Total de visualizações de página (desde out/2009)

sábado, 18 de junho de 2011

O Manifesto Marxista

Karl Marx, juntamente com Friedrich Engels, em seu fase conhecida como "jovem marx", escreve o " Manifest der Kommunistischen Partei"(Manifesto Comunista), no qual explica brevemente a Ascenção da burguesia, o modo com que esta explora os trabalhadores, os tipos de socialismo e convoca os trabalhadores para unirem-se e fazerem a revolução.

Para começar, eles salientam o crescente "fama" do comunismo, pois sua repercussão na Europa já estava grande, devido às explorações sofridas pelos proletários.

Tudo começa com avaliações históricas das sociedades. Há uma citação dos antagonismos de classes, como "homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo,mestre de corporação e companheiro". Por causa das diferenças das classes acima citadas, ocorreram transformações nas sociedades, chamadas por Marx e Engels de "luta de classes". Essa luta entre classe dominante e dominada, opressores e oprimidos , seria a roda que gira o mundo, modificando-o.

A burguesia, após destituir o antigo regime feudal e impor o seu próprio, também não mudou com a diferença de classes, apenas simplificou-a: de um lado os burgueses, donos dos meios de produção e do dinheiro e do outro os trabalhadores urbanos, chamados de proletários, sem capital e tendo como meio de sobrevivência a venda da sua força de trabalho por um salário.

O problema da burguesia era a sua ganância, pois ela nunca estava satisfeita com seus lucros , explorando seus empregados o máximo possível. A invenção da máquina apenas potencializou a disparidade entre os donos dos meios de produção e sues funcionários. Com o aperfeiçoamento dela, a diferença só crescia. Aliado a este fato, estava as exaustivas e enormes jornadas de trabalho enfrentada pelo proletariado, além de não terem descanso remunerado, o salário pago a eles era ridiculamente baixo e, na maioria das vezes, não condizia com as necessidades básicas de sua família, obrigando sua mulher e filhos a irem às fábricas, com um pagamento ainda inferior.

Com o passar do tempo, a burguesia foi sofrendo alterações. Primeiramente, ela buscava cada vez mais mercado, mais lucro, por isso espalhou-se pelo mundo e imprimiu o seu modo de produção a ele, também o de consumo, pois quem não o seguissem seriam engolidas. Outra marca das transformações sofridas foi em relação à matéria-prima usada: muitas vezes provinham de outros países e até de outros continentes. Atualmente, há um modo peculiar na produção, na qual partes são feitas em países diferentes e depois montadas, como eletrônicos, feitos nos "tigres asiáticos " e no Japão.

Além de fazer transformações no âmbito econômico e social, também o fez no político. Desde o fim da Idade Média, ela sofria com as diferentes tributações e moedas dos feudos. Por isso, fez uma grande pressão nos senhores feudais, das quais muitas obtiveram resultado positivo. Sua força descomunal também foi um dos principais fatores para a unificação de países, como a Alemanha, a terra natal de Marx e Engels.

Nesse manifesto, há uma convicção de que o "capitalismo" seria destruído por ele mesmo,uma auto-mutilação, pois "basta mencionar as crises comercias que, repetindo-se periodicamente, ameaçam cada vez mais a existência da sociedade burguesa. Essas crises ocorreram várias vezes, um exemplo seria a quebra(crack) da bolsa de Nova Iorque, em 1929. Essas crises criariam situações favoráveis(fome, miséria, entre outros) à revolução do proletariado para derrubar esse sistema e realizar o sonho de Marx, instaurar o comunismo.

E porque o proletariado colocar-se-ia à disposição da revolução, podendo esta ser armada, arriscando sua vida? Essa resposta é muito fácil, pois no capitalismo poucos têm muito dinheiro e a maior parte da população esta sujeita a uma exploração muitas vezes desumana e à condições de vida precárias, enquanto no comunismo tudo seria divido, haveria uma abolição da propriedade privada, portanto, tudo seria de todos. Outro aspecto positivo desse novo governo idealizado por esses dois alemães seria a educação das crianças ao invés do trabalho nas indústrias.

No final do manifesto, há uma ideia explícita, fazer a revolução: " os comunistas não se rebaixam a dissimular suas opiniões e seus fins. Proclamam que seus objetivos só podem ser alcançados pela derrubada violenta de toda a ordem social existente. Que as classes dominantes tremam à ideia de uma revolução comunista. Os proletários não têm nada a perder nela a não ser suas cadeias. Tê um mundo a ganhar. Proletários de todos os países, uni-vos!"

Apesar de todos os esforços, a revolução ocorreu posteriormente e em poucos países como na União Soviética e em Cuba, contundo, essas formas de governo não foram tão bem-sucedidas , não conseguiram expandir-se para todos os países nem seguiram à risca o "verdadeiro comunismo", idealizado por Marx e a maioria acabaram em ruínas,principalmente depois da derrota da União Soviética (socialismo) na Guerra Fria, contra os Estados Unidos (capitalismo, burgueses). Isso deveria acabar com as esperanças de alguns comunistas, porém a história já mostrou que a luta de classes está presente e é um fator determinante na modificação do mundo.
Quem sabe algum dia o homem seja menos egoísta e passe a ser mais solidário, pensando primeiramente, no coletivo.

"Trabalhadores do mundo, uni-vos!"

