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segunda-feira, 15 de junho de 2015

Padrão de Conduta

     David Émile Durkheim  foi um importante sociólogo, filósofo e psicólogo social francês. Ele formula a teoria do Fato Social.
    O fato social se caracteriza pela coerção social, generalidade e exterioridade, ou seja, o indivíduo é levado pelo meio social em que está inserido a seguir certos padrões de conduta para se encaixar nesse meio. A coerção pode ser tanto jurídica, como moral, cultural, religiosa entre outras. A cantora Pitty em sua canção Admirável Chip Novo, fala justamente sobre essas regras impostas pela sociedade.


"Pane no sistema, alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluido em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vem eles novamente, eu sei o que vão fazer
Reinstalar o sistema
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste, viva
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Não, senhor, sim, senhor
Não, senhor, sim, senhor"

     Essa música nos mostra como somos influenciados pela sociedades,que nos dita regras , e nos faz repensar até onde vai nossa individualidade.

Juliane P. Motinho
1º ano 
Direito - noturno 

Em função da sociedade


    Escritor de “As regras do método sociológico”, o professor francês Émile Durkheim acreditava que a sociologia não deveria ser associada à ideologia e sim à ciência.
    O fato social, que nada mais é que toda maneira de agir suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coeção exterior, deveria ser estudado como “coisa”para Durkeim. Este também acreditava ser necessário entender o fato social em razão da coerção que exerce sobre as pessoas. Nesse sentido, vale notar que a prevalência da sociedade é o fator mais importante  nos pensamentos de Durkheim. Daí vêm as chamadas regras sociais: costumes impostos ou através do direito ou simplesmente devido `a impossibilidade de fugir a eles. E é o mecanismo da coerção que impede a fuga à tais regras.
   Em sentido amplo, o uso de vestimentas em público, por exemplo, é uma regra social. Um outro exemplo, é a emissão de uma opinião por um governante que vai de encontro aos valores de seu partido político. Tal pensamente seria rapidamente reprimido para se conservar a ordem do coletico.
   Além disso, para Durkheim, as formas de comportamento, mesmo que expressas por cada pessoa, nada mais são que hábitos forjados na dimensão do coletivo.  Os pensamentos que parecem ter caráter comum devido à soma das percepções da população, na verdade são apenas fruto de uma coerção social que os guia dessa maneira. Um exemplo disso são as opiniões geradas pelo senso comum.
Sofia de Almeida Antunes
ano Direito noturno

Durkheim e a Educação

Pais escalam escola para passar cola a filhos. 
Fonte: AP Photo/Press Trust of India.

Em março deste ano, na cidade de Hajipur, Índia, pais foram flagrados passando cola para filhos durante o exame final nacional do ensino secundário. Pelas fotos que circularam pelo noticiário internacional, nota-se que os parentes não mediram esforços nem riscos na tentativa de garantir a aprovação dos estudantes; o episódio se repetiu em várias cidades do país. Boa nota dá a esperança de o aprovado continuar seus estudos e, quem sabe, melhorar sua condição de vida. A trapaça evidencia como o ensino atual, independentemente do país, se distanciou do modelo de escola vislumbrado pelo sociólogo francês Émile Durkheim, que reuniu seus pensamentos sobre a função do ensino na obra Educação e sociologia, de 1922. 

Para Durkheim, a vida em sociedade prospera desde que seus indivíduos pensem no coletivo. O indivíduo socializado permite a manutenção do conjunto coeso. A socialização ocorre a partir da família; mas é na escola que a criança é capturada pelos mecanismos que transmitem os fundamentos do viver coletivamente e que permitem, assim, a formação da base para que ela viva em sociedade. A inserção de cada uma ao grupo reforça a homogeneidade da sociedade e garante sua perenidade. A família é o primeiro e inevitável estágio da socialização. A escola, para Durkheim, é a “sistematização da socialização” para a posterior inserção do indivíduo disciplinado ao conjunto. Cidadão educado de acordo com valores e instrução necessários para que tenha sua função no coletivo, sob pena de ser e de se sentir excluído do grupo. 

