Total de visualizações de página (desde out/2009)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Um chamado para a revolução

No "Manifesto do Partido Comunista" de karl Marx e Friederich Engels, destaca-se logo na primeira frase aquilo que para eles constituía a história de todas as sociedades existentes até ali: A luta de classes.
Nessa obra, há a intenção de manifestar todas as contradições existentes no sistema capitalista desenvolvidos partir das revoluções burguesas. Mesmo com um caráter fortemente crítico, é enaltecido pelos autores alguns pontos importantes desse capitalismo, entre eles e primordialmente, a sua capacidade de produzir da forma mais eficiente já vista, gerando em pouco tempo mais riquezas do que todos os outros sistemas de produção juntos foram capazes.
Porém, dessa mesma característica, resultou a grande contradição do capitalismo, em que, pela primeira vez, as crises eram de superprodução e não de carências de produtos, ao passo que a classe trabalhadora recebia o mínimo para sobreviver, atuando de forma indigna, sem qualquer tipo de direito à participação na abundância gerada pelo capitalismo, ao contrário, essa era obrigada a viver sob condições cada vez mais insustentáveis.
A partir dessa situação de completo abandono vivida pelo operariado, seria possível executar a solução final objetivada pelo marxismo: A revolução do proletariado.
Na obra, Marx e Engels expõem o programa polítco comunista após a tomada do poder. É perceptível a princípio, um caráter ditatorial nesse regime, já que alguns objetivos, como o fim da propriedade privada, exigem atitudes autoritárias, porém, segundo os autores, com o avançar do regime comunista e a decorrente supressão das classes, o próprio Estado se fará desnecessário.
Para que a revolução final seja efetivada, o proletariado necessita de uma situação favorável. O momento exato da revolução é aquele de pleno desenvolvimento do capitalismo, no qual a opressão sobre o proletariado é máxima. Para Engels e Marx, a burguesia utilizou diversas "armas" para superar o antigo sistema feudal, porém, essas mesmas armas servirão ao proletariado para sua organização e finalmente a efetivação da grande revolução.
O texto é atual em diversos pontos como quando cita as contradições capitalistas, porém algumas outras questões expostas são discutíveis. Um exemplo está na observação feita em relação ao Direito. Para Marx e Engels, o direito é mais uma ferramenta da burguesia que possui a função única de manter a elite capitalista à frente do poder. No entanto, hoje em dia é notável a atuação do Direito na intenção de integrar de forma gradual a sociedade através de políticas de inclusão, além de esforços para atenuar as consequências de erros cometidos no passado.
Como observação final, é importante a percepção de que a intenção de Marx e Engels no "Manifesto do Partido Comunista" não era simplesmente expor um conceito sociológico e filosófico, muito mais do que isso, objetivavam convocar toda a classe trabalhadora para a construção de uma nova fase na história da humanidade. Tudo isso fica explanado na simbólica frase final: "proletariado de todos os países, uni-vos."

FILME PONTO DE MUTAÇÃO: Do cartesianismo à Física Quântica.

O filme "ponto de mutação" de Fritjof Capra, é uma crítica ao pensamento cartesiano, reivindicando um olhar sistêmico por parte dos cientistas quando da análise dos fatos.

Na sociologia, o cartesianismo ganhou força com René Descartes, que inspirado pelos avanços newtonianos na física e na matemática, propôs um modelo de condução do pensamento humano que se baseasse numa certeza quase que matemática.

Tudo bem para um começo de organização. Mas a sociologia não poderia ficar presa ao cartesianismo por muito tempo. Não que o método estivesse incorreto - era necessário e trouxe uma dose de confiabilidade às ciências sociais. O problema é que Newton não estava completamente correto. Ao fragmentar os problemas matemáticos para buscar uma solução, o grande físico perdeu a visão sistêmica e suas leis físicas foram insuficientes para a explicação de diversos problemas. Por séculos outros físicos acreditaram que a física newtoniana era definitiva, até que surgiu Max Planck e inaugurou a Física Quântica, que foi um modelo revolucionário de pensar natureza, numa metodologia que trouxe a aleatoriedade e a incerteza a uma ciência que era completamente cartesiana até então.


Mesmo o gênio Einstein discordou, num primeiro momento, quando proferiu a sua célebre frase "Deus não joga dados". Albert Einsten, infectado pelo cartesianismo ensinado nas escolas de física, não conseguia admitir que na natureza haveria acontecimentos aleatórios, como demonstrava a nascente quântica.

Movimento semelhante aconteceu nas ciências sociais. O cartesianismo precisou ser revisto à medida que os cientistas sociais amadureceram seu modo de pensar ao longo dos séculos, surgindo novas metodologias que visavam explicar fatos sociais que não seriam analisados adequadamente de acordo com a metodologia cartesiana.

É esse o ponto de mutação: é o ponto onde há o encontro do cartesianismo analítico ocidental, com a visão holística oriental. É o ponto onde ambos métodos se encontrassem, complementando mutuamente seus limites. O resultado seria o engrandecimento das ciências.

No final, inclusive, uma das personagens deixa claro sua preferência por uma ciência mais abrangente, que não "picote as coisas" mas que observe os sistemas vivos como um todo. É essa a ciência desejada por Capra.



