Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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segunda-feira, 13 de agosto de 2012
O capitalismo
Todos sabem que o capitalismo é um sistema sócio-econômico que revolucionou o mundo e a forma de pensar, de se relacionar e produzir. Entretanto, a simples designação como um modo de produção que visa o lucro, o mais-valia, e que preza pela liberdade econômica não expressa o real valor do capitalismo.
O capitalismo é, na verdade, uma máquina. Uma máquina capaz de derrubar preceitos e práticas feudais que perduraram durante cerca de mil anos durante a Idade Média. Uma máquina capaz de arrancar elogios de seus dois maiores opositores, Marx e Engels. Uma máquina que maquia a exploração oriunda do seu advento e forma, assim, milhões de explorados. Uma máquina que lucra e rende até com a imagem de figuras revolucionárias e contrárias a tal sistema, como Che Guevara. Uma máquina que aproxima distâncias enormes através de uma de suas características, a globalização. Uma máquina que utiliza o ordenamento jurídico a seu favor.
Enfim, uma máquina que, assim como as outras, precisa de supervisão, mas que revoluciona a vida ao seu redor. É função dos países que ainda não o adotaram, portanto, revisar os seus conceitos e quem sabe fazer como a antiga União Soviética e tantos outros Estados ex-socialistas que abriram as portas ao mundo e ao sistema compressor chamado capitalismo.
José Eduardo Garcia Tavares - 1º Ano - Diurno
Capital e Religião
Após as Revoluções Industriais dos séculos
XVIII e XIX pudemos observar grandes modificações nas formas de produção. Modificações
estas que não interferem apenas no âmbito da economia, mas também se relacionam
com a política, influenciam as relações sociais e o modo de agir e pensar da
sociedade como um todo. Através dos meios de comunicação, foi possível a
difusão dos preceitos burgueses, assim como a dispersão de seus produtos por todo
o globo. Os valores burgueses foram agregados na sociedade contemporânea de
forma natural, muitas vezes inconsciente.
Ao analisarmos a influencia do pensamento burguês
na sociedade atual, nos deparamos com resultados absurdos. Refiro-me, por
exemplo, à grande influencia que o capital exerce sobre as crenças e religiões.
Muitas igrejas, e/ou alguns de seus representantes, utilizam-se de meios
irregulares para a obtenção de capital. É comum nos depararmos com cultos que
pregam o capital como forma de obtenção de perdão, benção e prosperidade,
transformando a bíblia e a fé em instrumentos de extorsão. Além disso,
frequentemente “religiosos” dessas instituições são relacionados a crimes de estelionato,
desvio e lavagem de dinheiro.
Entretanto, o mais alarmante é o fato de que
tais preceitos se expandem cada vez mais. Principalmente em meio àqueles com
dificuldades econômicas, que almejam obter melhores condições. O pensamento
burguês está tão difundido e consolidado na sociedade atual que a oferta de
grandes quantias de dinheiro em troca de bênçãos divinas se dá de forma
natural, passando despercebida por muitos. O capital adquiriu maior influência
para a obtenção da “simpatia divina” do que a solidariedade, honestidade e as
boas ações. Para ilustrar a ideia, indico o filme “O enviado” (Sympathy for Delicious),
de 2010, que é uma obra fictícia que gira em torno de um indivíduo que descobre ter
o poder de curar enfermidades em outras pessoas, mas não em si mesmo. Além de
outros aspectos reflexivos envolvidos na trama, é interessante notar o conceito da
religião. Assim que descoberto por um religioso, o poder do sujeito passa a ser utilizado
como forma de obter vantagens econômicas em troca da cura, à qual se dá um
caráter divino, mesclando fé e esperança com interesse e hipocrisia. O longa-metragem conta com a participação e direção de Mark Ruffalo, atuação de Christopher Thornton, Juliette Lewis, Laura Linney e Orlando Bloom.
*Segue o link do Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=7lxn36XmA9w
Carro, Casa, Churrasco
e Futebol: os desejos do povo
O Manifesto Comunista anunciou ao
mundo a luta história das massas pela destruição da burguesia e por melhores condições
de trabalho e de vida. Marx clamou pela união instransponível de trabalhadores,
superando ideias de nação, família e religião. Identificou com maestria o papel
histórico e pendular da burguesia como força revolucionária. No entanto, Marx
falhou em seu entendimento burguês sobre o homem comum, o homem proletário. Fracassou
em desvendar os verdadeiros anseios da massa trabalhadora, assim como o
comunismo sucumbiu aos anseios materiais do trabalhador anônimo.
E a derrocada comunista inicia-se
juntamente com o fortalecimento dos movimentos socialistas. Paralelamente a
criação dos partidos consumistas e socialistas por toda a Europa, no século
XXIX e começo do século XX, dá-se o início de uma série de concessões burguesas
às massas trabalhadoras com o intuito de fragilizar e apaziguar os ânimos
revolucionários dos proletários.O sufrágio foi então, estendido aos
trabalhadores, e percebeu-se a necessidade do Estado em assistir às massas na
educação, na saúde, na moradia, no emprego.Criou-se, na Inglaterra, o conceito
do welfare state seguindo a máxima do
partido trabalhista inglês: “from the craddle to the grave”.O poder estatal,
portanto, passou a cuidar diretamente da vida de cada cidadão, estabelecendo
padrões mínimos de existência no sentido de diluir antagonismos sociais
presentes na sociedade do pós Revolução Industrial.Se no Brasil as concessões trabalhistas
e sociais, sobretudo durante a Era Vargas, foram limitadas, o chamado
peleguismo incumbiu-se de cooptar líderes sindicais e trabalhistas para à
esfera governamental, enfraquecendo partidos e instituições das mais variadas
tendências esquerdistas.O peleguismo, assim como o welfare state, demonstraram
que o trabalhador, na verdade, deseja melhoria social e individual, não
transformação política e econômica.
Marx erra ainda ao não prever a
alienação trabalhadora prevista posteriormente no trabalho de George Orwell. Para
que os proletários de todo o mundo se unissem e assumissem um papel ativo na
destruição da burguesia e da propriedade privada, eles teriam que ter consciência
de classe. Deveriam ter maturidade intelectual para debater os rumos e o
projeto político da massa trabalhadora mundial. Contudo, a educação acadêmica,
humanista, reflexiva e cívica foi proibida às massas. Enquanto a educação
pública era estendida em termos quantitativos, pouco era feito em aspectos qualitativos.
A educação fragmentada ganhava força por toda a Europa, com a divisão precoce
de alunos do primário e do ensino médio em currículos técnicos, especializantes
e acadêmicos. Esse processo que se inicia na Europa, expande-se pelo mundo, com
o neoimperialismo inglês, francês e holandês do século XIX. A classe
trabalhadora, então, embora começasse a frequentar os bancos da escola, não
tinha condições de planejar teoricamente o seu futuro.
Se a educação não conseguiu dar
aos trabalhadores o necessário para que eles identificassem o que queriam, o socialismo
do século XX lhes mostrou o que não queriam. Não queriam igualdade em condições
de miséria, não queriam falta de liberdade política, não queriam proibição da
livre circulação de pessoas, não queriam abdicar de toda e qualquer aspiração
individual em nome do Estado e na noção de coletivo. E por isso, que o
socialismo fracassou. Fracassou porque o homem é individualista, é ambicioso, é
insaciável; porque o desejo de melhorar é incessante. No fundo, o desejo de
igualdade plena e absoluta é um ideal utópico e burguês, porque o sonho do
pobre não é nada mais do que ter uma casa própria, um carro, uma família, um
churrasco de domingo e paz de espírito.
Sedução Capitalista
Na análise de tudo o que nos cerca, é curioso observar que vários elementos presentes no cenário em que se situa um estudante universitário, um professor, um sapateiro ou até mesmo um rico empresário, existem elementos advindos da burguesia. Mesmo que subjetivamente, as pessoas são cercadas por mercadorias, tecnologias e inovações criadas por algum burguês.
Observando o transcorrer da história, muito do que se considera hoje elemento de uma cultura civilizada foi proporcionado pela burguesia. É facilmente encontrado no Manifesto Comunista detalhes dos progressos que a humanidade atingiu uma vez que deve-se a burguesia feitos maiores do que, até mesmo, a construção das pirâmides egípcias.
No que diz respeito aos efeitos da dominação burguesa no mundo, Marx e Engels são claros em afirmar que o mundo maravilhoso e super desenvolvido só é apreciado por uma parcela da população. É muito fácil observar que a pobreza advinda da desigualdade social assola milhões no mundo. O desejo de Marx e Engels seria que a realidade burguesa de prosperidade fosse vivida por todos. E a atualidade do Manifesto comunista é tão grande que o mundo estaria, hoje, mais preparado para a implantação de uma outra sociedade, do que na época que foi escrito.
Antes considerar mudanças reacionárias para derrubar o regime burguês, é importante lembrar o quão reacionária é a própria burguesia. O capitalismo tem a versatilidade de englobar movimentos de crítica social e transforma-los em mercadoria. Isso é facilmente constatado uma vez que em diferentes lojas são encontradas camisetas de diferentes estilos com fotos de Chê Guevara. Rappers que antes criticavam a sociedade, hoje ganham fortunas com seus hits.