A educação é a ação exercida, pelas gerações adultas, sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social; tem por objeto suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais (...). A educação consiste em uma socialização metódica da jovem geração.” (Educação e sociologia, p. 51). 

Na concepção de Durkheim, o homem se realiza na vida coletiva e, para isso, além de pensar no grupo, ele deve respeitar regras impostas pela sociedade para controlar seus instintos. Há, nessa visão, mecanismos de integração, que promovem a solidariedade entre os homens, e mecanismos de regulação, que mantêm a ordem entre eles. A escola tem duplo papel: disciplina e integra a criança à sociedade. A rotina escolar embute na criança a regularidade e o respeito às normas para o imprescindível equilíbrio individual; como recompensa, o indivíduo terá os meios para buscar a realização na coletividade. 

O fato ocorrido na Índia reforça a percepção geral de que não transmitimos mais às novas gerações os princípios que mantêm a integração social. Para os pais e estudantes indianos, a trapaça da cola se justifica pela possibilidade de ascensão social decorrente de mais anos de estudo no currículo. O que não deixa de ser verdade em uma sociedade que valoriza, sobremaneira, o espírito individualista ao invés do coletivo. Nessa arena de competições, o indivíduo se sobrepõe às normas. Apesar das deficiências do ensino, podemos vislumbrar algum progresso quanto à instrução formal dos adolescentes aprovados. Mas não podemos nos enganar quanto à impossibilidade de disciplina e de integração desses jovens à sociedade via sistema educacional. Os valores da sociedade para o convívio funcional e harmônico entre os indivíduos se converteram em busca por benefícios próprios. A realização dos homens se transfere da vida coletiva para a ilusão individualista. 

Referências: 

DURKHEIM, E. Educação e sociologia. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1975. 

Vídeo sobre Émile Durkheim da UNIVESP TV. Estudo da doutora em Filosofia Raquel Weiss: o menor município do Brasil, Águas de São Pedro, como “laboratório” para observação das relações sociais. Participação do sociólogo Gabriel Cohn, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. 



Funcionalismo - Durkheim

Émile Durkheim, considerado o pai da sociologia e também um dos responsáveis por torna-lá matéria acadêmica como a ciência social. Estudioso publicou obras de relevância social, religião, crimes, educação e até suicídio.
Podemos destacar deste grande sociólogo estudo a respeito do funcionalismo, a qual trata a sociedade como algo funcional e interligado,  procurando atribuir a cada instituição da sociedade uma tarefa, ou seja, uma função desta forma,  cabe a cada um cumprir aquilo que lhe foi designado para que caminhe progressivamente.
Este modelo de sociedade pode ser considerado semelhante a um organismo vivo, pois cada órgão, organela, tecido e seus afins têm a sua função na vitalidade do organismo, mas devemos destacar que existem aqueles que desempenham funções mais importantes que  outros, ao passo que, sem este poderia não haver a necessidade daquele, por isso este conceito de comparação é muito criticado.
Em uma análise mais profunda, percebe-se que a sociedade é algo tão complexo que não se pode resumir em apenas funcionalidades entre seus componentes, pois o elemento principal que é o ser humano é o mais complexo e incompreensível ser que existe desta forma o estudo da convivência em coletividade e seu modo de funcionar vai além de meras engrenagens interligadas para que nos toleremos entre si.



                    Lemuel Dias - Noturno 1 ano

O fato social e o pensamento sociológico de Durkheim

Durkheim foi um importante filósofo social francês conhecido principalmente por sua teoria sobre fatos sociais. Para ele, fatos sociais devem ser analisados como coisa. Segundo Durkheim, o fato social está intimamente relacionado às motivações que levam o indivíduo a tomar atitudes dentro da sociedade, sendo portanto um fenômeno resultante da vida comum.
O Homem, para se comportar diante do grupo, precisa agir de acordo com as normas sociais adotadas pelo grupo em que está inserido. Estamos presos a pensamentos, ações e hábitos exteriores à nossa individualidade devido à coerção estabelecida pela sociedade. Os problemas individuais podem ser explicados se levarmos em conta os reflexos da coletividade no indivíduo.
As instituições sociais estabelecem um conjunto de regras padronizadas socialmente, buscando manter a ordem. Considerando isso, é possível afirmar que Durkheim foi um sociólogo conservador.

