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quinta-feira, 31 de março de 2022

Revolução

como engrenagens de uma máquina 

o cérebro não para de funcionar 

maravilhando-se com o mundo

não cessa seu questionar 


shh! não questione, apenas aceite 

tentam nos calar

tentam nos limitar 

tentam nos tornar apenas enfeite 


cada conhecimento surge de uma ignorância 

duvidar é preciso 

não sejamos reféns apenas do que vemos e ouvimos 

shh! não questione, chega de implicância 


a mente deve ser tal como uma moradia 

com seu alicerce firme e luz para enxergar 

mas deve-se lembrar que sempre se pode pintar as paredes 

mudar os móveis de lugar e recomeçar 

há sempre mais a ser descoberto e estudado 

há sempre espaço para mudar e recriar 

shh! não questione, deixe de ousadia 


desafie o senso comum

que paralisa e escurece a vista 

a busca e a experiência tiram a mente do jejum

e findam a visão de mundo minimalista 


shh! não questio- Duvidar é preciso! 


Mariana Medeiros Polizelli

1° semestre de Direito Matutino 

Um embate clássico (ou moderno?)

Com a Idade Moderna, chega também a ânsia por conhecimento. Diferente de outras épocas, onde a busca pelo entendimento das coisas se dava única e absolutamente pelas indagações da natureza e pela observação, a crença no abstrato e nos poderes divinos. A modernidade traz o desejo de se deixar a rusticidade do pensamento e adentrar no mecanicismo dos métodos. Superar a subjetividade e alcançar o mais alto nível da racionalidade. As ciências nasciam e, junto delas, a dúvida.

Dois embates racionais foram traçados, Francis Bacon e René Descartes abrem a discussão que permeia toda uma época, e que vestígios são observados até o momento atual. Bacon, o pai da ciência moderna, empirista, desenrola sua teoria em meio a constatação de que tudo que havia de certo até ali, não passava de mera sorte e acaso. Portanto, fazia-se necessário superar os frutos do intelecto humano de sua contemporaneidade. Para ele, nem mesmo o ser podia ser considerado uma constatação de valor, aí vemos a sua primeira discrepância com Descartes, que acreditava que o ser era a única certeza que se podia ter. 

Bacon fundamenta sua teoria na indução, e aproxima-se de Platão ao dizer que o homem possui amarras que o distanciam da verdade. O homem e a sociedade também podem ser amarras em si. Seu método, portanto, carrega a necessidade de não apenas interpretar, mas de se mecanizar a interpretação, fazendo uso de instrumentos que auxiliem a indução. Acredita que, sem esses instrumentos, o intelecto nada pode alcançar com certeza. Propõe então, dois caminhos: a antecipação e a interpretação da natureza; a antecipação, dotada dos preceitos, o mais comum e passível de influência dos ídolos, formulados por Bacon, como obstáculos da mente; e a interpretação, o método que sugere uma observação, organização e hipóteses oriundas da natureza. O intelecto humano é como um dado viciado, só apresenta os resultados que lhe são mais apropriados, e para Bacon, é necessário a análise de dados bons e ruins, sem influência externa, sendo os dados perniciosos ainda mais úteis. 

Para Descartes, sobretudo, a mente é soberana. A razão é dotada do mais alto nível de conhecimento possível a ser alcançado. Começa então a busca pela verdade, num método seguido por ele, por meio da desconfiança das certezas absolutas e da realidade. Admite que, um dos primeiros passos, foi declarar-se ignorante, mesmo em meio a todos os ofícios e artes. Isso nos lembra alguém, não? Para fácil entendimento, Descartes lança o famoso “só sei que nada sei” de seu antepassado Sócrates, indiretamente. 

Descartes aprendeu e estudou os mais diversos estudos eruditos, em busca do mais alto nível de entendimento de seu espírito, no entanto, deparou-se com a noção de que mesmo estando no século da iluminação, os letrados não muito se diferenciam daqueles que quase nada sabem. Conheceu tudo que podia, a fim de poder diferenciar o que pudesse ser fantasioso. 

Empreende então um caminho a procura do verdadeiro conhecimento que pudesse sustentar o seu método, dedicava-se aos passos:

  1.  Não aceitar nada como verdade, duvidar de tudo aquilo que fosse conhecido anteriormente e não apresentasse princípios minimamente reais;

  2.  Dividir as descobertas em partes, a fim de examiná-las minuciosamente uma por uma;

  3.  Começar a análise dos mais simples aos mais complexos;

  4.  Por fim, finalizar a metodologia e registrá-las, para que tudo estivesse muito bem passível de entendimento.

A primeira verdade de sua filosofia racional passa a ser “penso, logo existo” , a existência de seu ser e sua consciência eram incontestáveis, e que sua função era a racionalidade. Para ele, a razão não sugere veracidade de tudo que se conhece, mas configura um fundamento inicial de que aquilo exista. Assim, Descartes também admite a existência de um Deus. 

