Há alguns anos podemos observar o crescimento do obscurantismo no Brasil e no mundo, protagonizado por líderes mundiais e seus seguidores que criticam a ciência sem provas, que esquecem que a ciência é feita através do método ciéntifico e não de opiniões pessoais. E, num momento sensivel como o que vivemos agora, esse tipo de pensamento se torna ainda mais perigoso.
A grande maioria dos países toma o devido cuidado para que a tragédia seja a menor possivel, porém, a população e o governo precisam cooperar nesse momento para que isso seja possível, já que a maior recomendação da OMS (Organização Mundial da Saude) é o distanciamento social mas mesmo com mais de 2,5 milhões de casos e 177 mil mortes mundiais até o momento alguns ainda duvidam da letalidade do corona vírus e das precauções que devem ser tomadas.
Ao redor do globo pessoas fazem manifestações negacionistas, em alguns países, como Alemanha, tais pessoas são internadas como Beate Bahner, líder dos negacionistas no país, após surto psicótico. Em outros, como o Brasil, o presidente sai às ruas, cumprimenta a população e se posiciona contra a quarentena, a consequência disso vimos e estamos vendo em países com líderes semelhantes, como os Estados Unidos e Trump ou o Reino Unido e Boris Johnsons, que antes negacionistas, se renderam às recomendações da OMS após terem que lidar com as milhares de mortes causadas pelo vírus. Bolsonaro usa da economia como desculpa mas se esquece que sem população não há economia, e nem para quem governar.
Estamos vivendo um momento histórico em nossas vidas, e não há duvida de que todas as ações terão graves consequências, agora, devemos torcer para que apesar da ascensão o obscurantismo, saiamos dessa com o menor saldo de mortes possivel.
Mariana Marcelino - 1º Noturno
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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terça-feira, 21 de abril de 2020
Balbúrdia ou ciência?
Balbúrdia significa, segundo o dicionário Michaelis,
“grande desordem; confusão, sarapatel, tumulto, vozeria”. A visão de que as
universidades públicas brasileiras são locais de balbúrdia foi fomentada pelo
atual ministro da educação, Abraham Weintraub, que prometeu o corte de 30% de
verba para universidades que estivessem promovendo a tal balbúrdia, fala que
gerou diversas manifestações contrárias.
Ao promover esse tipo discurso, não são levadas em conta as
pesquisas feitas nas instituições e todas as suas contribuições para a
sociedade, mas sim ideologias, achismos e um certo medo de que essas
universidades estejam formando questionadores e pesquisadores, que não baseiam
seus pensamentos em teorias da conspiração compartilhadas em redes sociais.
Tais teorias mostram-se muito presentes no contexto atual
do coronavírus, algumas pessoas deixaram de crer em fatos científicos que lhes
são apresentados e passaram a tratar a situação como se fosse um jogo político,
sem considerar o bem estar geral. Não acreditam nos dados divulgados pela
mídia, nos estudos das universidades, nem na Organização Mundial da Saúde
(OMS).
A OMS recomenda que sejam feitos testes em toda a população
e adotado o isolamento social, mas não são todos os governantes que estão
seguindo essas recomendações. O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, havia apoiado
a campanha “Milão não para”, que incentivava a população a não parar com as
suas atividades normais e não aderir o isolamento. Porém, após aproximadamente
um mês, depois de um crescimento de mais de 35 mil casos e mais de 5 mil mortes,
o prefeito retratou-se e admitiu que tinha errado em apoiar a campanha.
Confrontar dados científicos é importante, desde que sejam
utilizados outros dados científicos para confrontá-los, não falácias que colocam
a vida de todos em risco. Em uma situação pandêmica a vida deve ser mais
importante que qualquer ideologia, as medidas devem ser tomadas para que a população
seja protegida, não exposta a riscos desnecessários.
Enquanto o presidente Jair Bolsonaro incentiva
manifestações, em plena pandemia, a favor da economia (e contra a vida), a
questão é: quem realmente promove a balbúrdia? Os que defendem a ciência ou o líder
de um governo que sobrepõe a economia em detrimento da saúde de milhares de
pessoas?
Bianca Vipieski Araújo - Direito Matutino - 1º Ano
A problemática do negacionismo científico em relação às pandemias históricas e seus efeitos globais
Uma característica inerente aos seres vivos é a susceptibilidade à ausência de saúde. Sejam por problemas crônicos ou pela ação de agentes patológicos, as doenças, também associadas às formas de surto, endemia, epidemia e pandemia, vêm assolando a humanidade ao longo de toda a sua História. Em particular, os cenários mais graves estão relacionados às pandemias, que possuem caráter global e são responsáveis por algumas das mais marcantes crises mundiais.
Alguns dos casos mais emblemáticos remetem ao século XIV, quando a peste bubônica dizimou um terço da população europeia; a 1918, com a infecção de cerca de um quarto da população mundial pela gripe espanhola; ao ano de 2009, no qual mais de 75 países enfrentaram a gripe suína e, finalmente, a 2020, com a disseminação da Covid-19 - causada pelo SARS-CoV-2, um tipo de Coronavírus.
Para Christiane Maria Cruz de Souza, historiadora do Núcleo de Tecnologia em Saúde do IFBA, “a liturgia das grandes epidemias é sempre muito parecida. Primeiro, as autoridades negam que ela existe, uma vez que é algo desconhecido e com potencial de abalar a economia e os sistemas de saúde. Muitos dos discursos das autoridades no início da pandemia de 1918 se assemelham ao que vemos hoje”. À época da Primeira Guerra, era comum a censura às notícias sobre a moléstia espanhola em diversos países, principalmente devido à forma que a epidemia afetava a capacidade bélica dos europeus. No Brasil, as notícias sobre a doença eram negligenciadas pelo discurso oficial, que acabou não atuando de maneira eficaz para impedir a sua disseminação.