Karl Marx e Friedrich Engels analisam em seu texto “O Manifesto Comunista” um fato presente em inúmeros momentos da história: a luta de classes. Nesta é possível compreender as relações entre oprimido e opressor que se dão de maneira antagônica. As contradições geralmente decorrem da superexploração de uma das classes, que se encontra marginalizada, pela outra que a submete a favor de seus interesses. A luta tem muitas vezes como consequência, transformações revolucionárias, ou com a ruína destas classes opostas.
No capitalismo a ascensão da classe burguesa acentuou a luta entre esta e o proletariado, classe marginalizada, que em decorrência da grande concorrência no mercado a partir do novo modo de produção vigente, submeteu-se a exploração fabril. Os operários reivindicavam melhores condições de trabalho e um meio de se engajar de modo consistente ao sistema capitalista e não sua total destruição. A esse sistema é possível atribuir a característica que leva seu total controle pela força econômica.
O sistema feudal não era mais capaz de suprir as demandas da economia. A manufatura foi consumida pela indústria moderna, as máquinas revolucionaram a produção industrial, os métodos convencionais foram substituídos. O céu era o limite, mas agora o mercado o é. A burguesia para alcançar esse limite, utilizava da ciência para aperfeiçoar seus empreendimentos a fim de expandir seus mercados, ultrapassando fronteiras. A cada dia surgiam inovações logo superadas pelo mercado, o processo civilizatório passou a sofrer transformações permanentes.
A necessidade de interligar mercado gera uma instabilidade. Um abalo em qualquer parte do sistema promove um receio nas relações comerciais. Essa análise é claramente percebida quando observamos a situação da crise na Grécia, que gerou repercussões em todo o globo, principalmente na economia dos países da União Européia. O capitalismo necessita do rompimento das fronteiras e é isso que levou a interdependência universal observada. Suas tecnologias têm como finalidade tornar o mundo cada vez mais comprimido, do ponto de vista do tempo e do espaço.
O controle da burguesia de transformar o mundo vem se perdendo, a partir do fato da animalização do homem e sua superexploração. Este se torna apenas uma peça do sistema, movido pelos interesses econômicos, submetido a condições desumanas de vida. A força capitalista nos arrasta pelo mercado, nos faz consumir demasiadamente. E a necessidade de superação que advém de dentro do homem nos faz procurar e alcançar diversas inovações.
Com o objetivo de acabar com essas divergências tão acentuadas entre as classes, Marx e Engels propõe a abolição da propriedade privada, junto aos privilégios burgueses a partir de uma Revolução comunista. Através do famoso grito de protesto do socialismo: "Trabalhadores do mundo, uni-vos!" convidam a revolução a fim de trazer mudanças em beneficio de toda a sociedade.

A permanência do adaptável

Ao elevar-se a demanda dos novos e cada vez mais numerosos mercados, entra em decadência o sistema de produção medieval, restrito à subsistência dos feudos e submetido ao monopólio da ociosa e improdutiva classe aristocrática. Para suprir as recentes necessidades de consumo ao redor do mundo, fez-se imprescindível o domínio de líderes empreendedores, voltados a constantes inovações nas relações sociais em prol do ativismo e da produtividade de todos dentro do meio social.

As inovações tecnológicas promovidas posteriormente pela burguesia na indústria moderna, exercem imensurável coerção sobre todas as nações, incluídas praticamente em sua totalidade no novo modo de produção. O desenvolvimento, então, de um mercado globalizado, favorece evoluções nos meios de comunicação e comércio, que, em um círculo vicioso, promove a expansão da indústria e, com ela, do poder da classe burguesa, que se expande e instala-se por um território cada vez maior. Antigas indústrias nacionais, com seus produtos finais constituídos a partir de matérias primas locais, são extintas, substituídas por indústrias estrangeiras e produtos provenientes das mais remotas localidades, no processo de surgimento de um universo interconectado.

A partir de um certo momento, no entanto, a burguesia e o capitalismo por ela implementado passam por algo jamais imaginado anteriormente: uma crise de superprodução. Com a indústria e o comércio superdesenvolvidos, o mercado se torna insuficiente para absorver tudo o que é produzido. De acordo com Marx e Engels, no Manifesto Comunista, essa teria sido uma das condições criadas pelos burgueses que proporcionaria a sua própria derrocada político-econômica. É nesse ponto que se torna oportuno ressaltar o histórico de uma das mais devastadoras crises já vividas durante o sistema capitalisa: a crise de 1929. Com a recuperação da economia europeia das fatalidades da 1ª Guerra Mundial, o maior mercado para os produtos estadunidenses sofre constante retração, desenhando a situação supramencionada. Ademais, são aspectos ressaltados como razão da referida crise os lucros originados da produção acelerada, que, mal redistribuídos no mercado, impediam uma elevação comparável no consumo, entre diversas outras causas, de variadas origens.

Frente a tal ameaça, na tentativa de superar a crise econômica sem o sacrifício do capitalismo, o eleito presidente Roosevelt, substitui a política liberal americana por um maior intervencionismo, no qual o Estado não permite que a economia guie-se livremente pelas circunstâncias do mercado. Para o processo de recuperação da economia norteamericana, cria-se programas de ajuda social, órgãos governamentais que empregassem trabalhadores na área de construção, regulassem a produção agrícola e supervisionassem reformas no sistema financeiro e trabalhista. Unida a demais adaptações, a substituição, como um todo, da face liberal do capitalismo por ações intervencionistas permitiu a superação da crise de superprodução como uma das crises do capitalismo, a recuperação gradual da economia americana e a perpetuação do sistema capitalista em seu território e naqueles por ela influenciados.