Juliana Novaes - Direito Noturno

Durkheim e o fato social

          Émile Durkheim foi um filósofo, psicólogo social e sociólogo. Nasceu em 1858, na França. Sua principal forma de estudo era a observação e a análise dos fatos sociais como coisas. Dessa forma a conclusão de seus estudos estaria menos cheias de ideologias pessoais, que poderiam comprometer o exame científico dos fenômenos sociais. Por querer tratar os fatos sociais como “coisa”, foi dado a Durkheim uma característica errônea de preconceituoso.
          Dessa forma, Durkheim, define fato social sendo todo aquele que independe do indivíduo e tem como conclusão o agir da sociedade, de acordo com suas regras. A coerção que os fatos sociais exercem sobre os indivíduos é uma característica intrínseca desses.

          A moral é um fato social presente em todas as sociedades, mesmos nas mais inusitadas como dentro de um presídio. Este é um local onde estupradores e certos tipos de assassinos têm que ficar em celas separadas dos “presos comuns”, caso contrário, sofrerão as consequências que são ditadas e executadas pelos próprios presos. Além disso, os presos novatos têm que respeitar a hierarquia e as regras gerais impostas pelos líderes daquele presídio ou daquele bloco do presídio. A coercitividade da moral nos presídios toma uma dimensão física, isso por que eles agem de forma violenta. Essa é uma diferença da execução da moral nessa sociedade e das outras. 
Desirrè Corine Pinto
1º ano Direito Noturno

Durkheim e o Fato Social



      Durkheim toma como base do estudo da sociologia os fatos sociais. Mas o que são os fatos sociais? Primeiramente, pode-se analisar pela própria expressão que não se trata de algo individual, portanto o fato social consiste em fatores externos ao ser, ou seja, seu modo de pensar, agir em sociedade. Para Durkheim, o fato social deve ser considerado como "coisa" e deve estar de acordo com as regras sociais, que são comuns a todos. Além do que, os fatos sociais são primordiais e essenciais para o estudo da sociologia, sendo estudados para facilitar seu próprio estudo e compreensão.
      Em sua obra “As Regras do Método Sociológico”, ele explica: 
          "Um fato social se reconhece pelo poder de coerção externa que exerce ou é capaz de exercer sobre os indivíduos; e a presença desse poder se reconhece, por sua vez, seja pela existência de alguma sanção determinada, seja pela resistência que o fato opõe a toda tentativa individual de fazer-lhe violência. Contudo, pode-se defini-lo também pela difusão que apresenta no interior do grupo, contanto que, conforme as observações precedentes, tenha-se o cuidado de acrescentar como segunda e essencial característica que ele existe independentemente das formas individuais que assume ao difundir-se."

Julia Helena Tury Blumer
1o ano Direito Noturno

O Fato na Realidade

Émile Durkheim, considerado o pai da sociologia, discorreu sobre a composição da sociedade como uma organização de instituições que desempenham funções específicas e assim proporcionam o equilíbrio. Nesse sentido, os indivíduos estão condicionados a agir quase que mecanicamente para garantir tal estabilidade.
No dia 12 de junho de 2015 veio à tona um assassinato realizado no município de Leme, SP, que exemplifica esse funcionalismo, o marido revoltado com uma suposta traição, uma suposta deserção da função, executou a esposa. Aos olhos de Durkheim, uma coerção externa, um fato social, provocou o crime, uma vez que durante a formação do caráter humano pode ter ocorrido um "bombardeamento", através da mídia, da tradição e do convívio, de tal intolerância ao adultério. Assim, não sendo um sentimento natural e sim um regramento do modo de agir para algumas sociedade.
Ademais, tratando-se do mesmo caso, é possível que uma parcela da população ficasse espantada caso o crime não fosse consumado. Do mesmo modo que ocorreu a coerção imperceptível sobre o marido, outros fenômenos são impostos e determinados por fatos sociais, como andar com roupas, ir à escola e respeitar a hierarquia familiar. Esses, em suas respectivas sociedades, se são enfrentados provocam sempre uma resistência seguida por uma reação.
Victor Lugan- 1ºano de Direito- Noturno