Há uma indústria cultural que auxilia na dominação capitalista. Mesmo havendo efeitos desastrosos em alguns campos como a desigualdade, o capitalismo é muito sedutor e dá a probabilidade de ascensão social. Os mesmos valores que estão presentes no burguês, estão embutidos no cidadão de baixa renda.
Outro aspecto a ser citado é o papel do Direito na sociedade capitalista. Para Marx e Engels ele é uma expressão da dominação burguesa. Existe algo no sentido da manutenção da ordem vigente pois o Direito protege a propriedade por exemplo, mas ao mesmo tempo há uma dialética acontecendo em diferentes tribunais. Ações contra o Estado para obtenção de benefícios à pessoas de baixa renda já se multiplicam no Brasil.
Bem ou mal a cartilha seguida hoje é burguesa. Para que algo seja feito, deve-se achar uma solução que consiga driblar os mecanismos capitalistas de manutenção da ordem vigente. Solução que até hoje não foi encontrada.
Presas do Endividamento
A Crise de 1929 devido à “epidemia da superprodução” desestabiliza
a burguesia e torna necessário que essa tome providências para não sucumbir. As
medidas efetuadas foram a destruição da massa de forças produtivas, a conquista
de novos mercados e a busca por uma exploração mais completa dos antigos, ou
seja, abrir caminho para crises mais extensas e profundas.
Seu rápido aperfeiçoamento dos instrumentos de produção e
dos meios de comunicação, outra metodologia para não sucumbir, arrasta as
nações para a “civilização”, compelindo-as a adotar o modo de produção burguês,
sob pena de extinção; criando, assim, um mundo a sua imagem.
Uma vez que essas modernizações demandam dinheiro, países,
empresas e a população comum têm se endividado para acompanhar. Realiza-se um
complô generalizado; as empresas se modernizam e precisam de mais consumidores,
por sua vez, os políticos, que precisam dos recursos do setor privado para
permanecerem no poder incentivam o consumo dos cidadãos, financiando seu
endividamento, muitas vezes com o dinheiro do próprio Estado.
Essa luta que a burguesia trava pela sua sobrevivência, Marx
e Engels dizem que prepararia para o proletariado para a insurreição e
transformação da sociedade, entretanto, o que vemos é uma população cada vez
mais dependente, endividada, ou seja, cada vez mais presa no sistema
capitalista.
Eternos Antagonismos
Marx e Engels publicaram o manifesto comunista pela primeira vez em 21 de Fevereiro de 1848, e diziam
em seu texto que em toda historia da humanidade sempre houve a luta de classes
entre oprimidos, os quais são subjudagos a condições desumanas de trabalho, e
opressores, detentores do poder econômico, na maior parte da historia. Todavia,
tais lutas de classes, as quais eram causadas por interesses divergentes, foram
intensificadas com o modo de produção capitalista e pela sociedade burguesa.
Desta maneira, o manifesto comunista, escrito no auge das
lutas sociais, pretendia expandir a mente da classe ploretaria e dessa forma
propor uma revolução da massa explorada. Tal discurso atraiu muitos
trabalhadores com seu ideal de igualdade e fim da opressão. Marx e Engels pretendiam
distribuir melhor as riquezas para que o acesso as inovações fosse facilitado. Todavia,
julgavam que alguns aspectos do capitalismo deveriam permanecer como a
capacidade de se transformar conforme a convivência e a buscas de integração
geral, por isso diz-se que havia uma previsão do mundo desenvolvido de forma globalizada.
Em contrapartida ao socialismo pregado pelo manifesto comunista, o capitalismo
e a sociedade burguesa propunham uma suposta liberdade, com o direito de ir e
vir e a defesa da propriedade, a qual atraia mesmo os que não a detinha. Livre
negociação, isenção da participação do Estado nas relações. Com isso criou-se um antagonismo burguesia X proletariado, a qual, posteriormente passou a representar Oriente X Ocidente.
Marina Precinotto da Cruz, Primeiro Ano, Direito Diurno.
Triunfo capitalista
O Manifesto
Comunista escrito por Karl Marx e Friedrich Engels, datado de 1848 ainda
aparece atual em muitos aspectos. Principalmente quando se trata da exploração
existente entre a burguesia – classe dominante – e o proletariado – classe oprimida.
O livro apesar de inicialmente fazer um elogio a Revolução Burguesa e a todos
os avanços alcançados por meio dela, destacando o quanto essa classe é radical,
haja vista a grande ruptura feudal alcançada por meio dos feitos burgueses, defende
mesmo é uma luta armada entre o proletariado e a burguesia, ou seja, a
Revolução do Proletariado a fim de acabar com o domínio de classes.
A
reflexão diante disso é que apesar das ideias socialistas terem se espalhado para
o mundo tudo e terem conseguido adeptos, seja na URSS ou em Cuba, a Revolução
do Proletariado de fato nunca ocorreu. Ao contrário, o que se vê nos últimos
anos é como o capitalismo faz questão de incluir todos nesse meio de consumo. O
sistema atual quer satisfazer até aqueles que são contra as suas ideologias,
deixando espaço para que protestem e vendem camisas, CDs entre outros objetos a
favor do esquerdismo. Os mais explorados se sentem satisfeitos e felizes quando
conseguem comprar uma bela roupa ou uma celular super moderno.
O
que parecia inevitável ao destino do mundo: a Revolução do Proletariado e o fim
do capitalismo, tornou-se apenas uma utopia para alguns. A imagem propagada de
socialistas e comunistas foi totalmente distorcida no século passado, eles eram
pintados como vilões, maus, pessoas que comiam criancinhas. O capitalismo, por sua
vez, fez se remoldar a fim de conseguir atingir o maior número de adeptos
possível. Resultado: o mundo atual.
A Atualidade diante do Capitalismo Mutante
O manifesto comunista, escrito
por Marx e Engels, não é apenas um panfleto político. É, na verdade, uma
análise mais profunda do sistema capitalista – afinal, apenas podemos expressar
opiniões, convergentes ou não, daquilo que temos certa propriedade, certo
conhecimento, não é mesmo?! - que põe no papel o contexto de uma condição
social provocada pela exacerbada exploração, por uma classe mais alta, de outra
inferior. A partir daí, tentam mostrar um segundo caminho, mais humano do que
este que se apresentava associado ao Capitalismo.
O Socialismo, nome do
antagonismo ao Capitalismo, evoluiu de um Socialismo Utópico ao chamado
Socialismo Científico. Pregava-se a igualdade, que só seria possível, como em
todas as rupturas de outras épocas, após uma revolução, no caso, liderada pelos
operários contra a burguesia – a chamada luta de classes, o motor da história.
Na prática, diz-se que o Socialismo figurou no mundo até o início dos Anos 90,
época da queda do Muro de Berlim e fim da chamada Guerra Fria, com suposto
triunfo do Capitalismo. “Diz-se” porque, na verdade, muitos consideram que o
Socialismo não existiu, pelo menos não na essência do pensamento inicial de
Marx e Engels. E, pelo mesmo motivo, há a discussão sobre se o triunfo
Capitalista seria verdadeiro.
Assim, o Capitalismo de fato
venceu? Podemos dizer que não exatamente, quando consideramos a precária situação
em que se encontram pessoas de várias partes do mundo, que não têm suas
necessidades básicas supridas e chegam inclusive a passar fome. Por outro lado,
o Socialismo como conhecemos na prática se mostrou incapaz de se manter tanto
como uma oposição ao Capitalismo quanto um Sistema em si. Foi nesse mesmo
Sistema que o homem se mostrou extremamente ganancioso – ainda havia alguma
dúvida disso?!- e impossibilitado de chegar à igualdade, tanto pelo fato de o
homem ser competitivo quanto pelo fato de, extinta a desigualdade econômica,
outras já existentes ganham evidência.
Fato é que a burguesia –
colocada por Marx e Engels como revolucionária – criou um sistema extremamente
adaptável. Assim, podemos perceber que o próprio Socialismo ruiu diante de um
Capitalismo que, na verdade, se utilizou de algumas de suas características
para aprimorar-se – pelo menos superficialmente. As políticas públicas e
mudanças de lei, que oferecem uma ideia de segurança, podem ser consideradas
exemplos de adaptações do Capitalismo. Além disso, o operário não se vê mais
como uma classe oposta à burguesia, e sim como uma classe aspirante a essa
mesma posição. O que antes poderia ser um conflito se transformou em modelo de
vida para todos, o que, de certa forma, impossibilita a ocorrência de maiores
mudanças.
Enfim, podemos facilmente perceber que o
“Manifesto Comunista” ainda pode ser considerado contemporâneo, não só porque
retrata uma realidade social que se assemelha à atual, mas também por já trazer
a ideia de fatores importantes, mesmo de uma forma diferenciada - condizente
com a realidade e tecnologias da época - na economia e política moderna, como a
própria globalização. E indo mais além, se considerarmos as recentes crises
econômicas mundiais, podemos vislumbrar um alarme para mostrar ou a necessidade
de nova fase, nesse Capitalismo tão “mutante” ou, de fato, seguirmos com um
sistema inovador que solucione as falhas capitalistas.
