“O grupo pensa, sente e age de maneira bem
diferente do que o fariam seus membros, se estivessem isolados. Assim, se
partirmos desses últimos, nada poderemos compreender do que se passa no grupo.”
A
frase de Émile Durkheim fundamenta parte do entendimento do texto “As regras do
método sociológico”, escrito pelo próprio. A leitura dos textos do francês traz
uma visão distinta sobre a sociedade na qual vivemos, bem como uma reflexão: é
preciso notar até que ponto vivemos nossas próprias vidas. Para o sociólogo, como
visto, membros de um grupo agem de maneira completamente distinta da qual
agiriam conquanto isolados. Ao trazer esse pensamento para o mundo
contemporâneo, caracterizado pela globalização e pela formação de grandes
blocos sociais, não é possível saber se as ações tomadas no dia a dia tratam-se
de sua vontade enquanto indivíduo ou correspondem à ações “forçadas” pelo “grupo”,
sendo este a sociedade.
Para
Durkheim, a resposta para este pensamento é clara: todo ato do indivíduo
decorre da “coerção social” sofrida por este, tal qual uma marionete controlada
por esta coerção. Segundo o autor, “Os fins sociais não são simplesmente o
ponto de encontro dos fins individuais; são antes contrários a eles. Assim, para
fazer o indivíduo buscar esses fins, é necessário exercer sobre ele uma coerção,
e é na instituição e na organização dessa coerção que consiste, por excelência,
a obra social”.
Trazendo
a tempos atuais tal pensamento, este se torna, talvez, ainda mais lógico: com a
ação de meios de comunicação de massa, principalmente, surgem ainda mais cordéis
capazes de manipular os títeres, visto que grandes parcelas da população deixam
de ser membros isolados, passando a ser um grupo e, desta maneira, como
sugerido por Durkheim, agir de maneira completamente distinta da qual agiriam
quando longe da coerção social. Pode-se pensar, portanto, em última instância,
na formação de uma imensa sociedade de marionetes, controlada pelos fatos
sociais.
Gabriel Cândido Vendrasco - 1º ano Direito - Matutino