                              Ditadura Social

“E é meio engraçado como você acha que fez uma escolha que te exclui da indústria da moda, quando, na verdade, você está usando um suéter que foi selecionado para você pelas pessoas nesta sala entre uma pilha de coisas.” 
(O Diabo Veste Prada)

   Segundo Durkheim, fato social “é todo aquele que independe do indivíduo e tem como substrato o agir do homem, de acordo com as regras sociais.” Assim, o homem é instruído a reproduzir um modelo coletivo de comportamento através de regras sociais coercitivas e que, caso sejam desobedecidas, trazem-lhe sanções dentro de seu meio social. Exemplo disso é a indústria da moda, que dita padrões coletivos e exclui a possibilidade de individualidade entre aqueles que desejam ser aceitos dentro da sociedade.
   Diariamente, padrões de estética, roupas e modos adequados de comportamento são criados, forçando homens e mulheres a aceitá-los caso queiram receber uma aprovação dentro de seus grupos sociais. Exemplo disso é colocado no filme “O Diabo Veste Prada”, em que a personagem principal transforma sua aparência e seus hábitos para se adequar ao meio e acaba perdendo sua essência, o que a transforma em apenas mais um produto da ditadura social. Esta, além do mundo ocidental, mostra-se presente em diversas culturas, como a muçulmana, por exemplo, em que as mulheres vestem-se de modo padronizado para demonstrar respeito à religião praticada e pela imposição que lhes é acarretada de acordo com as leis de cada país.
   Há, contudo, aqueles que se arriscam e decidem viver de maneira autêntica e livre de imposições. Estes, rapidamente, transformam-se em párias. Caso esse o da universitária Geisy Arruda, estudante universitária que ocasionou um furor dentro do estabelecimento de ensino ao utilizar roupas consideradas inapropriadas, sendo hostilizada e,futuramente, expulsa da própria universidade.Com isso demonstra-se a força do fato social,que estabelece medidas punitivas em prol de restabelecer a norma.  
  O fato social está, portanto, presente na sociedade de uma maneira tão enraizada que é improvável que se lhe escape. O caso da moda e de outros padrões comportamentais são exemplos nítidos desse fato, ao reproduzirem um modelo que visa à sincronia das ações levando ao “estado da alma coletiva”, citado por Durheim. Isso, porém, demonstra ser algo perigoso, pois dentro dessa ditadura não se admite diferenças, o que leva facilmente ao ódio e a exclusão social.

Análise do fato social em Durkheim e fenomenologia


       Com o intuito de categorizar e explicar aquilo que viria a ser o "fato social",o sociólogo Émile Durkheim traz,com uma perspectiva diferente da então preponderante física social comtiana,o que viria a ser a sociologia e qual é o seu intuito como conhecimento.
       Ao contrário de uma sistemática rígida e análise superficial precipitada dos acontecimentos,Durkheim é o primeiro sociólogo que sugere uma explicação tão prática quanto a de Comte,mas que não confie tanto no primeiro olhar,buscando aprofundamento e levando em conta a carga axiológica transmitida por aquele que examina,sendo essas cargas oriundas de três fontes:A cristalização das normas de conduta próprias de cada sociedade,as pré-noções com base em precedentes e associação lógica.Para Durkheim,a dinâmica social é responsável por cristalizar tais normas de conduta,sugerindo que aos membros de um grupo social não cabe intervir na dinâmica normativa,apenas aceitá-la.Aos que a transgridem,a pena.
       A preocupação com as pré-noções trazidas pelo precedente e por outros conhecimentos atrapalhando a análise científica dos fenômenos é defendida por uma corrente epistemológica que se desenvolveu no início do séc XX :a fenomenologia.Para a fenomenologia,as concepções prévias e análises dos acontecimentos com base em comparações históricas,psicológicas e matemáticas eram exercício de enganação,sendo a análise do fenômeno a única maneira de atingir a ciência verdadeira.
        Denunciando os excessos axiológicos em Comte,Durkheim expicita em sua obra que a Sociologia não pretende transformar o mundo,mas informar sobre ele.E para informar adequadamente,deve ser verdadeira.