Assim como ilustrado pela crise de 1929, da mesma maneira que a ascensão da classe burguesa se dá por sua postura revolucionária em relação a concepções políticas, econômicas e sociais aparentemente inalteráveis, em meio às quais vivia, sua perpetuação e a do sistema que sustenta também se dará através de adaptações por ela promovidas ao longo do processo histórico. Desprovido de relações dogmáticas, o capitalismo, apesar dos inúmeros prejuízos que possa trazer, permanecerá vigente enquanto capacitado a renovar-se, moldar-se às condições que lhe sejam impostas.

A incorporacão dos membros


“o opressor e o oprimido estiveram em constante oposição um ao outro” “uma luta que todas as vezes terminou com uma transformação revolucionaria ou com a ruina das classes em disputa” essa é a visão dialética da história de Marx e Engels.

Não estavam errados quanto a todos os acontecimento vistos na historia até a confecção do manifesto comunista em 1848, porém não podiam prever a dialética que existiria entre o capitalismo e a classe operária.

A luta não é pela supressão da tese, mas pela incorporação à ela. O s setores marginalizados hoje não procuram destronar a burguesia ou despedaçar o capitalismo, o que acontece é a luta pela adesão desta. O grupo de indivíduos que lutam pela derrubada absoluta do Estado é diminuta e desconhecida.

A exemplo da ultima greve de bombeiros no Rio de Janeiro, os que estavam ali não reivindicavam a estrutura politica e econômica que os cerca, mas sim os salários baixos e a impossibilidade de usufruir dos bens do capitalismo.

Devido à esse fenômeno, o direito atua como mediador da luta de classes. Ele não atua buscando eliminá-la mas sim como maneira de corresponder à demanda e apenas garantir as conquistas da antítese. A exemplo destas incorporações por parte da classe dirigente estão os direitos de cidadania, os sociais, do trabalho, os estatutos especiais de minorias etc.

Para Marx a norma jurídica só poderia acentuar a desigualdade, e talvez esteja correto quanto ao fato de que ela nunca será capaz de corrigir a sociedade, ela existe e está sujeita a mutações quantas forem necessárias de acordo com o pleito. Hoje a luta não se compõe da busca por revolução, mas da minimização das mazelas, do alcance de todos aos mesmos benefícios e do reconhecimento dos mais diversos segmentos sociais.

O expoente da manifestação marxista


 

Pode-se afirmar tranquilamente que o Manifesto Comunista escrito por Karl Marx e Friedrich Engels em 1848 é um dos tratados políticos de maior repercussão mundial, expondo as principais concepções marxistas a quem lê-lo. Partindo-se da ideia base marxista da universalidade das lutas de classes, Marx e Engels conseguem explicar o porquê da existência de forte antagonismo social, por exemplo, entre patrícios e plebeus na Roma Antiga e da burguesia com o proletariado na Idade Contemporânea. Ao longo da História sempre haverá, de acordo com a concepção marxista, lutas de classes e que poderão ter como consequência a subjugação das mais fracas pelas mais fortes. Ambos os autores marxistas explicitam no seu famoso manifesto o histórico da ascensão burguesa ao longo das idades históricas, a começar pela Idade Média.

A produção feudal era muito restrita e rudimentar para satisfazer àquela nova classe social essencialmente comerciante que havia surgido com o Renascimento Comercial e Urbano do século XII, a burguesia. Como superação desse modo de produção primitivo para os padrões desejáveis burgueses, houve o surgimento das manufaturas, nas quais o trabalho era otimizado e concentrado. Porém, o modo de produção manufatureiro, com o passar do tempo em que novos mercados e consumidores iam surgindo, perdeu sua eficácia inicial e seria como o artesanato feudal, substituído com o surgimento das máquinas a vapor na Revolução Industrial.

Talvez seja possível de dar perplexidade o fato de que Marx e Engels elogiam primeiramente a burguesia como uma classe revolucionária, que conseguiu libertar a humanidade do misticismo fervoroso e do caos da descentralização política e monetária. Porém, com o surgimento da maquinofatura e, consequentemente, do proletariado, a burguesia buscou o controle dos meios de produção, monopolizou a participação política e explorou com selvageria as classes subalternas; sendo assim digna das árduas criticas dos autores do Manifesto Comunista de 1848. Houve então com o domínio mundial burguês dos modos de produção, dos mercados, dos meios de transportes, dos meios de comunicação, a emergência de um mercado mundial, ou seja, o começo do fenômeno da globalização.

Marx e Engels analisam que a burguesia constrói o seu próprio fim ao ser responsável pelo surgimento do proletariado, que por viver miseravelmente e ser explorado ao máximo por seus patrões burgueses, acabará por fazer uma revolução (utilizando em seu próprio favor os meios de comunicação e transporte burgueses e de sua unidade social) e implantar um governo que buscará a igualdade social, política e econômica. A burguesia, portanto, será destruída por ferramentas que ela própria utilizaria para excluir o feudalismo do mundo, só que agora aproveitadas por classes por ela desprezadas. Ambos os autores marxistas afirmam, desse jeito, que as contradições do capitalismo por eles expostas dão perspectivas de sua superação pela classe social do proletariado. Resta saber se suas ideias continuam atuais e validas para os dias atuais.


