Durante a primeira
metade do século XIX, na Europa, emergia, pela primeira vez na história, uma ciência
da sociedade, conhecida, pluralmente, como física social, filosofia positiva
ou, simplesmente, como positivismo. Seu percursor inicial seria um filósofo francês,
que, apesar do rótulo de conservador que recebe nos dias de hoje, era
considerado, em sua época, como um pensador revolucionário. Trata-se de Auguste
Comte.
A linha de raciocínio pregada
pelo filósofo dava-se num contexto revolucionário, dentro do qual os ideais
científicos ganhavam força. O cenário de exploração fabril e de insatisfação proletária
potencializava, de certa forma, a propagação dessa nova ciência, uma vez que
seu papel, como um todo, era o de analisar, interpretar e controlar, na medida
do possível, a sociedade em questão. Para isso, Comte elenca três estágios através
dos quais todo tipo de conhecimento deve passar: primeiro, o estágio teológico,
baseado na providência divina; depois, o estágio metafísico, pautado na imaginação;
e, finalmente, o estágio positivista.
Nessa direção, o
pensamento idealizado por Comte estabelece uma analogia com o paradigma
newtoniano da gravidade como fator modelar para a ciência moderna. Segundo ele,
o positivismo deveria seguir um padrão, um ordenamento, uma hierarquia, análogos
às leis da física; tal medida, por sua vez, deveria conferir maior credibilidade
à ideia proposta. Sob esse aspecto, fortifica-se a concepção de ‘‘ordem e
progresso’’, ‘‘estática e dinâmica’’: a família, a moral e o Estado, por
exemplo, caracterizariam a ordem, imutável, constante, enquanto as condutas, os
valores e as normas constituiriam a ação efetiva. Observa-se, diante do exposto, o caráter racional, empírico, cientificista, metodológico e concreto
elaborado por Auguste Comte, que, embora tenha surgido há mais de 200 anos,
ainda permanece ativo na sociedade atual.
Bruno Medinilla de Castilho - 1 ano Direito matutino