Diego Franco Veloso
1ºAno -Noturno

Durkheim (texto 1)

Durkheim surge como sociólogo dando destaque, assim como Comte, á sociedade, que é para ele peça-chave de sua análise; porém, este difere daquele, pois busca entender o que esta sociedade faz para se manter e não apenas determinar sua dinâmica.  O pensador se aprofundou tanto em sua interpretação, que muitos afirmam ser ele o pai da sociologia como ciência - salvo as controvérsias diante desta afirmativa, é seguro afirmar que Durkheim deu uma nova forma ao pensar sociologia e ao se analisar sociedade.
O sociólogo inicia fazendo uma separação clara de que elementos se tratavam a sociologia  e quais elementos poderiam ser estudados por outras ciências como a biologia e a psicologia – nem todas as atividades corriqueiras sejam elas em pensamentos, sentimentos ou ações poderiam ser considerados objetos de estudo da sociologia, pois se assim fosse, a própria sociologia não poderia ser um estudo, uma ciência, pois não existiria acontecimento humano que não fosse social e assim se daria uma confusão entre esta ciência e as outras citadas.
Tendo posto isso, Durkheim classificou aquilo que poderia ser chamado de Fato Social – ações e representações presentes no âmbito da sociologia; em seguida, ele caracterizou o Fato Social com suas duas principais características – existir independentemente da consciência individual (o indivíduo não é obrigado a agir conforme os fatos sociais, como falar o idioma do seu país, mas caso não o faça, sua vivencia seria praticamente impossível) e possuir um caráter coercitivo imperativo (toda ação fora da normalidade é passível de algum tipo de pena). Alguns exemplos de fatos sociais são as regras jurídicas e morais, os dogmas religiosos, os sistemas financeiros, e até mesmo a vestimenta de determinada pessoa em determinado ambiente e época (moda).
As características do fato social proposto por Durkheim merecem destaque, pois revelam uma das constatações mais polemicas e importantes do autor. Ao afirmar que nossas ações sociais são todas caracterizadas como fatos sociais e todo fato social é guiado por uma força externa coercitiva maior, ele mostra que todas as ações em sociedade não são de total espontaneidade. Ou seja, uma pessoa nunca age conforme totalmente quer, mas sim, guiada por costumes e dogmas já impostos e incrustrados em seu ser, desde que nasceu (isso de certa forma tira a individualidade e por tal foi criticado fortemente pelos individualistas extremos). Além disso, Durkheim propõe que todo fato social que não siga o padrão terá uma punição, seja ela jurídica, seja ela apenas moral, mas nenhuma ação “diferente” é poupada.
Dito isso, pode-se afirmar que Durkheim esquematizou a sociologia dando forma concreta a seu objeto de estudo e, mais, deixou explícita a forma como as pessoas são coagidas a participar de um sistema onipresente, que vive sozinho e trabalha fortemente regulando tudo que os indivíduos são (tudo que pensam, sentem, agem – tudo aquilo do que gostam, tudo aquilo do que sabem), e que esta atento á qualquer deslize, julgando e condenando de diferentes e graduadas formas. 

