Total de visualizações de página (desde out/2009)

domingo, 26 de maio de 2013

Antítese construtiva

     A continuação do pensamento iluminista, do século XVIII, é o socialismo, produto do embate dos entre empresários e proletariado, com raízes nos fatos materiais econômicos. Pautado no mundo real e desenvolvido de modo que o real foi o bojo construtor do teórico.
     A dialética de Engels contrapõe-se à dialética hegemiana, este acredita que a realidade é a projeção de ideias, tranponto o imaginário no real, já Engels, acredita que o real que forma o teórico, que todos os acontecimentos e objetos possui dentro de sua construção interna a afirmação (tese) e a negação (antítese), sendo que a passagem da tese para a antítese, leva a construção de uma nova realidade, essa tem a probabilidade de ser um produto positivo ou um produto negativo.
     O capitalismo tem por manutenção a mais-valia, apropriando-se da força de trabalho do proletariado, porém a antitese presente nesse objeto, levou a uma sintese positiva, ou seja, os movimentos trabalhistas trouxeram benefícios sociais como, por exemplo, férias e descanço remunerado, que faz com que a mais-valia diminua quando analisada por um período de tempo considerável (um mês, um ano,...). Além disso, o capitalismo é a forma que molda e proporciona o surgimento do socialismo, esse é produto do embate entre empresários e proletarios.

A ineficiência do socialismo aplicado

            
            Karl Marx procurou entender os mecanismos do sistema Capitalista. Estudou-o profundamente, compreendeu a luta de classes, a história como cumulativa, mas principalmente, descobriu o mecanismo de ação do Capitalismo: a mais-valia. Imaginou então como o socialismo poderia se firmar. Por que o Socialismo aplicado não funcionou como previra Marx?
            Quando Lênin promoveu a revolução vermelha, a Rússia ainda era um país atrasado, com uma economia fraca e saído da Primeira Grande Guerra. Não havia como produzir suficientemente a fim de suprir as necessidades de todos, e sua indústria era recente. A massa de trabalhadores era grande, as condições de desigualdade eram extremas. Com Stalin a União Soviética alcançou o status de superpotência, mas a industrialização se deu em um tempo curto demais, os trabalhadores acabavam submetidos a um trabalho excessivo e o modo de afirmação do governo stalinista baseado no autoritarismo e na violência geraram a deturpação do conceito marxista de socialismo. O simples fato de uma industrialização “às pressas” já gera uma diferença ao estabelecido na doutrina marxista.
            A situação de Cuba foi mais crítica, pois ali não havia de fato recursos a serem desenvolvidos a fim de promover uma distribuição da produção. Era um país pobre, atrasado, governado pelo ditador Fulgêncio Batista. Era chamado “o quintal dos Estados Unidos”, enquanto a população local passava por sérias dificuldades. Quando se deu a Revolução Cubana, não havia uma indústria forte que pudesse permitir a produção necessária a ser distribuída para a população. Por isso, o socialismo ali implantado, embora tenha de fato permitido uma igualdade em termos de renda, gerou uma política de racionamento, e o país há muito assim vive. Foi pior do que na URSS porque em Cuba não se conseguiu desenvolver uma indústria de fato, e mais uma vez a doutrina marxista foi mal interpretada. Marx jamais afirmou a negação do Capitalismo pelo Socialismo, acreditava, pois, numa evolução do primeiro para o segundo. Isso porque pelo Capitalismo seriam criados os meios de produção e as tecnologias necessárias para promover uma quantidade suficiente de produtos a serem distribuídos entre todos igualitariamente. Não é possível dividir pobreza.

            Cuba, portanto, não possuía uma indústria que suprisse a demanda da população, e a URSS se industrializou de forma rápida e se afirmou com o uso da violência excessiva e do governo autoritário stalinista. Para evoluir é preciso ter os meios necessários. Como se vê, a ciência estabelecida por Marx acabou se convertendo em ideologia, em messianismo e foi deturpada. O Socialismo pode ser eficaz, mas deve ser reinterpretado antes de reaplicado. 

Lucas Ferreira Sousa Degrande - Direito Noturno

                De forma esclarecedora, a leitura e a reflexão feita durante a aula do texto de Fredrich Engels indubitavelmente modificou meu conceito de socialismo e de doutrina marxista. Haja visto como é amplo, o tema, de certa forma contraditória, habita desde os discursos simples,corriqueiros e cotidianos, até aqueles mais eruditos, complexos e desenvolvidos .
                Destarte, compartilho neste momento duas questões que particularmente mais chamaram atenção: a atual força dos denominados socialistas, e os vários ''marxismos'' existentes.
                Sobre o primeiro tema, refiro-me mais especificamente à posição que o socialismo ocupa hoje,  no âmbito político, social e cultural.  Segundo Marx, na realidade a doutrina socialista nunca estaria tão forte, tão próxima de se concretizar, pois que para tanto o capitalismo precisava se desenvolver ao máximo - devemos estar chegando perto, certo? Porém qual o respaldo dessa ideia na realidade concreta? A pouco tempo, um fato merecedor de destaque, subiu ao poder um presidente do partido socialista na França, François Hollande. Este que, no entanto, não efetivou até o momento grandes medidas, com grandes impactos sociais e econômicos, como talvez fosse esperado pela sua imagem. Paralelamente, nota-se nitidamente, em um breve momento de reflexão, que os principais meios de comunicação, a mídia, os grandes '' formadores de opinião '', vem se ocupando de ocultar um maior debate sobre o socialismo. Uma grande forma que a cultura ocidental - leia-se estadunidense -, encontrou de enfraquecer o socialismo, após sua derrocada final em 1989, foi tirá-lo da pauta. Salvo raros momentos, negligencia-se a existencia do socialismo, inclusive nos lugares onde ele é aplicado - Cuba, China, Coreia do Norte.  Quando se referem a esses paises, o socialismo nunca é um tema explorado. Note, quais as informações que se tem nos grandes meios acerca do funcionamento das sociedades nesses países? Informações sobre a economia? Sobre a política, sua organização e suas instituições?
                Conquanto muito mais pudesse ser explanado, não cabe no momento demasiada extensão. Adiante e por fim, o segundo tema ao qual me referi alude ao fato de que Karl Marx e Fredrich Engels foram grandes revolucionários. Pelo senso comum, seria pela velha  ideia de criação de um novo sistema, onde as desigualdades teriam fim, as propriedades seriam coletivas, etc... Após a aula, defendo essa ideia mas por um outro lado. Os dois foram na realidade, enormes filósofos, que produziram inúmeras obras, abrangendo ainda mais temas. Sobretudo, eram dois grandes intelectuais com um conhecimento vasto e profundo. Desta forma conseguiram fazer análises e reflexões dos mais variados fatos, profunda e originalmente. E infelizmente, sendo este meu foco principal, seus denominados '' seguidores '' não fazem jus ao seus brilhantismos. Principalmente hoje, os auto-intitulados socialistas, salvo raras exceções, sequer se dão ao trabalho de ler as principais obras da doutrina. Fundamentam suas posições, pois, em conhecimentos supérfluos, insipientes. E, o que penso ser até pior, ousam ''colocar palavras'' em lugares desconhecidos. Sem jamais terem lido Marx e Engels, afirmam categoricamente suas ideias. Nesse contexto, muitas vezes esses portadores de discursos inflamados, ainda que fracos e incoerentes, pecam ao dizerem coisas desconhecidas e muitas vezes falsas.

Lucas Carboni Palhares -1o ano diurno
  Da granja à casa grande

1. Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo.
2. Qualquer coisa que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo.

3. Nenhum animal usará roupas.

4. Nenhum animal dormirá em cama.
5. Nenhum animal beberá álcool.
6. Nenhum animal matará outro animal.
7. Todos os animais são iguais.


          Em se tratando do socialismo, podemos ressaltar que seu surgimento (como , pelo menos, uma teoria de organização econômica não necessariamente efetivada)  não se deu forma abrupta, ou seja, instituído por determinados ideais com fundamentações teóricas e/ou empíricas, e sim foi percebida, notada como uma tendência que se dá pela desenvoltura do comportamento das classes durante a história, desde principalmente a era medieval, até os tempos modernos, segundo os fundamentalistas desse pensamento, principalmente Friederich Engels, em sua obra Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico, que será com mais enfoque abordada durante o texto.
          