 

Interligação de particularidades

Contrariamente a muitos sociólogos, Max Weber analisa a sociedade no sentido de valorizar a individualidade de cada um. Sem generalizações. Isso porque ele acredita que a função da sociologia é, na verdade, compreender o sentido da ação humana, da ação social.


Para ele, o racional surge a partir de um embasamento irracional. Com isto, quer exaltar a importância, no sentido histórico, de levar-se em consideração os valores pessoais (princípios, crenças, motivações, ideais, matriz religiosa) que estão implícitos em cada decisão particular. Tomando como ponto de partida para as ações o juízo de valor, a concepção weberiana as classifica como: racionais visando um objeitvo (pelas quais se determina uma meta previamente e busca-se então os meios adequados para atingi-la), racionais visando um valor (aquelas em que o indivíduo aceita se expor a riscos em nome de um ideal), afetivas ou emocionais (que são impulsionadas por paixões) e tradicionais (estimuladas por costumes, crenças e adesão a superstições).



Nesse sentido, Weber se afasta daquilo que considera como sendo de caráter dogmático, como o materialismo histórico de Marx, o qual satisfaz-se com considerações embasadas apenas relativas ao âmbito econômico e, de tal maneira, acaba por deixar de lado todos os outros aspectos que deveriam ser abrangidos. Para o pensamento weberiano, determinismos não são válidos para o entendimento das ações sociais, pois a partir deles, toma-se a determinação de leis como uma finalidade e não como um meio, conferindo um sentido muito abstrato e generalizador análise sociológica. As leis devem, na verdade, ser apenas um dos passos desta, que também deve conter o estudo das combinações de fatores, das conexões e possibilidades.

Defendendo uma metodologia científica de caráter universal, Weber pretende que seja ela entendida independentemente do lugar em que o analisador está e da conjuntura que nele se configura. Além disso, ele exalta a importância de construções aplicáveis e objetivas, a fim de não se iludir com proposições utópicas.



Enfim, Weber expõe a sua chamada sociologia compreensivista, por meio da qual se busca compreender os valores alheios, não por meio da neutralidade, visto que esta não é possível, mas pelo rebaixamento dos juízos de valor próprios no momento da análise. É uma ciência social que vai além de determinações, mas busca perceber as conexões da realidade de forma mais aprofundada com a intenção de, então, perceber as conexões entre as ações humanas. É como poder visualizar um quebra-cabeças, sabendo que suas peças são diferentes mas ligam-se formando um todo.

O capitalismo como chama do comunismo

O Manifesto do Partido Comunista é a concretização, através da expressão por escrito, de algo que já acontecia na Europa. Marx e Engels encarregaram-se de teorizá-lo a fim de apresentar o comunismo e mostrar o modo como pretendiam coloca-lo em prática. Isto é, queriam chamar a atenção dos que se identificavam com o comunismo para que se unissem à luta.

Nesta obra, expõem a visão de que a luta de classes sempre foi presente na história social, porém, com o advento do capitalismo foi reforçada. No decorrer do manifesto caracteriza o proletariado e o opõe a burguesia, descrita como a força opressora de tal momento histórico. De maneira extensa, expõe diversos aspectos da burguesia com o intuito de evidenciar sua face exploradora, seu poder de se adaptar as circunstâncias que lhe são impostas e transformar, tanto os meios de produção quanto as relações de trabalho.

Outro fator marcante é a atual pertinência de um texto escrito há mais de 150 anos. Existem partes em que evidencia o modo como a burguesia sucumbe todos os indivíduos à adoção do sistema capitalista, na medida em que não deixa espaço para o desenvolvimento de outro modo de produção. Ou seja, a força de trabalho se vê obrigada a se submeter às condições capitalistas.

Portanto, ao transformar o proletariado em peças de sua fábrica, as quais podem ser dispensadas ou trocadas para diminuição dos custos e aumento do lucro, o capitalismo acende a chama do comunismo. Além disso, as crises de superprodução auxiliam na tarefa de combate ao sistema, já que mostra sua contradição, de produzir sem limites, como uma fragilidade. Então, diante deste cenário o Manifesto do Partido Comunista surge para incendiar os oprimidos, o proletariado, a assumir o posto de combatente ao capitalismo a fim de tentar desfazer as mazelas sociais provocadas por este.

ASCENÇÃO E QUEDA DA BURGUESIA


O Manifesto Comunista, um dos principais textos políticos da história, elaborado por Karl Marx e Friedrich Engels, divulgou o socialismo e o comunismo para o mundo ao abordar a luta de classes e realizar uma crítica ao capitalismo e à burguesia.

Segundo os autores a história é determinada pela luta de classe, existindo permanentemente duas classes em oposição e em disputa, sendo que ao final desse embate sempre ocorre uma revolução altamente transformadora. A burguesia, atual classe dominante, no passado subjugou a aristocracia e atualmente se encontra em oposição ao proletariado, classe que ela oprime e explora.

Ao final da Idade Média surgiu a burguesia que, com sua atividade comercial ao longo dos séculos, enriqueceu e acumulou capitais, porém com o tempo a manufatura não era mais suficiente para suprir as suas demandas comerciais, assim surgiram as fábricas com sua produção maciça e em escala. Tais indústrias possibilitaram o aumento ainda maior do comércio, que se expandiu de maneira estrondosa por todo o mundo, logo a burguesia deixou para trás todas as demais classes da Idade Média.