Esse embate se estende também a uma área curiosa, a Psicologia; uma de suas abordagens pretendia unir o melhor dos dois mundo: o método e a experiência. O behaviorismo de Watson, Skinner e, mais antigamente, Pavlov, buscava ser uma ciência experimental, mas que não se prendia aos mecanicismos. Estabelecendo métodos de previsão e controle de comportamentos, também não deixava seu lado empírico, muito conhecido através de experimentos, como o do cão com a sineta de Pavlov e os ratinhos de Skinner. A busca pelo cientificismo na Psicologia, para evitar a eterna prisão de ser uma ciência introspectiva e pouco palpável, gerou a Análise do Comportamento, muito utilizada por psicólogos do mundo todo.

Graças aos nossos antepassados filósofos, Descartes e Bacon, que se empreenderam em trilhar seus caminhos na dualidade entre método e experiência, acabaram por criar alicerces para todas as ciências, desde as exatas às naturais.



Ana Beatriz Cordeiro Santos - 1º ano de Direito (noturno).


A construção de uma nova Ciência


 É preciso construir e reinventar a ciência, ter como incerto tudo aquilo que os sentimentos nos trazem, buscar por meio da experiencia a clareza do conhecimento, nos libertarmos daquilo que antes, nos traziam uma falsa sensação de conforto, de sabedoria, a sabedoria advinda da ilusão, dos ídolos. 


É preciso não se contentar apenas com belas palavras, que apesar de belas e encantadoras, não trazem consigo benefício algum para a humanidade, é preciso romper com tal ideia, é preciso trazer algo novo, conhecimentos baseados em experiencia. 


É preciso superar tudo aquilo que antes nos serviam de base para conhecermos o mundo; histórias místicas, deuses, magia, religião. É preciso se sentir encorajado a quebrar esses dogmas, ir em busca de uma ciência palpável, ir em busca de um método claro e eficaz de se construir uma ciência. 


É preciso que haja um rompimento com o clássico, o não proveitoso, o especulativo. 


É preciso que haja construção de questionamento e duvida em tudo aquilo que não houver completa certeza, trabalhar com os pequenos, médios e grandes questionamentos. É preciso que cada vez mais, nos desprendamos de nossas próprias cavernas, saiamos de nossas tribos, ignoremos as superstições. 


É preciso que, em uma nova era da ciência, a certeza, a experiencia em conjunto com o racional, possa trazer bons frutos para a humanidade, para que um caminho claro e seguro possa ser trilhado, uma ciência bem menos especulativa e certa de seus feitos. 


Maria Rita Gomes

1º Ano Direito/noturno

Vivenciar ou Pensar?

  

    Vivenciar ou pensar? O célebre filósofo René Descartes não hesitaria, nem por um segundo, responder a segunda opção. Para ele, a mente deveria seguir o famoso "Método Cartesiano": a dúvida como processo fundamental, começar da situação menos complexa, estabelecer um processo lento, não afirmar como verdadeiro aquilo que não o conhecesse claramente. Enquanto isso, o grandioso pensador Francis Bacon responderia, prontamente, a primeira opção. Segundo Bacon, a experiência deve comandar a nossa vida e a mente deve guiar-se por si mesma. E vocês? O que escolheriam?
    O filme "O ponto de Mutação" traz ponderações extremamente válidas em nossa sociedade atual. Se, em algum período, o Método Cartesiano foi deveras celebrado, atualmente, ele traz prejuízos em diversos aspectos: em relação ao meio ambiente, à mecanização do homem, à busca pelo racional, ao descaso com a experiência, etc. O contexto da sociedade capitalista contribui para tais prejuízos uma vez que, por exemplo, um empresário desmata florestas para expandir seu negócio, mesmo sabendo que, comprovado empiricamente, o ato trará danos futuros para toda a população.
    No exemplo anterior, na concepção de Bacon, o empresário não estaria servindo ao bem-estar do homem, por isso, também, que seria um ato desastroso e falho. Enquanto, para Descartes, o indivíduo teria racionalizado um crescimento econômico, colocando-o em prática. 
    Dessa maneira, fica evidente que a ciência deve ter dois lados a serem considerados: aquele que prioriza a experiência e o bem-estar do homem e aquele que prioriza a racionalidade e o ato de pensar. Assim, é necessário encontrar um meio termo entre esses a fim de almejar uma ciência próspera. 
     
