A sociologia como ferramenta de estudo social usa a base epistemológica da ciência moderna para ajudar no entendimento do mundo. Nos dias atuais, a complexidade social causa estranheza para muitos indivíduos, uma vez que certas conceições mudam drasticamente, embora a alienação esteja no ser social, de forma individual ou coletiva, em detrimento a história. Também se destaca, nesse contexto, a compreensão do individuo no mundo, perturbações pessoas x questões públicas e psicológica x sociológica. Entender que todos esses assuntos são explicado pelo conhecimento na contemporaneidade através de métodos, como racionalidade, observação e....Desta forma, torna-se viável apresentar exemplos desses temas nas próximas linhas.
Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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quinta-feira, 30 de março de 2023
A problemática do pensamento positivista na contemporaneidade
No contexto da Revolução de 1830, conflito entre conservadores e liberais na França, o filósofo francês Auguste Comte define o termo “física social” como a ciência que tem como objeto de estudo os fenômenos sociais, os quais estariam submetidos a leis universais do mesmo modo que as demais ciências. Isso porque, ainda de acordo com o pensador, restava aos estudos sobre os aspectos sociais atingirem o seu estado positivo, que seria o último estágio do conhecimento humano pautado exclusivamente na racionalidade, o mesmo já atingido pelas ciências naturais na época.
Haja vista que tal linha de raciocínio é inerente à corrente filosófica do Positivismo, que tem Comte como um de seus principais idealizadores, percebe-se algumas questões problemáticas associadas a esse pensamento na atualidade. Considerando-se a visão do filósofo de que a “física social” tem como obrigação solucionar o caráter revolucionário das sociedades modernas a fim de manter a ordem social, entende-se que tal pensamento está vinculado à ideia de evitar que mudanças capazes de transformar a realidade social realmente ocorram, fazendo com que as injustiças e desigualdades permaneçam na sociedade para que o atual grupo hegemônico continue assumindo essa posição. Um exemplo disso seria a aprovação da Lei de Cotas em 2012, que poderia ser vista como parte do caráter revolucionário dos tempos modernos pelo viés positivista por corromper a ordem social referente à ocupação das universidades, em sua maioria, por um grupo restrito de pessoas privilegiadas socialmente.
Em resumo, nota-se que, apesar de estabelecer o estudo da sociedade baseado na racionalidade, a influência do positivismo no contexto atual é problemática, visto que indica uma certa comodidade em manter a ordem social, caracterizada pela supremacia de determinados grupos que temem perder sua posição. Portanto, fica evidente que recorrer ao pensamento positivista significa consentir com as variadas formas de desigualdade e injustiça social da contemporaneidade.
Positivismo e sua problemática
O positivismo de Comte é uma corrente de pensamento na qual a ciência é a guia de descobertas, ou seja, deve-se confiar e acreditar na razão. Na sociedade positiva, alcançada após as sociedades teológica e metafísica, os acontecimentos são vistos de uma forma natural, como um curso natural da vida.
E isso é problemático, pois vê acontecimentos horríveis e abomináveis como algo "natural". Isso seria admitir que a escravidão e o genocídio cometido por Hitler fossem naturais, tirando a culpa e a responsabilidade desses acontecimentos.
Da mesma forma, tudo o que a Grada Kilomba retrata em seu livro "Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano", como por exemplo, os negros não terem lugar de fala, não serem levados a sério, serem sempre considerados inferiores, viverem na margem da sociedade enquanto os brancos estão no centro, enfim, todos esses exemplos racistas, fossem algo natural. E disso, deriva que, como é algo natural, não deve ser visto como um problema a ser discutido e resolvido. Tratando-se como natural, retira-se todo o passado de opressão que negros vivem desde que foram arrancados de seus países e forçados a serem escravos, desconsiderando o racismo como uma extensão da escravidão.
Por mais que o positivismo seja uma corrente problemática, ela ainda está inserida de certa maneira na sociedade. Um exemplo, é a frase "ordem e progresso" que aparece na corrente do positivismo e que está presente, até hoje em pleno século XXI, na bandeira do Brasil por sua relação com a influência das ideias positivistas na queda da Monarquia pelos militares. Como se a sociedade fosse uma espécie de linha reta que sempre progride, o que sabemos que não é, ela é bem mais complexa do que isso.
Giovanna de Moraes Pereira- 1º ano de direito noturno
RA: 231223706
Positivismo como física social: Ordem e progresso?
Segundo Augusto Comte, considerado o pai da sociologia, todas as áreas do conhecimento já possuíam suas indagações e questionamentos e, então com estudiosos e cientistas que realizam o desenvolvimento de tais; porém não havia o campo do conhecimento que estudasse a sociedade e, dessa maneira, deu início ao estudo da física social e, portanto completou o sistema de conhecimentos naturais. O positivismo é a corrente que Comte desenvolveu com o intuito de provar que o conhecimento científico é o único válido, para ele a religião ou dogmas não deveriam ser levados em conta, não deveriam ser ensinados, uma vez que não é de cunho científico. A corrente positivista defende que a sociedade funciona como um organismo, um corpo e que são interdependentes, não funcionam sem o outro, cada órgão pode ser um núcleo: como a família e a propriedade, esses todos formam o indivíduo (sociedade) e, assim aconteceria o progresso – o objetivo do. positivismo. Porém é possível destacar críticas dessa forma de pensamento, como o seu lema “ordem e progresso“,o qual está na bandeira do Brasil e é retirado da seguinte frase: “amor por princípio e a ordem por base; o progresso por fim”, é necessário destrinchar tais conceitos. Ordem seria a permanência das coisas como estão, então, a sociedade segregada, pautada no capitalismo e na desigualdade social e, justificando até o regime escravocrata, o que permanece até os dias atuais; marcados pelas recorrentes descobertas de trabalhos análogos à escravidão em vinícolas da região Sul e no festival de música Lollapalooza, o que por muitos é justificado pela manutenção das diferentes classes sociais, em que muitos não possuem o mínimo, para que outros (uma minoria) possua muito (acumulação de riquezas). O progresso é marcado pela ideia de que a ciência tem que estar em constante redescoberta e isso resultaria no desenvolvimento da humanidade, mas isso só seria possível com a manutenção da ordem, ou seja, realizar mudanças sem abalar o sistema social, o que é notado novamente pelos trabalhos análogos à escravidão no tempo contemporâneo; em que teoricamente, é proibido, a dignidade humana é prevista na constituição brasileira, mas na realidade é bem diferente, perceptível por tais noticias. O mais revoltante é a persistência de acontecimentos como esses, uma vez que o culpados não são julgados conforme deveriam; pois ainda exercem alta influência na sociedade atual.
Maria Eduarda Souza Vasconcellos – RA:231220651. 1* ano direito matutino.