Em o “Manifesto Comunista”,
Marx e Engels mostram como entendem e compreendem a sociedade moderna,
afirmando que o conflito entre duas classes sempre resulta em uma determinada
forma de dominação, apontando os principais problemas que o ordenamento
proporciona, e conceituando a sociedade capitalista como a sociedade do
conflito.
Este conceito não tem caráter
exclusivo, já que para eles toda a história é movida pelo conflito e pela luta
de classes, que sempre que termina gera uma transformação revolucionária, ou
acaba com as classes conflitantes.
Nesse parâmetro, o Direito é
expresso como forma de dominação de uma classe pela outra, forjando-se ele.
Por exemplo, tomando por
base a sociedade capitalista, pode-se dizer que para que ela existisse teve que
acabar as formas jurídicas do feudalismo, que atrapalhavam a transformação.
Basicamente pode-se dizer que de um modo de produção para outro, novas formas
de dominação surgiram, e assim novas formas de ordenamento jurídico para
expressa-las.
Como citado no “Manifesto
Comunista”, a livre concorrência, junto com uma constituição social e política
adaptada a ela e sobre o controle econômico e político da classe burguesa, substituíram
as relações de propriedades feudais.
O Capitalismo então oferecia
democracia, e também os valores que a classe oprimida queria, para assim reivindicar
a sua tutela, buscando se adaptar as condições necessárias para que não seja
mais um modo de produção a ser substituído.
Como exemplo da segurança
jurídica criada no capitalismo em suas relações modernas, basta-se citar o
chamado contrato, que se mantém no tempo e é utilizado como forma de dominação.
Porém, mesmo um indivíduo trabalhador tem a segurança jurídica do contrato,
para garantir a propriedade privado, assim os meios do contrato se
naturalizaram. Essa ampliação da tutela jurídica para grupo que eram excluídos
acontecia pelo fato de que quanto mais pessoas fazem uso deste, mais delas
vivenciam a civilização do capital. Logo podemos notar atualmente, que qualquer
pessoa que tem um artigo tecnológico moderno, defende o seu direito de tê-lo,
porque isto já se tornou um fato normal.
Vale ressaltar que Marx e
Engels quando propões a dissolução da dominação burguesa, não é para
estabelecer um mundo de miséria. Mas sim pelo fato de pensarem que o
Direito e o contrato são estabelecidos para que as ações burguesas sejam aceitas,
tornando-se uma forma de opressão e dominação, a partir do fato disto se tonar
algo natural. Essa naturalização pode ser exemplificada pelo fato de a
propriedade privada ser defendida pelo dominador e pelo dominado.
Assim, apesar das novas
formas de opressão e dominação, e a naturalização destas, os antagonismos das lutas de classe permaneceram.
Explorar ou ser Explorado?
Como uma classe social consegue ser tão convincente, poderosa, articuladora, a ponto de criar um mundo à sua imagem, adquirindo os valores que ela considera correto, com o mercado como base de todas as outras relações humanas. O dinheiro, a moeda, o possuir, o comerciar, encontram-se em todas as partes: "Do médico, do jurista, do sacerdote, do poeta, do sábio fez seus servidores assalariados.".
Como pode um trabalhador oprimido/explorado querer tornar-se burguesia?
Como pode um burguês opressor/explorador querer manter-se burguesia?
Está errado, e muito errado! José levanta, escova os dentes em seu banheiro apertado e com cimento exposto, troca de roupa, corre para pegar o ônibus, e depois o metrô. Há 30 anos ele possui essa rotina, não possui estudos e nem oportunidade para estudar, seus pais eram trabalhadores como ele, nunca foi ao teatro, conhece apenas novelas que assiste e sorri com muito gosto, as babaquices que se passam na tela da pequena televisão. Chega à construção, pega tijolos, carrega sacos de cimento, constrói ... Sua articulação não é mais a mesma, muitos anos carregando peso, trabalho pesado, cama não tão confortável assim para dormir suas 5 horas corridas de sono. Mesmo assim deve terminar a construção em 4 meses. Também não pode esquecer de pagar a conta de energia (já foi ameaçado de cortarem sua energia), ele só precisa fazer mais um biquinho a noite para conseguir pagar. E olha que às vezes nem assiste à novela, pois assim economiza energia em sua televisão de 14 polegadas.
Hoje recebe uma visita dos donos do prédio que está construindo, chegam com um carrão(José não sabe nome e nem marcas de carro). "Bom dia patrão". E não recebe sequer um "Oba", passam como se José não existisse, mas ele já acostumou ser invisível. Olham a construção e perguntam: "Qual de vocês é o responsável pela construção?". E José se apresenta. "Do jeito que anda essa construção, não será terminada nem em um ano, preciso do prédio em 4 meses!" e vão embora. José não responde, apenas abaixa a cabeça.
Os donos do prédio refletem de volta para suas casas: " Como são estúpidos esses pedreiros, não sabem nem expor seus pensamentos, não sabem falar, não sabem aproveitar as oportunidades. E ainda creem em desigualdades sociais... Tivemos as mesmas oportunidades, eles que não souberam aproveitar. Não se esforçaram e não estudaram."
José pretende tornar-se burguesia? E humilhar, passar por cima, de outros Josés, assim como ele? Mas tornando-se burguesia, ele não será apenas José, poderá ser José da Silva. Existindo assim um pouco mais de autoridade em seu nome. E os burgueses? Gostam de humilhar? Afirmam que não existe luta entre classes, todos são iguais...
Não é possível que todos, sem exeção, queiram ser dessa forma, queiram apenas comprar, queiram fazer parte de toda essa sujeira. Toda essa opressão, toda essa civilização podre. E sempre da mesma forma: a sociedade do conflito, sem que queiram desfazer esse conflito que perdura desde sempre.
Júlia Godoi Rodrigues
(Tristes) Méritos À Manutenção Reacionária
“Compete a
todas as nações, sob pena de extinção, a adotar o modo de produção burguês.
Compele-as a introduzirem o que chama de civilização no seu meio, ou seja, a se
tornarem burguesas. Resumindo, cria um mundo à sua imagem” (Karl Marx e
Friedrich Engels)
A classe
burguesa, opressora abjeta da grande maioria da população na sociedade moderna,
comprovou, com o passar dos anos, as previsões feitas há mais de um século pelo
alemão Karl Marx. O mundo, de forma generalizada, moldou-se à mera vontade dos
dogmas burgueses. O capitalismo desintegrou quase que completamente a
possibilidade de que uma grande movimentação contra essa vergonhosa ideologia
da opressão aconteça.
Isso ocorre
porque os próprios membros da massa popular, que é o grande alvo da dominação
imposta pelo capitalismo, defendem a manutenção do poder burguês, já que almejam
– ilusoriamente, na maioria dos casos, diga-se de passagem – alcançar a mesma
posição de burguês opressor e “feliz” por desfrutar das farturas monetárias.
Assim, o povo é ferrenho adepto das normas jurídicas que o oprimem, buscando,
acima de tudo, ser aceito nos seus meios sociais - isso porque, no mundo atual,
ser questionador demais faz com que você seja ridicularizado.
Ademais, o
capitalismo teve a capacidade de usar as poucas lutas do povo a seu próprio
favor. Exemplos não faltam: Che Guevara como um dos símbolos mais vendidos em
estampas de camisas e objetos (mesmo que para pessoas que nem ao menos saibam
quem foi Che); o movimento do MST visto como pessoas “vagabundas” que vivem de
invadir terras alheias; pessoas de movimentos de esquerda “proibidas” de comer
no McDonalds ou comprar objetos de marca, caso contrário se tornam motivo de
escárnio pelo próprio povo por quem lutam.
Conclui-se,
sem qualquer dúvida, que a grande maioria do povo se faz completamente alienado
e, assim, o mundo segue as previsões de Marx e Engels expostas no Manifesto
Comunista. Seja por disseminar a ideia de que pessoas de esquerda só poderiam
comer aquilo que plantaram, seja por transformar ícones da luta social em lunáticos
ou estampas de camisa, a ideologia capitalista consegue manter uma estrutura
cada vez mais solidificada e não questionada. Infelizmente.
É nítido que
o combustível do mundo, a partir da revolução burguesa, é a ambição de ascender
economicamente. Ambição esta de todas as nações e todas as pessoas, pertencentes
ou não a grupos privilegiados. O que se vê é que os trabalhadores se motivam
unicamente pela esperança que a sociedade capitalista lhes dá de ascender
socialmente. Essa esperança era o elemento que faltava na sociedade burguesa do
século XIX. Foi a sua falta quem ensejou as idéias comunistas e o movimento
proletário. A total ausência de perspectiva, a aniquilação que se consolidava e
que piorava exponencialmente a cada dia, fizeram afluir o sentimento humano de
dignidade com um ímpeto nunca visto anteriormente. A sociedade burguesa foi a
sociedade dos excessos – de lucro, de exploração, de monopólio...