Luiz Antônio Dias de Azevedo Júnior - 1 ano - direito noturno

O positivismo e a sociologia de Augusto Comte

Postagem sobre o texto 4 e 5 de Augusto Comte

O nome do pensador francês Augusto Comte está indissociavelmente ligado ao positivismo, corrente filosófica que ele fundou com o objetivo de reorganizar o conhecimento humano. Comte também é considerado o grande sistematizador da sociologia.
Um dos fundamentos do positivismo é a idéia de que tudo o que se refere ao saber humano pode ser sistematizado segundo os princípios adotados como critério de verdade para as ciências exatas e biológicas. Isso se aplicaria também aos fenômenos sociais, que deveriam ser reduzidos a leis gerais como as da física.
A partir da percepção do progresso humano, Comte formulou a Lei dos Três Estados. Observando a evolução das concepções intelectuais da humanidade, Comte percebeu que essa evolução passa por três estados teóricos diferentes: o estado 'teológico' ou 'fictício', o estado 'metafísico' ou 'abstrato' e o estado 'científico' ou 'positivo', em que:
- No primeiro, os fatos observados são explicados pelo sobrenatural, por entidades cuja vontade arbitrária comanda a realidade. Assim, busca-se o absoluto e as causas primeiras e finais ("De onde vim? Para onde vou?").
- No segundo, já se passa a pesquisar diretamente a realidade, mas ainda há a presença do sobrenatural, de modo que a metafísica é uma transição entre a teologia e a positividade.
- No terceiro, ocorre o apogeu do que os dois anteriores prepararam progressivamente. Neste, os fatos são explicados segundo leis gerais abstratas, de ordem inteiramente positiva, em que se deixa de lado o absoluto (que é inacessível) e busca-se o relativo. A par disso, atividade pacífica e industrial torna-se preponderante, com as diversas nações colaborando entre si.
Adotando os critérios histórico e sistemático, outras ciências abstratas antes da Sociologia, segundo Comte, atingiram a positividade: a Matemática, a Astronomia, a Física, a Química e a Biologia. Assim como nessas ciências, em sua nova ciência inicialmente chamada de física social e posteriormente Sociologia, Comte usaria a observação, a experimentação, da comparação e a classificação como métodos para a compreensão (isto é, para conhecimento) da realidade social.
Para Comte, a análise científica aplicada à sociedade é o cerne da sociologia, cujo objetivo seria o planejamento da organização social e política, e que levaria ao progresso da sociedade.

O MARXISMO E A IGUALDADE MATERIAL

Na Obra “O Manifesto Comunista” Marx e Engels explicam sua teoria sobre o desenvolvimento da sociedade: O materialismo histórico. Segundo o materialismo histórico, o motor da sociedade é a economia, ela é a estrutura da qual deriva toda a superestrutura social (Direito, Religião, Cultura, Costumes, etc). E essa economia, é basicamente caracterizada pela divisão da sociedade em classes desiguais. A história, portanto, nada mais é do que a história da luta de classes.

Com o surgimento da burguesia e melhora técnica dos meios de produção, a exploração de uma classe sobre a outra se intensificou. O mundo moderno fora dividido em burgueses e proletários, opressores e oprimidos. Marx previu o colapso do sistema capitalista através de sua teoria acerca da forma de rotação do capital: o uso cada vez maior de máquinas em lugar de trabalhadores e o rápido desgaste moral dessas máquinas levariam à diminuição da taxa de lucro e à expropriação dos pequenos capitalistas. A acumulação seria, então, acelerada e a formação de novos capitais independentes (base do sistema capitalista) tornar-se-ia cada vez mais difícil.

A previsão de Marx não se confirmou, a revolução socialista não ocorreu nos lugares previstos e nos Estados em que aconteceu não logrou seu objetivo. O pensamento marxista, no entanto, é muito útil ainda hoje para compreendermos a realidade e os mecanismos que movem o mundo, ele foi o responsável pelas críticas ao capitalismo de maior precisão e efeito. Pode se dizer que os pensadores hoje dividem-se em marxistas e não-marxistas, uma divisão inclusive de valores: igualdade material x liberdade.


Fábio Augusto Ferreira, 1º DN

AS MÁQUINAS E O CONTEXTO ATUAL

No capítulo: a maquinaria e a indústria moderna do livro O capital, Karl Marx analisa o papel do capital fixo (máquinas) nas relações de trabalho. As máquinas surgem com o objetivo de baratear as mercadorias, fazer com que a remuneração do trabalhador corresponda a cada vez menor fração de seu trabalho, aumentando, portanto, a mais valia e o lucro.

Essas máquinas nos acompanham até os dias de hoje, cada vez menores, fazem parte do nosso cotidiano de tal maneira que é impossível pensar o mundo atual com a sua ausência. Nesse texto, Marx aponta as relações do emprego dos primeiros equipamentos com o processo produtivo e como eles transformavam toda a sociedade.

Naquela época, o autor aponta problemas tais como a exploração cada vez maior do trabalhador em função do excesso de contingente de população apta a produção e a ‘venda’ de trabalho que passava a se estender à mulher e aos filhos. O salário, quantidade de dinheiro necessário à sobrevivência da família do trabalhador, agora se dividia entre toda a família.

Atualmente, pode-se perceber um novo tipo de desgaste da tecnologia, não é mais o desgaste físico que impera no contexto capitalista e sim o desgaste moral. As máquinas tornam-se obsoletas cada vez mais rápido, o que exige cada vez mais investimentos nesse setor.

Fábio Augusto Ferreira, 1º DN

O conhecimento científico da realidade social

Max Weber, em sua obra A “objetividade” Do conhecimento na Ciência Social e na Ciência Política, parte da observação da redação da Revista Arquivo, que afirma ser uma revista totalmente científica para discutir acerca da validade dos Juízos de valor quando empregadas em ações sociais. Para ele, os Juízos de valor não podem ser extraídos de análises científicas por serem provenientes da subjetividade do pesquisador. Assim, a ciência empírica não poderia nos fornecer normas obrigatórias que seriam postas em prática. Segundo Weber, a Revista teria procurado obter efetivamente normas práticas de validade científica, para que exista a competência de diferenciar entre conhecer e julgar tanto do dever científico de ver a verdade dos fatos, como do dever prático de aderir aos próprios ideais. Ele defende a ideia de que nenhuma análise científica da vida cultural seria totalmente objetiva e parcial, desde o momento da seleção do objeto de pesquisa até o de análise e exposição da conclusão.

A função da Ciência social seria investigar o sentido da ação social e os valores que regem cada fenômeno, o caráter de cada ação, orientando-se tanto no sentido histórico quanto no da reconstrução conceitual das instituições sociais e do seu funcionamento.

O Espírito do capitalismo, a Ética do capitalismo.

