Este é um espaço para as discussões da disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do curso de Direito da UNESP/Franca. É um espaço dedicado à iniciação à "ciência da sociedade". Os textos e visões de mundo aqui presentes não representam a opinião do professor da disciplina e coordenador do blog. Refletem, com efeito, a diversidade de opiniões que devem caracterizar o "fazer científico" e a Universidade. (Coordenação: Prof. Dr. Agnaldo de Sousa Barbosa)
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domingo, 27 de março de 2011
A luz da modernidade
Não sei, logo duvido. Duvido, logo sei.
Cartesianismo na sociedade contemporânea
Amanda Rufino Leite, 1º ano direito noturno.
Introdução ao pensamento filosófico moderno
Do Idealismo ao Realismo
O Discurso do Método, publicado na França em 1637 por René Descartes, é considerada a principal obra de ruptura cultural que dá origem à Filosofia Moderna. O texto propõe um modelo sistemático para conduzir o pensamento humano, usando a matemática e o empirismo como bases concretas para se alcançar a verdade. O racionalismo é, para Descartes, a única forma de se combater a superstição, a magia e a alquimia, além de todo o conhecimento duvidoso transmitido pelo hábito.
Nos séculos seguintes, a difusão do pensamento racionalista fez com que a ciência se desenvolvesse de forma muito técnica e, hoje, como um reflexo da utilização indiscriminada de tal método e raciocínio, a nossa sociedade vê essencialmente tudo de forma quantitativa e não mais qualitativa. É devido ao excesso de racionalismo que até mesmo as relações sociais podem ser quantificadas e adaptadas para satisfazerem as necessidades humanas, se o termo ainda for cabível.
Certamente a contribuição do pensamento de Descartes foi enorme e, a partir de seu método, áreas como a medicina e a engenharia no geral são capazes de nos proporcionar uma maior qualidade de vida, bem como longevidade. Porém, ao aplicarmos o método racionalista em todos os aspectos da vida humana, deixamos de lado o romântico idealismo e assumimos o realismo absoluto, desencantando o mundo.
Racionalismo bidimensional e Paradoxo divino
René Descarte, em seu “Discurso do Método”, expõe seu racionalismo ao submeter todas as questões que regem a vida do homem à razão. Para tal, toma por princípio a dúvida, negando, portanto, todas as coisas até terem sua veracidade comprovada pela ciência.
A partir de seu método científico, foi criado o Plano Cartesiano – um sistema de coordenadas capaz de comparar todas as relações humanas através de dados. Porém, tal método seria capaz de considerar todas as implicações e sentimentos decorrentes dessas relações?
O olhar objetivo de Descartes não é o único modo de encarar os fatos do mundo. Tomemos como exemplo o número de divórcios nos últimos anos. Muitos diriam que esse número cresceu devido à menor pressão moral em pedir a separação legal do cônjuge do que na década passada. No entanto, cada caso é singular: adultério, infelicidade, contexto histórico, impulsividade ou monotonia... muitas são as razões para as quais um casamento pode vir a acabar e nem todas são aplicáveis aos eixos x e y.
Quanto a Deus, Descartes, inserido em um momento histórico ainda muito apegado à religião, defini-O como um ser perfeito e completo que deu ao homem o privilégio de pensar e desvendar todos os mistérios a fim de se equiparar a Ele. Quando conceitua Deus, Descartes parte de um princípio não comprovado por ciência alguma além de sua fé; aqui, portanto, há um dilema entre sua crença e seu “método”, que prega a dúvida e a desconfiança. Além disso, se o objetivo humano é a perfeição através da busca do “conhecimento através do conhecimento”, chegará uma hora em que não será necessário Deus, o homem seria auto-suficiente.
Quando o homem se considerar perfeito, porém, será uma prova de sua prepotência e de que muito falta para atingir o status celestial. A acumulação de conhecimento prova que as relações não são estáticas e que o objetivo humano é a insatisfação de nunca alcançar seu objetivo... Eis aí a ironia divina.
Nome: Jackeline Ferreira da Costa – 1º ano Direito Diurno
A Evolução do Racionalismo
Desvendar o mundo cartesianamente
A incompletude cartesiana
Em sua obra “Discurso do método”, René Descartes propõe uma nova base metodológica que viria a sustentar as estruturas da dita “ciência moderna”. Através do racionalismo, muitos mitos responsáveis pela explicação do mundo são rejeitados, além de haver evidente quebra de paradigmas alçados no bom senso humano. Entretanto, é possível presenciar certas lacunas em tal pensamento, a começar pela fragilidade de um construir científico que desconsidera a experimentação. A crença cartesiana no possível engano dos sentidos reduz a razão a um mero jogo metafísico, permitindo a validade absoluta de questões inconclusivas.
Dessa forma, pode-se reconhecer que a ciência praticada nos dias atuais não é a mesma verificada nos postulados de Descartes, cujo teor é mormente filosófico.