De forma paralela à 1918, em diversos lugares do mundo, é possível encontrar exemplos desse tipo de negacionismo em relação à nova pandemia. Dentre eles, destaca-se o caso do Turquemenistão, no qual o ditador Gurbanguly Berdymukhamedov, por acreditar que toda a atual mobilização global é fruto de uma histeria, proíbe a divulgação de qualquer informação referente à Covid-19 e ao Coronavírus - inclusive o uso dessas palavras -, colocando toda a população nacional em risco. Além disso, há a situação da Nicarágua, onde o autocrata Daniel Ortega opõe-se às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), mantendo as fronteiras do país abertas e não decretando o isolamento social necessário. Ademais, atribui culpa à imprensa acerca do contexto vivido, apontando a pandemia como exagerada e confiando em Deus para protegê-lo - assim como o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
Nesse sentido, surge a necessidade de se questionar o direito desses e de outros representantes em confrontarem a ciência. Em estados como este, nos quais as informações ainda são muito recentes e não há previsão de uma cura imediata, espera-se o foco na prevenção e no controle da doença, a fim de reduzir ao máximo seus impactos. Quando tratados com descaso por essas autoridades, esses efeitos tornam a condição ainda mais grave, já que não há fatos que comprovem com responsabilidade as afirmações contrárias às observações da OMS e de outros órgãos de saúde.
Somado às circunstâncias anteriormente citadas, o discurso negacionista, que trata as medidas protetivas e a informação difundida pelos canais de comunicação como supérfluas, acaba legitimando fake news, pseudo-cientificismos e manifestações contra o isolamento social, como as ocorridas e apoiadas pelo presidente Donald Trump, no dia 18 de abril, nos Estados Unidos, de maneira a agravar ainda mais a crise.
Historicamente, ideologias e epidemias se difundem de forma muito semelhante, provocando o aparecimento de conflitos sociais e de resistência ao intervencionismo e às tentativas de conter patologias. Ao conceber a ciência como reflexo do contexto político, social, econômico e cultural de quem a produz, isto é, dotada de parcialidade, o direito de confrontá-la se mostra fundamental e legítimo. Entretanto, a partir do momento que esse embate gera desdobramentos negativos para a sociedade, como o aumento do número de mortes devido à Covid-19, é preciso combatê-lo.
REFERÊNCIAS
BIERNATH, André. Coronavírus: quais as semelhanças entre a Covid-19 e outras pandemias do passado?. In: Saúde Abril. Disponível em: https://bit.ly/2VMTa3J. Acesso em: 20 abr. 2020.
SANDOVAL, Pablo Ximénez de. Protestos contra o confinamento crescem nos EUA incentivados por Donald Trump. In: El País. Disponível em: https://bit.ly/3cG0LYX. Acesso em: 21 abr. 2020.
PALACIOS, Ariel. Os presidentes negacionistas da pandemia. In: Época. Disponível em: https://glo.bo/2KoBarb. Acesso em: 21 abr. 2020.
Ana Eliza Pereira Monteiro - 1º ano Direito - Matutino
O direito de confrontar a ciência
A ciência é o meio pelo qual
explicamos as questões da humanidade de maneira racional, com base no método científico.
Mas hoje vivemos uma onda de questionamento aos conhecimentos, previsões, dados
e análises gerados pelo meio científico. O questionamento e a recusa em aceitar
a ciência por parte da população são completamente legítimos. No entanto esse
comportamento deve ser desestimulado e combatido.
O principal motivo para não proibir de qualquer forma o
pensamento anticientífico é que avançar sobre a liberdade de expressão é
extremamente perigoso e abre caminho para o cerceamento de diversos pontos de
vista de acordo com a visão do governante.
No entanto não é possível aceitar que políticas públicas
se baseiem nessas linhas de pensamento, porque o Estado tem o dever de proteger
a população e de fornecer serviços de qualidade à mesma. Do mesmo modo ele deve
atuar como contraponto a esses discursos de modo a impedir sua disseminação por
meio da propagação de conhecimento.
Um bom exemplo é a propagação de ideias contra a
vacinação. Todos temos o direito de acreditar que não se deve tomar as vacinas
e de não tomá-las, mas o Estado e os meios de comunicação tem o dever de
desmentir esse discurso e propagar o conhecimento baseado em fatos empíricos,
de modo a ficar a livre critério da população acreditar e aderir ou não.
Este caso, no entanto, difere da postura esperada para o
combate ao coronavírus, onde é dever do Estado restringir a circulação e
impedir que a população execute o anticientífico de livre circulação, mesmo que
parte dela acredite que não há riscos. Este caso difere do anterior porque
executar o discurso mentiroso afeta a sociedade como um todo e não só o
indivíduo, exigindo então a ação do Estado para impedir que a sociedade se
prejudique por conta de decisões individuais.
A conclusão é de que se deve combater o discurso, mas não
proibir que as pessoas tenham ou externem suas
opiniões, por mais absurdas que sejam, sendo, no entanto, necessário que se
proíba a execução das ações propostas por esses discursos nos casos em que elas
prejudiquem o conjunto da sociedade e não só o executor da ação, observando sempre
a necessidade de apresentar à população os riscos dessas ideias e o seu
respectivo contraponto.