Weber, em "O ‘Espírito' do Capitalismo", enfatiza que se um dos mandamentos econômicos ("tempo é dinheiro", "crédito é dinheiro" etc) não for observado pelo fiel, o crente é acusado de infrator, além de não-cumpridor de seus deveres cívicos. Livre da influência direta da religião, esta característica particular do capitalismo ocidental configura toda uma significação cultural, e dela emana uma ética de caráter peculiar. Nesse caso, o capitalismo ocidental possui um "ethos particular", pois é dotado de uma concepção utilitarista, mediante as qualidades que mais se destacam, como por exemplo: a honestidade financeira; a pontualidade nos pagamentos; a laboriosidade desenvolvida nas atividades profissionais dentre outras congêneres, as quais se tornam virtudes úteis ao cidadão comum, como por exemplo, somar ou ganhar dinheiro transforma-se, nesse caso, em finalidade última na vida dos indivíduos, na medida em que esta prática atinge níveis consideráveis dentro do campo do irracionalismo e do transcendentalismo religioso protestante. De outra parte, como base fundamental deste processo, destaca-se o dever profissional caracterizado como a "ética social" da cultura capitalista. Nesse sentido, tanto o fabricante que se opor às normas estabelecidas quanto os trabalhadores, ambos estarão sujeitos à exclusão do sistema econômico. Dessa forma, é viável ao capitalismo escolher aqueles que comporão o quadro burocrático-administrativo, porque eles deverão estar voltados à sustentação do referido sistema econômico. Por outro lado, toante Weber, é preciso refletir sobre uma questão, ou seja, como esta "filosofia de vida", que não teve origem dentro do limites de "seleção social", pode se firmar como norma de vida mediante a qual o poder capitalista consegue arrebanhar e convencer uma totalidade de indivíduos - sem qualquer reação preconceituosa - inserida no interior de um contexto histórico?
   Nesse caso, é preciso situar as diferenças existentes entre os espíritos capitalista e o pré-capitalista; e Weber aponta para pontos decisivos nos quais estas diferenças se manifestam.
   O espírito pré-capitalista pode ser ilustrado pelos holandeses que, dado à voracidade em ganhar altas somas de dinheiro, e não fazendo uso dos mecanismos racionais verificados atualmente nas grandes empresas capitalistas, enriqueceram-se; são tais fatos que explicam, segundo Weber, a breve hegemonia econômica holandesa num determinado período da história ocidental, mais especificamente quando da ocupação pelos europeus do continente americano. Em linhas gerais, o espírito do capitalismo exige não somente o acúmulo monetário, mas indivíduos inclinados a negócios, disciplinados, igualmente no que se refere à utilização racional do capital, bem como "trabalhadores conscientizados" a produzir cada vez mais, objetivando "melhorar de vida", em detrimento à concepção de vida que se traduz em trabalhar para ganhar o suficiente para viver. Assim, o espírito capitalista e a determinação econômica inspiram uma luta constante sobre qualquer tradicionalismo econômico. Porém, partindo-se do princípio de que a classe dominante, isto é, a burguesia, é quem determina as medidas de aplicação salarial aos trabalhadores, são os últimos que exercerão, portanto, o papel de subserviência a tal conjunto de medidas capitalistas. No caso do surgimento de uma reação contrária, por parte dos trabalhadores, frente a tais arbitrariedades emanadas do poder burguês, o espírito do capitalismo convence as consciências de que o trabalho deve ser concebido como um fim absoluto, ou melhor, como uma "vocação", distanciando, desse modo, as preocupações dos trabalhadores com respeito às questões salariais. O referido mecanismo, nesse caso, deita raízes no processo educacional do protestantismo, que se torna um poderoso aliado do capitalismo, na medida em que a referida educação caracteriza-se por se mesclar com os conceitos fundamentais do protestantismo. Resumidamente, podemos nomear este mecanismo como uma tríade composta pelos seguintes termos: educação-econômico-religiosa, propiciando, desse modo, a formação de um quadro de funcionários com alto grau de concentração mental, fato que, conseqüentemente, determinará uma maior produtividade no mundo do trabalho. Eis, então, a gênese do espírito capitalista.
   Outras importantes particularidades são mencionadas por Max Weber. Dentre elas, a dos grandes empreendedores que, aplicando métodos específicos e eficazes de racionalização, aproximam-se dos consumidores por intermédio de certos princípios, como por exemplo, "baixos preços", estimulando, desse modo, nos consumidores, o hábito do consumo e da aquisição material. Em contrapartida, cria-se o terreno propício para a luta contra os concorrentes, no qual as políticas econômicas de "baixos preços" e de "grandes giros" prevalecem e serão decisivas no que se relaciona à destruição do concorrente comercial mais fraco. Por meio de tais procedimentos, as fortunas adquiridas são reinvestidas em negócios, jamais favoráveis aos concorrentes, visando, sobretudo, a obtenção de lucros mediante a aplicação de juros sobre os empréstimos.
   Neste ponto, Weber assinala que não foi o investimento maciço de capital injetado nas indústrias que propiciou tal estado de coisas, mas o surgimento do espírito do capitalismo moderno. Consoante argumento acima exposto, Weber afirma que onde se encontra este "espírito" surge o próprio capital, sem a necessidade de uma acumulação primitiva. Isto mais se evidencia ao situarmos o conjunto das particularidades e das qualidades éticas pessoais do empreendedor capitalista que se resume no seguinte: num primeiro momento, ele catalisa a atenção de fregueses e de trabalhadores. Geralmente, trata-se de um homem que lutou na "dura escola da vida", portanto, um indivíduo tipicamente regido pela mentalidade burguesa. Num determinado momento, ele se afasta da religião, pois os negócios e o trabalho, ambos contínuos, absorvem todo o tempo livre do referido empreendedor. Tudo isto acompanhado de um forte desejo de considerações alheias, tendo em vista o intuito de adquirir a atenção de poderes ilimitados. Por tais fatores, o modo de vida do empreendedor capitalista adquire novos hábitos, cujos gastos desnecessários são eliminados, nada extraindo da própria fortuna e sempre "alegando" encontrar-se o patrimônio financeiro destinado para o futuro dos filhos ou dos netos. Esta posição oferece-lhe a sensação irracional de estar cumprindo com a sua tarefa. O sentimento religioso do empreendedor capitalista é descartado, bem como o protecionismo do Estado sobre os seus próprios negócios. Desse modo, as antigas bases do capitalismo, sustentadas pelo Estado e pela Igreja, com o aparecimento do "espírito" do capitalismo, têm as suas determinações negadas. Trata-se do rompimento definitivo com o que Weber denomina de tradicionalismo econômico.

As verdades objetivamente válidas nas ciências que se ocupam da vida "cultural".