          Primeiramente, entendamos que antes de Engels outros estudiosos enxergavam uma forma de socialismo, um socialismo primitivo, que mostrava-se pelo fato do início de desavenças entre as classes operárias e burguesas, ou em um linguajar que alude à mesma situação, entre produtores e ociosos. De início acreditava-se ainda que os operários eram incapazes de valerem-se por si mesmos, portanto a solução para seus problemas deveria ser proveniente dos próprios burgueses, convencidos por outrem, no caso, de que melhorar as condições dos trabalhadores refletiria na melhoria desde o campo produtivo até o bem estar social. Porém , toda essa corrente foi posteriormente vista como idealista, sem uma dialética material que a fundamentasse em um verdadeiro e efetivo método para a introdução do socialismo na sociedade.

          Encontrar as entranhas do mundo capitalista e seus segredos (como por exemplo, a mais-valia), e decifrar suas leis históricas funcionariam como métodos para tornar científico e menos utópico o pensamento socialista. Encontrar formas para se caminhar do capitalismo à efetivação do socialismo, pela organização racional (influencia iluminista) do proletariado é que validaria o pensamento do mesmo.

          Alusão requintada é comparar os trabalhadores com bichos e burgueses com seres humanos, bem como fez George Orwell em seu livro "Animal Farm". Nada mais digno do que colocar em situação inicial os trabalhadores em uma condição menos favorecida como bichos presos em uma granja, contra tudo o que andar sobre duas pernas. Após a formulação de seus sete mandamentos (instituição de uma organização racional) tomaram força para combater os humanos (burgueses) e colocarem-se (pelo menos seus líderes) dentro da casa principal da fazenda.

          Porém, após tomar o que representava o poder, estaria o proletariado preparado para efetivar todos seus ideais? Estaria a sociedade sujeita a ter proveito de todos os meios de produção igualmente? Ou os representante trairiam os ideias do movimento revolucionário? Na crítica de Orwell, logo após a queda dos humanos, alterações são feitas nos mandamentos, dentre as quais uma apenas mostra bem que há forte tendência de volta à desigualdade : 7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.


LEONARDO MUSSIN DE FREITAS, DIREITO DIURNO.


A cristalização do socialismo científico





   No texto "Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico",o autor Friedrich Engels se propõe a analisar como a teoria socialista poderia deixar de se pautar em estratagemas abstratos no plano das idéias e se estruturar em uma operacionalidade real e concreta para ser implantada na sociedade.Com tal pressuposto o autor supracitado critica o socialismo de autores utópicos como: Robert Owen, Saint- Simon e Charles Fourier; na medida que esses autores não acreditavam na capacidade do proletariado de se organizar e tomar as rédeas da situação política, sendo implantado um modelo socialista de cima para baixo. 
    Assim, Friedrich Engels na tentativa de retirar o socialismo do plano metafísico e sujeita-lo a uma metodologia científica recorre a dialética hegeliana para procurar as leis históricas referentes a sociedade humana.Nesse estudo, o autor critica o idealismo hegeliano, instituindo uma dialética nova, nesta o motor da história seria as lutas  de classes, sendo as  transformações e revoluções históricas produtos de conflitos de uma classe dominante e outras classes oprimidas e não , como afirma Hegel , produto das ideias de um grupo pensante.
     Logo, ao contrário do que afirmavam os pensadores do socialismo utópico o socialismo real seria uma realidade incontornável, do proletariado quebrando seus grilhões da opressão burguesa , para a história humana, não um projeto da elite pensante.Deste modo, o autor lança as bases para um socialismo concreto em sua teoria de dialética marxista.


Aluno: André César S. A. Costa
Engels trata em sua obra sobre o surgimento do pensamento socialista, e pensa nele no contexto da Revolução Industrial, no auge do poder da Burguesia.

Ele analisa os primeiros homens a pensar em alguma forma de socialismo, como Saint-Simon, Fourier e Owen e os define como utópicos. Ele formula então, junto a Marx, o socialismo cientifico.

Para isto observa a história das revoluções e movimentos anteriores, buscando escapar da metafísica, e conclui que não basta entender o socialismo, mas pô-lo em prática, o que caberia ao proletariado, devido a oposição de suas forças às forças da burguesia.

                     A história é a tradução do Socialismo


      O século XIX é marcado pela corrida do imperialismo e reflete as exacerbações do industrialismo avassalador que se institui na Europa, mais precisamente na Inglaterra. O questionamento da indústria e seus benefícios efetivos para a sociedade, passam a influir nos pensamentos teóricos, pela primeira vez, através dos filósofos Karl Marx e Engels que irão se indagar acerca da forma como a sociedade se estabelece, em função dos conflitos advindos das imposições dispostas pelas classes detentoras dos meios de produção.
      Durante as revoluções que se instauram no início do XIX, as lutas sociais se afloram pela Europa e em decorrência das divergências de condições sociais, paradoxalmente estabelecidas num contexto em que o povo pegou em armas pelo continente para lutar contra as monarquias e, assim, proporcionou à classe burguesa seu triunfo, não houve repartição dos benefícios sociais conquistados, uma vez que o povo continuou sendo espoliado e à margem das conquistas adquiridas.
     Nesse contexto, em 1848, há, por atributo do filósofo Karl Marx, a divulgação da obra que iria revolucionar os meios de enxergar as causas das disparidades na vida em sociedade. Nesse ano, é divulgada a obra o Manifesto Comunista. Esta publicação revolucionou ao abordar o conflito de classes e apontar, este, como o gerador dos embates sociais ao longo da história.
        No caso da sociedade capitalista, os operários viviam em constante situação penosa, pois a burguesia organizava meios para que os trabalhadores permanecessem em uma situação excludente. Por meio da teoria da mais-valia, Marx e Engels, demonstraram que os trabalhadores não recebiam um pagamento equivalente ao valor das riquezas por eles produzido. Isso seria possível devido o monopólio dos bens de produção exercido pela burguesia e pela alienação dos trabalhadores que, por meio da especialização de seu trabalho, não sabiam ao certo o valor da riqueza que produziam.
       Mesmo assinalando todas as desigualdades e problemas do mundo capitalista, a teoria marxista propôs uma solução a essa situação injusta. Estudando as transformações da história, o marxismo percebeu uma relação dialética entre os homens. A partir daí, a instabilidade do mundo capitalista e a piora das condições do proletário abriu portas para o surgimento de ideias novas e contrárias à realidade vigente. Os trabalhadores tomaram consciência de sua situação e, por conseguinte, buscaram meios para que as diferenças que os afastavam da burguesia fossem de alguma forma superadas.
       Segundo o marxismo, a luta dos trabalhadores deveria mover-se em direção da tomada do poder político. Assumindo as instituições políticas, a chamada ditadura do proletariado deveria extinguir as condições de privilégio e dominação criadas pela burguesia. Instituindo um governo socialista, as desigualdades e as classes sociais deveriam ser abolidas. Os meios de produção deveriam ficar nas mãos do Estado e toda riqueza deveria ser igualitariamente dividida. 


A dialética histórica e suas restrições

A dialética histórica e suas restrições


O movimento dialético tem sido usado ao longo dos séculos. Nasce, segundo filósofos gregos, com Zenão de Eleia. Sua posição finalística é contrapor ideias, cujo sentido é direcionado pela tese, em oposição à antítese formulando, portanto, a síntese, cuja finalidade é possibilitar o engendramento de uma ideia mais complexa e ideal, em seu conjunto onde abarca ambas as ideias anteriores, produzindo o ponto ‘máximo’.