Em busca da
esperança, pelo restabelecimento de sua dignidade, os proletários se uniram no
mundo todo. Seu belo discurso, porém, não foi o suficiente ante a força do
lucro. O capitalismo já havia criado raízes e, astuta e imperceptivelmente, transacionou com a parte proletária,
atendendo à maior de suas demandas – a dignidade. Através do direito, que mais
uma vez aparece na história com a concepção de instrumento de dominação e
conservação do poder. A Segunda Geração dos Direitos Humanos trouxe a igualdade
e os direitos sociais que satisfizeram às demandas mínimas e mais urgentes e
acalmaram os ânimos da efervescência comunista.
Baixada a
poeira, pôde-se notar a supremacia capitalista. Não se pode ignorar (e até
mesmo admirar) sua capacidade de sair pela tangente, de se moldar às condições
hostis da época, sempre triunfando hipocritamente, através do direito
legitimado pelo povo, por um povo que já nasce imerso no espírito capitalista.
Uma naturalização contra a natureza
Advinda da crítica de Marx e Engels sobre o capitalismo, a
ideia da naturalização da sociedade em torno de questões totalmente
inaceitáveis, apesar de acontecer na época de publicação do “Manifesto Comunista”,
seu efeito pode se estender até a atualidade.
O conformismo exposto por eles em sua obra, abre um leque de problemas que a sociedade possui e que já estão enraizados nela. A grande massa se conformou com as dificuldades, aceitou seu emprego medíocre proveniente de um sistema dualista e opressor, que é o capitalismo. Contentam-se com meras ajudas do governo que não significam nada diante da riqueza do Estado. Não tem ambições, apesar de quererem mudar a situação, não o fazem pelo puro conformismo criado.
Há muitas instituições a se culpar por essa problemática criada, partindo do Estado e alcançando a mídia. O Estado, claramente, dita as regras e impõe o que lhe achar conveniente, dentro dos trâmites legais, caso seja uma democracia. A mídia, tem o poder de esconder os reais problemas de uma sociedade, e mostrar coisas fúteis no lugar, portanto, ao unir o Estado e a mídia, ou seja o poder e o meio de comunicação mais acessível, é possível causar a alienação em grande parte da sociedade.
Infelizmente essa alienação não se detinha ao campo do noticiário, durante o séc. XIX, o proletariado levava essa alienação para seu próprio trabalho e para toda a vida ao seu redor, levando-a assim de modo infeliz e paupérrima. Apesar, de não vivermos mais no séc. XIX, essa situação ainda pode ser observada, levando-se em conta a camada mais pobre do Brasil, que não é pouco. Trabalham exaustivamente, recebem salários ridículos quando comparados com sua carga horária e tem de sustentar toda sua família, enquanto isso a mídia brasileira está está exibindo notícias sobre traição entre famosos, nossas Universidades Federais estão em greve e o país está assistindo a um dos maiores julgamentos dos últimos anos.
Portanto, percebe-se essa naturalização, essa acomodação do homem em relação a péssima situação em que vive, e a solução não parte apenas da solução dos causadores do problema, como Estado e mídia, mas sim do próprio homem recobrir a noção e desenvolver seu senso crítico.
“O Manifesto Comunista” e Hermann Heller
A
obra “O Manifesto comunista”, de Karl Marx e Friedrich Engels, traz, em seus
capítulos iniciais, além do elogio à revolução burguesa e ao salto dos meios de
produção para um patamar impossível para o sistema feudal, a denúncia sobre o
excesso de bens que alavancou a pobreza e engessou os indivíduos em classes
sociais sem aparente mobilidade, construindo uma sociedade estamental moderna.
A
partir dessa constatação, os autores expõem que a forma da sociedade capitalista
foi baseada no antagonismo das classes opressoras e oprimidas e, somente assim,
alimentou-se a máquina da apropriação por parte dos burgueses, detentores ainda
do auxílio dos ordenamentos jurídicos do Estado de Direito que pregam liberdade
individual e livre concorrência, valores que escondem os interesses burgueses.
Assim,
a iniciativa comunista para desmantelar o Estado burguês somente poderia ser a
revolução da classe trabalhadora. Conduzindo o proletariado à posição de classe
governante ao arrebatar o poder político para si e, gradativamente, todo o
capital da burguesia, e centralizando todos os meios de produção nas mãos do
Estado, agora representante do povo, da maioria, por meio dos instrumentos
político-econômicos anunciados no “Manifesto Comunista”.
Essas
visões econômicas, políticas e sociais claramente se fundamentam nos métodos
marxistas. O autor alemão Hermann Heller, que escreveu a obra “Teoria do
Estado, trouxe uma nova visão para o socialismo, apontando que a mudança no
regime capitalista pode ser feita pela via eleitoral, sendo assim, contra a
revolução do marxismo e seu grande enfoque nos aspectos econômicos. Segundo
Heller, a luta de classes que Marx descreveu é na verdade um meio positivo para
o fim socialista e este seria o “refinamento” do Estado, que tem papel
essencial nessa transformação.
A
proposta de Heller para o fim da dominação burguesa é o aprofundamento do
Estado de Direito pelo Estado Social de Direito, defendendo a subordinação da
economia de mercado às leis, a expansão do Estado de Direito às esferas sociais
e econômicas, o que demonstra o inicio da transição para o socialismo, dada a
impossibilidade, segundo Heller, do estado de classes burguês.
O Socialismo e a Modernidade
No livro "O Manifesto Comunista" Marx e Engels defendem uma Revolução Socialista, incitando a luta armada entre operários e burgueses para por um fim definitivo na luta de classes constante da sociedade. Essa ideia é defendida pelos autores pelo fato da existência, durante toda civilização de uma constante luta entre classe oprimida e opressora, que foi acentuada com o advento do capitalismo, onde a necessidade de lucro e a livre concorrência fez com que os detentores da força, seja esta adulta ou infantil, feminina ou masculina, fossem demasiadamente explorados pelos detentores dos meios de produção.
E foi essa exploração que fez com que as ideias socialistas se espalhassem pelo mundo, conquistando idealistas ao redor do globo, e foram esses idealistas que realizaram a Revolução Russa e, posteriormente a Revolução Cubana, a primeira fracassou pelo corrompimento de seu sistema e a segunda ainda sobrevive com dificuldades, devido, entre outras coisas, ao embrago econômico imposto pelos Estados Unidos.
Além disso as ideias socialistas foram derrotadas pela sociedade de consumo, que já não se satisfaz apenas com o essencial, que quer sempre mais e não se importa de trabalhar mais do que as 8 horas diárias para poder ter tudo que a modernidade proporciona. Hoje não há quem não fique tentado ao ver um celular de última geração e uma roupa da moda e ambos mudam a cada estação, se não antes, gerando novos desejos, e todos querem progredir.
A verdade é que seria realmente frustante trabalhar sem uma perspectiva de melhora, sem uma ambição, mas o essencial seria que os itens básicos para a sobrevivência e para dignidade fossem acessíveis, com boa qualidade, à todas as camadas da sociedade, são esses itens: saúde, educação, alimentação e lazer. A parte disso cada um deve ficar livre para buscar suas ambições, porém sem deixar de sua dignidade de lado e sem colocar o supérfluo ma frente do essencial.
Em “O Manifesto Comunista”, Marx e Engels analisam a
estrutura da sociedade capitalista, avaliando os seus pontos positivos e
negativos. Sabemos que a classe burguesa revolucionária foi responsável pela
ruptura da estrutura social que se mantinha na Europa até a Revolução Francesa,
ou seja, aquela em que a nobreza e o clero ocupavam o topo da pirâmide social,
explorando as demais classes que compunham a sociedade. Nesse sentido, pode-se
dizer que conseguimos alguns avanços com os novos direitos adquiridos a partir
do discurso iluminista, que pregava a liberdade, a igualdade e a fraternidade
entre as pessoas.
No entanto, é valido pensarmos que, no final da Idade Média –
quando, aliás, surgiu a burguesia -, o poder era descentralizado, o que
prejudicava a organização comercial e, consequentemente, a obtenção de lucros
dessa nova classe social. Então, nesse momento, a mesma passou a incentivar,
com o seu capital, a monarquia decadente para que esta centralizasse o poder. A
união entre essa camada social decadente e o capital burguês deu origem ao
Estado Absolutista, que mais tarde será combatido pela própria burguesia.
Detentores do poder econômico, os burgueses passaram a
buscar também o poder político, o que seria possível apenas através de uma
revolução com apoio do povo, que seria seduzido pelas ideias de liberdade e
igualdade entre todos. A revolução foi feita, mas os antagonismos entre as
classes não foram abolidos; pelo contrário, ocorreu um fortalecimento do
capitalismo e aqueles foram acentuados.
Com tal revolução, a burguesia criou uma constituição social
e política adaptada a ela e sob o seu controle econômico e político. A
sociedade, estruturada dessa forma, legitima as ações burguesas através de
normas e, apesar destas serem estabelecidas em nome da liberdade, trata-se de
uma nova maneira de opressão e dominação.
A burguesia – com o auxílio da normatividade jurídica -
consegue neutralizar a dominação, pois os seus valores serão defendidos não
somente por ela – classe dominadora -, como também pela classe trabalhadora,
que é a classe dominada. Percebemos tal fato claramente nos dias de hoje, em
que a classe trabalhadora, ao invés de ter seus próprios valores e buscar a sua
própria revolução para que deixe de ser explorada, não só aceita, como também
compartilha dos valores burgueses e busca alcançar aquilo que a classe burguesa
já alcançou.
