Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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quinta-feira, 23 de junho de 2011
Por uma nova revolução
O sistema feudal, até então vigente foi derrubado pela burguesia e substituído pela manufatura e depois pela grande indústria (vapor e maquinaria) devido à necessidade de produção de forma padronizada e rápida. A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classes, somente substituiu velhas classes, velhas condições de opressão por outras novas (burgês X proletariado).
Percebe-se assim, que esse processo de luta de classes é intensificado pela Burguesia e principalmente pelo capitalismo, que possui uma forte contradição. A sociedade capitalista consegue produzir cada vez mais, com o uso de máquinas e de tecnologia, mas essa produção não atinge a todos, ou seja, há um aumento na produção, mas isso não causa aumento do nível de vida dos proletariados, pelo contrário, aumenta o processo de pauperização. Essa contradição fará com que os operários se unam e façam uma crise revolucionária, que será diferente de todas as outras existentes até então, porque será feita pela maioria em benefício de todos. Assim, ocorrerá o fim das classes sociais e será formada uma sociedade não antagônica.
A objetividade universal e os tipos ideais de Max Weber
Weber pode ser considerado como um marco para a Sociologia, pois, diferentemente de seus antecessores Comte, Durkheim e Marx, ele impõe novos conceitos e formas de pensar. Um exemplo disso seria a separação entre ciência e política, porque para ele, a ciência tem a função de apenas compreender as ações humanas.
Outra diferença é que Weber não considera como objeto de estudo do sociólogo apenas as atividades de grandes grupos sociais, mas também as ações individuais, que são ponderadas por meio da objetividade universal, em que o sociólogo tem de abandonar o seu juízo de valor e analisar através dos valores daquele que está sendo analisado. O sociólogo deve isolar e despir o objeto estudado de qualquer fato anterior, e avaliar todas as conexões sociais de seu mundo, e a sua criação de valores, não podendo levar em conta apenas a realidade fixa, mas sim todo o passado, o presente e até o futuro do indivíduo.
Como forma de organizar o caos e a complexidade do mundo real, Weber classifica a ação social em quatro tipos ideais: ação emocional, estimulada pelos sentimentos; ação tradicional, estimulada por hábitos, costumes e crenças; ação racional relacionada a valores, definida por ações conscientes regradas por valores; e ação relacionada a fins, que visa meios para alcançar finalidades próprias. E que é através da comparação entre esses tipos ideais utópicos com os fatos reais que a verdade científica será obtida.
Revolução contra Revolução
O texto critica a produção capitalista e suas consequências na organização social. Apesar de ser combatido, os autores ressaltam no texto o capitalismo ser também um pensamento revolucionário, uma vez que, acabou com a prevalência do modo de produção feudal. Afogou o fervor religioso e o cavalheirismo puramente calculista e egoísta. Porém, todas as ocupações anteriormente respeitadas viraram meras posições do mercado de assalariados. A relação familiar também foi transformada. O dinheiro e a preguiça mudaram a concepção daqueles que detinham a “força brutal” da revolução na Idade Média.
“Tudo que era sólido e estável se esfuma, tudo o que era sagrado é profanado, e os homens são obrigados finalmente a encarar com serenidade suas condições de existência e suas relações recíprocas.”
Constantemente, o mercado em expansão persegue a burguesia pela superfície global, acomodando-se em todos os lugares e estabelecendo conexões por meio da exploração do mercado mundial. “A burguesia substituiu a exploração antiga, por uma aberta, imprudente, direta e brutal.”
O panfleto escrito por Marx e Engels objetivava organizar o proletariado como classe social capaz de reverter sua precária situação. Mudar a superestrutura, a fim de modificar a estrutura opressora moldada pela classe burguesa. “Proletários de todo o mundo, uni-vos!”