Durante o prosseguir da História, o movimento dialético tem servido para produção de pensamentos, em sua maior parte, para o desenvolvimento da sociedade e de suas consciências. Contudo, tem-se ocupado, majoritariamente, com os fatores que diversas vezes tem tornado utópico sua utilização e que, em certo ponto, tornou-a símbolo de um método anacrônico. Saint-Simon, Tomas Morus e outros pensadores partiram de u um ideal que, embora não colocaram como sendo dialético, propuseram sociedade em grande  parte opostas àquelas em que viviam, logo, não contradizendo o aspecto contra pontual. Assim, começa-se a cunhar  o utópico e não obstante, surge o que se denomina o socialismo utópico. Claro que não exima-se o que representou o anarquismo de Bakhtin, mas foi então Hegel que, utilizando de sua dialética ideal, trouxe-nos ideias sociais. A critica então recai sob tal ponto. Embora Karl Marx e Friedrich Engels tenham proposto o materialismo dialético, cumpre-se aí a oposição entre ambas as visões. De certa forma, o idealismo de Hegel transcende o que poderíamos conceber na realidade, pois grande parte de seu pressuposto parte do mundo das ideias para posteriormente concretizar-se no mundo concreto, o que causa certo desencontro, já que nem tudo que pensamos pode ser aplicado definitivamente em nossa realidade, a qual é movimentada por  ações e vontades que não são unicamente nossas. Mas também o materialismo de Marx e Engels, embora deveras concreto para os fatos, não deixa de apresentar suas falhas. Construindo-se em um conceito histórico, o qual se embase nas sínteses de nossas contraposições e assim traça-se uma continuação para a concretização das ações humanas, uni-o ao poder do trabalho e do capital; acolhe-os e miscigena-os constatando sua síntese na relação entre o trabalho e o capital, e nota-se, logo, o caráter dos meios de produção para o que é a realidade sócio-econômica-ideológica. Todavia, não lhe é eminente que embora não tão contrastantes os fatos inferiores sejam ao que concerne o poder econômico e, como esse movimenta a sociedade, já que, de certa maneira, é ele o responsável pelas teses e antíteses visitantes na história humana, acaba por restringir o corpo analítico do processo dialético que, entrementes, não se resume a isso mas, como o coloca dotado de tanta primazia, termina por fechar as ‘portas’ para cosmovisões problemáticas de sua realidade social.
Em razão das transformações provocadas pela Revolução Francesa em 1789, a posse dos meios de produção passou a permitir que seus detentores estabelecessem salários não concernentes ao trabalho realizado e que se apropriassem da diferença não paga aos trabalhadores. Karl Marx, em sua obra “O Capital”, de 1905, chamou esta diferença de valor apropriada de mais-valia e propôs a conversão dos meios individuais em meios sociais de produção, através da socialização dos meios de produção e extinção das classes sociais.

Apesar de inovadora, a proposta socialista apresenta ressalvas: se a estatização favorece o igual acesso aos recursos econômicos produzidos coletivamente, por outro lado restringe em certo nível a liberdade individual. Neste ponto, o sistema apresentado pode encontrar entraves, uma vez que o panorama social e econômico predominante até os dias atuais não só permite como valoriza o consumo individual. Além disto, o socialismo proposto por Marx, embora se declare igualitário, defende os direitos da classe trabalhadora, sem referir-se à igualdade de direitos a que todos os demais cidadãos, quer trabalhadores ou não, devem possuir.

Desta forma, conclui-se que embora a proposta de Marx tenha sido um marco pela inovação sugerida, ela possui contradições inerentes às suas próprias ideias básicas, tal qual o capitalismo. A plena igualdade social depende da consciência coletiva pautada na solidariedade e no bem coletivo, construção que não se efetiva de maneira sólida pela mera imposição deste ou daquele sistema econômico, independente das possíveis propostas sociais que possam existir por detrás deles.

Ciência social

Em sua obra “Do socialismo utópico ao socialismo científico”, Engels disserta sobre as origens do pensamento comunista, desde seu primitivismo, originado pela semente de opressão implantada pela própria burguesia possuidora do poder.  Essa que, com espírito revolucionário, baniu privilégios de uma classe apenas para, em seguida, estabelecer privilégios próprios. Assim, Engels admira, mas também critica os autores do socialismo utópico, defendendo uma abordagem científica dessas ideias, para sua maior aplicabilidade.
Discorre sobre o método dialético, contrapondo-o ao metafísico, e a concepção materialista, que questiona a idealista. Dessa forma, constrói a base para uma análise científica do capitalismo, as relações de trabalho nesse regime e evidencia a possibilidade e necessidade de sua superação.

Engels, por fim, explora as contradições do capitalismo, entre capital e trabalho e burguesia e proletariado, e contempla uma solução, que envolve a consciência do aspecto social das forças produtivas e a apropriação/administração dos meios de produção pela sociedade.  Realizando então, a estatização desses e o fim das classes.

Isadora Thomaz Ribeiro - 1º ano diurno

Materialismo resolutório


Analisar a sociedade de sua época e buscar compreender os caminhos que a levaram a tamanha disparidade, de forma a obter meios de suprir as desigualdades, foi o objeto de análise de Friedrich Engels para compor a doutrina marxista juntamente com Karl Marx. Embora oriundo de família burguesa, seu pensamento centrou-se na classe explorada, cuja força de trabalho proporcionava os privilégios dos detentores do poderio industrial.
A formulação do conceito de socialismo científico visa afastar sua análise de concepções metafísicas, de forma a situá-la no campo do palpável e do real. Para tanto, efetiva-se a análise do socialismo ainda tido como utópico, com embasamento em Babeuf, Saint-Simon, Fourier e Owen. Ponderando tais teóricos, Engels conclui que a aplicação do socialismo cabe aos homens dados como “especiais”, uma vez que não é possível predeterminar sua ocorrência, já que esta está condicionada ao acaso.  A estes, não basta apenas compreender, e sim, buscar caminhos para alterar a situação discriminante.
O novo poder instaurado com a Revolução Industrial se afasta do campo político e concentra-se na economia. Ele consiste na própria obra da classe operária, cuja fonte de riqueza dos seus patrões passa a ser obtida pelo uso do maquinário. Dessa forma, o conflito existente entre as forças produtivas e as relações de produção é manifestado nas próprias contradições do capitalismo, uma vez que a própria burguesia atribui ao proletariado a expropriação dos meios de produção para atingir sua finalidade que é o lucro.
Como o próprio materialismo já emprega, a análise histórica é fundamental para reconhecer o modo de eliminar o que aflige a sociedade de uma dada época. É neste ponto que o próprio socialismo utópico não deve mais ser visto como primitivo. Um dos seus principais expoentes, Robert Owen, representante típico da burguesia industrial inglesa, soube reconhecer a precariedade das condições de seus funcionários, evoluindo de uma mera ação assistencial para crítico direto do capitalismo. Exemplos como esse auxiliam para traçar o eixo do processo de reconhecimento do movimento operário, condicionando o explorado a tomar consciência perante sua condição alienante, de forma a torná-lo detentor de sua própria emancipação. 
Luisa Loures Teixeira - 1º ano Direito Diurno

Paradoxos do mundo pós-industrial



            Friedrich Engels foi um notório filósofo do século XIX, responsável por constituir o socialismo em uma ciência. Em sua obra ele faz uma análise sociológica da Revolução Francesa e suas consequências, exalta os socialistas utópicos como “homens especiais”, que são responsáveis por revelar a verdade à sociedade e defende o pensamento dialético para compreender os fenômenos sociais.

            A partir da ascensão da burguesia ao poder os antigos vícios da nobreza são substituídos pelos da burguesia, de modo que a condição da classe dos trabalhadores deteriorou-se, os índices de corrupção, violência e prostituição atingiram níveis altíssimos, trazendo grandes prejuízos para as relações sociais.

            Engels critica o método proposto por Descartes (base do nosso atual método científico) de que para compreender algo é necessário fragmentá-lo, olhar suas partes separadamente para depois juntar tudo e entender como funciona. Ele argumenta que ao fragmentar algo a noção do todo é perdida, e é essa parte que realmente importa. Defende também que o socialismo seja visto como ciência, não de forma utópica.

