Total de visualizações de página (desde out/2009)

terça-feira, 16 de abril de 2013


“Ver para prever”

O saber baseado no que é útil, certo e real. Esse talvez seja o enfoque dos estudos de Augusto Comte, fundador da “física social” positivista no século XIX. Filósofo e sociólogo francês, Comte elaborou o positivismo: uma corrente de pensamento que carrega a defesa de uma metodologia para a obtenção do conhecimento, refutando o subjetivismo baseado em reflexões e juízos que não possam ser comprovados pelo método científico.

O objetivo do método científico positivista é a formulação de leis gerais que regem os fenômenos naturais da sociedade, através da observação, da experimentação e do uso do método comparativo. É dessa forma que o positivismo se diferencia do empirismo, pelo fato de que nesse, apenas a observação dos fatos não era suficiente para a formação do conhecimento, era necessária a formulação de leis que permitissem previsões dos fenômenos, permitindo o agir sobre a realidade. Essa transformação social deveria visar o progresso, e este se subordinaria à ordem, prevendo uma reforma intelectual e moral na sociedade capitalista industrial da época. Este era o lema positivista: “Ordem e Progresso”.

O Brasil foi um dos países em que mais se fez sentir a influência da filosofia positivista. Evidentemente, sua primeira marca está na bandeira nacional, reproduzindo o lema “Ordem e Progresso” para o Brasil republicano. A principal difusão do positivismo no país aconteceu no meio acadêmico militar, devido à inexistência de uma tradição em pesquisa científica. A construção de uma nova ordem foi verificada nas mudanças políticas e culturais da época, caracterizando campanhas em favor da abolição da escravidão e pró-republicanas. Posteriormente, na década de 70, com Vargas, o positivismo é novamente notado coma introdução de escolas técnicas para recuperar uma sociedade abandonada pelo Estado, além da aproximação de sindicatos com o Estado visando manter a ordem e o equilíbrio nacional.
 
Gabriela Giaqueto Gomes - 1º noturno

A ciência e o método baconiano
Afirmando Descartes, Francis Bacon, o “pai da ciência moderna”, teve por base de seu pensamento a racionalidade do método científico de investigação. Bacon sugere uma maneira revolucionária de formular o saber científico, através da junção da ciência, entendida como a percepção sensível do questionamento, e do pensamento racional, por meio da observação repetitiva do fenômeno buscando a formulação de uma lei (constante).

Em “Novum Organum”, Bacon propõe uma filosofia utilitária, contrária à ideologia aristotélica, que pregava uma filosofia meramente contemplativa. Esta deveria buscar um conhecimento de caráter mais funcional através da investigação científica, substituindo a observação pela experimentação, a dedução pela constatação.

O propósito fundamental dessa teoria seria a busca pelo domínio do homem sobre a natureza. O interesse primordial da ciência deveria ser o da extensão do poder do homem, que passaria a ter um domínio sobre as leis que regem o universo.

Bacon pretendia superar a concepção aristotélica da ciência, propondo um novo método que valorizasse a experimentação. O grande projeto de Bacon, para os dias de hoje, pode ser entendido como um ponto de análise para o suprimento das carências humanas por meio da aplicação da ciência, aperfeiçoando a ordem social.

Gabriela Giaqueto Gomes - 1º noturno

Duvidar para crer




Duvidar para crer
A revolução científica provocada pela grande obra de René Descartes, em “O Discurso do Método”, provém do rompimento com a visão medieval do universo e a inauguração de um posicionamento mais científico e moderno da natureza. Publicada em 1637, a obra defendia a busca racional do conhecimento, abandonando todo o misticismo religioso da época, marcada pela total influência da igreja na ciência.

A nova filosofia de Descartes baseava-se na racionalidade, que, através do questionamento e da dúvida, buscava a explicação lógica e científica das verdades. A busca pelo desprendimento com o dogmatismo preestabelecido, é expresso pelo filósofo na seguinte frase: “Eu procuro inclinar-me mais para o lado da desconfiança do que para o da presunção. (…) Procurando descobrir a falsidade ou a incerteza das proposições que analisava, não por fracas conjecturas, mas por raciocínios claros e seguros.” Dessa forma, Descartes provocou um rompimento com a sociedade do século XVII, em que prevaleciam argumentos insustentáveis baseados na alquimia, na astrologia e na magia. Enfim, todo conhecimento baseado no sobrenatural deveria ser substituído pela experimentação racional.

Nessa linha de pensamento, Descartes propõe um método científico baseado na fragmentação de problemas em setores menores, de forma a facilitar sua resolução: o “método cartesiano”. Apesar de propor um método fundamentado no ceticismo, o filósofo sugere um “um ceticismo que não duvida para negar, e sim para chegar através da dúvida metódica ao verdadeiro conhecimento.” Dessa forma, estabelece um caminho para a configuração de um conhecimento seguro: a evidência, que expõe imediatamente a primeira concepção do entendimento; a análise, que fragmenta especificamente o assunto; a síntese, através da ordenação dos pensamentos do mais simples ao mais complexo; a evidência do conjunto, que é a enumeração e a revisão dos dados gerais.

O grande legado desse questionamento científico de Descartes está na busca permanente de um caráter comprobatório e mais racional do conhecimento humano. Ou seja, na busca pela verdade, a dúvida surge como a melhor escolha.

Gabriela Giaqueto Gomes - 1ºnoturno


Émile Durkheim aprimorou a sociologia de Comte ao dizer que o sociólogo deve ter um afastamento do seu objeto de estudo, ou seja, a sociedade. Com isso, além de aprimorar, dificultou o estudo pois afastar-se de algo em que é parte integrante, influente e influenciada, exige muita habilidade, entretanto dessa maneira os resultados das análises sociais tendem a ser mais precisos e verossímeis.
Além disso,  Durkheim cria e define o termo “fato social”, sendo que este refere-se aos hábitos, costumes e tabus que estão intrínsecos na vida coletiva do ser humano e que são as causas de várias atitudes em que não sabemos explicar objetivamente. Porém os fatos socias podem alterar-se ao longo do tempo, como por exemplo na questão de inferioridade racial entre brancos e negros que há 50 anos era extremamente normal, mas hoje não é mais.
Mas também, encontramos os fatos socias na vida econômica, principalmente na indústria cultural, na era da cultura de massas (termos criados na Escola de Frankfurt por Theodor Adorno, Walter Benjamim, entre outros).  Ou seja, por que astros de Hollywood são tratados como deuses do Olimpo? Por que comprar certos produtos nos “dignifica”? Tais acontecimentos Durkheim explica pelos fatos socias.
Por fim, pode ser feita uma relação com a obra “O Suicídio” , deste mesmo sociólogo, que trata dos suicídios como sendo egoístas, por motivos exclusivamente de cunho pessoal, altruístas, que além de ter caráter coletivo procura gerar um bem a sociedade e anômico, aquele que ocorre no estado de anomia (estado de completa “bagunça”) sendo que todos estes podem ter explicações pautadas nos fatos sociais.

André Mateus Pupin
Primeiro ano, Direito diurno.