A ignorância mata
A ciência vem se
mostrando cada vez mais importante no mundo, desde a Idade média sua importância
vem crescendo de maneira exponencial. Conforme o tempo passa, surge problemas
no planeta e quem são os primeiros a buscar a solução para esses problemas são
os cientistas.
A Covid-19 é uma doença
viral que está mostrando para todos, que por mais que pesquisadores mostrem dados
experimentais sobre a doença e medicamentos para combatê-la, muitos vão tentar
questionar os dados sem um método experimental ou racionalismo para refutar as
pesquisas que seguem métodos propostos por sociólogos como Descartes e Bacon.
Em meio a essa pandemia
que está parando o mundo, alguns países provaram as consequências de não seguir
indicações de especialistas, como a Itália, que hoje chega a mais de 700 mortes
por dia, já que não seguiu a recomendação de isolamento social. Nesse sentido,
quando o governo italiano decidiu seguir essa medida, já era tarde, pois seu sistema
de saúde já havia entrado em colapso.
Outrossim, outros governos
seguem nesse mesmo pensamento errôneo como o americano e brasileiro, que dizem,
respectivamente, que não podem deixar que a economia parar e que não passa de
uma "gripezinha". Supreendentemente, essas falas foram ditas pelos presidentes dos
respectivos países, que não seguem um pensamento racional, pois estudos mostram
que essas medidas são necessárias devido a gravidade da doença.
O Brasil foi um país
muito elogiado por seguir as restrições da OMS. Porém, nessas ultimas semanas
está sendo muito criticado por ter minimizado o risco do contagia e deixar a
entender nos discursos governamentais que o isolamento social deve ser ignorado
e todos os cidadãos devem seguir a vida de maneira normal.
Não devemos cair no
paradoxo da tolerância, conceito escrito por Karl Popper que diz “se a tolerância
for ilimitada, ela deixa de existir”. Sendo assim, devemos combater a intolerância
com argumentos e na situação atual devemos apresentar os dados racionais e
experimentais para quem não acredita nessa gravidade. Desse modo, as pessoas passarão
a acreditar na ciência e questionar falas sem embasamento.
Murilo Augusto Cremonini 1°Ano Direito Matutino
Meias Palavras para Meias Verdades
Com a pandemia do COVID-19, as teorias da conspiração e o negacionismo, voltaram a ser um problema de segurança pública, uma vez que os mesmos não buscam a construção de uma narrativa fiel à realidade, mas sim embasada em preconceitos sociais ou interesses econômicos.
As já conhecidas teorias da conspiração encontram na atual conjuntura, um ambiente perfeito para sua disseminação. Não é difícil encontrar grupos de WhatsApp ou Facebook para compartilhar ou consumir narrativas conspiracionistas. Seus criadores, utilizam da liberdade de expressão para disseminar suas ideias infundamentadas ao público. Fazendo questionamentos à ciência através da utilização de argumentos construídos sem qualquer lógica.
Também existe uma crescente nos negacionistas, pois muitas pessoas ao se depararem com os desafios trazidos pela quarentena e pelo isolamento social, preferem criar uma narrativa fantasiosa de que o COVID-19 é somente um resfriado e que todas as providências tomadas para contê-lo são desnecessárias. Grande parte dessas teorias tem origem no egoísmo de parte da população que não quer ter seus lucros prejudicados em função de políticas de saúde e segurança pública e por isso a mesma tenta atacar a ciência utilizando de questionamentos e informações falsas.
Percebe-se que em muitos casos o direito de livre expressão, e também o espaço de fala dado à parte da população, permite que a mesma ataque a ciência, sendo esse construído sem qualquer base racional, mas sim "validado" pela grande quantidade de replicações e assim tornando-se uma pós-verdade que é utilizada para confrontar os resultados científicos, que por sua vez foram construídos através do método científico.
A NEGAÇÃO DA CIÊNCIA NUMA SITUACAO DE CRISE
A
NEGAÇÃO DA CIÊNCIA NUMA SITUACAO DE CRISE
A pandemia de coronavírus (COVID-19) traz um
impacto enorme no mundo em diversos aspectos como nos âmbitos da saúde,
economia, política e social. Ademais, ela se apresenta diferente das pandemias já
conhecidas devido ao seu elevado grau de contaminação além do impacto global
devido ao intenso processo de globalização característico do mundo moderna.
Como é uma doença recente, carece de precisão
em relação às suas características
e efeitos. Ou seja, as lacunas de informação e conhecimento ainda são muito
grandes: taxas de letalidade, potencial de transmissão, tratamento, existência
de outros efeitos ou sequelas no organismo dos que foram infectados, todas
essas informações ainda são preliminares.
Nesse momento a produção
científica é de extrema importância e há pesquisadores e cientistas do mundo
todo trabalhando em detalhar os impactos do vírus, além da busca por uma
possível vacina. E a ciência desempenha seu papel transformador a medida que a
partir dela determina-se os efeitos do vírus, os meios de contaminação,o
tratamento e a quantidade de infecções.
Em contrapartida, o intenso
fluxo de informações característico da modernidade resulta em uma divulgação sem
limites de informações falsas a respeito dos tratamentos da doença. Nesse
contexto, através das redes de comunicação são divulgados medicamentos
alternativos que curam o coronavírus, como a cloroquina, que não possuem um
estudo cientifico preciso dificultando o trabalho dos profissionais da saúde já
que aumentam as taxas de automedicação.Além disso, a existência de uma cura
descredibiliza a ciência e a quarentena, gerando mais pessoas nas ruas e maior
taxa de contaminação.