Em "A 'objetividade' do conhecimento na Ciência Social e na Ciência Política", Weber ramifica sua análise em duas vertentes. A primeira é o ponto de vista do pensador sobre essa discussão e, a segunda, diz respeito às verdades objetivamente validas nas ciências que se ocupam da vida “cultural”.
Nesse sentido, ao defender seu posicionamento, Weber rejeitará a ideia de que a ciência empírica pode proporcionar normas e ideais obrigatórios, das quais possam ser transposta em formas para a prática. Ou seja, os Juízos de valor – o que deve ser – não devem ser extraídos das analises cientificas, isso, deve-se ao fato de que são originárias da subjetividade do pesquisador. Com isso, questiona-se o significado e a proposta crítica científica dos ideais e dos Juízos de valor.
Todas as afinidades que envolvem a ação humana dentro da ciência relacionam-se com as categorias de “fim” e “meio”. Assim, deve-se pensar se os meios científicos utilizados serão apropriados para atingir a finalidade. Pode-se durante o trajeto, ponderar acerca do objetivo e, ainda, comprovar e constatar as conseqüências dos meios empregados. Destarte, os atores poderão prever os “custos” dos meios para atingir o fim pretendido e, para Weber, este é um dos pontos principais, pois, já não cabe à ciência o papel ponderador dos recursos a serem aplicados. A ciência auxilia na conscientização da ação – escolha de determinados valores e rejeite de outros –, porém, inabilitada de tomar decisão, cujo caráter é completamente pessoal.
Assim sendo, Weber apresentará o significado daquilo que é o “objeto” da pretensão. Porém, não se deve contar apenas com a compreensão dos fins pretendidos e, também, com os ideais que estão em seu fundamento para uma abordagem científica acerca dos juízos de valor. Portanto, será preciso avaliá-los criticamente. Consiste esta, numa crítica dialética que, de um lado, é proporcionada numa avaliação lógico-formal do material que se apresenta nos juízos de valor e nas idéias historicamente dadas e, doutro lado, num exame dos ideais. Daí que serão atingidos os critérios últimos que, constituem de maneira inconsciente, se manifestam nos juízos de valor concretos, voltando à idéia da subjetividade.
Uma ciência empírica não pode ensinar a ninguém o que deve fazer, somente lhe é dado o que quer fazer. O problema ocorre na relação entre as idéias pessoais e a argumentação científica, pois, os elementos mais íntimos da “personalidade” dos humanos, ou seja, os critérios últimos e os sumos juízos de valor, “que determinam a nossa ação e confere sentido e significado à nossa vida, são percebidos por nós como sendo objetivamente validos”.
Ao dizer sobre as necessidades de princípios sobre problemas práticos na ciência social, isto é, a referência a juízos de valor que se introduzem de maneira não reflexiva, Weber se diz contra qualquer ciência empírica que procura determinar um dominador comum prático para os problemas na forma de idéias últimas e universalmente validas, pois não teria sentido e, também, seria impossível.
Logo, Weber distinguirá o tratamento das leis, isto é, do ordenamento conceitual dos fatos apresentado nas ciências sociais das exposições de idéias, como na política social. Com isso, entra-se no discurso da imparcialidade científica na hora do julgamento, porém, desde já fica registrada a perspectiva de Weber sobre as “tendências” criadas na hora das seleções, já que fazemos parte desse mundo social.
Outro ponto importante da analise de Weber gira em torno da verdade objetiva que a área das ciências sociais pretende chegar, assim, os discursos do sociólogo será em pró da analise da “objetividade” e suas funcionalidades. Diante disso, a objetividade está condicionada pela orientação de nosso interesse de conhecimento e essa orientação define-se em conformidade com o significado cultural que atribuímos ao evento. Portanto, o significado próprio pode conter fatos que leve a ser pensado como um problema de investigação da ciência social.
Todos os acontecimentos da vida cotidiana quanto os coletivos são, para Weber, economicamente “condicionados”. Com isso, busca-se através dos mais complexos culturais, na intenção de diferenciar seu significado cultural, uma interpretação histórica a partir de um ponto de vista especifico e, com isso, obter o conhecimento histórico completo da cultura.
Nesse sentido que, para Weber, nas ciências da realidade devem-se distinguir duas orientações: uma no sentido da história, da narração daquilo que não acontecerá uma segunda vez, a outra no sentido da ciência social, isto é, da reconstrução conceitual das instituições sociais e do seu funcionamento. Estas duas orientações são complementares. Quando o objeto do conhecimento é a humanidade, é legítimo o interesse pelas características singulares de um indivíduo, de uma época ou de um grupo, tanto quanto pelas leis que comandam o funcionamento e o desenvolvimento das sociedades. Portanto, a ciência, nos moldes de Weber, se define, assim, como um esforço esperado a compreender e a elucidar os valores aos quais os indivíduos aderiram.
Assim, o conceito de “social”, que parece ter um sentido puramente geral, adquire, logo que submetido ao controle, um significado particular e, mesmo que ainda apresenta-se freqüentemente indefinido. Se analisado no caráter geral, constatará a inexistência de nenhum ponto de vista específico a partir do qual poderá auxiliar na compreensão de determinados elementos culturais.
Retomando a idéia da imparcialidade, Weber retorna à idéia de que “não existe nenhuma análise científica totalmente “objetivada” da vida cultural, ou dos fenômenos sociais, que seja independente de determinadas perspectivas especiais e parciais, graças às quais essas manifestações possam ser, explicita ou implicitamente, consciente ou inconsciente, selecionadas, analisadas e organizadas na exposição, enquanto objeto de pesquisa” . Assim, a ciência que o sociólogo busca é o da ciência da realidade. Procurando entender o que está por volta de nós e no mundo em que estamos situados. Diante disso, o objetivo das ciências sociais envolve a compreensão da relação de sentido da ação humana, ou seja, conhecemos um fenômeno social somente quando o compreendemos como fato carregado de sentido que assinala para outros fatos significativos. Será o sentido responsável pelo forjamento do caráter da ação, quer seja ele político, econômico ou religioso. O objetivo do cientista, então, será o de compreender este processo, descobrindo os nexos causais que dão sentido à ação social em determinado contexto.
Concentrando naquilo que foi abordado até o momento, Weber dirá da razão de ser um estudo objetivo dos acontecimentos cultural, no sentido de que o fim ideal do trabalho científico devera consistir numa redução da realidade empírica a certas leis. Isso se deve:
• Por que os conhecimentos de leis sociais não é um conhecimento do socialmente real, mas unicamente um dos diversos meios auxiliares de que nosso pensamento se serve para esse efeito.
• Por que nenhum conhecimento dos acontecimentos culturais poderá ser concebido senão com base na significação que a realidade da vida, sempre configurada de modo individual, possui para nós em determinadas relações singulares.