            Ele também critica a forma idealizada de como Hegel analisava a história, método este que levaria a falsas conexões, estabelecendo uma lógica irreal da realidade histórica. Para Engels, a compreensão dos fatos históricos levaria a compreensão dos problemas presentes de uma sociedade. Ele destaca a luta de classes como engrenagem para a história, a partir do momento que surge a propriedade privada e o Estado, inicia-se a luta de classes entre opressores e oprimidos. Logo, o socialismo seria o percurso natural de qualquer sociedade, significando o fim da luta de classes.

            Com fortes críticas sobre as formas de exploração da burguesia sobre os trabalhadores, ele destaca a mais-valia como sendo o principal método exploratório, que consiste na apropriação do capital produzido por um trabalhador, sendo repassado a este um valor infinitamente menor do que o seu trabalho realmente vale. Somado a isso, ele evidencia um dos paradoxos do mundo industrial: as máquinas possibilitariam menores jornadas de trabalho para o homem, contudo, a exploração do proprietário no trabalhador é tão grande que, ao contrário, o operário trabalha muito mais do que quando produzia artesanalmente.

            Por fim, Engels propõe que a produção que surge a partir da Revolução Industrial seja utilizada em prol da sociedade toda, não apenas de uma elite opressora. Para que isso ocorra seria necessário a compreensão da própria realidade pelo proletariado, juntamente com atitudes reais destes em relação à burguesia. Uma vez que isso ocorresse, o Estado estaria em prol de todos, algo que não faz parte da definição de Estado, logo, ele seria desnecessário.
                           O Desamarrar do Surreal


                O destaque do Surrealismo nas artes deve-se ao desvencilho com as amarras do pensamento racional. A fim de compreender o Socialismo Científico, faz-se mister desamarrar o pensamento não da racionalidade, mas sim do senso comum, das errôneas interpretações que nos são apresentadas. O pensamento racional é necessário para o Socialismo tornar-se uma prática político-social e não somente um Socialismo Utópico, embasado em boa-fé e, consequentemente, existente na expectação e não na materialização.
                O ponto principal para a compreensão do Socialismo Científico é a busca de sua origem. Afinal, essa ciência não pode ser encarada como dogmática. A genialidade de Karl Marx construiu-se progressivamente. Friedrich Engels foi apontado como o motivador de seu pensamento. O Socialismo não despreza o liberalismo econômico. Marx tinha grande respeito por Adam Smith e David Ricardo, por considerar a legitimidade de suas proposições para aquela época.
                Tratando-se de uma ciência, o Socialismo também possui seu método: o Materialismo Dialético, cuja dialética marxista contrapunha-se à dialética hegeliana em alguns aspectos. Para Marx, os processos sociais materiais – destaque para o trabalho – são os responsáveis pela formação da consciência, e não o contrário. O capitalismo eliminou o sentido dessa ontologia humana (trabalho), pois a máquina tornou-o instintivo, abstrato. Contudo, a vivência da exploração do capital é uma fase anterior – e necessária – ao Socialismo.
                O estudo eficaz acerca do Socialismo Científico combate pensamentos inverossímeis. Evita aquele surrealismo desamarrado da racionalidade, o qual crê em uma revolução não obediente às etapas processuais indispensáveis do Socialismo. E é nesse momento que deve vir a mente os inúmeros exemplos de “Socialismo” já ocorridos e ocorrentes no mundo, os quais distanciaram-se do almejo de Karl Marx. Comte focava-se em elementos de permanência. Marx, em elementos de mudança. Entretanto, para mudar e obter resultados positivos consideráveis, não basta ousadia. Paciência, planejamento, sensatez, pertinácia também são elementos essenciais.
 

Daniele Zilioti de Sousa - 1º ano Direito Noturno


Socialismo ás avessas

   Vamos fazer revolução! Vamos por fim ao capitalismo burguês que corrói a massa cada vez mais! Devemos ser iguais! Exclamações como essas aparecem para a sociedade cada vez mais quando perspectivas socialistas são levantas frente ao capitalismo selvagem burguês. A idéia do socialismo revolucionário e eloquente chega à sociedade como colírio para os olhos do proletariado.. ''agora é a nossa vez!''. São ideias muito pertinentes e que almejam o curso natural evolutivo da história. Porém, deve-se ter um estudo profundo e um concepção plena de que, sem esse estudo, muitas vezes essas ideias podem se tornar avessas.
  Não se deve cair nas falácia do socialismo utópico, como Marx e Engels alertam. Não se pode crer na súbita harmonia de ideias entre burguesia e proletariado de forma a nos tornarmos todos felizes e iguais. Há, por incrível que pareça, um empirismo acentuado nas pautas desses autores. Só através da ciência plena aplicada ao materialismo social seriamos capazes de atingir essas novas ideologias postas em questão.
   Não se pode cair também na vontade de se fazer revolução sem toda a deliberação do momento histórico propício.O socialismo vem, sim, depois do capitalismo burguês, mas Marx e Engels deixam claro que só se pode avançar de tal modo se antes tivermos o capitalismo pleno. Totalmente estruturado e de forma que os meios de produção pudessem agora fornecer todas as necessidade da massa. Salvemos, como exemplo, a revolução Russa no qual tentou-se a instalação do socialismo pleno em uma sociedade semi-feudal... Resultado? fome, miséria total, uma sociedade corroída.
  Dessa forma, o socialismo seria filho da burguesia, seria resultado do próprio gene da destruição incrustado do capitalismo. A partir de um estado critico na sociedade burguesa, na qual o trabalhador encontra-se totalmente alienado, essas ideias apareceriam como a luz do túnel. Assim ,nesse estágio já se deve ter uma completa noção dos capital, motor inicial dessa sociedade, para que assim se possa chegar ao real socialismo, talvez pela força armada ou talvez pela simples disseminação desses conceitos mais e mais em meio social, por intelectuais, pela música, pela literatura.. Só assim será possível tal concretização e o fim desse socialismo às avessas ainda apoiado, erroneamente, por muitos.

O tópico da Verdade

A visão dos dois grandes  filosofos, no que dis respeito o mundo do materialismo dialética como metodo para desenvolver  uma sal ociedade que tem as suas diferencia tanto cuiltural, social e pensamento individual .Mas para Engels e Marx, falam que tem haver uma liberdade mercado onde todos são iguais na distribuição de rendas .

Engels vem afirmar que existe uma verdade a ser revelada pela visão de alguns homens especiais onde ele tem que se libertar da metafisica a concepção isto porque tudo é dialetica e tudo que é real é racional.Mas Marx dis que devemos por em pratica que pensamos para sociedade desenvolver de uma maneira que os bens materiais todos tem assesso a ela .

Já sabemos, hole, que esse imperio da razão não era mais que o imperio idealislizado pela burguesia: que a justiça interna tomou corpo na justiça burguesa ;que a igualdade se reduziu á igualdade burguesa em face da lei , que como um dos direito mais essenciais do homem foi proclamada a propriedade burguesa ; e que o Estado da razão , o '' contrato social '' de Rousseau, pisou e somente podia pisar o terreno da realidade, covertido na republica democratica burguesa.

portanto a nossa realidade é muito diferente o que Engels e Marx diziam, apesar de algumas realidade tem acontecido mas o que predomina e a desigualdade social no dia de hoje. Também a realização desse ato, que redimirá o mundo, é a missão histórica do proletariado moderno .E o socialismo cientifico, expressão teorica do movimento proletariado.

Somos a antítese do nosso o Tempo?