Outro ponto consiste
na negação da ciência por parte da população e até de membros do governo, como
o presidente Jair Bolsonaro. Essa negação parte de ignorância e negligencia e
causa um enorme risco ao funcionamento do país e do mundo no âmbito politico e
social. Nesse contexto, aumenta intensamente o número de pessoas desrespeitando
a quarentena, saindo às ruas e se opondo aos fatos científicos.
Concluindo, o cenário atual é um exemplo dos
impactos negativos que a negação da ciência e dos estudos e pesquisas
cientificas causa, principalmente em meio a uma situação critica como um
pandemia, em que é preciso união e empatia entre a população mundial para
passar por este momento com o menor prejuízo possível.
- Pedro de M. Cozac
Direito matutino
Pensamento cientifico e o contexto político-social
Sócrates é considerado um dos pais da filosofia ocidental e é
responsável pela criação do método socrático de debate, ou seja, por meio de
perguntas ocorria a construção das verdades. Sócrates foi julgado por heresia e
por corromper a sociedade. Durante seu julgamento foi lhe oferecido à
oportunidade de deixar suas ideias de lado em troca de uma pena alternativa, no
entanto, o filósofo bebeu o veneno, pois não podia negar as suas convicções.
Hodiernamente, tem se discutido a evolução do pensamento cientifico moderno e o
atual contexto político-social global marcado pela pandemia do coronavírus (COVID-19).
A princípio, o prefeito de Milão, Giuseppe Sala, apoiou a campanha “Milão não para” que pedia para que a cidade não paralisasse suas atividades no início da pandemia do coronavírus. No entanto, três dias depois, com o aumento do número de casos e mortes, o prefeito se pronunciou e admitiu estar errado ao apoiar tal campanha. Casos como esses, nos quais figuras de autoridades fazem declarações minimizando o vírus, tem como consequências o aumento do número de pessoas que não veem a gravidade da situação. No Brasil, o Presidente Jair Bolsonaro fez o uso de expressões como “gripezinha” e “resfriadinho” com o objetivo de minimizar os riscos da pandemia a saúde pública, porém o Brasil já registra, de acordo com o G1, mais de 40 mil casos e 2575 mortes.
Outrossim, pesquisas com os remédios hidroxicloroquina e cloroquina -utilizados no combate de doenças como lúpus e artrite reumatoide- estão sendo feitas para comprovar seu efeito sobre o COVID-19, pois em alguns casos houve melhora dos pacientes, em outros não fizeram diferença no tratamento. No entanto, com a saída da notícia sobre essa droga, várias pessoas começaram a comprar esse remédio o que levou ao desabastecimento do mercado deixando indivíduos com lúpus, malária e artrite reumatoide sem os tratamentos adequados. Tal fato levou a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinar tais medicamentos como produtos controlados.
De acordo com os argumentos supracitados, pode-se concluir que nem tudo está sendo baseado em pesquisas científicas e tais fatos podem ter consequências devastadoras, como a morte de indivíduos devido à falta de informação.
Maria Júlia Servilha Hasegawa- 1ºano- noturno
A princípio, o prefeito de Milão, Giuseppe Sala, apoiou a campanha “Milão não para” que pedia para que a cidade não paralisasse suas atividades no início da pandemia do coronavírus. No entanto, três dias depois, com o aumento do número de casos e mortes, o prefeito se pronunciou e admitiu estar errado ao apoiar tal campanha. Casos como esses, nos quais figuras de autoridades fazem declarações minimizando o vírus, tem como consequências o aumento do número de pessoas que não veem a gravidade da situação. No Brasil, o Presidente Jair Bolsonaro fez o uso de expressões como “gripezinha” e “resfriadinho” com o objetivo de minimizar os riscos da pandemia a saúde pública, porém o Brasil já registra, de acordo com o G1, mais de 40 mil casos e 2575 mortes.
Outrossim, pesquisas com os remédios hidroxicloroquina e cloroquina -utilizados no combate de doenças como lúpus e artrite reumatoide- estão sendo feitas para comprovar seu efeito sobre o COVID-19, pois em alguns casos houve melhora dos pacientes, em outros não fizeram diferença no tratamento. No entanto, com a saída da notícia sobre essa droga, várias pessoas começaram a comprar esse remédio o que levou ao desabastecimento do mercado deixando indivíduos com lúpus, malária e artrite reumatoide sem os tratamentos adequados. Tal fato levou a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinar tais medicamentos como produtos controlados.
De acordo com os argumentos supracitados, pode-se concluir que nem tudo está sendo baseado em pesquisas científicas e tais fatos podem ter consequências devastadoras, como a morte de indivíduos devido à falta de informação.
Maria Júlia Servilha Hasegawa- 1ºano- noturno
O duplo colapso: da saúde e da ciência
Algo novo e surpreendente, na atualidade que sucede tantos séculos de história e acontecimentos, é difícil e quase inimaginável. Contudo, é isso que ocorreu (e ainda está ocorrendo) neste momento. A pandemia do COVID-19 sempre será um marco, não apenas devido às inúmeras vítimas e espanto na medicina mundial, mas também pelo crescimento de um outro vírus: a percepção anticientífica que contrapõe as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A globalização nunca se tornou tão evidente quanto nesse momento, os países em situações tão parecidas e interligadas, lutando contra um vírus que se tornou uma ameaça à saúde, economia e, principalmente, à vida humana. Mas o que torna essa situação tão alarmante é que, diferente de outros casos de epidemias, esse vírus causa problemas respiratórios, e a difusão e contaminação rápida acarreta uma superlotação dos hospitais e centros médicos, resultando numa falta de respiradores para todos os afetados. Assim, conforme explicita a OMS, o isolamento é a melhor e mais efetiva medida para evitar esse colapso e proporcionar um bom atendimento médico, preservando a população com um menor número de vítimas possíveis.