Com sua supremacia a burguesia não só conquistou o domínio econômico, mas também o domínio cultural, intelectual e político, tudo isso graças à habilidade burguesa de empreender e inovar, com aumentos constantes da produção e melhorias dos produtos de origem fabril. Com a revolução produtiva a burguesia também revolucionou todas as relações da sociedade, logo a necessidade de constante expansão da produção leva a burguesia a se instalar em todas as regiões do mundo gerando uma cultura global.

Assim, a burguesia tem o poder de arrastar todas as sociedades para o seu modo de civilização, não conhecendo fronteiras para a expansão econômica. Como consequência de todo esse poderio econômico a burguesia obteve o domínio politico e assumiu o poder isoladamente e consolidou o modo capitalista de produção por todo o mundo. De tempos em tempos, porém, a burguesia se vê imersa em crises, que destroem boa parte das forças produtivas acumuladas, essas crises são chamadas de crises de superprodução.

Em oposição à burguesia temos o proletariado que, devido ao desenvolvimento do modo de produção burguês, é tido como uma mera peça da maquinaria, recebendo como salário apenas o suficiente para a sua sobrevivência e, assim, conforme o trabalho aumenta o salário diminui. Dessa forma, os operários insatisfeitos se unem em sindicatos e associações contra a burguesia, para se protegerem contra os abusos dos capitalistas. Com o tempo essa união, cada vez mais forte, derrubará a burguesia e o capitalismo e instaurará a ditadura do proletariado criando uma sociedade verdadeiramente socialista, que com o tempo tenderá a se transformar em comunista.

Portanto, podemos dizer que O Manifesto Comunista, cumpriu o seu objetivo ao ecoar as ideias socialistas e comunistas por todo o mundo, inspirando manifestações e revoluções, que, em alguns casos, chegaram a derrubar a ordem vigente e implantar as concepções marxistas. Hoje, porém, sabemos que para a conquista de uma sociedade mais igualitária, a revolução não é mais o caminho, mas continua sendo importante que os cidadãos se unam e lutem pelos seus direitos e pela sua dignidade. Talvez jamais alcançaremos uma sociedade totalmente igualitária, mas com as devidas mudanças, poderemos viver em uma sociedade onde exista oportunidade para todos e que os cidadãos possam usufruir de uma vida digna e feliz.

Uma solução para a dominação burguesa?

“A história de todas as sociedades que já existiriam é a história de luta de classes, opressor e oprimido sempre estiveram em constante oposição um ao outro.”

No momento, se posiciona como opressor a sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da sociedade feudal e não aboliu os antagonismos das classes. Ela estabeleceu novas classes, novas condições de opressão, novas formas de luta no lugar das antigas. E como oprimidos, os proletariados, pois não são os donos dos meios de produção e precisam vender as suas forças de trabalho para ganharem seus salários e sobreviverem.

Com o desenvolvimento da indústria moderna que estabeleceu um mercado mundial, desenvolveu-se marcantemente o comércio, a navegação, a comunicação, as estradas de ferro que se entendiam, e assim a burguesia se desenvolvia e aumentava seu capital, deixando para trás as outras classes. Essa burguesia é resultado de uma série de revoluções nos modos de produção e de troca.

Há a constante necessidade de um mercado em expansão para a inovação dos meios de produção, o que gerou a destruição das antigas indústrias nacionais e a substituição destas por novas indústrias que trabalham com matéria-prima extraída de zonas anteriormente inexploradas, e os produtos resultantes são consumidos em todos os cantos do globo. Tudo isso gera novas necessidades, o que exige a constante inovação.

Com todas essas inovações e desenvolvimentos ocorridos, a grande crítica é feita sobre a grande desigualdade existente, pois tudo isso foi criado para servir ao homem, e são poucos os que podem desfrutar de todo esse avanço. Como é possível, em meio a toda essa riqueza, haver tanta pobreza?

Karl Marx e Friedrich Engels propuseram uma solução para acabar com essa desigualdade: a Revolução Comunista, que sugere abolir a propriedade privada, pois na sua forma atual é baseada no antagonismo de capital e trabalho assalariado, e o trabalho assalariado somente é explorado pelo capital e não gera propriedade para o trabalhador.

O Manifesto Comunista, então, é um convite para todos os trabalhadores se unirem e revolucionarem os atuais meios de produção, visto assim, pelos comunistas, como a solução para pôr fim às desigualdades que permeiam a vida humana.

Necessidade da "necessidade"

Como consequência da decadente eficiência do modo de produção feudal em atender às crescentes demandas dos novos mercados foi que tomou lugar o sistema manufatureiro. Este, no entanto, ainda não foi suficiente para suprir as exigências daquele contexto, pois a demanda permanecia em crescimento. Assim tornou-se necessário incrementar a produção, no âmbito tecnológico - com a implementação de novas máquinas - e nas relaçõesde divisão do trabalho, no que tange ao trabalhador e sua respectiva função.
Como já descrito por Marx, a luta de classes que existe em toda sociedade se dá até que haja uma transformação revolucionária (ou a ruína das classes em disputa). Na superação do modo feudal, esta consistiu na ascensãoda classe burguesa, que tomou as rédeas do processo produtivo. Estabelecendo-se como a proprietária dos meios de produção, determinou a exploração da enorme parcela da população que correspondia ao proletariado. A imposição de um sistema sob seu comando, com longas jornadas de trabalho, sendoeste, além de tudo, degradante, caracterizou a submissão dos trabalhadores aos burgueses, uma relação de evidente opressão.