Declaração e Exposição do Socialismo ao Mundo


O Manifesto Comunista, redigido em 1848 por Karl Marx e Friedric Engels, é um documento que trata das propostas, críticas e contra-argumentações socialistas aos ataques burgueses de maneira muito simplificada, concisa e acessível. Serve como síntese do pensamento comunista e, portanto, como divulgação de seus ideais.

Na obra, os burgueses são atacados diretamente e suas atitudes e modelo econômico questionados. É interessantíssima a observação que fazem a respeito do processo de reificação o qual a sociedade sofreu na transição do sistema feudal para o capitalista e que perdura até hoje. Nota-se claramente que grande parte das relações sociais (relações de trabalho, familiares e afetivas) foram reduzidas a valores de troca. O fervor religioso e o entusiasmo cavalheiresco medieval foram abafados e a sociedade se viu voltada para o capital, focada e direcionada para esse fim supremo, essa teleologia única.

Dentre as propostas socialistas abordadas está a abolição da propriedade privada bradada no Manifesto de maneira fulgente e desafiadora: “Vocês estão horrorizados com a nossa intenção de acabar com a propriedade privada. Mas na sua sociedade, a propriedade privada já acabou para nove décimos da população. A sua existência para os poucos deve-se simplesmente à sua não existência para estes nove décimos...você condena nossa intenção de acabar com a sua propriedade. Precisamente isso. É essa, exatamente, a nossa intenção”. Bravo! Com pitadas irônicas Marx e Engels alfinetam o orgulho e a arrogância da burguesia, assim como os preceitos burgueses da época.

E por fim ressalto o fato de os socialistas serem grandes defensores dos interesses da classe trabalhadora, críticos ferrenhos da maneira como o trabalhador é tratado, do seu salário miserável, da sua transformação em apêndice das máquinas e alienação perante o processo produtivo. O comunista explica inclusive o fato de considerar o burguês inapto à classe governante com o tratamento dado ao trabalhador, por não ter a capacidade de nem ao menos suprir as necessidades básicas da sua força produtiva, do motor de seu sistema econômico.

É com muita primazia e audácia que os ideais socialistas são expostos no Manifesto Comunista com refutações de discursos burgueses audaciosas e inclusão de discursos históricos assim como a explanação dos vários tipos de socialismo e suas principais propostas.

Ciência de Fato!

Em sua obra "Objetividade" do Conhecimento na Ciência Social e na Ciência Política, o jurista e também considerado um dos fundadores da Sociologia Max Weber inicia seu discurso estabelecendo os o objetivos e o cunho científico que a revista "Arquivo" teria. Tal colocação tão acentuada por parte do autor já pode ser tomada de certo modo como uma introdução acerca do tema principal desse ensaio: as ciências sociais e sua ligação com a axiologia dentro da análise.
Um outro ponto que merece destaque nesse ensaio é o estabelecimento por Weber da função essencial da sociologia: a compreensao do sentido da ação social e a consideração dos valores que a regeram. Ou seja, é importante para a validade da análise sociológica a atenção aos valores implicitos na realização dos fatos ocorridos na sociedade, alvos dessa mesma análise. Isso se comprova no trecho em que o próprio sociológo diz que: " A ciência pode proporciona-lhe a consciência de que toda a ação, e também, de modo natural, conforme com as circunstâncias, a não-ação implicam, no que tange às suas consequências, uma tomada de posição a favor de determinados valores".
Já que o tema "ação social" foi abordado, é interessante um detalhamento acerca do mesmo. A ação social é classificada em 4 tipos possíveis: a ação raciomal com relação a um objetivo, a ação social com relação a um valor, a ação efetiva ou emocional, e a ação tradicional.
Tratando das ciências empíricas, entre elas as ciências cultural e social, Weber discorre sobre o fato de ele considerar errôneo o estabelecimento de um denominador comum para se realizar a análise sociológica cientificamente válida. Isso porque, segundo o autor, os princípios universalmente válidos mostram-se a todo momento imprecisos. Portanto, infere-se que Weber opunha-se claramente a qualquer forma de dogmatismo.
Partindo da crítica ao dogmatismo, cabe aqui explicar que para Weber, porém, existia uma universalização plenamente aceitável: a da metodologia científica. Tal afirmação é confirmada no seguinte trecho: " No que diz respeito ao nosso trabalho, queremos deixar bem claro o seguinte: uma revista de ciências sociais, no sentido em que nós a entendemos, deve, na medida em que pretende ser científica, ser um lugar onde se busca a verdade no modo que um chinês (...) deva reconhecer a validade de um certo ordenamento conceitual da realidade empírica.
Contudo, essa validade anteriormente descrita é, de fato, relativa. Pode-se comprovar isso pela análise Weberiana que prevê o seguinte: o ser-humano analisa e avalia aquilo que consegue enxergar e compreender dentro ação social. Ou seja, considera pertinente e relevante aquilo que lhe é acessível e, portanto, sua análise abrange uma ínfima parte do todo em que se constitui a ação social. É a análise do infinito social por parte da finitude da mente humana. Pois " a ciência social que pretendemos exercitar é uma ciência da realidade", e por realidade entende-se aquilo que enxergamos, que nos é palpável.
Após tal abordagem sobre a ação social, sua análise e a sociologia, cabe ainda discorrermos sobre um trecho dessa obra da Weber quando o mesmo aborda a existência e a classificação do objeto social ligado à economia, ou seja, o objeto socio-econômico. O autor classifica esse objeto em três tipos: o objeto especificamente econômico, o economicamente condicionado e o economicamente relevante. O primeiro esta relacionado à utilização de meios limitados para a satisfação de uma necessidade; O segundo aborda questões de suma importância para a sociedade ligados essencialmente a fatores econômicos; e o terceiro abrange "os fenômenos e condições de existência de uma cultura historicamente dada".
Por fim, tratemos do chamado "Tipo Ideal". O tipo ideal, objetivamente possível, é a ferramenta metodológica utilizada para análise, ou seja, um meio para a realização da mesma. Atua como forma de organizar o caos e a complexidade do real, "é, portanto, a ideia de organização moderna e historicamente dada da sociedade". A verdade científica provém justamente da comparação entre os fatos sociais e o tipo ideal.
A análise realizada nos permite concluir que Weber, um dos pais da sociologia, ponderou e considerou diversos fatores para estabelecer preceitos sobre a ciência cultural. O autor mostrou-se hábil e perspicaz ao relevar fatores que até então passavam desapercebidos nas ciências sociais e considerá-los no momento em que se aplica cientificamente uma análise sobre a sociedade. Por essa razão (tantas considerações que o autor a todo momento fazia), seu ensaio mostrou-se de fato rico em ideias e preceitos acerca das ciências sociais tratadas efetivamente como ciências e não como mera especulação.