Entretanto, não são todos que seguem as recomendações dos cientistas e especialistas. Muitos indivíduos, sejam por ignorância ou por ceticismo, se recusam a entender os riscos da pandemia e desrespeitam continuamente as regras estabelecidas no isolamento social. O impasse, logo, se faz com o crescente número de pessoas que confrontam a ciência e tentam se mostrar superiores aos estudos e pesquisas que comprovam a eficácia do isolamento. Essas pessoas, no entanto, não estão pondo em risco apenas si próprios, mas também aqueles com quem tem contato, além de prejudicar o sistema de saúde que depende do isolamento para fornecer respiradores aos afetados e para evitar um colapso.
O mais alarmante, porém, é que além da parte da população que desrespeita o isolamento, líderes políticos também contradizem a OMS e o Ministério da Saúde encarregado de amenizar a situação. Tais líderes, que deveriam servir como exemplos para a população e apoiar as autoridades da saúde, na verdade fazem o contrário e confrontam a ciência, provocando uma crise política em um cenário que já estava sofrendo devido à pandemia.
Mariana Pereira Siqueira - 1° ano - Direito Diurno
O Retorno da Escuridão
“A
terra é plana,” “vacinas provocam autismo” e mais atualmente “é só uma
gripezinha.” Essas são algumas frases que tem circulado pelos lábios dos
brasileiros, e elas -além de tantas outras- tem colocado em cheque a credibilidade
da ciência e de seus métodos.
Em um
primeiro momento, eram grupos isolados e sem voz que proclamavam essas máximas,
mas atualmente alguns desses grupos tem ganhando espaço de fala na sociedade e dessa
forma geram incontáveis problemas de grande abrangência, como o retorno de
doenças já consideradas erradicadas, isso devido muitos estarem se recusando receber
as vacinações.
Com a ascensão
da pandemia causada pelo COVID-19, o novo coronavírus, esse problema da
incredulidade na ciência tornou a ser um problema, no Brasil, por exemplo,
grande parte da população, incluindo o presidente da república, acredita que
essa patologia não é senão uma “gripezinha,” apesar dos altíssimos números de
mortes provocadas ao redor do mundo, o que faz com que muitos não cumpram o distanciamento
social de forma adequada, aumentando dessa forma a possibilidade de uma
catástrofe. Além disso, ainda vem sendo proposto pelo governo federal uma
alternativa à quarentena, o “lockdown vertical,” o qual se trata do
isolamento exclusivamente dos grupos que podem ser mais afetados pelo doença,
todavia esse modelo, como lembra o biólogo Dr, Átila Iamarino no programa roda
viva, apresentado na TV Cultura no dia 30/03/2020, este modelo nem deveria
estar em discussão, pois não se trata de um modelo científico e legitimado pela
ciência.
E
assim se encerra a segunda década do terceiro milênio, clamando socorro ao século
XVIII, pedindo que as luzes que outrora iluminaram o ocidente reapareçam e não
mais prevaleçam as trevas que perseguiram cientistas como Galileu Galilei,
Giordano Bruno e tantos outros que buscaram o verdadeiro conhecimento.
Da imperícia à negligência
A atual situação
pela qual o mundo passa oferece uma oportunidade de analisarmos com melhor
precisão a importância da valorização de métodos científicos.
Ao se espalhar de
Wuhan para o resto do globo, o já conhecido covid-19 se mostrava um patógeno de
fácil alastramento, mas seus efeitos em grande escala e demais questões acerca
ainda eram incertas. Passados cerca de 5 meses do primeiro caso datado em 1 de dezembro
de 2019, nos encontramos em estado quarentena total em todo o mundo devido ao
grande poder de transmissão do vírus, somado à negligência governamental de vários
chefes de Estado. É claro que não se pode culpabilizar totalmente estes, que
têm em suas mãos um assunto de extrema delicadeza, considerando a insuficiência
de informações presentes há algumas semanas (senão até hoje).
Contudo, as instituição de um estado
pandêmico pela OMS, somada a várias declarações de profissionais e
especialistas foram claros sinais aos governantes de que o Coronavírus é muito
mais do que uma simples gripe. A esse ponto, ignorar a obrigação de isolamento passava
de imperícia para negligência. O que se prova ao serem analisados países que tiveram
diferentes diretrizes a partir do mesmo problema. Tomemos como exemplo Itália e
Nova Zelândia.
Um dos primeiros
países contaminados pela doença, a Itália planejou, em meados de fevereiro, medidas
para a diminuição do alarmismo causado principalmente pela mídia, o que demonstrava
clara desatenção aos reais riscos da chegada desse infortuno visitante viral.
Atualmente o país é o segundo em que mais morrem pessoas devido a isso, atrás
apenas dos Estados Unidos – que proporcionalmente ainda tem menor número de
casos fatais do que os italianos.