Ainda estabeleceu-se um cenário muito instável, posto que a burguesia, como classe revolucionária, não pode se manter senão pelas constantes transformações de diversos aspectos desse sistema sob seu domínio. Havendo também a necessidade de mercado para expandir sua produção, os burgueses buscavam cada vez mais se espalhar alcançando novos espaços, gerando maior dependência internacional no tocante à troca de mercadorias e comprometendo indús
trias nacionais mais antigas.
Mais ou menos assim foi que surgiu a preferência pelos produtos estrangeiros, um insaciável desejo pelo novo e o rompimento com o real sentido do consumo. Um afã pelo desejado substituiu a satisfação com o essencial. A subsistência era o mínimo a se atingir, já não instigava então um sentimento de gratidão no homem. Ele só se sente bem na medida em que adquire o que quer, pois acredita, alienado, que é também de sua necessidade vital.
O capitalismo precisa sustentar-se através do consumismo e da, cada vez maior, exploração dos trabalhadores. Sem escrúpulos, recusando o fator humano, ele se impõe conforme possível.
Utiliza de seus caprichos, como a mídia, a obsolescência programada de suas mercadorias e o status determinado pelo "ter", por exemplo, para criar necessidades. E o homem, já iludido, presa fácil para essa armadilha, cai. E, mais tarde, mesmo já caído, cai novamente. Um ciclo de quedas que acaba aprisionando a sociedade nesse sistema, determinando quais são as suas "necessidades".

E então, o operário, terminada sua jornada daquele dia, dirige-se a uma loja próxima e compra a mais nova tecnologia do mercado, um produto compacto, que
desempenha mil e duas funções e que é a moda do momento. Não se importou em gastar, porque ele precisava daquilo. Achava que valia a pena... e nem sabia qual era essa pena.



De algumas coisas, o homem de fato precisa.
Outras, o capitalismo precisa que ele queira. E até hoje ele consegue o que quer.

O tecer da teia

Em oposição a sociólogos positivistas como Comte e Durkheim, há um pensador que se volta para o indivíduo, considerando a importância deste como promotor da ação social, que conectada a outras diversas, compõe a realidade do todo, a sociedade. Refiro-me aqui a Max Weber, que traça uma nova concepção de ciência, em oposição ao determinismo que este atribui aos pensadores citados, assim como à Marx.
Weber não visa partir de leis pré-estabelecidas, mas de uma análise dos sentidos que determinam a ação social e dos valores que a movem. É importante considerar que na análise weberiana esses valores são diversos, abarcando fatores econômicos, políticos, tradicionais, dentre muitos outros. Desse modo, Weber tece uma crítica à construção teórica marxista, pautada essencialmente na condição econômica da sociedade, o que se traduz no materialismo histórico.
Ao mesmo tempo em que lança mão do método compreensivo, --por meio do qual, ao considerar que o indivíduo a cada agir opta por um valor, a análise weberiana se volta para a percepção do agente social a partir dos valores deste – Weber aponta a impossibilidade da total neutralidade por parte de um sociólogo. Assim, no estudo compreensivo, Weber considera a auto-superação dos próprios juízos de valor, mas frisa que estes não podem ser de todo domados.
Auto- superar os próprios juízos de valor implica abrir mão de pré-concepções, que já delimitam o estudo, pautando-se em fatores específicos, fazendo com que outros fujam à análise, que acaba assumindo um caráter genérico e determinista. Vejamos como exemplo o olhar marxista sobre a instituição familiar, que encara esta como unidade produtiva, não mais afetiva, pois ele já parte para a análise desta com a noção de que as forças econômicas determinam o curso seguido pelos demais setores da sociedade. É o que Weber chama de atender à “necessidade dogmática”. Ligando tudo ao fator econômico, Marx rebaixa as demais causas, o que significa dizer que as conexões que fogem à questão material são suprimidas na análise e desvinculadas da ação social. Assim, os aspectos tradicionais, dentre tantos outros, que guiam e moldam o comportamento familiar, ficam obscuros na análise marxista, gerando uma compreensão limitada do sentido da ação social.
Em suma, para Weber, uma sociedade é análoga a uma grande teia em que cada ação social se liga a outras por diversas conexões, que abrigam diferentes sentidos e valores. Diante de tais incontáveis ligações, constata-se que uma única característica da realidade social não define totalmente a posição de um indivíduo dentro da estrutura social. E, ainda, que uma teia vai adquirindo forma a cada novo fio, a cada novo elo. Estudá-la é combinar fatores, que levarão a uma melhor compreensão do todo, da grande teia chamada sociedade.