A compreensão sociológica por outro método

Weber considera ciência e política duas vocações distintas, sendo que a primeira não apresenta características que possam servir para aplicação na prática. O autor faz uma crítica ao dogmatismo do materialismo histórico, pois acredita que este tenta chegar à explicação de um fenômeno histórico apenas utilizando-se a análise das forças econômicas. Deste modo, atribui a responsabilidade, genericamente, a estas forças e desconsidera as demais.

O autor define o objeto sócio-econômico sob três âmbitos, o especificamente econômico, o economicamente condicionado e o economicamente relevante. A ação social é decidida a partir da escolha de valores, isto é, o indivíduo faz um balanceamento entre os valores envolvidos e opta pelo que é mais importante para ele.

Além disso, Weber classifica a ação social em quatro tipos. A primeira é a ação racional com relação a um objetivo, que consiste na estipulação de uma meta e no movimento para que esta seja atingida. A segunda é a ação racional com relação a um valor, o qual é defendido acima de qualquer outro. A terceira é a ação afetiva, que é concebida através do sentimento do indivíduo. E a quarta é a ação tradicional, definida por crenças, por exemplo.

Por fim, outra concepção do autor é a do tipo ideal, o qual é construído a partir da analise do real. Porém, este tipo não representa algo correto, que deve ser, mas algo possível de ser alcançado no mundo real. Deste modo, trata-se de uma ferramenta que auxilia no estudo científico.

Bacon, a experimentação e a ciência moderna

Postagem sobre o texto 2: Novum Organum de Francis Bacon

Francis Bacon, em uma das suas principais obras Novum Organum, critica a forma de produzir conhecimento, a filosofia anterior (principalmente a escolástica) considerando-a estéril por não apresentar nenhum resultado prático para a vida do homem. A ciência antiga, de origem aristotélica, é pelo mesmo motivo criticada. O autor afirma que os gregos tem a sabedoria em palavras, entretanto lhe faltam ações práticas, eles não desenvolveram nem um experimento que afetassem a condição humana, e por isso estagnaram-se na evolução.
Ele propõe então uma nova maneira de estudar os fenômenos naturais. Para Bacon, a descoberta de fatos verdadeiros não depende do raciocínio silogístico aristotélico mas sim da observação e da experimentação. A filosofia verdadeira é também algo prático. Saber é poder. E a mentalidade científica somente será alcançada através do expurgo de uma série de preconceitos por Bacon chamados ídolos.
- ídolos da caverna: do próprio indivíduo, educação, livros.
- ídolos do foro: relações sociais, uso da palavra como instrumento de conexão
- ídolos do teatro: imigram para o nosso espírito pelas doutrinas e reagras viciosas de demonstração
- ídolos da tribo: próprios da naturza humana e da falsa asserção de que os sentidos dos homens são medidas das coisas.
A partir deles, também é possível apontar outro argumento de Bacon: de que a falácia dos sentidos é o maior obstáculo ao avanço da Ciência. Havendo a necessidade de se buscar a observação do que é invisível aos olhos, imperceptível aos sentidos. Que é o que acontece hoje, com o uso por exemplo de microscópios, que descobriram e comprovaram a existência da célula, do DNA, das células-tronco... Com isso é possível entender, por que Bacon é considerado o fundador da ciência moderna.

Weber e a verdade científica


         Max Weber em sua obra “ A ‘objetividade’ do conhecimento na ciência social e na ciência política.” preocupa-se muito com a essência do conhecimento, baseando-se na compreensão sociológica e o lugar da ação social.
       Como explanado em aula, como burguês protestante, se afasta da vida frugal e da ostentação para produzir cada vez mais riquezas, privando-se dos prazeres do mundo. O personagem “Tio Patinhas” é um exemplo do protestante Weberiano. Há uma necessidade de compreender as ações produzidas por valores, que são forjados por essa estrutura econômica. Para o autor, a sociologia deve capitar as ações produzidas pelos valores mais diversos como, emocional, econômicos, culturais. Para ele não existe apenas o materialismo econômico; sendo a sociologia apenas compreensivista, não servindo para moldar praticas.
         A compreensão de que no sentido da ação social é determinada por um sentido e movida por valores. São classificadas em 4 tipos possíveis: 1) A ação racional com relação a um objetivo(com objetivos estabelecidos são calculados meios de atingi-los); 2) Ação racional com relação a um valor(por fidelidade a um ideal aceita-se riscos);  3)Ação emocional( estimulado por paixão individual); 4) Ação tradicional( estimulada por hábitos e crenças).
        Em sua critica ao dogmatismo, Weber considera que como o dogma é uma concepção religiosa, não pode fazer parte da ciência. Os objetos socioeconômicos definidos pelo autor são: especificamente econômicos; economicamente condicionados, economicamente relevantes.
       As leis são meios e não fins da analise sociológica. A formação de um tipo ideal é crucial, sendo uma ferramenta metodológica para analise, atuando ele como forma de organizar o caos e a complexidade do real, correspondendo ao objetivamente possível. A verdade cientifica é obtida a partir da comparação dos fatos com esse tipo ideal, não existente na realidade, só possível para uma melhor assimilação e compreensão de fatos estudados.