A despeito da incompletude da obra, seu caráter revolucionário certamente não deve ser ignorado, pois permitiu uma total mudança no pensar ocidental a ponto de influenciar nossas decisões até hoje.
O método para a conquista do saber
A controversa coexistência entre ciência e religião
O Fundador da Filosofia Moderna
A razão como guia do pensar
Bases do pensamento científico moderno
Desde a dúvida até a verdade
Partindo da investigação, instigada pela desconfiança, de fatos tidos como verdadeiros é que Descartes elabora a obra “O Discurso do Método”. Almejando encontrar o que realmente é ciência, portanto, verdade, o autor traça um caminho sistemático a fim de desvendar os erros cometidos pela aceitação de hábitos ou pressupostos.
Este novo caminho é denominado “método” e consiste em executar ações em determinada ordem visando suprimir lacunas ou solucionar dúvidas relacionadas ao objeto estudado. Entre essas ações encontra-se em primeiro plano a recusa de algo considerado verdadeiro sem ciência total desta condição, isto é, a suposição de que tudo pode não ser verdadeiro até que fique evidente, pela razão, sua veracidade. Em seguida, é proposta uma fragmentação do que surgir como “não confiável” a fim de esclarecer tal problema. Após esta divisão é feito um estudo racional dos pensamentos, iniciando-se pelo mais simples a fim de atingir um raciocínio mais complexo. Então, checa-se o caminho percorrido, metodicamente, para certificar-se de que alcançou a verdade.
Ao relacionar esta obra com a atualidade é notória a utilização de sua essência em diversos âmbitos, desde trabalhos científicos, conforme proposto por Descartes, passando por parte do modelo de assimilação de conteúdo no processo de educação, até a aplicação em rotinas produtivas. Assim, a valorização da razão somado ao processo de conhecimento e ao método de Descartes resulta na condução do pensamento humano de maneira a alcançar as verdades de fato. Isto é, iniciando pela busca clara da verdade são esclarecidas as dúvidas e lacunas durante o processo sistemático, denominado “método”.
O verdadeiro conhecimento
O filósofo defende que no lugar da filosofia especulativa,ensinada nas escolas, o conhecimento dos elementos da natureza deveriam ser aprofundados pois assim seria possível usufruir de seus frutos para o benefício da humanidade. Assim ele nos mostra a ciência como um canal para o bem do homem.
Ao Refletir sobre o que realmente existe, Descartes conclui que o fato de ele pensar em duvidar da verdade das outras coisas faz com que sua existência seja verdadeira, afinal, se ele pensa ele existe.
Outra conclusão a que o filósofo chega é a existência de Deus, pois se ele consegue definir imperfeições alheias e de si mesmo é porque conhece a existência de um ser dotado de perfeição absoluta, pois só com esse conhecimento ele saberia as perfeições que lhe faltam. Além do que , ele não admite o fato de toda a verdade, perfeição e até imperfeições originarem do nada, sendo assim a ideia de um Ser Perfeito é indispensável.
No relato de uma de suas ideias, vê-se a preocupação do autor, que falta aos homens do tempo presente, com o futuro. Segundo ele, nossos cuidados devem se estender para mais longe que o tempo presente. Se o homem atual conseguisse entender a importância de tal atitude difundida por Descartes, o mundo estaria em melhores mãos.
Com estas e outras divulgações em sua obra creio que o filósofo cumpre um dos que era seu maior propósito: colaborar com as ideias de seus leitores após a sua morte. Em sua obra encontramos curiosidade, interesse e cuidados que faltam a grande parte dos homens do mundo atual. Termino a relatação de sua obra citando uma de suas frases, a qual deveria ser incorporada às nossas ideias e objetivos, principalmente no âmbito profissional: "(...)é propriamente nada valer e não ser útil a ninguém.(...)".
Razão, dúvida e verdade
Razão: Sentido Obrigatório
O Discurso do Método, de René Descartes, propõe um modelo quase matemático para conduzir o pensamento humano, uma vez que a matemática tem por característica a certeza, a ausência de dúvidas. Segundo o próprio Descartes, parte da inspiração de seu método deveu-se a três sonhos ocorridos nos quais lhe havia ocorrido “a idéia de um método universal para encontrar a verdade.”
Em toda a obra permeia a autoridade da razão, conceito banal para o homem moderno, mas um tanto novo para o homem medieval (muito mais acostumado à autoridade eclesiástica). A autoridade dos sentidos (ou seja, as percepções do mundo) também é particularmente rejeitada; o conhecimento significativo, segundo o tratado, só pode ser atingido pela razão, abstraindo-se a distração dos sentidos. Uma das mais conhecidas frases do Discurso é Je pense, donc je suis (citada frequentemente em latim, cogito ergo sum; penso, logo existo): o ato de duvidar como indubitável, e as evidências de “pensar” e “existir” ligadas. Além dessa conclusão, Descartes também prova a existência de Deus, especifica critérios para a boa condução da razão e faz algumas demonstrações.