Com a anestesia sazonal que o Capitalismo fornece aos indivíduos com seus períodos de produção e consumo. Porém, em momentos de crise, voltam-se a observar  com mais atenção as ideias socialistas.
Os grandes picos de produção fazem com que a  economia dos países mantenham-se em bons níveis, graças a uma teia de dependência mutua de importação e exportação, excetuando os países que não participam com relevância nas exportações por terem uma economia frágil ou instabilidade política. Esse movimento de “matéria” proporciona a população dos países que dele participam, momentos de “dormência”.
Tais momentos são abalados pelas crises de alta produção. A demanda por produtos eleva a produção e com isso a contratação de pessoas, atingindo diversos ramos da sociedade. No entanto a manutenção da alta produção não é capaz de se sustentar infinitamente criando-se assim períodos de crise.
As crises ocorridas ao longo da história forjaram movimentos de luta contra as condições criadas pela lógica do Capital. Desde de movimentos intelectuais , como os socialistas utópicos ,socialistas científicos, até manifestações operárias,e práticas terroristas, numa vertente anarquista e anarcossindicalista. Exemplos como a Constituição Mexicana e a Constituição de Weimar demonstram  o fruto da insatisfação da maioria com a conjuntura de seus períodos.
Analisar tais acontecimentos e refletir sobre o atual momento em que estamos e de suma importância para questionarmos nosso Tempo com maior criticidade, numa tentativa de sermos a antítese dele. A releitura de textos de Marx demonstra que o socialismo não é uma ideia velha e foi graças a ele que o “primeiro mundo” teve seu estado de bem estar social.

O tempo no qual nos encontramos é um daqueles em que o Capitalismo promove suas lacunas, momentos em que as ideias de Marx e Engels são revistas. Em tais épocas é que surgem as antíteses, como as vistas na Europa e no mundo. Agora cabe a nós refletirmos se queremos ser a antítese de nosso Tempo, questionando suas contradições e propondo soluções para elas.

Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida



— Essa cova em que estás,
com palmos medida,
é a conta menor
que tiraste em vida.
— É de bom tamanho,
nem largo nem fundo,
é a parte que te cabe
deste latifúndio.
— Não é cova grande,
é cova medida,
é a terra que querias
ver dividida.
— É uma cova grande
para teu defunto parco,
porém mais que no mundo
te sentirás largo.
— É uma cova grande
para tua carne pouca,
mas a terra dada
não se abre a boca.

A mesma terra em que se planta é a terra em que se morre: essa é a principal ideia presente no trecho acima retirado da obra Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto, que se trata de uma narrativa em versos da viagem que o retirante Severino faz de sua terra até Recife. Contudo, além de apresentar as dificuldades vivenciadas no sertão nordestino, o excerto também aborda a questão da propriedade privada e da luta de classes discutida por Friedrich Engels. O fragmento citado ressalta a absurda realidade do proletariado: vive sua vida trabalhando para conseguir algo que – com raras exceções – conseguirá apenas após sua morte.

Alguns filósofos iluministas, entre eles Locke e Rousseau, propuseram que a propriedade privada seria um direito inalienável e, portanto, deveria ser garantida pelo Estado assim que firmado o contrato social. Entretanto, existe uma clara contradição que emana dessa teoria. Para homens que acreditavam na necessidade de igualdade e liberdade, a defesa daquilo que Engels considera ser a origem de toda desigualdade social e, consequentemente, da luta de classes é, no mínimo, incoerente.

Como disse Legião Urbana, “quem me dera, ao menos uma vez, provar que quem tem mais do que precisa ter quase sempre se convence que não tem o bastante”, é impossível – no atual contexto socioeconômico – modificar a cobiça dos homens. E, enquanto isso, muitos outros Severinos viverão e morrerão da mesma morte severina.



Ana Clara Tristão - 1º ano Direito diurno

A origem dos socialismos do século XIX

A origem dos socialismos do século XIX

Durante o século XIX, suscitaram vários filósofos com o intuito de dar respostas aos diversos problemas sociais que se desenvolviam a partir do advento do capitalismo. A primeira corrente do moderno pensamento filosófico socialista foi o Socialismo Utópico, representado principalmente por Robert Owen, Saint-Simon e Charles Fourier, em que se propunha a construção de uma sociedade ideal onde as classes sociais viveriam em harmonia, pois compartilhariam interesses comuns que estivessem acima da exploração e da busca pelo lucro. Através do cooperativismo, do prazer e das liberdades de escolha, a população, vivendo nos falanstérios em plena alegria e cooperação, criaria condições para o estabelecimento do socialismo, pois não existiria o interesse pela distinção e nem por disputas.

Já em 1848, Karl Marx e Friedrich Engels fundam uma nova corrente socialista, o Socialismo Científico. Ambos procuraram elaborar as teorias do materialismo histórico, uma nova interpretação materialista da história. Tal teoria marxista pretende explicar a histórias das sociedades humanas através de uma perspectiva material, por meio de fatos técnicos e econômicos. Marx e Engels, ao caracterizarem seu método dialético, referem-se várias vezes a Hegel e à sua dialética. Contudo, não se deve afirmar que ambas sejam idênticas, pois estes divergem suas opiniões em relação à construção das ideias, segundo Marx: “Para Hegel o processo do pensamento, que ele converte inclusive em sujeito com vida própria, sob o nome de ideia, é o criador do real e este, a simples forma externa em que toma corpo. Para mim, o ideal, ao contrário, não é mais do que o material, traduzido e transposto para a cabeça do homem".

Engels ainda aborda sobre a questão da mais-valia, “o produto criado pelo operário e não pago a este.” O sistema capitalista seria a representação da exploração do trabalhador pelo dono dos meios de produção, na disputa entre capital e proletário, em que esse sempre acaba com o lucro, uma vez que o salário pago ao trabalhador representa uma ínfima parcela do valor da mercadoria final produzida. Essa seria a origem da maior lucratividade do capitalismo.
 
Gabriela Giaqueto Gomes - 1º Noturno

Os limites entre o método sociológico científico e a sua caricatura.

 De certo não é fácil desvencilhar o socialismo, e deveras o comunismo, das caricaturas a eles atribuídas.
 Para estudar, ou mesmo tentar entender , tais teorias sociológicas é indispensável uma postura um tanto quanto imparcial. 
Sendo assim, antes executar um juízo de valor é válido tentar desvencilhar os conceitos de socialismo dos estigmas que ele possuí. Estigma, por exemplo, de toda teoria ser um mero utopismo.Contudo ressalta-se  que Engels e Marx  firmam-se no materialismo a partir de uma análise da realidade, criticando o idealismo.
Ao se falar de socialismo, os primeiros argumentos que brotam possuem o intuito, muitas vezes, de  ridicularizar  tal  modelo social. Todavia, não que se deva defender ou subjugar tal modelo, o que está em voga é uma forma adequada de analisá-lo. Afinal, não se pode desmerecer  o fato de que o socialismo foi teorização por grandiosos estudiosos, além de tudo possui um método científico, uma lógica racional , sobretudo, possui consideráveis contribuições históricas.
Engels em sua obra Do socialismo utópico ao socialismo científico, descreve as transformações, pelas quais as sociedade passariam até chegar ao socialismo científico, sendo o capitalismo parte fundamental para tanto. Em conjunto com Marx desenvolve importantes conceitos e análises tendo em vistas as novas conjunturas sociais (relação de trabalho, relações de exploração, modos de produção, economia). Portanto, possui uma contribuição inegável acerca dos temas relacionados , por exemplo, ao chamado proletariado. 
Ademais, o método do materialismo dialético e a própria dialética  são plausíveis até hoje,  já que a economia influencia diversos ramos da sociedade. Além da dialética ser claramente observável ,em nosso meio social, político, econômico ,no que diz respeito a seus movimentos de afirmação e negação.




                                                                                            Dayana Moura Dezena- 1° ano Direito diurno.

Transformação contínua

Segundo Hegel, a história da humanidade segue uma trajetória dialética marcada por três momentos: tese, antítese e síntese. Essa nova dialética é chamada materialista, pois o movimento histórico, segundo esse pensador, deriva de condições materiais da vida.
Sobre a tese, a antítese e a síntese, Hegel os formula como um movimento em espiral, isto é, um movimento circular que não se fecha, já que cada momento final (a síntese) se torna a tese de um movimento posterior de cunho mais avançado. Dessa forma, para Hegel, a realidade é uma contínua transformação, na qual um momento prepara o outro, mas para que esse momento ocorra o anterior tem que ser negado.
O contexto histórico da época da Revolução Industrial foi essencial para o surgimento do conflito social denominado “luta de classes”, pois acontecimentos, nunca antes ocorridos, tornaram necessária uma revisão de toda a história anterior e a formação de um novo pensamento.Para Engels, o socialismo é um marco social “irreparável”, enquanto o capitalismo se caracteriza pelo aumento da produção e a paradoxal miséria dos trabalhadores. Esse pensador alemão demonstra que o principal método de exploração do trabalhador é a mais-valia, e nela se encontra o segredo da produção capitalista.
Assim, Marx se dedicou a estudar essa constante mudança, essa constante transformação que está sujeita a sociedade; mesmo porque sempre haverá uma antítese para cada tese, da mesma forma que sempre haverá a luta de oprimidos contra opressores.