Inerência do Capitalismo


           Na obra “O manifesto Comunista” de Marx e Engels, analisada na aula de sociologia, é abordada centralmente a luta de classes e sua influencia  na história. Nessa obra já estão sistematizados os principais pontos da análise da história e do capitalismo, como um elemento sempre existente, a luta de classes apenas se modifica de um modo de vida e produção pra outro. A existência de entraves não econômicos nas formas de produção existentes faz com que membros da sociedade anseiem por mudanças, e o capitalismo na economia deixou de ter qualquer amarra política com o fim do feudalismo, sendo apenas controlados pelas próprias situações econômicas.
     O mercado tornou-se o único limite, com religião e política tendo influencia desconsiderável no comércio feito pelos homens. Tudo é amplamente comercializável, o que ocorre até hoje, e a sustentabilidade do mercado por si mesmo é considerada utópica, pois o Estado deve interferir de alguma maneira para garantir que esse mesmo mercado seja estável e equilibrado. Essas garantias permitem que as transações do mercado ocorram muito mais fluentemente e que as relações de consumo sejam ininterruptas.
         A burguesia como classe revolucionária, foi capaz de revoluções ao long da história nunca conseguidas por nenhuma outra classe social; ela despertou nos homens um novo modo de ver e viver a vida, por meio do capitalismo. Surge outro tipo de coerção nas relações de produção; o “empreender” deve ser revolucionário.
     Esse novo método de produção é inviável se aplicado em um só país, sendo impraticável. O capitalismo deve ocorrer plenamente e ser globalizado. Compreensões de espaço e tempo são modificadas, podendo o mercado interagir intensamente, há diversas “conexões”. Não existe um tipo de capitalismo nacional e sim a difusão do mercado. Tudo na sociedade atual é baseado nos cálculos e analisado cartesianamente.
           Pela primeira vez é discutido qual o papel do Direito, visto por Marx como um fator de desiquilíbrio, pois está sempre em favor de uma classe. Já no inicio do século 19, o capitalismo tomava a forma atual, de uma animalização dos homens e também de sua super exploração. O ponto de estrangulamento do capitalismo é o da necessidade como fator regulador das relações socialistas, sendo que quanto maior a necessidade de produção, maior é a necessidade de exploração do trabalhador. O modo de produção capitalista é intrínseco na sociedade atual, sendo esse sistema circular e rotativo.

A análise sociológica complexa de Webber.

Max Webber é um dos percursores sociológicos que pontuam sua observação pelo sentido existente da ação social dos indivíduos, para ele as ações individuais lançam luz à análise sociológica.
A ação social é determinada pelos valores dos indivíduos. Cabe, então, ao sociólogo explicar sobre quais valores a ação foi orientada. O individuo pondera e escolhe valores para a decisão de suas ações. Logo, a busca da verdade científica é incompatível com o sistema de leis que explicam os objetos. As leis devem ser seguidas da análise das combinações de fatores, das conexões anteriores e das possiblidades futuras para uma análise correta dos objetos.
Assim, por exemplo, no filme “Meu Nome Não é Johnny” pode-se perceber um viés weberiano da juíza que julga o protagonista no final do filme, pois essa considera não só o que está previsto por lei, mas as conexões anteriores do réu e as possibilidades futuras do mesmo. Esse tipo de julgamento é criticado por alguns, principalmente por aqueles que têm viés positivista, e elogiados por outros.
Na perspectiva weberiana a ação social pode ser de 4  tipos. Pode ser uma ação racional com relação a um objetivo, como quando um favelado se esforça para entrar em uma universidade pública; ou relacionada a valores, quando consciente dos riscos que correm e movidos por seus valores enxergam um determinado fim, como é o caso da ação dos homens bomba. Pode também ser uma ação emocional, estimulada pelas paixões individuais, como homicídios passionais; ou uma ação tradicional, estimulada pelos hábitos e crenças do indivíduo, como a participação de uma procissão.
Webber faz também uma crítica à ideia determinista da ciência, afirmando que essa não serve para mover a prática, mas para compreendê-la. É contra o dogmatismo do materialismo histórico, pois esse evidencia um denominador comum na realidade causal, e muitas vezes amplia o conceito de econômico até desfigura-lo.
Define o objeto socioeconômico como: especificamente econômico, economicamente condicionado e economicamente importante. Fora dessas definições o objeto não está na fronteira econômica, mas pertence a outras fronteiras como a cultural ou a política.
O autor considera também que o burguês genuíno não aproveita a vida, mas acumula capital. Sendo assim essa ‘racionalidade’ não corresponde com as verdadeiras conexões sociais, torna-se, portanto, irracional.

A análise crítica weberiana

O pensamento weberiano é regido a partir de um conjunto de críticas ao naturalismo positivista e, posteriormente, ao materialismo histórico. Para Weber, a sociologia pode ser definida como a "ciência" que procura compreender interpretativamente o sentido das ações sociais e os seus nexos causais.
Dentro da tradição metodológica positivista, os fenômenos sociais -os fatos- devem ser tratados de forma neutra e imparcial.
Para Weber, a "objetividade" do conhecimento nas ciências sociais é algo impraticável, na medida em que toda análise é adscritiva e historicizada.
De acordo com a sociologia weberiana o poder pode ser concebido como "a probabilidade de alguém ser imposta sobre outrem, mesmo contra resistências, seja qual for o fundamento dessa probabilidade".
Nesse contexto, o sociólogo descreve 4 tipos de ações sociais: a ação que envolve um objetivo; a que envolve um valor; a efetiva e a tradicional. Weber também define os tipo de objetos sociológicos, tais quais: os especificamente econômicos, especificamente condicionados e economicamente relevantes.
Um ponto crucial de sua análise é a formação de um tipo ideal. Ao contrário do que muitos pensam, a criação desse tipo não é um paradoxo em relação à sua crítica à generalização da análise. O tipo ideal serve como ponto máximo de generalização, porém, a partir dele, comparando-o com a realidade,vão surgindo especificações, e então é possível chegar ao individualismo e à uma verdade científica.
Weber, a partir de sua análise, mostrou um importante lado crítico em relação aos pensamento anteriores e pôde abrir novas maneiras de pensar para as pessoas que tinha a cabeça centrada em uma ideia fixa e fechada, em que se ignoravam os pontos críticos de uma linha de raciocínio. Weber explicitou esses pontos e pôde não ter convencido a maioria, mas os alertou para novas possibilidades de estudo da sociedade.

Ponto de mutação.

Postagem atrasada referente ao filme: "Ponto de Mutação" de Fritjof Capra.