A necessidade de não se acomodar.
As
ideias de Marx e Engels, expostas em seu “Manifesto do Partido Comunista”,
foram responsáveis por causar uma ruptura no pensamento vigente da classe
trabalhadora. Provavelmente, uma das obras fundamentais para transformar como
Hobsbawm diz: o século XX na famosa “Era dos Extremos”. Até hoje essa obra encontra respaldos dentro
das universidades de todo mundo, incluindo em diversas universidades
brasileiras (para não dizer todas).
A
obra, embora construída por meio de uma linguagem simples, carrega dentro de si
um potencial gigantesco de convencimento. Cada linha, cada premissa, esta
impregnada daqueles sentimentos tão exaltados pela revolução francesa: a
liberdade, a fraternidade e, principalmente, a igualdade. E em razão disso, ela
conseguiu se espalhar de maneira, bastante rápida, pela classe dos
trabalhadores, durante o início do século XX. Acontece, também, que ainda hoje
ela constitui o livro de bolso da grande maioria dos indivíduos que se
intitulam marxistas.
Não
há dúvidas que “O Manifesto” é um livro base para entender e estudar o que Marx
e Engels pensavam a respeito do decorrer da história. Certamente, também é um
poderoso manual que descreve bem as vantagens que a revolução burguesa trouxe e
também trás os problemas acarretados por esta. Todavia, o problema começa
quando o livro passa a ser encarado sobre uma perspectiva dogmática e não
científica. O que seria na visão de Weber apenas um tipo ideal, ganha dentro de
universidades um caráter divino e intocável. Talvez, seja por temer esse
exagero na maneira que alguns enxergavam a obra, que até mesmo o próprio Marx
se diz não ser um marxista.
Esses
indivíduos obsessivos e crentes de terem encontrado uma suposta “verdade”, possuem
discursos belíssimos a cerca das falácias do liberalismo, da manipulação das
massas, do operário alienado, e de como a revolução acarretada pela união dos
trabalhadores contra a burguesia será estupenda. Matam diversas aulas, por
estarem ” lutando contra o sistema”, e quando o período de aula acaba voltam
para suas casas onde passam o restante do dia, sentados em frente a um computador
conectado com a página do “facebook”. Sitio este, que é usado com o intuito de
compartilhar frases prontas sobre comunismo, combinar próximas festas e contar
o quanto se embebedaram na ultima.
Não
percebem que são indivíduos divulgando teses já petrificadas pelo tempo, e já
foram absorvidos pelo próprio sistema que criticam. Alias agir da forma como
agem só facilita o giro do sistema capitalista. Pois, graças à alta capacidade
de mutação do sistema capitalista, ao longo dos anos, ele foi sendo capaz de
absorver partes dos outros modelos de sistema e mais promover uma valorização
de tudo para produzir todo o tipo de mercadoria (inclusive camisas do "Che" Guevara). Nesse sentido fica evidente, a necessidade,
de que se queremos combater o sistema capitalista é necessária à formulação de
novas teses. Pois, as teses de Marx não previam as diversas transformações
pelas quais passou o sistema capitalista.
Em suma, é necessário perceber a
importância do “Manifesto do Partido Comunista”, mas também é fundamental que
os verdadeiros estudiosos de Marx e críticos do atual sistema, abram mão de
ouvir os indivíduos que emperraram no tempo e que não contribuem para a
formulação de novos estudos visando meios efetivos de combate a esse capitalismo
selvagem.
Analises Capitalistas do manifesto comunista
O Manifesto Comunista foi entendido por muitos como um panfleto político, no entanto se apresenta de forma muito mais ampla dotado de um caráter de análise e crítica do capitalismo. Em seu principio trabalha com análises positivas do capitalismo, como o seu caráter revolucionário, ordenamento social e, mormente, o empreendedorismo capitalista.
No decorrer do Manifesto comunista se percebe com enfase a ideia enfadonha da universalidade da luta de classes, claramente apresentada pelo trecho "A historia de todas as sociedades que já existiram é a história da luta de classes".Assim, através dessa ideia proporciona a ideia de que só a luta de classes direciona mudanças, visto que na historia essa luta sempre culminou em uma conquista revolucionária. Como maior exemplo temos o da propria sociedade burguesa que para instituir o capitalismo foi necessario que rompesse com o ordenamento juridico feudal, pois um novo ordenamento so surge com a superação de outro, e dessa maneira o capitalismo poderia ser superado. No entanto, podemos visualizar no Manifesto que a superação desse ordenamento feudal não levou a abolição de antagonismos das classes, de modo a passar por esse manifesto - e através das análises de modelos socialistas no texto- a ser preconizado por todos moldes socialistas como parte da solução para o conflito de classes.
O texto demonstra como parte dos fatores que levam a luta de classes em oprimidos e opressores, proletariado e burguesia, a partir de uma interpretação liberal que a ordem capitalista acabou com o vinculo de ordens materiais, acabando assim com o vinculo entre homem e trabalho, assim as relações passam a ser pautadas por relações de interesse. Dessa forma, o manifesto passa a caminhar para o lado "negativo"do capitalismo ressaltando que este tem a propriedade como principio, uma propriedade que não deve ser extinguida, mas adequada deixando de ser uma propriedade apenas pessoal e concentrada, ressalta também que o elemento jurídico essencial da existência capitalista é a existência do contrato, afinal rege todas as relações modernas. O Manifesto ressalta também a ideia de mercado mundial baseado nesse novo modo de produção que busca adquirir todas as mudanças necessárias ao seu tempo. Outrossim, demonstra que o capitalismo só prosperará com o mercado mundial e abertura de caminhos econômicos. Marx acredita que essa nova normatividade que surge desse modo de produção deve ser dissolvida pela classe trabalhadora. Porquanto, esse modo tem função global, assim levando a dominação da cultura e civilização, ou seja, ao surgimento da cultura de massas que conduz o mundo a massificação de gostos, opiniões, historias... "A burguesia cria um mudo a sua imagem e semelhança"tendo a racionalização como palavra universal.Passasse a inexistir empresas nacionais genuinamente, já que para existir tem que ser global.
Nesse contexto,o direito acaba por se modificar na sociedade capitalista moderna, principalmente o de cunho internacional que passa a ter a dinâmica do livre comercio.
O manifesto possibilita a percepção de Engels da emancipação da sociedade - principalmente no que se trata da analise das dificuldades da revolução alemã - onde a emancipação de uma classe é necessária a emancipação de toda a sociedade. Analisando as analises e criticas do texto, muitas erroneamente traduzem Marx e Engels como antimodernistas, mas estes apenas defendem a modernidade a todos.
No decorrer do Manifesto comunista se percebe com enfase a ideia enfadonha da universalidade da luta de classes, claramente apresentada pelo trecho "A historia de todas as sociedades que já existiram é a história da luta de classes".Assim, através dessa ideia proporciona a ideia de que só a luta de classes direciona mudanças, visto que na historia essa luta sempre culminou em uma conquista revolucionária. Como maior exemplo temos o da propria sociedade burguesa que para instituir o capitalismo foi necessario que rompesse com o ordenamento juridico feudal, pois um novo ordenamento so surge com a superação de outro, e dessa maneira o capitalismo poderia ser superado. No entanto, podemos visualizar no Manifesto que a superação desse ordenamento feudal não levou a abolição de antagonismos das classes, de modo a passar por esse manifesto - e através das análises de modelos socialistas no texto- a ser preconizado por todos moldes socialistas como parte da solução para o conflito de classes.
O texto demonstra como parte dos fatores que levam a luta de classes em oprimidos e opressores, proletariado e burguesia, a partir de uma interpretação liberal que a ordem capitalista acabou com o vinculo de ordens materiais, acabando assim com o vinculo entre homem e trabalho, assim as relações passam a ser pautadas por relações de interesse. Dessa forma, o manifesto passa a caminhar para o lado "negativo"do capitalismo ressaltando que este tem a propriedade como principio, uma propriedade que não deve ser extinguida, mas adequada deixando de ser uma propriedade apenas pessoal e concentrada, ressalta também que o elemento jurídico essencial da existência capitalista é a existência do contrato, afinal rege todas as relações modernas. O Manifesto ressalta também a ideia de mercado mundial baseado nesse novo modo de produção que busca adquirir todas as mudanças necessárias ao seu tempo. Outrossim, demonstra que o capitalismo só prosperará com o mercado mundial e abertura de caminhos econômicos. Marx acredita que essa nova normatividade que surge desse modo de produção deve ser dissolvida pela classe trabalhadora. Porquanto, esse modo tem função global, assim levando a dominação da cultura e civilização, ou seja, ao surgimento da cultura de massas que conduz o mundo a massificação de gostos, opiniões, historias... "A burguesia cria um mudo a sua imagem e semelhança"tendo a racionalização como palavra universal.Passasse a inexistir empresas nacionais genuinamente, já que para existir tem que ser global.