Carolinne Leme de Castilho - Direito Noturno
O socialismo não surgiu instantâneamente. Foi resultado de uma vasta consideração de ideias e pensamentos que iam contra a afirmação do capitalismo que se fortalecia com o apoio burguês.

Partindo disso, a primeira faísca socialista provém da luta contra as diferenças de classes que já estavam nítidas em meio à sociedade trabalhadora. Surge, então, o socialismo utópico defendido e pregado por Robert Owen e vários outros pensadores. Esses filósofos apresentavam soluções provindas "de cima" para esses problemas sociais, uma vez que acreditavam que os operários não eram capazes de uma autoafirmação verdadeiramento convincente.

Algum tempo depois, Friederich Engels apresenta uma linha pensante defensora do socialismo, mas de forma alternativa ao utópico proposto anteriormente. Agora, o socialismo passa a ser baseado em estudos empíricos e não fragmentados, uma vez que estudar a realidade de forma separada pode escurecer a realidade. Firma-se, assim, o socialismo científico que também contava com o apoio de Karl Marx.

Com isso, o estudo da realidade dá-se de forma diferente e passa a entender a constante mudança da natureza, sendo necessario o estudo completo do objeto, ou seja, desde o dia do nascimento até seu envelheimento. Sobre esse processo de constante metamorfose da realidade, Hegel afirma que esse movimento natural é fruto de leis históricas capazes de determinar o inicio e o colapso de uma cultura social.

Atualmente, essas leis históricas ainda são questionáveis, mas é incontestável que tais modificações acontecem. O próprio direito é um exemplo claro disso, uma vez que já tendo sido simplesmente determinado pela oralidade passou a ser escrito e, hoje, convive-se com ambas as práticas. Não parando por aí, normas previamente impensadas, como a determinação do casamento homoafetivo, hoje são reais e até internacionais. Os incas também não podiam crer que a "coca" utilizada como fármaco para tantas ocorrencias fosse ser um dos maiores problemas do país que se fundou na região.

E buscando adaptar-se a esses e outras inovações das culturas e das sociedades, o direito vive na constante metamorfose prevista em séculos passados tentando, dessa forma, garantir a melhor convivencia social dos seres dominantes da natureza.

Equívocos sociais

Fredrich Engels e Karl Marx ao desenvolverem o Socialismo Científico estabelecem teoricamente o mundo dos opostos. Para os pensadores em questão o socialismo defendido até ali por Saint-Simon, Fourier e Owen era uma utopia, pois segundo esses últimos intelectuais a teoria socialista e o ideal de igualdade entre as classes seria revelado a pessoas consideradas especiais e não se sabia ao certo quando tal revelação aconteceria. Sendo assim, Marx e Engels consideram que na verdade o Socialismo é uma ideia construída e mais que uma teoria deve ser uma prática político-social.
Sendo os autores da obra em análise, a história sempre foi história da luta de classes, pois o trabalho é um ofício inerente à natureza humana e desde sempre houve separação entre os detentores da força produtiva e dos donos dos meios de produção. Com isso, diz-se que há o mundo dos opostos mostrado por Marx, pois se viveu e vive-se num mundo no qual existe esta segregação e que proporciona desigualdades que levam a uma luta de classes.
O socialismo não é contrário ao desenvolvimento e a modernidade, ao contrário disso, ele apoia. Contudo, é a partir do desenvolvimento industrial que a alienação do trabalhador em relação ao que é produzido surge e isto agrava a situação de luta de classes. A mecanização do trabalho cria uma classe proletária alheia àquilo que produz e que se torna cada vez exposta à exploração do burguês. A crítica socialista científica vem a esse ponto, pois declara que uma classe, a burguesia, que lutara sempre por ser livre frente aos nobres passou a oprimir seus operários, tirando a dignidade humana no trabalho e consequentemente na vida dos mesmos.
O que se pode associar hoje ao socialismo, não é a questão da empregabilidade deste ou não e se o sistema capitalista já carrega dentro de si o gene da própria destruição, mas a banalização com que ainda se trata o homem, principalmente aquele explorado seja por condições desfavoráveis financeira e intelectualmente.


Camila Gabriele Pereira de Faria
1º ano direito noturno

Trabalho real e salário imaginário

O socialismo científico de Marx e Engels define o homem como ser social, e como tal não poderia ser tratado como máquina como vinha sendo graças ao capitalismo. O filme Tempos Modernos expressa bem essa ideia do homem alienado, sem pensamento próprio, apenas “configurado” para apertar porcas, parafusos ou qualquer outra atividade em série da indústria.
Além da sua teoria do “mais-valia” que provava que o trabalho do homem não era remunerado da maneira adequada, boa parte do montante ficava com o empregador.
Isso mostra a antítese da burguesia que antes reprimida pela nobreza, conseguiu reverter a situação, mas passou a reprimir os proletários.
Com o socialismo, a única maneira de se acabar com essa diferença de classes é a estatização e divisão dos produtos entre toda a sociedade, tornando-a igualitária (muito semelhante com o que foi dito por Plínio de Arruda Sampaio em uma das palestras do I Ciclo Político da UNESP).

Meio utópico de se pensar na época em que o marxismo se inseria, completamente o é hoje, onde a economia é o maior poder vigente e se sobrepõe a todos os outros, pode até se considerar o Poder Moderador, que ao se sentir prejudicado, não se acanha nem um pouco de abusar de seu poder em benefício próprio.

Cesar Felipe Simão Cano - Direito Diurno

Trabalho real e salário imaginário

O socialismo científico de Marx e Engels define o homem como ser social, e como tal não poderia ser tratado como máquina como vinha sendo graças ao capitalismo. O filme Tempos Modernos expressa bem essa ideia do homem alienado, sem pensamento próprio, apenas “configurado” para apertar porcas, parafusos ou qualquer outra atividade em série da indústria.
Além da sua teoria do “mais-valia” que provava que o trabalho do homem não era remunerado da maneira adequada, boa parte do montante ficava com o empregador.
Isso mostra a antítese da burguesia que antes reprimida pela nobreza, conseguiu reverter a situação, mas passou a reprimir os proletários.
Com o socialismo, a única maneira de se acabar com essa diferença de classes é a estatização e divisão dos produtos entre toda a sociedade, tornando-a igualitária (muito semelhante com o que foi dito por Plínio de Arruda Sampaio em uma das palestras do I Ciclo Político da UNESP).
Meio utópico de se pensar na época em que o marxismo se inseria, completamente o é hoje, onde a economia é o maior poder vigente e se sobrepõe a todos os outros, pode até se considerar o Poder Moderador, que ao se sentir prejudicado, não se acanha nem um pouco de abusar de seu poder em benefício próprio.

Cesar Felipe Simão Cano - Direito Diurno

“Os que no regime burguês trabalham não lucram e os que lucram não trabalham.”

