Relógio social
Com o intuito de marcar o tempo, um relógio é composto por pequenas
engrenagens, parafusos e molas, que se não forem postas, montadas, de maneira
correta, jamais se conciliariam ate o seu propósito. Ainda mais além, o
trabalho de uma engrenagem é totalmente dependente de outra, ou de uma mola,
mas o seu movimento sincronizado promove no final a perfeita marcação do tempo,
ao passo que se uma engrenagem se descompassa, todo o ciclo é perdido e a exatidão
é perdida.
De mesma forma Comte enxerga a sociedade como uma maquina, onde cada
pessoa torna a vida possível uma para a outra. Como em um relógio, onde uma
engrenagem necessita da outra, na sociedade somos dependentes um dos outros, e
sendo assim, trabalhamos em conjunto para o avanço do todo.
Para Comte é um erro pensar no todo antes de trabalhar o individual,
sendo assim, é impertinente pensar no funcionamento final da maquina, se não partirmos
do inicio de arrumar cada uma de suas peças. De mesma forma não se consegue o
avanço de uma sociedade se não pensarmos no trabalho individual de cada
cidadão, e considerarmos que fazemos parte de um ciclo ainda maior, onde não há
melhores ou piores, e sim um trabalho conjunto e sempre dependente um do outro.
Parte daí o conceito de Comte de estática e dinâmica social, onde a estática se
liga a ordem, ou seja, a regularidade das engrenagens e o seu bem
funcionamento, e a dinâmica se liga ao progresso, sendo subordinada a estática uma
vez que só se consegue o progresso através da ordem.
Ainda assim vivemos em uma sociedade individualista e que não enxerga
como Comte como o trabalho de um simples lixeiro faria falta tanto quanto o de
um medico, e sendo assim jamais conseguiremos assumir uma dinâmica social de
progresso, já que não enxergamos a importância de todos dentro de uma ordem.