Nesse contexto,o direito acaba por se modificar na sociedade capitalista moderna, principalmente o de cunho internacional que passa a ter a dinâmica do livre comercio.
O manifesto possibilita a percepção de Engels da emancipação da sociedade - principalmente no que se trata da analise das dificuldades da revolução alemã - onde a emancipação de uma classe é necessária a emancipação de toda a sociedade. Analisando as analises e criticas do texto, muitas erroneamente traduzem Marx e Engels como antimodernistas, mas estes apenas defendem a modernidade a todos.
Ensaio sobre a mudança
Muitas vezes, apesar da boa fé e até mesmo
da lógica, as previsões a respeito do futuro não se concretizam.
No filme "Ensaio sobre a cegueira", baseado no livro de
Saramago -cujo título é o mesmo- a população é acometida por um surto
inexplicável de cegueira generalizada, que ao invés de dar fim ao egoísmo e a
individualidade, as preservam de alguma forma. Na história, ainda existe margem
para a instituição de poder e de violência, ainda existem mortes sem sentido e
maldade, mesmo havendo uma característica significativa a qual ocasione a união
entre as pessoas: a limitação drástica dos sentidos.
Resta a nós, desse modo, continuarmos sendo espectadores
idealistas, que permanecem refletindo e desejando um ensaio próprio sobre a
mudança, sobre as conquistas sociais no mundo contemporâneo, ora é justamente
isto que alimentará a possibilidade de melhora na vida humana, afinal de contas
"A cegueira também é isto, viver num mundo
onde se tenha acabado a esperança."
Marx e Engels, ao escreverem ‘’O Manifeto Comunista”, analisaram toda a história da sociedade para entender a conjuntura sociopolítica da época, concluindo que “a história da sociedade é a história da luta de classes.” Eles elogiam a burguesia por esta ser a responsável por uma gigantesca revolução, extinguindo todos os resquícios da sociedade feudal, e substituindo-os por novas relações de produção, que se refletem em todas as outras relações pessoais. Contudo, condenam essa classe, que tornou-se a dominante, por concentrarem em suas mãos os meios de produção e, assim, toda a produção e seus lucros, fazendo com que as outras camadas da sociedade ficassem à margem do sistema capitalista. Além disso, a burguesia, por meio do sistema capitalista, intensificou a diferença entre as camadas sociais.
A burguesia foi quem possibilitou a globalização, tão discutida ainda nos dias atuais, por meio de seus empreendimentos que facilitaram a comunicação entre diferentes partes do globo, assim como o intercâmbio de produtos e matérias-primas entre regiões longínquas.
Marx e Engels discursaram também a respeito da tendência cada vez mais intensa e expansionista do capitalismo de dividir a sociedade em duas classes apenas: a burguesia e o proletariado, sendo esta a classe oprimida e, aquela, a classe opressora.
Os autores discorrem a respeito da crise da burguesia, sendo que esta difundiu a liberdade econômica, e com ela a livre concorrência, o que ocasionou uma superprodução, impulsionada pelo desbravamento de novos mercados, mas que, pela ausência da imposição de limites, produziu demasiadamente. Engels e Marx, portanto, incitam a classe operária a se unir para revolucionar, afirmando que ela é capaz de uma revolução em proporções ainda maiores que a burguesa, pois teria a seu favor empreendimentos realizados pela própria burguesia, como as estradas de ferro e os meios de comunicação, que permitem uma interação entre os proletários de diversas regiões, fazendo com que as lutas locais tornem-se nacionais.
Animais de toda a fazenda, uni-vos!
A partir do momento que os homens
formaram e se inseriram em uma determinada comunidade ou grupo social amplo,
inicia-se uma luta entre homens, que os dividem em classes sociais onde opressores
e oprimidos enfrentam-se e se consomem.
Com o passar das décadas o antigo
meio de produção, após um rompimento com o então vigente sistema feudal, foi substituído
por um sistema burguês que trazia novas classes e meios de opressão.
A burguesia trouxe avanços inimagináveis
até então; Mas se uma classe se sobressai de maneira exponencial, inversamente outra
classe, a dos proletários, sofre devastações assombrosas em prol da mais-valia.
Levando a sociedade à barbárie.
O Capitalismo empregado pelos
burgueses é cego à situação dos proletários e a acima de tudo é avarento, tal
como o fazendeiro Jones, no livro e filme “A Revolução Dos Bichos” (1999), que
é um fazendeiro que adora beber, cruel e que muito explora os animais de sua
fazenda, que ao perceberem suas reais condições se organizam contra seu
proprietário. Assim como no “O Manifesto Comunista” que em seu ultimo momento
claramente reafirma: “Proletários de todo o mundo, uni-vos!”.
Contudo, mesmo com alguns
progressos e tendo a seu favor movimentos, declarações – a de Direitos Humanos,
em especial – e leis, ainda existe de várias mineiras explorações, umas
escondidas e são totalmente desumanas, acaba sendo intituladas trabalho escravo
e forçado, mas também existe outra que é mais aceita, a do trabalho pago com um
único salário mínimo que é, atualmente, quatro vezes menos que o necessário se
viver. Comprova-se ao final que o pensamento capitalista burguês e mesquinho ainda
encontra-se consolidado na atual conjuntura social.
LUÍS FILIPE R. RIBEIRO - NOTURNO
O indivíduo e o marxismo.
“Um espectro ronda a Europa: o espectro do comunismo”, assim Karl Marx e Frederich Engels iniciam o chamado
“manifesto do partido comunista”, obra a qual tinha como objetivo discutir e
expor os fundamentos do comunismo.
No século seguinte, o XX, durante a década de
10, ocorreu a chamada Revolução Russa, onde pela organização dos trabalhadores,
o antigo regime, que possuía características semi feudais ruiu e assim teve
inicio um governo socialista, que duraria até os anos 90.
Nos acalorados discursos dos líderes
revolucionários, o socialismo era a libertação da classe trabalhadora, era uma
forma para de fato existir a igualdade entre os homens, como várias vezes
descrito o “paraíso na terra”. Mas o fortalecimento do estado, a criação de uma
burocracia e do uso da violência, o sistema foi se mostrando incoerente na
antiga União Soviética.
Nos primeiros anos do século XX, antes e depois
da própria revolução, muitos foram os críticos das ideias marxistas, usando as
mais diversas análises e áreas do conhecimento para a argumentação da ineficiência
das ideias marxistas, segundo esses pensadores. A se destacar, era a posição de
parte dos psicanalistas, área surgida com Sigmund Freud e que se fortalecia
cada vez mais, onde afirmaram que era impossível planejar um sistema onde indivíduos
eram considerados iguais por parte do Estado, porém, as teses psicanalíticas afirmavam
que os seres humanos eram anti sociais, egoístas, e eram profundamente
diferentes nas mais diversas análises. Portanto, não caberia ao Estado tentar
garantir essa suposta igualdade.
Para ilustrar, posso fazer a retomada de um
filme hollywoodiano chamado “circulo de fogo” que trata da decisiva batalha de
Stalingrado durante a Segunda Guerra. Certa parte do filme, começa a desenrolar
um triangulo amoroso entre um atirador de elite russo, uma tradutora e um
oficial do exército vermelho. Ao ver este oficial russo que perderia sua amada
para o atirador, diz que “não adianta existir um sistema, um estado que diga
garantir a igualdade, pois a essência humana é a da desigualdade, a da
diferença”. Lógico que não pode se caracterizar um sistema político com base em
uma cena de filme, porém este dialogo representa um pouco dessa ideia mais psicanalítica
de interpretar o marxismo.
Desmistificando o comunismo
O manifesto comunista de Marx e Engels, publicado em 1848, aborda com minucia e de modo a desmistificar tabus e idéias errôneas o "fantasma do comunismo". Tal documento histórico foi utilizado nas décadas subsequentes para estudar a ideologia e consequentemente seu antagonista: o capitalismo. Expunha as idéias que a liga dos comunistas defendia e os incitava a lutar de maneira revolucionária contra o sistema opressor e explorador sob o qual estavam submetidos.
Em seu primeiro capítulo discorre sobre a luta de classes, relação responsável por todas as revoluções na qual um lado é explorado e outro explora, sobretudo no sistema capitalista onde essa relação torna-se acirrada e explicita. Qualifica a burguesia como classe revolucionária que liberta os homens dos grilhões políticos que os impediam de empreender, no entanto tal comentário não consiste em um elogio, apenas reitera a capacidade do sistema capitalista de revolucionar as estruturas de maneira nunca antes vista. Diz, ainda, que os abismos sociais criados evidenciavam ainda mais a necessidade da existência do pobre para a sobrevivência do rico.
O segundo capítulo é marcado pela defesa da ideologia comunista contra as abjeções lançadas à seu respeito. Tem o intuito de mostrar que o partido comunista não é um partido proletário, mas em defesa do proletariado contra a pseudo-ideia de liberdade e individualidade pregadas pela burguesia, que na verdade são apenas manipuladas em virtude de seus próprios interesses. Enumera o procedimento necessário para a instauração do comunismo, e nesse ponto recebe suas maiores críticas. Os exemplos de procedimento são: trabalho obrigatório, confisco, expropriação de terras e abolição do direto à herança. Críticos alegam que as medidas são autoritárias e abusivas, e se sobrepõe à ideologia.
