu bruscamente, esta é a burguesia.
A globalização representa nada mais do que a internacionalização dos interesses dessa classe. O capital se dissemina através da globalização. Todas as sociedades estão se aburguesando através da democratização das organizações jurídicas.  
A democracia segundo Marx e Engels seria o momento em que o proletariado atingisse o poder se tornando a classe dominante. Atualmente, a burguesia considera a democracia como sendo um regime de governo a ser estabelecido em todas as sociedades.
Contudo, a democracia é uma ferramenta da burguesia. Temos vários exemplos atuais que podem ilustrar esse pensamento. Por exemplo, a invasão do Iraque pelos americanos com a finalidade de derrubar o regime autocrático de Saddan Russein. Ou então, o apoio às tropas insurgentes da Líbia para a derrubada do seu ditador Muamar Kadafi. Se esse dois países não fossem dois grandes produtores de petróleo talvez a democracia nunca tivesse chegado. Assim como ainda não chegou ao Sudão, país onde os relatórios da ONU apontam genocídio já no ano de 2003.
Matheus da Silva Mayor

"Sua luta contra a burguesia começa com sua própria existência"








O Manifesto Comunista é uma obra de Karl Marx e Friedrich Engels que visa estudar a então situação econômica e social do século XIX. É um discurso inflamado que introduz as revolucionárias ideias do comunismo e denuncia o vigente sistema capitalista. As opiniões expressas durante a obra chamam a atenção por permanecerem ainda atuais, mesmo no século XXI.
O principal objetivo da obra é incitar os trabalhadores de todo o mundo, explorados e descontentes, a se unirem e, assim, constituírem uma grande e invencível força que agiria contra a ordem capitalista. Tal afirmação encontra sua máxima na célebre expressão “Proletários de todo o mundo, uni-vos!”, que se tornou um dos mais famosos gritos de protesto do socialismo.
A obra trata de assuntos atuais como a obtenção de lucros como principal meta do sistema capitalista e da exploração da mão de obra proletária para a obtenção deste. Marx entende que toda a história humana é impulsionada pela luta entre a classe operária e a classe burguesa, a explorada e a exploradora, respectivamente, demonstrando como o sistema capitalista aumenta ainda mais essa rivalidade, além de agravar a diferença social entre tais classes, aumentando a pobreza e diminuindo as já precárias condições de vida dos que trabalham para atribuir uma maior riqueza aos que exploram.