O filme “Ponto de Mutação” é baseado no livro de Fritjof Capra. Nesse há o conflito entre o pensamento cartesiano, reducionista, e o paradigma emergente no século XX, sistêmico.
Ocorre no filme um diálogo entre uma cientista formada em física moderna, um poeta e um político, onde cada um expõe seus pontos de vista, havendo concordâncias e discordâncias entre eles.
Nele apontam aspectos positivos e negativos da produção científica, revelam, por exemplo, a crise pragmática de valores e princípios que cercam as ciências. Tratam, por exemplo, da degradação do meio ambiente, da fome e do capitalismo.
A concepção teórica da ciência foi pautada na racionalidade parcial, concebida com base nas ideias advindas do positivismo, iluminismo e evolucionismo. Assim, desenvolveu-se tendo por base o prestigio somente dos setores da economia e administração. Assim, evoluindo de acordo com o principio da produtividade e do progresso industrial, deixando de lado questões sociais e ambientais.
Acontecimentos históricos atuais, como as bombas atômicas, fizeram com que cientistas reflitam a respeito de uma mudança no pensamento científico que favoreça o avanço tecnológico sem por em risco o bem estar da humanidade, buscando a racionalidade completa, baseada a partir de um novo paradigma, o do desenvolvimento sustentável.

Experimentalismo baconiano.

Postagem atrasada referente ao texto: "Novum Organum", Francis Bacon.

Francis Bacon foi um político, filósofo e ensaísta inglês cujo legado é de suma importância, uma vez que é considerado um fundador da ciência moderna.
Em sua obra Bacon sugere um novo método científico, um método que regularia a mente por mecanismos da experiência. Criticava a Escolástica e as ciencias anteriores por não terem resuldados práticos. Defendia que o saber deve servir ao bem-estar do homem, deve proporcianá-lo meios de antecipar o acaso e deve, acima de tudo, ser visto como poder.
A mente humana não deve, pois, ser guiada por si mesma, correndo sério risco de ser levada a pensamentos fantasiosos e antecipações da verdade. Para isso é necessário que o conhecimento seja baseado em experiências sensíveis, que não descartam, porém, a importância e o papel do pensar: “Nem a mão nua nem o intelecto, deixados a si mesmos,  logram muito... dependem em igual medida... ’'. Considera essencial para alcançar verdadeiro conhecimento o combate aos chamados “ídolos da mente”.
Esses são as falsas percepções do mundo que bloqueiam a mente humana, e, segundo o raciocínio baconiano, são de 4 tipos. Os ídolos da tribo seriam a interferência das paixões e a incorporação dos sentimentos; os ídolos da caverna vinculam-se às relações estabelecidas pelo homem com o mundo a sua volta, como a educação e as leituras que esse pratica; os ídolos do foro são as relações sociais e pessoais; e, por fim, os ídolos do teatro que vinculam-se aos sistemas filosóficos, à astrologia e à magia.
Grande avanço houve em relação aos ídolos da tribo referentes à incompetência do sentido, a medida que desenvolveu-se tecnologias que permitem a observação do que é invisível aos olhos ou imperceptível aos sentidos. Um exemplo disso é a descoberta das células tronco que podem se transformar em qualquer tipo de tecido. Assim o homem, com a medicina, vence a natureza.
Mas, esses ídolos não são fáceis de serem destruídos. Ainda hoje, temos fáceis exemplos onde esses ídolos são ressaltados. A interpretação de alguns sobre o homossexualismo, é hoje, um exemplo da influencia dos ídolos da caverna, uma vez que alguns julgam o assunto de forma preconceituosa, tendo em vista a escassez de iluminação de suas cavernas.

A importância do individual

Max Weber nasceu na cidade de Erfurt, Alemanha, onde obteve ampla educação secundária em línguas, história e literatura clássica. Destacou-se na política como defensor de propostas liberais parlamentaristas, além de participar da comissão redatora da Constituição de Weimar. Em seus estudos, desenvolveu a ação social como objeto da sociologia.

Para Max Weber, a sociologia é a ciência que busca interpretar e explicar a ação social, suas causas, seu desenvolvimento e efeitos, observando suas regularidades e suas formas de manifestação, tais como, a escolha dos representantes políticos, o consumo de determinados objetos, ou ainda, os indivíduos como atores de um sistema econômico racional. Portanto, a ação social não corresponderia simplesmente ao processo ação-reação; para Weber, uma ação social pode provir individualmente de seres conhecidos ou de uma pluralidade de indivíduos indeterminados e desconhecidos. A partir dessa definição, podemos pensar em diferentes tipos de ação social, agrupando-os de acordo com o modo pelo qual os indivíduos orientam suas ações.

Assim, Weber estabelece quatro tipos de ação social: a afetiva, aquela determinada por afetos ou estados emocionais; a tradicional, aquela determinada por um costume ou um hábito arraigado; a racional com relação a valores, determinada pela crença consciente num valor considerado importante, independentemente do êxito desse valor na realidade; e a racional com relação a fins, determinada pelo cálculo racional que estabelece fins e organiza os meios necessários para atingí-los.

Dessa forma, a conduta social seria a chave para a compreensão da situação social e suas motivações individuais.

Há também a relação social, que se refere a conduta de múltiplos sujeitos que orientam reciprocamente suas ações baseados na probabilidade de que outros agirão socialmente dentro das suas expectativas. Neste caso, as relações sociais podem ser consideradas hostis, amistosas, econômicas, religiosas etc.

A diferença entre ação e relação é que, na primeira, o sujeito orienta a sua conduta pela ação de outro(s), e na segunda, a conduta individual dos sujeitos orienta-se por um conteúdo de sentido coletivamente e reciprocamente compartilhado. Portanto, em todas as situações em que o sentido da ação for compartilhado por inúmeros indivíduos, temos uma relação social.

Nota-se a influência de Durkheim no pensamento weberiano, uma vez que os fatos sociais se tornam a ação social, mas Weber também faz ressalva à importância do indivíduo na sociedade, diferentemente de Durkheim que enfatiza o coletivo social.

Com esse pensamento, considerando o indivíduo e sua ação social como sendo o objeto principal da investigação sociológica, Max Weber analisa tipos ideais de indivíduos. Com esse tipo ideal, o sociólogo cria um parâmetro de indivíduo perfeito e, na medida em que o fenômeno se aproxima ou se afasta de sua manifestação típica, pode-se identificar e selecionar aspectos através de análise científica.

Assim, com contribuições que garantem a importância de cada indivíduo e as suas ações na sociedade, o estudo weberiano é um instrumento essencial para o entendimento da heterogeneidade social contemporânea, e a partir desse entendimento, muitos entraves e conflitos sociais como racismo, preconceito, homofobismo e outros podem ser solucionados de forma racional e pacífica.