O último capítulo é reservado para a critica irônica, por parte de Marx e Engels, ao próprio socialismo e suas ramificações que pregam idéias que vão de encontro à filosofia original.
Por fim, pode-se dizer que nem socialismo e nem capitalismo podem ser considerados sistemas perfeitos, ambos possuem suas contradições e nebulosidades, sendo preciso serem pensados e estudados.
Em seu primeiro capítulo discorre sobre a luta de classes, relação responsável por todas as revoluções na qual um lado é explorado e outro explora, sobretudo no sistema capitalista onde essa relação torna-se acirrada e explicita. Qualifica a burguesia como classe revolucionária que liberta os homens dos grilhões políticos que os impediam de empreender, no entanto tal comentário não consiste em um elogio, apenas reitera a capacidade do sistema capitalista de revolucionar as estruturas de maneira nunca antes vista. Diz, ainda, que os abismos sociais criados evidenciavam ainda mais a necessidade da existência do pobre para a sobrevivência do rico.
O segundo capítulo é marcado pela defesa da ideologia comunista contra as abjeções lançadas à seu respeito. Tem o intuito de mostrar que o partido comunista não é um partido proletário, mas em defesa do proletariado contra a pseudo-ideia de liberdade e individualidade pregadas pela burguesia, que na verdade são apenas manipuladas em virtude de seus próprios interesses. Enumera o procedimento necessário para a instauração do comunismo, e nesse ponto recebe suas maiores críticas. Os exemplos de procedimento são: trabalho obrigatório, confisco, expropriação de terras e abolição do direto à herança. Críticos alegam que as medidas são autoritárias e abusivas, e se sobrepõe à ideologia.
O último capítulo é reservado para a critica irônica, por parte de Marx e Engels, ao próprio socialismo e suas ramificações que pregam idéias que vão de encontro à filosofia original.
Por fim, pode-se dizer que nem socialismo e nem capitalismo podem ser considerados sistemas perfeitos, ambos possuem suas contradições e nebulosidades, sendo preciso serem pensados e estudados.
Liquidez social
Em “O Manifesto Comunista”, Marx e Engels, apresentam uma análise da recém surgida sociedade industrial do século XIX, a qual sofria as transformações do sistema capitalista, propondo o rompimento da classe trabalhadora com a burguesia, surgida através das ruínas feudais.
Através de sua “bandeira”, a classe burguesa almejava o rompimento dos grilhões da forma de produção feudal e a expansão do capitalismo pelo globo, a fim de atingir um comércio sem limites jurídicos. Com isso, os mercados continuaram a crescer e a manufatura não se mostrava suficiente para suprir a demanda, era preciso que houvesse a substituição pelo vapor das máquinas. Forçavam as sociedades a adotarem o novo modo, a se tornarem sociedades de comércio, criavam um mundo à sua imagem e semelhança.
Desse modo, os donos dos meios de produção, revolucionaram os seus instrumentos e as relações de produção, atingindo, inevitavelmente, as relações da sociedade. “Tudo que é sólido derrete-se no ar” (p. 12), as relações humanas tornaram-se líquidas. Baseadas pelo interesse capitalista de agregar consumidores, passamos a nos relacionar por interesse, buscando sempre ganhar algo. Bauman, em “Modernidade Líquida”, apresenta, através da metáfora da liquefação, as consequências trazidas pelas transformações sociais para as relações humanas. O sociólogo mostra que o estado líquido é capaz de moldar-se às diversas estruturas, portanto, o indivíduo teria capacidade para absorver a nova mudança e se adequar a ela.
Logo, o proletariado seria capaz de sobreviver às mudanças oferecidas pelo capitalismo, entretanto, para Marx, a classe trabalhadora deveria romper os laços de exploração, era preciso uma Revolução do Proletariado, para que a sociedade se mantivesse de uma forma justa. Em contrapartida, o alemão coloca que para que uma classe seja libertadora, é necessário que outra classe se revele como opressora.
Conclui-se que o sonho de Marx e Engels apresenta-se utópico, pois se é preciso uma classe opressora, esta encontra apoio no sistema capitalista e na sociedade do consumo, a qual vem apresentando crescimento. Portanto, continuaremos líquidos, capitalistas e proletariados, até que um novo sistema surja e transforme, mais uma vez, as relações econômicas e sociais.
O Marx Burguês
Dentre as várias confusões, preconceitos e malentendidos a partir do estudo das idéias de pensadores, grande parte ocorre com Karl Marx. Há quem o veja desmistificando o fantasma do comunismo e não consiga enxergar o quanto este é especialista na descrição da burguesia, nem sempre tão criticada pelo autor.
Uma das primeiras visões importantes de se destacar é o fato de a burguesia ter um grande caráter revolucionário, algo que pouco é observado por ela ser o grande, e talvez invencível, grupo da situação. Porém, esta chegou ao poder de alguma forma, obviamente, e, de fato, de forma magistral.
Além de toda essa força revolucioniária para chegar à situação, foi e é este potencial de mudança constante que a manteve por todo esse tempo, e ainda a mantém nos dias de hoje, no poder. Não só nas formas de produção e socialização, essa revolução constante ocorre no principal fator resultante: a mercadoria. Várias inovações são criadas diariamente no Vale do Silício e direcionadas para a venda em todo o mundo. No iphone já se tem o de número 5, o ipad 3, as diversas inovações de windows; evoluções que acabam impondo uma troca anual de celular por exemplo, com uma desvalorização muito rápida, ja que tal aparelho se torna ultrapassado em questão de dias. O mesmo ocorre com carros.
Outro fator que alguns nunca ter sido defendido por Marx é a opinião de que a burguesia foi e é capaz de construir as maiores maravilhas do mundo, as quais são capazes de separar imensas construções anteriores como os aquedutos romanos e a muralha chinesa.
Contudo, isso não muda o fato de toda a desigualdade social presente no mundo, e a idéia marxista de que a sociedade burguesa aprofundou a luta de classes.
Portanto, se o mundo burguês fosse somente criado por burgueses, e não também vivido somente por eles, algo muito valioso haveria de ter sido realizado, em um processo de evolução mais rápido, e ja estariamos talvez no planeta Terra 4s.
Murilo Thomas Aires
Uma das primeiras visões importantes de se destacar é o fato de a burguesia ter um grande caráter revolucionário, algo que pouco é observado por ela ser o grande, e talvez invencível, grupo da situação. Porém, esta chegou ao poder de alguma forma, obviamente, e, de fato, de forma magistral.
Além de toda essa força revolucioniária para chegar à situação, foi e é este potencial de mudança constante que a manteve por todo esse tempo, e ainda a mantém nos dias de hoje, no poder. Não só nas formas de produção e socialização, essa revolução constante ocorre no principal fator resultante: a mercadoria. Várias inovações são criadas diariamente no Vale do Silício e direcionadas para a venda em todo o mundo. No iphone já se tem o de número 5, o ipad 3, as diversas inovações de windows; evoluções que acabam impondo uma troca anual de celular por exemplo, com uma desvalorização muito rápida, ja que tal aparelho se torna ultrapassado em questão de dias. O mesmo ocorre com carros.
Outro fator que alguns nunca ter sido defendido por Marx é a opinião de que a burguesia foi e é capaz de construir as maiores maravilhas do mundo, as quais são capazes de separar imensas construções anteriores como os aquedutos romanos e a muralha chinesa.
Contudo, isso não muda o fato de toda a desigualdade social presente no mundo, e a idéia marxista de que a sociedade burguesa aprofundou a luta de classes.
Portanto, se o mundo burguês fosse somente criado por burgueses, e não também vivido somente por eles, algo muito valioso haveria de ter sido realizado, em um processo de evolução mais rápido, e ja estariamos talvez no planeta Terra 4s.
Murilo Thomas Aires
A questão entre o esforço e a igualdade
Nos
dias de hoje, devido ao grande numero de propagandas e incentivo da mídia,
nota-se que as classes mais baixas da sociedade consomem muito. Essa ideologia
e vontade de consumo para se chegar a felicidade é fruto da globalização e pelo
consumismo causadas pelo capitalismo. Na obra ‘’O Manifesto Comunista’’ de Karl
Marx e Friedrich Engels, os autores tratam justamente desses fatos, porém deve-se
ressaltar o contexto em que ela está inserida, uma vez que as ideias deles
surgiram por volta do século XIX e ainda podem ser aplicadas na atualidade.
Na
obra, os autores pregam que com o avanço da burguesia devido ao sucesso do capitalismo
e a substituição do feudalismo por este foi uma revolução importante para a
sociedade, porem não foi feita para dividir as riquezas entre a população, e
sim concentra-la em um grupo diferente mas também concentrado do povo. Estes
burgueses, por sua vez, começam a explorar de maneira abusiva a classe
trabalhadora, a ponto de que esta, indignada com a situação em que se encontra,
gera uma r evolução proletária para
melhor distribuir as riquezas para aqueles que na visão dos autores realmente
as mereciam.