Stephanie Bortolaso
Direito Noturno

A parte pelo todo; o todo pela parte

“O todo sem a parte não é todo
A parte sem o todo não é parte
Mas se a parte o faz todo, sendo parte
Não se diga, que é parte, sendo todo”
Com esta estrofe, Gregório de Matos expressou uma ideia confusa e magnífica, cuja essência podemos associar brevemente a uma das teorias defendidas por Émile Durkheim, importante sociólogo francês, considerado por alguns como o pai da sociologia.
Um de seus ideais aponta que a sociedade prevalece sobre o indivíduo e que cada um deles é arrastado pelos demais, de modo que a vida em comum determina a sincronia das ações de todos. Desse modo, o comportamento humano, ainda que expressado individualmente, traduz os hábitos construídos na dimensão do coletivo.
O poema de Matos, analisado juntamente com esta teoria de Durkheim, nos permite refletir sobre a seguinte questão: um único ser, em sua individualidade, faz parte de algo maior que é a sociedade e esta, por conseguinte, se constitui a partir do conjunto desses indivíduos. Além disso, partindo dessa premissa, veremos que a coletividade sem o sujeito deixa de se definir como tal; o sujeito, por sua vez, fora do convívio social, também perde a necessidade de se definir de tal forma.
Após esta análise de Durkheim sob a perspectiva do poema de Gregório, chegaremos à conclusão de que a sociedade – todo – e o indivíduo – parte –, separadamente, ou seja, um sem o outro, perdem a razão de ser.

Gabriela Melo Araujo
1º Ano - Direito Noturno
Introdução à Sociologia

O Fato Social Durkheimiano na contemporaneidade.

Émile Durkheim, nascido na França em 1858, foi um importante sociólogo e pensador. Criador de várias correntes teóricas, Durkheim foi pioneiro na busca de regras para o método sociológico, garantindo assim, para a sociologia, uma posição de conhecimento científico. Em sua obra “As regras do método sociológico”, o autor apresenta a teoria do “Fato Social” que, segundo ele, “consistem em maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores ao indivíduo, dotadas de um poder de coerção em virtude do qual se lhe impõem.”
Definido como o objeto da sociologia, o fato social consiste em modos de pensar, agir e sentir que realizam uma força coercitiva sobre os indivíduos, fazendo com que os mesmos se adaptem aos preceitos da sociedade em que vivem. Portanto, para Durkheim, as ações de cada indivíduo são influenciadas pelo meio social em que ele está inserido, levando o fato social a caracterizar-se como um ditador da maneira de pensar e agir em sociedade, conduzindo o indivíduo a moldar-se, mesmo inconscientemente, de acordo com os padrões estabelecidos pela sociedade.     
       Como exemplo, pode-se citar a padronização estabelecida pelo “mundo da moda”, que conduz o corpo social como um todo a vestir e consumir produtos de acordo com o que é ditado pelas grandes corporações influentes neste âmbito, sem contar a grande influência exercida pela mídia em tal questão. Em sua obra “As regras do método sociológico, Durkheim diz o seguinte: “Se não me submeto às convenções mundanas; se, ao me vestir, não levo em consideração os usos seguidos em meu país e na minha classe, o riso que provoco, o afastamento em que os outros me conservam, produzem, embora de maneira mais atenuada, os mesmos efeitos que uma pena propriamente dita”.
Portanto, nota-se a relevância que o pensamento durkheimiano apresenta na construção de uma consciência coletiva no mundo contemporâneo. Apesar de suas ideias e teorias terem sido formuladas no século passado, é perceptível a atualidade da obra de Durkheim e a sua relação com a resolução de diversas problemáticas presentes na sociedade atual.
                                                        

                                        Luís Felipe Oliveira Haddad

                                       1º ano - Direito Noturno

Coerção Social


É possível identificar na tirinha do cartunista Quino, fazendo referência aos dizeres de Durkheim, o comportamento coletivo quando há um indivíduo possuidor de algo que o difere dos demais, ou seja, parte-se do pressuposto de que a sociedade apenas se mantém coesa quando, de alguma forma, compartilham sentimentos e crenças comuns. Para tanto, o grupo (e a consciência do grupo) exerce pressão (coerção) sobre o indivíduo, sendo assim, as consciências individuais são formadas pela sociedade por meio da coerção, tanto é que na iconografia verifica-se na fala do personagem que ele não queria a divulgação de seu desgosto musical, pois provavelmente sabia que sofreria pressão por parte de seus colegas, e seria colocado separadamente da turma por não se enquadrar, neste caso, na preferência musical coletiva.

