Na sociedade contemporânea, é comum que os indivíduos estejam mais atentos ao que os cerca do que o todo da sociedade, isto é, quando falamos de forma crítica. Somos uma sociedade em que, a crítica, a indagação e o conhecimento não são o foco da produção do saber social. A partir de então, o resultado é uma sociedade completamente individualista.
Ainda assim, ao passo que a maioria da população está tecnologicamente conectada, também está fadada a manipulação e o controle das massas, ou seja, se antes o indivíduo não buscava entender sua realidade comparada a totalidade da sociedade, agora tampouco.
Por outro lado, quando um indivíduo se propõe a produção científica e parte de uma minoria - que outrora não tinha voz na academia, terá seu conhecimento constantemente questionado, como diz Grada Kilomba. Apesar disso, o conhecimento de grupos antes silenciados nas diversas áreas da sociedade é de extrema importância, pois esse é o meio para validar o conhecimento desses grupos e evidenciar às mazelas da sociedade.
Portanto, é notório que o sujeito da "vizinhança" que sequer teve acesso à educação básica, terá a possibilidade de produzir conhecimento científico, nesse caso, isso reflete a maioria dos brasileiros que enfrentam diversas desigualdades. Dessa forma, surge a importância do cientista social, que deve investigar essas problemáticas da sociedade, uma vez que o seu "zé" não teve acesso a educação e, que tantos outros também não tiveram. Assim, a investigação não partiria do individual e sim do todo, pois é uma problemática que atinge a esfera pública.