O mundo de uma imagem só


Ferrovias, telégrafo, telefone: as inovações tecnológicas ao longo do tempo acompanharam a realidade capitalista moderna de interconexão das trocas. E o que se vê é a compressão do tempo e do espaço pela técnica, diante da necessidade burguesa de desenvolvimento constante e crescente do mercado, que alcançou um nível de relações globais.
A realidade originária do capitalismo já possibilitava, para os mais atentos, uma projeção do curso de seu desenvolvimento. Foi assim para Karl Marx, que previu o quadro que se configura atualmente. Quadro este construído à imagem da classe burguesa, como afirmou o próprio Marx. Com isso ele procura tratar da dominação do mundo pelas relações de mercado, entorno das quais os indivíduos passam a transitar. Para Marx, na sociedade capitalista, as relações humanas estão reduzidas à troca.
Trata-se de um mundo dinamizado, já que a burguesia inaugura o empreendedorismo ao revolucionar, constantemente, as relações e condições de produção, criando novas combinações, instaurando inovações voltadas para o fim principal: o lucro.
Mas esse mesmo mundo apresenta também um caráter estático, já que independente das diversas transformações na estrutura produtiva, esta permanece apoiada e sustentada pela extração das forças da classe trabalhadora. O contraste entre classe explorada e classe exploradora é permanente na sociedade capitalista.
A discrepância entre uma realidade dinâmica e outra estática coabitando no meio social compõe a estrutura contraditória do capitalismo, que se dissolverá, segundo Marx, pelas suas próprias pressões externas. O capitalismo carrega em si não só os meios de sua destruição, mas também os agentes: o proletariado. Os diversos antagonismos a que estão submetidos os levarão, em determinado momento, à tomada de consciência e rompimento com a alienação através da prática transformadora. As rachaduras no quadro capitalista passam a se multiplicar até que ele se desconfigure, surgindo assim, a necessidade de construção de uma nova imagem, uma nova moldura, um quadro totalmente novo, intitulado comunismo.

Manipulação burguesa

Por muito tempo o contato entre os povos foi bastante restrito. Contudo, houve uma época em que esse fato começou a se alterar, até chegar, atualmente, a um grau de interdependência assustador. Desse contato houve um brusco aumento do tamanho dos mercados. Daí, a demanda por produtos também teve um incremento notável. Quem decide como suprir essa demanda é uma classe privilegiada, a burguesia. Ela modela a produção e transação de produtos ao seu comando.
O modo de produção empregado durante o período do capitalismo não foi suficiente para suprir o aumento das demandas dos novos mercados. Surgiu a necessidade de se incrementar a produção de mercadorias, o que foi feito através da otimização da produção, tanto pela alteração da maneira como se dava a organização do trabalho quando pelo emprego de novas máquinas, mais eficientes tanto na rapidez de produção quanto na qualidade dos produtos. Mas é interessante notar, apesar da verdade essencial que se revela nessa análise, o que pode ser entendido como demanda. Além das demandas que surgem espontaneamente, parece haver uma espécie de “imposição” de demandas. Frequentemente elas estão relacionadas à tecnologia. Internet, celular, carros, tudo isso não é “necessário”. Não era, mas quase que “se tornou”. Quem fomenta tais inovações dizem atender às “necessidades do mercado“. Mas fica a pergunta: são, de fato, necessidades?
Necessidade ou não, pouco importa. Aqueles que detém os meios para operar a produção de mercadorias são os que determinarão os produtos a serem consumidos. É a regra de ouro: quem tem o ouro faz as regras. A burguesia tem o ouro, a burguesia faz as regras. E isso se aplica a todos os aspectos relacionados à produção de mercadorias: onde são produzidas, por quem, porque, como, etc. Um aspecto particularmente interessante, também influenciado pela burguesia: a expansão da civilização. Ora, não é nada estranho que esses senhores do mercado prefiram vender para uma massa concentrada de pessoas, o que facilita muito o escoamento de mercadorias, do que vender para pequenos grupos esparsos por vário lugares, como acontece numa sociedade ruralizada. O lucro, dessa forma, é muito mais certo, e a dificuldade é bem menor. Um lojista preferirá estabelecer-se em um shopping center ou em uma rua mais afastada, onde precisará fazer esforços para alcançar potenciais clientes?
Entretanto, todo esse desenvolvimento leva à uma situação um tanto quanto ruim para o burguês: o proletariado entra em contato, e daí por diante os homens explorados, o proletariado, podem estabelecer uma comunhão de idéias revolucionarias uns com os outros. Os homens isolados, alienados, são inofensivos. Quando juntos, são um perigo. A burguesia os pôs em contato, fomentou, por assim dizer, a própria destruição. Isso para Marx. Não se pode deixar de lado, entretanto, o fato de que a maior parte dos homens não expressa categoricamente seus ideais comunistas revolucionários. E mesmo que expressassem, a eficácia desses ideais seria questionável.
É que o capitalismo é muito confortável para aqueles que nele se encontram bem posicionados. E por acaso esses últimos são os detentores da riqueza e do poder. Um homem sem muitas preocupações éticas pode usar como bem entender sua riqueza para... assegurar que ela continue sendo sua.

A união faz a revolução

São apresentadas várias teorias de implantação do Socialismo/Comunismo ligada a diversos segmentos da sociedade, entretanto, essas teorias, ou são consideradas utópicas porque seus formuladores acreditam em uma mudança no sistema vigente por meios pacíficos e opõem-se a qualquer ação política da classe operária, ou são teorias relacionadas a interesses de setores específicos da sociedade, propondo medidas de ascensão e bem estar que priorizam e beneficiam exclusivamente o seu grupo social.

Já Marx e Engels trabalham com ideologias diferentes, porque defendem, acima de tudo, o bem estar geral da coletividade, a igualdade entre as classes e a extinção da exploração de uma com a outra. Também acreditando que a modificação nas relações entre as classes resultará em uma transformação no modo como se relacionam as nações, acabando com a exploração de umas sobre as outras.