Enquanto isso, a Nova
Zelândia tem sido identificada em manchetes que exemplificam eficiência e
prudência no enfrentamento desse contratempo. A rigidez no cumprimento do
estado de quarentena, a cuidadosa seleção de visitantes estrangeiros e o
fechamento de TODOS os serviços não essenciais garante aos neozelandeses a taxa
de contágio 0.02%, tendo pouco mais de 1.000 casos confirmados e menos de 20
mortes.
A manifestações dos
agentes de saúde e demais profissionais infectologistas foram, e continuam
sendo as mais confiáveis fontes de informação e auxílio para ações tomadas para
o atual problema enfrentado pelo mundo todo. Não há espaço para especulações e
achismos baratos, como já foi provado pela falha da Itália e o sucesso da Nova
Zelândia.
Gabriel Nogueira - noturno
Gabriel Nogueira - noturno
O oportunismo em pele de ciência
Os
principais pilares que sustentam a ciência moderna são os pensamentos dos filósofos
Bacon e Descartes, que consideravam possível achegada ao conhecimento através da
experimentação, observação da natureza e através da junção entre método e
razão, respectivamente. No entanto, a ciência moderna possui caráter mutável,
instável, criando abertura para novas ideias e, também, infelizmente, para
oportunistas.
No presente momento, com o mundo passando por uma crise causada
pela doença Covid-19, temos grande exemplo de como a ciência, apesar de
imprescindível, tem sido tratada como mera opinião, inclusive por líderes governamentais,
como Trump e Bolsonaro. São inúmeros os casos, que vão desde fake News sobre a
ação do Corona vírus no corpo humano inundando a internet, xenofobia contra
asiáticos, pessoas quebrando a quarentena sem motivo aparente até o presidente
do Brasil alegando que o Covid-19 não passa de uma “gripezinha”.
Além dos empecilhos causados pelo Corona vírus, o Brasil
ainda passa por sérios problemas políticos. O governo, que deveria representar
o exercício da razão política, tem se mostrado uma competição de popularidade.
O próprio presidente, que deveria gerenciar estratégias para diminuir o impacto
da doença sobre a população, demite o Ministro da saúde, que estava se tornando
popular por seu trabalho; promove protestos pedindo o fim da Democracia, pede a
reabertura do comércio, com a desculpa de “não podemos parar a economia” e,
muito oportunamente, pede a volta do AI-5.
Mesmo que toda nossa ciência esteja baseada na razão e
experimentação, ainda enfrentamos problemas causados pela ideia de que ciência possa
ser qualquer coisa, até mesmo uma opinião equivocada que pode acarretar
milhares de mortes. E, desafortunadamente, tal ideia se projeta no campo
político também.
Angela Severo dos Santos, 1º ano matutino
O enfrentamento das pandemias ao longo dos séculos
Pandemias são definidas como disseminações mundiais de novas doenças e, há séculos, elas são identificadas, trazendo grandes consequências para os âmbitos sociais, políticos e econômicos das sociedades. No século XIV, por exemplo, houve a maior pandemia relatada até os dias atuais, conhecida como Peste Bubônica, que gerou a morte de grande parte da população europeia na época, além de revoltas camponesas e guerra.
O ano de 2020 enfrenta uma nova pandemia, ocasionada pelo coronavírus (COVID-19). Surgida na China, rapidamente a doença alastrou-se por todo o mundo, de modo que, os governos dos países precisaram criar medidas para conter o avanço da propagação do vírus e evitar um grande número de vítimas. No Brasil, criou-se um conflito entre governadores do Estado, como João Dória, de São Paulo e o presidente da República, Jair Bolsonaro, enquanto o primeiro defende a quarentena recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e por profissionais da área da saúde, afim de evitar o colapso do Sistema de Saúde, o presidente incentiva carreatas feitas por parte da população que pedem pelo fim da quarentena e a reabertura de serviços considerados não essenciais, como o comércio.
Embora o direito de ir e vir seja fundamental e assegurado pela Constituição brasileira, esta estabelece também, que é dever do Estado garantir a saúde dos cidadãos, assim, as ondas de protestos que têm ocorrido no Brasil e nos Estados Unidos, apoiadas pelos presidentes dos respectivos países apresentam uma ameaça para as populações e restringem seus direitos à vida. Portanto, é possível concluir que, para evitar uma pandemia análoga a ocorrida no século XIV, se faz necessário que os indivíduos se adequem e cumpram as normas previstas pelos órgãos de saúde, aguardando o período de quarentena para protestarem nas vias públicas e durante esse momento de tensão escolham outros meios pelos quais se expressarem, como nas plataformas digitais.
Marília Guidi Ganzella - 1° ano direito noturno
O ano de 2020 enfrenta uma nova pandemia, ocasionada pelo coronavírus (COVID-19). Surgida na China, rapidamente a doença alastrou-se por todo o mundo, de modo que, os governos dos países precisaram criar medidas para conter o avanço da propagação do vírus e evitar um grande número de vítimas. No Brasil, criou-se um conflito entre governadores do Estado, como João Dória, de São Paulo e o presidente da República, Jair Bolsonaro, enquanto o primeiro defende a quarentena recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e por profissionais da área da saúde, afim de evitar o colapso do Sistema de Saúde, o presidente incentiva carreatas feitas por parte da população que pedem pelo fim da quarentena e a reabertura de serviços considerados não essenciais, como o comércio.