De forma a criticar o utópico comunismo existente no final do século XVIII, defendido por Babeuf, Saint-Simon, Fourier e Owen, Marx e Engels estudam a sociedade com o propósito de a partir dela obter um socialismo com possibilidade de ser aplicado a ela.
A partir da observação da realidade, Engels observa que há nela uma trasformação constante, sendo resultado da tese e da antítese. Há nela uma dialética materialista que, inversamente do que propõe Hegel (realidade como resultado do pensamento da época), busca a causa do pesnamento, busca a realidade para entender a ideologia dela originária, uma forma de superar a filosofia, que segundo Marx já não era suficiente na observação e interpretação da sociedade.
Partindo da ideia dialética de que na realidade há sempre uma tese e uma antítese, os autores propõem uma teoria de que o capital seria a afirmação, ou tese, do momento histórico em que estavam inseridos, enquanto o sindicalismo, o feminismo, e até mesmo os ideais comunistas, seriam a antítese. Tal antítese, segundo eles, a partir da análise que fizeram da realidade, seria um caminho inevitável.
Marx discute ainda a teoria de mais-valia, que segundo ele seria o tempo excedente de trabalho não pago, que garantiria lucro ao proprietário dos meios de produção, sendo ela o elemento central da exploração capitalista. Há contudo nela uma antítese, que seria a luta crescente por direitos trabalhistas, como redução de jornada de trabalho, e férias remuneradas.
Tem-se, pelos autores, uma análise do modo de produção capitalista, observando-se que as máquinas, que deveriam estar reduzindo o trabalho exercido, estavam promovendo o oposto, buscando-se uma cada vez maior exploração da natureza . O socialismo viria como uma forma se socializar o homem que estava sendo reduzido a instrumento. 

Mayara Paschoal Michéias -1º ano DIREITO DIURNO

Marx e a construção dos direitos trabalhistas.

O materialismo dialético proposto por Karl Marx procurou compreender os mecanismos de funcionamento da sociedade capitalista, apontando, sobretudo, as contradições internas da mesma (sobre a qual irrompia de suas entranhas o próprio germe de sua destruição) e cuja superação histórica se daria pelo socialismo científico. Ao contrário do socialismo utópico, o socialismo proposto por Marx e Engels é expresso pela perspectiva das condições históricas. Engels denomina aquele socialismo como primitivo, pois vê o mesmo, como uma verdade a ser revelada, não universalizante .Além disso, consideravam invertida a dialética hegeliana. Contudo, consideram de suma contribuição o pensamento hegeliano,pois libertara da metafísica a concepção da história, tornando-a  dialética, mas seu erro foi dar uma interpretação idealista acerca da história. Ressaltam ainda, a supremacia da economia sobre as ideias, que assim é explicado por Marx em 1859: “O modo de produção da vida material condiciona o desenvolvimento da vida social, política e intelectual em geral. Não é a consciência dos homens que determina o seu ser;é o seu ser social que, inversamente, determina a sua consciência."
Marx decifrou de forma inédita a fonte de acumulação do capital,que foi denominado de mais-valia, que seria o trabalho não pago,isto é ,produzido a mais pelos  trabalhadores,além daquele pago pelo patrão no salário trocado pela jornada de trabalho. A mais-valia seria, portanto, a origem da riqueza dos capitalistas e da pobreza dos proletários.
Especificamente para a construção do Direito moderno, as obras de Marx foram de inestimável importância, pois, pela primeira vez na história, sistematizou-se a  opressão e desigualdade da sociedade capitalista,engendrando mecanismos mais “justos” acerca das relações de trabalho. Provavelmente, sem o trabalho desses filósofos a regulamentação das relações de trabalho teriam sido feitas muito mais tardiamente. Não é por acaso assim, que a doutrina marxista teve suma influência para a Constituição mexicana de 1917, ao atribuiu-se  de forma inédita, direitos trabalhistas à qualidade de direitos fundamentais, isto é, ao estabelecer a desmercantilização do trabalho. Esta influência se dará de forma mais consistente com a Constituição de Weimar de 1919, que consagra sob o jugo do socialismo direitos de cunho social, e não só direitos fundamentados nas liberdades individuais, como até então.
            Assim,apesar de imensos avanços, a questão da desigualdade social e econômica em nosso país ainda é uma constante, e vai de encontro com as relações trabalhistas, de modo geral. A música "Construção" de Chico Buarque,por exemplo, remete a uma reflexão profunda e, ao mesmo tempo, atual sobre tal assunto, e confirma que ainda é preciso uma “re”Construção por relações interpessoais mais humanas e justas em toda a sociedade(capitalista).
Henri de Saint-Simon, Charles Fourier e Robert Owen foram pensadores de um Socialismo considerado por Marx como utópico por acreditarem que a solução para a luta entre as classes surgidas da Revolução Industrial se daria a partir dos próprios combatentes na medida em que o espírito de solidariedade e fraternidade entre os homens aflorariam de determinadas situações econômicas ou de experiências coletivas.
Na tentativa de fuga de tal ingenuidade, Marx e Engels procuraram agregar cientificidade e objetividade ao Socialismo através de um estudo da sociedade, da política e da história das relações de trabalho ocorridas ao longo do desenvolver da humanidade. O objetivo então era situar o Socialismo à realidade vivida, e, nesse aspecto, é possível notar a crítica feita à dialética hegeliana segundo a qual a explicação para os fenômenos estaria situada na razão ou nos processos de desenvolvimento impulsionados pelo passado, não nos fatos históricos. Nesse sentido observa-se que o materialismo histórico, como ficou conhecido o método de estudo proposto por Marx e Engels, buscava a causa, ou seja, a experiência histórica dos fenômenos sociais.

O materialismo histórico adotado como método científico é pautado na dialética, ou seja, em um movimento de conflito de contrários dos qual surgiria um elemento novo, fresco, e dessa maneira se dá a construção da história natural, numa transformação constante e permanente. Numa analogia com as teorias expostas por Zygmunt Bauman, é possível citar uma fluidez nos laços dos fenômenos sociais uma vez que são frutos de uma mesma dialética. Marx buscou compreender essa sociedade capitalista que estaria sempre sujeita a mudanças, supondo uma superação do Capitalismo pelo Socialismo. Porém o próprio Socialismo, por sua vez, produziria conflitos, numa transformação sem fim, mostrando que nenhuma forma de produção é eterna ou imutável.


1o. ano Direito - Noturno
Karl Marx e Friedrich Engels, ao contrário de Hegel, que é idealista, guiam-se pelo materialismo. Assim, segundo Hegel, é o pensamento que cria a realidade, sendo esta a manifestação exterior da idéia; para Marx, o mundo material é o pressuposto, e a contradição surge entre homens reais, em condições históricas e sociais reais.                                            
mundo material é dialético e mutável. Historicamente, as mudanças ocorrem em função das contradições surgidas a partir dos antagonismos das classes no processo da produção social. As relações fundamentais de toda sociedade humana, pois, são as relações de produção, a partir das quais surgem as lutas de classe, confronto antagônico de interesses. Por exemplo, no modo de produção capitalista, esse conflito se dá entre o burguês e o proletário, aquele detentor do capital e este, sobrevivente em função da venda de sua força de trabalho.                                                                  
  Nesse sentido, no Mundo, não se analisam partes isoladas, mas sim o todo. O homem, sendo um ser social, é fruto da sociedade de seu tempo e suas vontades são determinadas por uma questão histórica, não pela livre escolha pessoal.


João Paulo G. B. O. - Direito Noturno
Interessante relacionar a transformação constante da história natural com a busca do homem pelo poder. Seja qual for a forma pela qual o poder se constitua, este sempre serviu de catalisador para as mais relevantes mudanças ocorridas em nosso meio social. E em nossa atual sociedade, o capital é o principal representante de tal poder.
Logo, aqueles que possuem controle sobre o capital possuem, consequentemente, um rol de prerrogativas sociais, enquanto aqueles que não o possuem vivem na parcial ou completa ausência de tais prerrogativas. Tal dicotomia de situações acaba por provocar uma dominação dos valores de determinada classe social sobre a classe social inferior. Deste modo, passa a ser o principal objetivo das classes sociais subjugadas a conquista de tal poder, fazendo com que aqueles que o possuem temam qualquer mudança no quadro social presente, ou seja, tal dicotomia constitui uma luta entre classes.
Portanto, em nossa situação atual não há uma ausência de dominação dos homens entre si, nem há uma situação eterna que diga quem terá ou não controle sobre o poder até o fim dos tempos. Ao longo da história das civilizações, houve uma constante alternância daqueles que possuíram o poder, fazendo com que os ditos “opressores” sejam aqueles que possuem tal controle e os “oprimidos” sejam a parcela da sociedade que não possui tal controle.

