No “caso das cotas
raciais”, no qual o partido Democratas iniciou um processo contra a
Universidade de Brasília (UnB) por terem aderido ao sistema de cotas alegando a
busca da integração de negros na Universidade, o judiciário teve de intervir,
já que nem o Congresso Nacional e nem o Poder Executivo, conseguiram
solucionar. No processo o partido defendia que o sistema de cotas raciais “dividiria”
os indivíduos, e que aderi-lo feria preceitos constitucionais, principalmente o
de igualdade, e também que tal divisão poderia e viria a estimular o
preconceito, já que estariam praticamente dizendo por lei que os negros são
inferiores e devem ser ajudados. Os Democratas defenderam também que, após a
Lei Áurea, os negros passaram a ter total liberdade, seja para ingressarem nas
Universidades ou para ocuparem qualquer emprego ou cargo, mas é claro que isso
só acontece no papel. Na prática é Hipócrita quem diz que isso acontece, pois é
muito claro que os altos cargos, públicos ou privados, são assumidos quase que
totalmente por brancos, sendo a grande maioria dentro desses, homens.
As cotas raciais se
tornaram grande assunto de discussão, e um dos motivos é poder judiciário ter
tomado frente em uma solução que não caberia a ele. Mas na sociedade
pós-moderna, os problemas sociais tomaram grandes proporções, sendo assim, o
poder judiciário passou a ser utilizado em busca de soluções para casos que
deveriam ser solucionados pelo executivo e pelo legislativo. E segundo Barroso,
tal intervenção do judiciário é legal pois é permitida pela Constituição
Federal.
A Universidade
defendeu que as cotas são sim necessárias, mas não que devam existir sempre, e
sim apenas enquanto existir falha na educação pública de base. A partir do
momento que a educação pública atingir um nível merecido pela sociedade, um
nível que não permita que os alunos de escolas particulares tenham uma imensa
vantagem em relação aos de escolas públicas, aí sim pode-se dizer que as cotas
não se fazem necessárias. E quando se fala de alunos de escola pública ou de
pobreza, infelizmente é brevemente ligado aos negros, apesar de obviamente não
serem os únicos que encontram-se nessas situações, mas pela história da raça
negra, pela história de sofrimento é sentido que possuímos uma dívida histórica
para com eles, pois, mesmo com o fim da escravidão, o racismo, infelizmente,
nunca deixou de existir e muitos negros, para não falar a maioria, seguem sendo
deixados pra trás e sendo mal vistos apenas pela cor de sua pele.
As cotas são e
seguirão sendo necessárias enquanto o negro não tiver as mesmas oportunidades
em nossa sociedade, e elas servem para que eles cada vez mais consigam
conquistar seu espaço, e para que sirvam cada vez mais como exemplo,
principalmente para as crianças negras mas também para toda a sociedade, de que
os brancos não são superiores, e acima disso, que somos todos da mesma raça e
devemos ser vistos e tratados como iguais.
Lucas Branquinho - Noturno