Embora o direito de ir e vir seja fundamental e assegurado pela Constituição brasileira, esta estabelece também, que é dever do Estado garantir a saúde dos cidadãos, assim, as ondas de protestos que têm ocorrido no Brasil e nos Estados Unidos, apoiadas pelos presidentes dos respectivos países apresentam uma ameaça para as populações e restringem seus direitos à vida. Portanto, é possível concluir que, para evitar uma pandemia análoga a ocorrida no século XIV, se faz necessário que os indivíduos se adequem e cumpram as normas previstas pelos órgãos de saúde, aguardando o período de quarentena para protestarem nas vias públicas e durante esse momento de tensão escolham outros meios pelos quais se expressarem, como nas plataformas digitais.
Marília Guidi Ganzella - 1° ano direito noturno
Breve análise do momento
Começo este texto revelando a você, meu caro leitor, que nunca me foi tão trabalhoso explorar, analisar e refletir o tema que aqui venho expor. Com esse, deparei-me com uma bola de neve de problemas político-sociais que vinha crescendo ano a ano, questões que veem sido negligenciadas há séculos. Nesse sentido, proponho-me, primeiramente, a evidenciar, de modo sucinto, o conflito que vivemos.
É de conhecimento geral que a pandemia de covid-19 nos trouxe não apenas novos problemas, mas, também, evidenciou a realidades sócias e pensamentos de grupos - de certo ponto de vista, perigosos e remotos. Com isso, levanto questionamentos como: Por que somente em meio a maior crise depois da segunda guerra mundial aspectos como acessibilidade a saúde e outros recursos que são responsabilidade do Estado garantir a seus cidadãos se tornaram relevantes? Por que a parte da população brasileira pediria a volta do AI-5 e dos militares no controle do governo?
Refletindo, é possível concluir que temos marcas históricas, não somente da sociedade de brasileira - desigualdade social, racismo -, mas resquícios de outras sociedades - revolução francesa, revolução industrial, revolução americana. Dessa forma, ao estudarmos a história de outros civilização é notável que revoltas e revoluções surgiram em meio a camadas sociais esquecidas que tinham falta de alimentos, trabalho, em suma, condições básicas de sobrevivência. Com a pandemia, muitos estão passando por dificuldades, seja nos âmbitos trabalho, alimentação, acesso a saúde, etc.
Analisando o Brasil, temos um presidente que contradiz a ciência, ou seja, nega fatos, observações e experiências comprovadas. Com isso, cresce falas a cada dia contestando a ciência que busca a resolução do covid-19 e a realidade de muitos países que foram afetados drasticamente pelo vírus. Além disso, o sistema brutal que controla o mundo, mostrasse nesse momento apoiador dos ricos empresários e negligência a massa trabalhadora. Portanto, negar a ciência e uma tentativa de perpetuar o sistema, silenciar e controlar as massas, pois ela tem um poder de transformador, de transformar as pessoas em críticos que buscam o bem estar social.
Concluo, hoje, dia 21 de abril de 2020, que vivemos um período crucial. Momento que ações decidirão o futuro da nação. São tempos difíceis, não há como negar.
Gabriela Cardoso dos Santos
Diurno
A legitimação da conveniência
Atualmente o Brasil é o 11º país com mais mortes devido o
covid-19, diante essa crise que já é a maior desde a Segunda Guerra mundial o
atual líder do estado brasileiro Jair Bolsonaro tem proferidos declarações dizendo
que o vírus que já matou quase 200 milhões de pessoas ao redor do mundo em
menos de 3 meses é apenas uma “gripezinha” criada pela imprensa que tem
estimulado medidas preventivas histéricas. Dessa forma Bolsonaro tem minimizado
o real risco dessa doença em nossa sociedade, que é atingida tanto em âmbito social
como econômico, confrontando a ciência e o bem estar da nação e também dado
força a ideia dos que acreditam o mesmo.
A grande questão é que observando o comportamento e as
falas do presidente e de seus seguidores que acreditam que as informações acerca
do covid-19 sejam alarmantes vemos um negacionismo aliado a um recorte
conveniente e oportunista da ciência, o que resulta em uma espécie de populismo
cientifico vulgar.
Essa parte da sociedade tem feito protestos e carreatas
para defender o fim do isolacionamento social e de suas consequências já que
consideram a quarentena um empecilho para o desenvolvimento da economia, assim
ignorando os perigos da doença à sociedade e os consensos da ciência para assim
validar sua própria crença e defender seu interesse econômico.
Deveras não há problema em questionar a ciência e seus mistérios,
porém é preciso respeitar e aderir suas respostas quando provadas e
evidenciadas. Além disso é necessário colocar a saúde populacional, direito inviolável,
acima dos interesses econômicos pessoais para assim temos uma sociedade humanitária
de fato.
Paola Santos de Lima
1º Período Direito NoturnoNegacionismo e Anti-cientificismo em tempos de COVID-19
Nós últimos meses temos
vivido uma grande crise causada pela pandemia de COVID-19. Essa pandemia vem
acompanhada de um forte movimento negacionista e anticientificista, que atinge
diversos países, como a Bielorússia, o Brasil, os EUA, entre outros.
Essas teorias que em certo ponto aproximam-se
da loucura, contrariam diretamente as bases do pensamento científico, ao apoiar
teorias sem comprovação lógica e racional e que vão contra o que é atualmente
defendido pela ciência, que é regida pelo rigor do método científico, de forma
a chegar a uma verdade racional e comprovada.