Tais afirmações e esclarecimentos têm a importante função de conscientizar o operariado sobre o antagonismo existente entre a burguesia e o proletariado, para que no momento certo, ele se una e saiba converter as situações sócias e políticas criadas pela burguesia contra ela mesma.

Afirmam que o momento certo para a implantação do Socialismo através da revolução do proletariado chegou, graças à natureza revolucionária da burguesia que criou as condições necessárias para a sua implantação. Contudo, as transformações que devem ocorrer com a sua implantação são consideradas, por muitos, como extremas e radicais, como por exemplo, a extinção da propriedade privada e também o próprio modo de se chegar ao Socialismo, que seria unicamente através da derrubada da ordem vigente e a imposição de uma nova ordem econômico-social com modificações bastante significativas.

O que se pode tirar como conclusão do texto, é que talvez essa nova ordem tivesse a função de mudar a organização social, a qual incomodava e até assustava os seus elaboradores por conta da evidente desigualdade, exploração, entre outros. Porém, até os dias atuais esse sistema nunca foi implantado completamente na prática, já que o socialismo da URSS, Cuba e China chegaram apenas a estágios iniciais, portanto, não se sabe se ele seria um sistema eficiente, que resolveria os problemas. O que se sabe é que o sistema capitalista vem evoluindo cada vez mais, buscando adaptar-se às necessidades e continuar sendo o sistema vigente por mais algum tempo.

A compreensão sociológica

Max Weber, em "A 'objetividade' do conhecimento na ciência social e na ciência política", escrito em 1904, defende a racionalização da vida dos indivíduos pautada em traços culturais, ou seja, na sua matriz ideológica e religiosa. Para ele, deve-se compreender o sentido da ação humana, levando em conta outras dimensões da vida e não apenas o materialismo histórico, pois o econômico é uma força que forja as relações sociais, mas não é a única.

O indivíduo weberiano é livre, pode escolher sua ação social e não está suscetível a um julgamento prévio, baseado apenas nas aparências e que desconsidera as características intrínsecas ao ser humano. Sua religiosidade, sua forma de pensar e o contexto sociocultural no qual está inserido são levados em conta e este indivíduo deixa de ser visto como mais uma simples peça desse grande tabuleiro que é o mundo e passa a ser reconhecido como o ser pensante e atuante que, de fato, é.

Dessa forma, a sociologia, para Weber, possui outra função: a de compreender o verdadeiro significado da ação social, a qual é determinada por um sentido e movida por valores. Ele analisa a sociedade, relacionando seus membros aos valores de cada um e não aplica a ideia determinista, frequente no ambiente científico. Embora haja o determinismo, o ator social pode estabelecer conexões positivas, tornando-se diferente. É o que se pode perceber na seguinte passagem do texto: "jamais pode ser tarefa de uma ciência empírica proporcionar normas obrigatórias, das quais se possa derivar receitas para a prática".

Ao contrário do que pensa Comte, Max Weber defende que a sociologia não existe para moldar ou para se impor sobre os indivíduos, mas para compreendê-los e é por essa razão que ele estabalece uma separação clara entre a ciência e a política. Destacando-se como o pensador da sociologia compreensivista e analisando o lugar da ação social, Weber se posiciona diante das situações e, ao contrário do que muitos supõem, não se mantém neutro, apenas não se afasta de seus próprios valores.

A humanidade sob o olhar de suas paixões

Como já vimos, as sociologias de Marx e Durkheim tiveram como ponto de partida a ideia de que a compreensão das relações entre os homens só é possível se antes compreendermos a sociedade em que estão inseridos e o fato de eles são obrigados a agir de acordo com forças estranhas a suas vontades individuas, em níveis diversos.

Já o pensamento weberiano aponta para outra compreensão, de que a sociedade não é aquilo que pesa sobre os indivíduos, mas aquilo que se veicula entre eles. Apesar de ser um sociólogo que entenda a construção da realidade social a partir do capitalismo, Max Weber procura aprofundar essa análise entendendo-se que elementos da irracionalidade permeiam a mente do homem, ou seja, de que o racional acaba por surgir de um enraizamento irracional. Por isso, o pensamento de Weber vai além da aparência e das determinações, já que baseado em uma perspectiva da lei histórica, ele nos faz perceber as conexões da realidade de modo mais profundo.

O objeto de estudo da sociologia compreensiva é aprender o sentido da ação humana, movida por valores individuais e por sua vinculação às ações de outros indivíduos. Ao invés de orientar-se pelas leis de determinações econômicas, é mais valioso captar essas ações quando são movidas por valores políticos, ideológicos, tradicionais, emocionais, e com isso, Weber critica as receitas preestabelecidas do materialismo histórico, de modo a superar a ciência e a política.

Uma de suas matrizes elementares diz respeito ao fato de não conseguir fugir das paixões humanas e do próprio caráter subjetivo que é inerente ao homem. Logo, deve-se fazer tal análise a partir dos valores que orientam os atores, para compreender os fatos dentro dos seus respectivos valores específicos, ou seja, por meio da superação do juízo de valor próprio.

Assim, na crítica à objetividade, a ciência weberiana se define como um esforço destinado a entender e a ilustrar os valores aos quais os homens aderiram, e as obras que construíram ao longo do tempo.