Porem
tal revolução não aconteceu até os dias atuais, e o cenário como já foi citado
anteriormente, se mantem parecido, apesar do tempo que se passou. A classe
trabalhadora ainda é explorada, e estimulada a consumir todos os produtos que o
capitalismo vomita no povo em busca de lucro. A luta de classes esperada e
pregada pelos autores ainda é esperança de muitos para que se melhore as
condições dos trabalhadores, mas o capitalismo continua a se adaptar a
sociedade para continuar vivo.
Ao
se analisar tudo o que foi apresentado, imagina-se que o capitalismo é horrível
e opressor dos mais fracos, porem ele é a forma mais humana existente de sistema
economico, pois o comunismo e o socialismo não permitem a ascenção, a vitoria,
o reconhecimento. Eles permitem a igualdade, que é oque os autores pregam.
O
real fato é, se o ser humano realmente quer ser igual, se ele quer deixar de
lado a chance de ser especial, de ter reconhecimento diferenciado para ser uma
simples pessoa como todas as outras. A competição é o maior estimulante para a
vida, sem ela não evoluíriamos nunca, e não chegariamos a lugar algum. A midia
pode realmente impor a vontade da burguesia e o espirito consumista, mas aqui
apresento um fato contrário ao dos autores, até que ponto, tal estimulo ao
consumo e a se superar fazem mal a sociedade. E é melhor esperar uma luta de
classes para cair na mesmice, ou se superar e se tornar vitorioso com as
próprias mãos?
Ferramentas burgesas para o proletário
É fácil ver a atualidade da obra
de Marx e Engels em cada situação nova que surge no nosso mundo globalizado do
século XXI, desde as revoltas na primavera árabe até as crises nos países
europeus como a Grécia, por exemplo, sendo que no segundo caso está estampado
como a retirada de privilégios não mais do que essenciais de uma população e o
abandono de políticas públicas em favor de um fortalecimento da economia pode
ser doloroso para um governo e seu povo.
Para os
dois sociólogos, a globalização, mesmo que não enxergada tão claramente em
todas as suas inúmeras parcelas, viria com o crescimento da classe burguesa
detentora dos meios de produção e ao contrário do desejado pelos mesmos, tal
novo período da história mundial seria restrito à aqueles que possuíssem a
economia em suas mãos, já que a parte humana seria deixada cada vez mais de
lado dando início mais uma vez a uma luta de classes: a menos favorecida em
busca de sua parcela do “novo mundo” e a mais favorecida tentando manter sua
própria parcela e quem sabe não adquirindo mais algumas.
Para
Marx e Engels a luta de classes seria o motor para o fim do capitalismo, a
vontade do proletariado em erguer seus instrumentos de trabalho e se unir em
busca de algo melhor traria fim ao capitalismo e se iniciaria outra era, mas
não é bem assim que revoluções acontecem atualmente. Se os dois pensadores
acertaram em muitas coisas sobre os novos regimes de governo e formas de
regimento econômico atuais, erraram, ou não imaginaram o tamanho que poderia
chegar o poder do capitalismo e sua influência sobre a população. Tamanho é
este poder que as lutas sociais e revoluções do proletário apenas derrubam
governantes e mantém a mesma ordem de governo, a mesma sociedade do mérito e do
acumulo de capital, transformando a socialismo científico de Marx e Engels em
utopia.
Mas é
através do uma das criações do capitalismo, a internet por exemplo, que movimentos
em favor de uma maior distribuição daquilo que foi adquirido com a revolução
industrial e globalização surgem, nos mostrando que assim como o capitalismo se
utiliza de meios para se fortalecer ao utilizar o socialismo, esta idéia mais
humanitária também pode começar a usar de ferramentas criadas pelo próprio
regime vigente atualmente.
O ideal, a militância e a chatisse
Dentro da universidade, cada aluno possui uma ideia perfeita para mudar o mundo e solucionar todos os seus problemas. E grande parte dessas ideias deriva de uma outra: o comunismo.
Em 1848, Karl Marx e Friedrich Engels publicaram "O Manifesto Comunista", um dos mais importantes tratados políticos já escritos, que versa sobre a luta de classes, a opressão do proletariado pela burguesia durante a história.
Muitos universitários adotam "O Manifesto Comunista" como um livro sagrado que deve ser seguido com uma fé cega, pois só o comunismo é capaz de vencer demônio capitalista e livrar o mundo de todo mal. O sonho de uma sociedade igualitária é fantástico, porém, como a história mostra, não é através do comunismo que ele se concretiza.
É difícil dar credibilidade à um jovem militante desta causa, quando este critica a truculência da Polícia Militar, mas dá total apoio ao regime cubano; quando usa um iPad para disseminar seus ideais na internet; quando é contra o imperialismo capitalista estadunidense mas almoça um delicioso Big Mac, enfim, as contradições desses jovens acabaram por desmoralizá-los, a ponto de não serem ouvidos por quase ninguém e terem virado motivo de chacota dentro da comunidade universitária.
Marx Chaplin
Em 1848, o Manifesto Comunista, criado por
uma das duplas de teóricos mais famosa da história: Marx e Engels, foi
publicado e posteriormente suas ideias foram espalhadas com facilidade para a
maior parte do globo. Nesse importante documento político fixado na porta de
diversas fábricas da Europa, fica claro o objetivo de incitar e também
conscientizar o proletariado a lutar contra o opressor e explorador sistema
capitalista para, assim, ascender ao poder e garantir seus interesses. Tal
troca de posições hierárquicas no poder faz parte de um dos raciocínios marxistas
mais notáveis: o materialismo histórico. De acordo com essa ideia, a evolução
histórica de toda humanidade se fez através da luta de classes decorrentes da
“exploração do homem pelo homem”. Desse modo, notando a intensa exploração do
proletário pela burguesia e visando dar um impulso nessa suposta evolução
histórica, percebe-se de onde Marx retirou a ideia de provocar o proletariado
para a Revolução.
É possível traçar um paralelo entre o
Manifesto Comunista e o filme “Tempos Modernos” de Charles Chaplin. Em ambos
vemos uma crítica ao sistema capitalista e a essa “exploração do homem pelo
homem” citada por Marx. No filme, Chaplin passa-nos perfeitamente as condições
de trabalho sofrida pelos proletários, os quais ficavam parados em frente a
esteiras num apertar de parafusos constante e desumano, sem tempo para descanso
nem nos finais de semana. Além disso, revela, através da cena em que Chaplin é
preso por conta de participar involuntariamente de um protesto, o Direito, com
mais destaque para a área penal, como um dos aparatos burgueses para a
manutenção desse sistema opressor e explorador.
Uma ferramenta da burguesia: Democracia
Desde a época da saída das primeiras embarcações ibéricas em busca de matéria prima, especiarias e novos mercados consumidores até os dias de hoje uma classe ascendeu bruscamente, esta é a burguesia.
A globalização representa nada mais do que a internacionalização dos interesses dessa classe. O capital se dissemina através da globalização. Todas as sociedades estão se aburguesando através da democratização das organizações jurídicas.
A democracia segundo Marx e Engels seria o momento em que o proletariado atingisse o poder se tornando a classe dominante. Atualmente, a burguesia considera a democracia como sendo um regime de governo a ser estabelecido em todas as sociedades.
Contudo, a democracia é uma ferramenta da burguesia. Temos vários exemplos atuais que podem ilustrar esse pensamento. Por exemplo, a invasão do Iraque pelos americanos com a finalidade de derrubar o regime autocrático de Saddan Russein. Ou então, o apoio às tropas insurgentes da Líbia para a derrubada do seu ditador Muamar Kadafi. Se esse dois países não fossem dois grandes produtores de petróleo talvez a democracia nunca tivesse chegado. Assim como ainda não chegou ao Sudão, país onde os relatórios da ONU apontam genocídio já no ano de 2003.
Matheus da Silva Mayor
"Sua luta contra a burguesia começa com sua própria existência"
O Manifesto Comunista é uma obra de Karl Marx e Friedrich
Engels que visa estudar a então situação econômica e social do século XIX. É um
discurso inflamado que introduz as revolucionárias ideias do comunismo e denuncia
o vigente sistema capitalista. As opiniões expressas durante a obra chamam a
atenção por permanecerem ainda atuais, mesmo no século XXI.
O principal objetivo da obra é incitar os trabalhadores de
todo o mundo, explorados e descontentes, a se unirem e, assim, constituírem uma
grande e invencível força que agiria contra a ordem capitalista. Tal afirmação encontra
sua máxima na célebre expressão “Proletários de todo o mundo, uni-vos!”, que se
tornou um dos mais famosos gritos de protesto do socialismo.
A obra trata de assuntos atuais como a obtenção de lucros
como principal meta do sistema capitalista e da exploração da mão de obra proletária
para a obtenção deste. Marx entende que toda a história humana é impulsionada
pela luta entre a classe operária e a classe burguesa, a explorada e a
exploradora, respectivamente, demonstrando como o sistema capitalista aumenta
ainda mais essa rivalidade, além de agravar a diferença social entre tais
classes, aumentando a pobreza e diminuindo as já precárias condições de vida
dos que trabalham para atribuir uma maior riqueza aos que exploram.
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