Assistimos nesse momento histórico a
diversidade de posicionamentos e ações dos líderes mundiais. Enquanto autoridades
italianas admitem ter errado ao fazer propagandas e declarações para que as
cidades não parassem e, mesmo, os casos de coronavírus no país passando dos 180
mil, com quase 50 mil mortes, outros líderes e países mantêm-se céticos quanto a
gravidade da doença e negam evidências científicas e as recomendações de
isolamento social. Um desses países é a Bielorússia, cujo líder, Alexander
Lukashenko, defendeu a ingestão de vodka e a higienização das mãos com a mesma,
além de idas à sauna como um tratamento eficaz contra a COVID-19, “tratamento”
esse sem nenhuma comprovação científica que tenha passado pelo rigor do método.
Ressalta-se que a vida segue normalmente na Bielorússia, contrariando as
recomendações da OMS, enquanto o país contabiliza 2919 casos da doença e 29
mortes.
Já
no Brasil, existe um embate entre o isolamento social para salvar vidas e a
volta da normalidade para salvar a economia, embate esse estimulado pelo próprio
Presidente Jair Bolsonaro, que em diversos momentos contraria as recomendações
da OMS, andando pelas ruas da capital federal, cumprimentando pessoas,
inclusive participando de eventos. Verifica-se, também, a defesa da
Hidroxicloroquina e da Cloroquina para o tratamento da COVID-19, contrariando
médicos e pesquisadores que apontam para os efeitos colaterais do uso da
medicação e dos riscos. Ademais, no dia 19 de abril, Bolsonaro compareceu a uma
manifestação, contrariando o isolamento social e, de certa forma, endossando
esse comportamento, na qual discursou para manifestantes com faixas “Fora Maia”
e de apoio ao AI-5, além de palavras de ordem contra os demais Poderes,
contribuindo para a crise política, social e econômica no país. Em outras
capitais do país houve carreatas pela volta do trabalho, enquanto em diversos
estados, pessoas continuam morrendo vítimas do Coronavírus em hospitais
públicos, seja pela falta de leitos ou de EPI`s, nota-se, também, que diversos
estados brasileiros estão à beira do colapso de seus Sistemas de saúde, como o
Rio de Janeiro. Dessa forma, observa-se no Brasil, negação da realidade pela
qual o mundo passa, bem como da gravidade da pandemia e dos fatos ocorridos em
outros países, além da desconsideração das autoridades médicas e científicas,
evidenciando o anti-cientificismo e uma clara falta de liderança.
Vivemos tempos difíceis, com grande negação dos fatos e da ciência, além
uma grande escalada da ignorância e da intolerância. Seguindo o paradoxo da
Tolerância e tendo em vista essa situação, não devemos manter a tolerância com
aqueles que são intolerantes, pois quando menos esperarmos pode ser que não
exista mais tolerância. Ademais, é de suma importância defender a ciência e as
universidades, que são as grandes difusoras do conhecimento, para que se
combata a onda de ignorância que vivemos.
Rafael de Oliveira Trevisan- 1°Ano- Direito Noturno- Turma XXXVII.
Referências:
Prefeito
admite erro ao apoiar campanha 'Milão não para' imitada no Brasil. Disponível em:
<https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/ansa/2020/03/23/prefeito-admite-erro-por-apoiar-campanha-milao-nao-para.htm>
Acesso em: 21/04/2020.
Há um mês Itália resistiu a
tomar medidas mais restritivas contra coronavírus; hoje soma 7,5 mil mortes.
Disponível em: <https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/03/25/ha-um-mes-italia-resistiu-a-tomar-medidas-mais-restritivas-contra-coronavirus-hoje-soma-75-mil-mortes.ghtml>
Acesso em 21/04/2020.
Número de casos ativos de
coronavírus na Itália cai pela primeira vez. Disponível em: <https://valor.globo.com/mundo/noticia/2020/04/20/numero-de-casos-ativos-de-coronavirus-na-italia-cai-pela-primeira-vez.ghtml>
Acesso em: 21/04/2020.
Presidente da Bielorrússia indica vodca e sauna para
curar coronavírus. Disponível em: <https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2020/03/31/interna_internacional,1134119/presidente-da-bielorrussia-indica-vodca-e-sauna-para-curar-coronavirus.shtml>
Acesso em: 21/04/2020.
'Ninguém vai morrer de novo coronavírus', diz
presidente de Belarus, país que registrou 29 mortes por Covid-19. Disponível
em: <https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/04/13/ninguem-vai-morrer-de-novo-coronavirus-diz-presidente-de-belarus.ghtml>
Acesso em: 21/04/2020.
Estudo
com cloroquina é interrompido após efeitos colaterais em pacientes. Disponível
em: <https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/04/13/estudo-com-cloroquina-e-interrompido-apos-efeitos-colaterais-em-pacientes.htm?cmpid>
Acesso em: 21/04/2020.
Bolsonaro discursa para manifestação com faixa “Fora Maia” e apoio ao AI-5. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/brasil/bolsonaro-discursa-para-manifestacao-com-faixa-fora-maia-e-apoio-ao-ai-5/> Acesso em: 21/04/2020.
Rio está próximo do colapso do Sistema de Saúde alerta MP. Disponível em: <https://saude.estadao.com.br/noticias/geral,rio-esta-proximo-do-colapso-do-sistema-de-saude-alerta-mp,70003276017> Acesso em: 21/04/2020.
Carreatas pelo país têm Bolsonaro, pedidos de reabertura do comércio e Avenida Paulista fechada. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/04/carreatas-pelo-pais-pedem-fim-do-isolamento-apos-206-novas-mortes-por-coronavirus.shtml> Acesso em; 21/04/2020.
O paradoxo da tolerância. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/2018/10/o-paradoxo-da-tolerancia.shtml?origin=uol> Acesso em: 21/04/2020.
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