Juliete Araujo Zambianco
1° ano Direito – Noturno
Introdução à Sociologia – Aula 06

Grilhões

"O homem nasce livre mas em toda parte encontra-se a ferros". Com esta frase, Jean-Jacques Rousseau abre sua obra "Do Contrato Social", no qual trata sobre o abandono da liberdade individual de cada cidadão em virtude da inserção no meio social e, consequentemente, da obtenção da liberdade civil. De fato, o homem nasce livre mas encontra-se, na coletividade, preso aos ferros de uma liberdade condicionada a valores, preceitos e normas que lhe são impostas através das instituições sociais. Os atos de um indivíduo inserido em uma determinada sociedade refletem muito desta mesma sociedade, justamente porque estes atos são o reflexo das imposições e influências que este indivíduo sofre, como a cultura, os costumes e o próprio Direito, e também refletem nesta sociedade, uma vez que o homem é um zoon politikòn, um animal político, e cada ação tomada terá, de alguma forma, uma implicação no todo que é o corpo social.
Podemos chamar, portanto, de fato social, todo aquele que independe do indivíduo, ou seja, que não seja um ato isolado e "espontâneo", mas que obedeça ao apontamento supracitado: que seja um reflexo das características da sociedade no qual está inserido e que reflita, de alguma forma, nesta mesma sociedade.
Desta forma, podemos destacar aqui um fato social patológico e recorrente que jamais envelhece ou torna-se dispensável um discurso sobre ele: o meio-ambiente. Os hábitos globais globalização de utilizar produtos descartáveis e não seu descarte indevido (fato social) foram adquiridos com a revolução industrial e a globalização (origem) e são reflexo de uma sociedade inconsequente e egoísta que já está gerando grandes impactos na natureza e comprometendo nossa estadia terrena (implicações no meio social). Muitos atos tomados por indivíduos em seu cotidiano podem exemplificar, além do mau uso dos bens de consumo, estas características da geração contemporânea, como a chamada "doença do século", a depressão, o que seria um bom tema para uma abordagem futura.
O estudo sociológico dos atos tomados individualmente que refletem a e na sociedade é de extrema importância para garantirmos que haja um futuro que seja agradável a nossos olhos. Os antigos gregos preconizavam: nosce te ipsum ("conhece-te a ti mesmo"): é preciso conhecer para poder transformar. Daí, a necessidade de um método científico que entenda, explique e proponha soluções para manter unidos os grilhões que nos acorrentam uns aos outros e que mantêm a estrutura social na qual estamos inseridos.

Hiago A. Cordioli
1° ano Direito - Período Noturno

Émile Durkheim e o fato social

    Posterior a Comte,Émile Durkheim foi um sociólogo que se preocupou com a aceitação da sociologia em meio as outras ciências.Para isso,apresentou um novo método para se compreender a sociedade,método esse que propunha analisar ações humanas na sociedade como coisas,da mesma forma que um físico analisa um fenômeno,por exemplo,o explicando sem que suas crenças interfiram na elaboração da tese.Para Durkheim,o positivismo utilizava valores,o que não poderia ser usado em uma ciência.
    “Em suma, COMTE tomou como sendo o desenvolvimento histórico a própria noção que tinha a este respeito” - Émile Durkheim em As Regas do Método Sociológico

     Uma das maiores inovações de Durkheim é a ideia de fato social,para Durkheim a maioria das atitudes humanas independe do indivíduo,sendo este forçado a agir de acordo com as regras sociais para se adequar a sociedade.A ideia que parece pode nos parecer bastante incômoda,quebrando a ideia de liberdade e individualidade,pode ser facilmente notada quando confrontamos as normas sociais já estabelecidas,sejam elas estabelecidas por leis,como o Direito,sejam elas estabelecidas pelos costumes,ao confrontarmos uma norma,a qual pode ser simples,como se vestir com um traje inapropriado a um evento,por exemplo,sofremos sanções para que voltemos a nos agir conforme a sociedade espera.Essa força coercitiva sempre existiu,bastou-se desafia-la para que ela se tornasse explícita.
      Ao se tomar consciência as forças coercitivas que pautam as ações do indivíduo,o fato social,percebemos que a maior parte das ações de uma pessoa são formadas exclusivamente pela sociedade a qual está inserida,sendo a liberdade de escolha muito mais limitada do que se imagina.