Os socialismos

Marx e Engels são considerados os pais do socialismo científico. Em "Do socialismo utópico ao socialismo científico”, publicado em 1880, Engels apresenta esses dois tipos de socialismo e suas particularidades, resultando em uma simples e concisa explicação do pensamento marxista.
Inicialmente Engels faz um elogio ao Iluminismo, aos pensadores franceses que “iluminaram os cérebros para a revolução que se havia de desencadear” mas ele o critica pelo fato de que no final apenas os vontades burguesas foram atendidas, o que fez que a burguesia carregasse “em suas entranhas sua própria antítese”.
Depois Engels apresenta os primeiros pensadores socialistas, pertencentes ao socialismo primitivo, que ele denomina de “grandes utópicos”: Saint-Simon, Charles Fourier e Robert Owen.
Então Engels expõe o socialismo com ciência, a sua necessidade de se situar na sociedade, para isso ele analisa a metafísica e a dialética, criticando aquela. Ele também faz uma explicação filosofia de Hegel que, de certa forma, levou ao materialismo, responsável por descobrir as leis da dinâmica do processo de desenvolvimento da sociedade.
E a “concepção materialista da história”, onde o modo de produção e de troca é a base da ordem social, e a “revelação do segredo da produção capitalista através da mais-valia”, a apropriação do trabalho não pago, duas descobertas que Engels declara serem devidas a Marx, são as responsáveis por transformar o materialismo em ciência.
Por fim, Engels afirma que o papel do socialismo como ciência é ajudar o proletariado a pesquisar as condições históricas para a sua ação.

Letícia Roberta Santos
Texto referente ao livro "Do socialismo utópico ao socialismo científico”.

A Dialética de Engels

Friederich Engels faz uma analise da sociedade aproximando-se a filosofia de Heráclito: tudo flui, nenhum evento ocorre isolado de outro. Assim, para Engels, a história da humanidade possui uma continuidade inerente formada por síntese e antítese, a chamada dialética.
  Com esse fundamento deu-se também, por exemplo, a ascensão da burguesia partindo da Revolução Francesa; para o autor, a burguesia já nasce se contradizendo, na medida em que ao querer derrubar a nobreza e destituií-los dos privilégios, a intenção era assumir a posição que ficaria vaga. No entando, nem todos os burgueses poderiam ocupar a mesma posição, uma fatia da burguesia ficaria de fora e continuaria sofrendo abuso de quem estivesse acima dela.  Na primeira situação, a nobreza constituia a síntese e a burguesia a antítese. Após a Revolução de 1789 a alta burguesia passou a ser a síntese e a baixa burguesia a antítese.
A partir da análise histórica, Engels e Marx chegaram à conclusão de que a a história da humanidade se baseia na luta de classes e a exploração imposta à esmagadora maioria da população na sociedade capitalista só se daria pela destruição das classes, obtida a partir de uma ditadura do proletariado. Esse novo Estado totalitário deveria assumir o controle dos meios de produção de modo a poder destribuir as riquezas antes concentradas e formar, por fim, uma sociedadade sem Estado e sem diferenças sociais, livre de exploração.


Carolina Paulino Fontenla – Direito diurno
Burguesia: por ela e para ela

 Engels valoriza a importância do conhecimento da história para a análise sociológica, econômica e política, seja atual e/ou passado. Sendo assim ele discorrerá apoiado na história sobre a formação do pensamento socialista, partindo da formação da racionalidade burguesa. Tal classe criou a revolução industrial mudando os parâmetros de mercado e produção, criando o sistema capitalista que vigora até os tempos de hoje, em uma espiral de crises.
O iluminismo rompe com a valorização do homem e da racionalidade rompe o com teocentrismo medieval. Engels aprecia tal movimento pelo cunho revolucionário. Porém sendo o iluminismo feito pelas classes burguesas, a racionalidade iluminista transformou-se na racionalidade capitalista burguesa.  A burguesia valorizando o mercado, e detendo o poder do capital. Impôs o seu modelo político, seu modo de produção, o capitalismo.
A revolução industrial intensificou todas as mudanças antes criadas pelas burguesia. Afinal o modelo de produção artesanal medieval se extinguirá, junto com o reconhecimento do produto com o produtor (produção pessoal). Agora a produção seria social onde o produtor não mais reconhece o produto, no qual exigiu sua força de trabalho. Portanto ocorre a mudança de sentimento de posse do produtor (antigo artesão, atual proletário), para o comprador; o detentor do capital. Porém o produto deve gerar lucro ao dono do meio de produção, o burguês. Assim os donos da fabricas exploram os trabalhadores pela Mais-valia.
Diante deste contexto surge uma corrente de pensadores “iluminados” que discorrem sobre um novo modelo social, que romperia esta diferença de classes. O socialismo primitivo de Saint-Simon, Fourier e Owen foi o início do desenvolvimento de teorias socialistas, o chamado socialismo utópico. Esses pensadores acreditavam que a solução par aos problemas da ordem capitalista viriam das classes mais privilegiadas da sociedade, diante de que a classe operária não era dotada do conhecimento para tal movimento.
Engels traz o socialismo para o caráter cientifico o impondo na realidade, criticando a metafisica. Sobre os socialistas utópicos Engels critica a parte em suas teorias, que afirmam que as mudanças viriam da burguesia. Afinal, apoiando-se em Marx, Engels acredita na revolução do proletariado sobre a burguesia. O socialismo para Engels seria o natural curso da história, pois a história e movida pela luta das duas classes que a transforma: a burguesia e o proletariado.

No século XXI vemos todos os problemas já enunciados por Engels agravarem-se, as crises vem e vão, a miséria agrava-se, o acumulo de capital aumenta, a distância entre as classes aumentam. Tornando tudo em mercadoria, cada dia o capitalismo fagocita mais um grupo social, econômico, político, enraizando-se e tornando-se cada vez mais hegemônico.

Iluminação teórica

  
  Hodiernamente, ocorrem inúmeros movimentos que se denominam socialistas , alguns destes ,na verdade, representam apenas ações sem carga teórica, sem base no dito socialismo científico. O que se observa são algumas manifestações nas quais os organizadores acreditam ser pessoas especiais, seres iluminados.
  A característica citada se encaixa na definição de Engels para o socialismo dito utópico , que pregava a libertação de toda a humanidade com a destruição das diferenças entre as classes.
  Para Marx e Engels ,o socialismo deve ser situado na realidade , criticando a metafísica, o socialismo não seria apenas uma ideia, mas sim fruto de um trabalho mais rigoroso que vise a construção de uma teoria política mais profunda.
  É por esta vertente, de um socialismo científico , que os movimentos na busca por uma igualdade social devem seguir, com fundamentação teórica consistente com a importância da manifestação.

A socialização da Dialética


         A dialética de Friedrich Engels é enraizada em seu interesse pela Economia Política. O historiador da luta de classes revela o motor da sociedade como o antagonismo entre possuidores e despossuídos. Tendo como ponto de partida a filosofia clássica antiga, e sua desestruturação, segue ao capitalismo, ao socialismo utópico até atingir o auge do socialismo científico. Desmistificando Hegel, Engels concretiza a Dialética Materialista buscando as origens, como experiência histórica, afastando a explicação racional de seus fundamentos. O pensador alemão afirma a importância da pesquisa histórica, para se obter os instrumentos necessários correspondentes às ciências em questão. É a partir desse pensamento socialista que é possível compreender a crise atual capitalista que o mundo vive, principalmente na Europa. Engels estuda a história da humanidade como a história da luta de classes, que sempre existiu na sociedade. Assim, após todo auge econômico, desencadeia-se uma crise, que posteriormente será recuperada, e assim por diante. Logo, podemos observar a Alemanha derrotada na Primeira Guerra Mundial, e sua ulterior ascensão nazista, em seguida ela decai na Segunda Guerra, e hoje é potência econômica “mãe” dos europeus, que mantém os outros países da União Europeia relativamente estáveis em meio à crise. Ou seja, é o modo de produção, o sistema econômico que move o mundo. E o mundo está em constante mudança social, em transformação permanente. Contudo, o socialismo científico, segundo Engels, será o fim desse círculo vicioso, pois toda humanidade caminha em direção a esse estado social de igualdade e plenitude.