A partir de um
método basicamente cartesiano, Descartes, através três ou quatro máximas, busca
a verdade. No entanto essa verdade está puramente ligada, em sua construção, as
transformações que aconteciam no seu tempo. De modo, que buscasse a verdade de
um modo visto como banal, por nos agora, e visto como moderno na época.
Ademais, estava diretamente ligado a um modelo religioso contestado com força,
principalmente pelo modelo heliocêntrico de Copérnico, o da ideia de um Deus
supranatural, perfeito e distinto. Como também a mudança de paradigmas
científicos e visão de mundo anterior ao modelo de Copérnico.
Conquanto,
Descartes retoma em seu discurso a comparação entre matemática e o mundo feitas
por Galileu, mostrando um enfoque moderno do ponto de vista da ciência da época
e ao mesmo tempo mais no campo espiritual que no sensível, já que dá mais valor
a alma, pensamento do que propriamente a matéria, quantidade entre outros como
Galileu o faz. Mas influenciando a ciência atual com seu modelo de pensamento
que valoriza a matemática, agregado ao pensamento racional baseando diversas
ciências e modernizações, como: Medicina e Jurisprudencia, essas citadas em seu
texto. Tendo concomitantemente um enfoque presente na época sobre o Deus que
para ele era todo poderoso, “compactuando” com as ideias disseminadas pela igreja.
Nesse discurso, Descartes adota ideias moderadas e firmeza em relação as ações
provenientes dessas, como principio, para que possa trabalhar as suas
desconstruindo-as até chegar em uma verdade de base solida e segura a qual
denomina cogito. Contudo, esse sempre Descarta ideias duvidosas, colocando-as
como falsas por parecerem duvidosas por isso não pode ser denominado cético,
pois não duvida.
Descartes,
através do método cartesiano, negligencia o sentidos valorizando o que é dado
pelo razão, assim “propagando” o racionalismo, que hoje se vê presente como
valorizado pela ciência que busca respostas através da razão. Mas ao mesmo
tempo que se aproxima dela se afasta por visualizar a experiência sensível,
como enganosa em algumas de suas muitas fases. No entanto, se contradiz ao
mesmo tempo por afirmar a existência de um Deus, pois a existência desse fere
algumas instituições racionais, pela consideração de ser algo supranatural,
onipotente, onipresente e onisciente. Ademais, tenta usar seu método racional para
justificar Deus. Assim, tentando direcionar, de modo subjetivo, os caminhos de
outros indivíduos, que já diz ser individual e o que difere a razão ou bom
senso, aos que ele próprio percorreu. De modo, a cair a fazer com que caiam na
extravagância, pois como ele mesmo criticou “...aqueles que norteiam seus
hábitos pelo exemplo que deles tiram estão sujeitos a cair na extravagância...
“. Assim se contradizendo novamente. Conquanto, coloca Deus ‘acima’ do mundo
por ser seu criador, confirmando a ideia do próprio em detrimento do mundo.
Logo,
Descartes é valido no contexto cientifico atual. Mas seus erros decorrem da
tentativa de explicar Deus por seus métodos, ou seja, unir ciência e religião,
como iguais coisas distintas e a contradição por tentar direcionar sutilmente
caminhos que devem ser escolhidos individualmente. No entanto, sua máxima do
cogito “penso, logo existo”, não é refutável, porquanto se pensamos somos algo
existente, mas isso não corrobora a ideia da existência de Deus, mas apenas a
existência do homem. Até pela irracionalidade de supor existente algo
constituído de tamanha perfeição, inexistente no mundo sensível.