O Método, em seu aspecto de dividir, ordenar e classificar, é a base de muitos conceitos científicos que vieram a ser desenvolvidos nos anos subseqüentes, de grande importância para a humanidade: o sistema de coordenadas cartesiano, o cálculo, a geometria analítica e a disposição estatística em histogramas.
Descartes e a Pós-Modernidade
A aplicação do conhecimento
René Descartes, em o Discurso do Método, tem como objetivo apresentar o método usado por ele para conduzir a sua própria razão. A razão é comum a todos os homens e o que os diferencia é o modo de conduzi-la por cada um.
Ele propõe que haja critérios rigorosos, através da racionalidade, para o pensar humano e que esse conhecimento obtido transcenda o pensar, tendo sentido para aplicação na vida cotidiana.
Independentemente do modo a se obter o conhecimento, o que atrai a minha atenção é a aplicação do conhecimento obtido, é a forma como dirigimos os nossos pensamentos. Atualmente, de modo geral, há na sociedade certa acomodação em que as pessoas não priorizam mais o pensar humano e nem a aplicação do mesmo em suas vidas. Sabemos o quanto é necessária a busca contínua do conhecimento para tentarmos transformar as coisas ao nosso redor. Eu sugiro que gastemos uma parte do nosso tempo refletindo sobre a sociedade e o que podemos fazer para tentar melhorá-la.
Descartes em sua obra o “Discurso do Método” tenta comprovar a existência de um Ser perfeito e sobrenatural, Deus. Para isso, ele inicia seu raciocínio indicando perfeições no mundo real, como por exemplo, a esfera na geometria. Por dedução, Descartes conclui que a existência de algo perfeito no mundo sensível é um indício que há um Ser perfeito no metafísico.
Embora, Descartes seja um hábil defensor da razão, em sua obra ele comunga razão e religião, ao argumentar que existe um Deus que está por trás de toda a ciência feita pelo homem, ou seja, toda a verdade encontrada pelo homem é proveniente de um Ser perfeito.
Com vista no pensamento de Descartes, pode-se dizer que conflitos seculares entre Religião e Ciência, que até hoje fazem parte da sociedade, poderão apenas ser respondidos com a conciliação de ambos os lados. É necessária a aliança da razão e do sobrenatural.
A razão na busca da verdade científica
Além disso, outro ponto que nos chama a atenção é o modo praticamente matemático como o autor consegue tratar assuntos filosóficos e abstratos como alternativas de busca do conhecimento. Não é à toa que até hoje haja o "plano cartesiano" na área matemática, meio pelo qual a organização de dados facilita a visualização dos resultados e as consequentes conclusões.
Deixando de lado a alquimia, a magia, e a intuição no sentido de defender algo cuja existência não tem prova baseando-se apenas na suposição ou especulação de algum pensador, Descartes ganha seu papel iniciando um novo método de pesquisa e busca do conhecimento. A racionalidade e a razão devem a ele sua valorização em uma época na qual a religião possuía fortíssima influência nos pensamentos. Separando um e outro (justamente ao provar Deus, crê-se a liberdade de o filósofo propor seu método) o saber, que foi-se acumulando, conheceu novos caminhos com princípios consistentes que propiciaram tantas descobertas em prol de informações úteis à sociedade.
O método como instrumento na busca da veracidade dos fatos
A razão como único fundamento que nos diferencia dos animais, é o grande instrumento que constrói o método científico, permitindo a elevação do conhecimento. René Descartes, filósofo, físico e matemático francês, analisa em sua obra “O Discurso do Método” o caminho na busca da verdade dentro da ciência através da razão. Utiliza o método como meio de superar as superstições, criticando o “conhecimento sobrenatural” e o que foi adquirido apenas pelo hábito ou por exemplos.
A observação e os questionamentos são princípios fundamentais na construção de método científico e os fatos indiscutíveis, claros e confiáveis, sem nenhum tipo de suspeita, são os critérios da verdade. Descartes, devido a esse caráter claro e absoluto, propõe um modelo quase matemático para conduzir o pensamento do homem.
O autor evidencia também a existência de um Ser perfeito e soberano, que possui tudo o que dependemos e de quem recebemos tudo que possuímos. Esse ser é Deus, e sua existência é indubitável, e nós somos sua imagem imperfeita. Dessa maneira o autor cria certa contradição, visto que, apesar de seu caráter completamente racional, e de não acreditar em valores místicos, acredita piamente em Deus como ser superior.
Para Descartes, o que se diz pensante evidencia a própria existência, remetendo assim ao princípio filosófico “Penso, logo existo”. Visto que, não pode, ao refletir se os seus pensamentos são reais, negar que esteja pensando, pois a mente pode raciocinar sobre coisas de sonho e reais. Portanto, concluiu que tudo deve e pode ser posto em dúvida, exceto o fato de que pensa. É através do pensamento que a racionalidade origina os métodos que evidenciam a veracidade de seus argumentos.