Laura Picazio - 1º semestre - matutino
    
    

Um novo método científico para uma sociedade de novos valores - Mirella B Vechiato

 Mirella Bernardi Vechiato, Direito 1º ano Matutino 

Um novo método científico para uma sociedade de novos valores

  Historicamente pensando, a filosofia clássica nasce na Grécia Antiga e desenvolve-se ao longo de décadas. Essa filosofia caracteriza-se por se bastar, isto é, vale por si só e não assume compromissos de intervir no mundo. Na modernidade, com a burguesia ascendendo, surgiu a necessidade de uma ciência que fosse mais do que especulações, buscava-se uma ciência que tivesse funções práticas, que fosse racional e experimental. É nesse contexto que se destaca o pensamento de Descartes e Francis Bacon, filósofos que propuseram a criação de um novo método científico para essa nova sociedade que emergia.

  De início, ressalta-se as proposições de Descartes para a importância do caráter racional que a ciência moderna deve adotar. Primeiro, valoriza-se a racionalidade do homem e a capacidade por ela dada para ele julgar de forma correta e discernir o que é verdadeiro e o que é falso. Ademais, é por meio desse exercício que o homem passa a questionar aquilo que lhe entregam por verdadeiro e, por meio dessa desconfiança, ele traça novos caminhos para alcançar tais máximas. Portanto, para René Descartes, o homem deve ter como ponto de partida desse novo método científica as dúvidas, a fim de sustentar as verdades na razão e não nos sentidos.

  Junto disso, tem-se as proposições de Francis Bacon. Ao contrário de Descartes que supervalorizou a razão, para Bacon a observação devia ser uma das bases da ciência moderna. Em outras palavras, a ciência não pode ser um mero exercício da mente, e esta não pode guiar-se por si, é importante que a ciência moderna, para alcançar seu objetivo de uso prático, tenha mais contato com o mundo material. É nesse sentido que se entende a importância da experiência como interpretação da natureza para fuga do senso comum. Assim, o pensador entende que essa nova ciência é a cura e libertação da mente humana de seus ídolos, visto que ela trabalharia na observação dos fenômenos que até então só eram aceitos como verdade pelo senso comum, em vista de se familiarizarem com a mente humana.

   Dessa forma, entende-se as proposições que formularam a nova metodologia científica moderna: a racionalidade somada a observação. Então, entende-se que nessa ciência tudo aquilo que não tem explicação racional também não possui legitimidade no conhecimento, como maneira de, então, superar superstições. Além disso, ressalta-se que as percepções de mundo do homem são facilmente guiadas por idolatrias que devem ser postas em experimentações e observações, no intuito de criar uma ciência útil, a qual além de explicar a natureza também passe a domina-la. Por fim, conclui-se que essa nova metodologia proposta visava concretizar a ideia de ciência como um elemento voltado para o bem estar do homem e, por isso, deve ter sua função prática e concreta, não somente verbal.

 


Mudança no pensamento científico

 O modo de produzir conhecimentos científicos foi profundamente debatido durante grande parte da história da humanidade, principalmente no mundo moderno. A partir disso, métodos científicos foram criados e um dos primeiros e mais ilustres foi o de René Descartes no século XII, que também teve forte influência do filósofo Francis Bacon. 


Os feitos de Descartes revelam uma grande mudança na ciência e no pensamento humano, estabelecendo a visão mecanizada da realidade e a divisão das áreas do saber. Ele também defendia que para um conhecimento ser considerado verdadeiro, este deveria ser assegurado por bases racionais e infalíveis, não empíricas - que se fundem geralmente em experimentações, sentimentos e sensações. Já Bacon, com seu olhar empirista, acreditava que apenas a união entre a racionalidade e a experimentação seria capaz de originar o verdadeiro conhecimento.


A longa metragem de 1990 “Ponto de Mutação” mostra uma perspectiva interessante sobre esses métodos que continuam sendo muito utilizados atualmente, onde as problemáticas da divisão do saber e da mecanização da ciência sao largamente explicitados. Entretanto, não se pode esquecer de mencionar que sem os métodos científicos racionalistas, provavelmente, alguns avanços nas ciências poderiam ter sido dificultados ou impedidos, devido à contemplação que era utilizada de forma exclusiva para a construção de um conhecimento. 


Portanto, é necessário evidenciar que ambos filósofos realizaram grandes trabalhos revolucionários, que ainda são utilizadas frequentemente no mundo contemporâneo. Estes foram essenciais para que ocorresse uma mudança significativa na sociedade.


Giovanna Cayres Ramos - Direito noturno